Salmo 150
1 Louvai ao SENHOR. Louvai a Deus no seu santuário; louvai-o no
firmamento do seu poder.
2 Louvai-o pelos seus atos poderosos; louvai-o conforme a excelência da
sua grandeza.
3 Louvai-o com o som de trombeta; louvai-o com o saltério e a harpa.
4 Louvai-o com o tamborim e a dança, louvai-o com instrumentos de cordas
e com órgãos.
5 Louvai-o com os címbalos sonoros; louvai-o com címbalos altissonantes.
6 Tudo quanto tem fôlego louve ao Senhor. Louvai ao Senhor.
Desde os primórdios
de nossa história, o canto esteve presente em nossa vidas, assumindo diferentes
funções: da mais rudimentar forma de manifestação humana no ato de comunicar,
chegando até a sua vertente mais atual da estética da música e do canto.A
música vocal esteve presente nas manifestações dos povos antigos associada à
dança e ao seu caráter ritualístico. Por exemplo, podemos notar que os povos
indígenas, desde os tempos mais remotos, celebram com canto e dança as
festividades e os ritos de passagem do seu cotidiano.Os primeiros registros da
música vocal são identificados na Grécia antiga através do livro Ilíada, no
qual, provavelmente, todos os seus versos eram cantados. As linguagens eram
integradas unindo canto, poesia e dança. Embora o uso de instrumentos
musicaissimples fosse comum, o canto era o principal instrumento para narrar e
contar a “tragédia grega”.Na idade média o canto coral ficou associado à
religião cristã através da música litúrgica, do Canto Gregoriano. Nessa época
as missas eram cantadas e também tinham o caráter mágico de possibilitar a
comunicação com deus. As missas eram cantadas, podendo ser protagonizadas pelo
solista (liturgia dapalavra), por um coro masculino (Gloria) e por toda
congregação (Antifonas).A música também tinha seu caráter educativo, no sentido
de se aprender o texto das passagens da bíblia. Eram cantadas através de
simples melodias, em latim e silábico, com intuito de se aprender o que era
cantado.
O canto gregoriano é
um gênero de música vocal MONOFÔNICA, monódica (só uma melodia), não
acompanhada, ou acompanhada apenas pela repetição da voz principal com o
organum, com o ritmo livre e não medido. As características foram herdadas dos
salmos judaicos, assim como dos modos (ou escalas, mais modernamente) gregos,
que no século VI foram selecionados e adaptados por Gregório Magno para serem
utilizados nas celebrações religiosas da Igreja Católica. Até somente este tipo
de prática musical podia ser utilizada na liturgia ou outros ofícios católicos.
Só nos finais da Idade Média é que a POLIFONIA (harmonia obtida com mais de uma
linha melódica em contraponto) começa a ser introduzida nos ofícios da
cristandade de então, e a coexistir com a prática do canto gregoriano.O período de formação
do canto gregoriano vai dos séculos I ao VI, atingindo o seu auge nos séculos
VII e VIII, e finalmente, nos séculos IX, X e XI, princípio da Idade Média;
começa, então, sua decadência. Seu nome é uma homenagem ao papa Gregório Magno
(540-604) que fez uma coletânea de peças, publicando-as em dois livros: o
Antifonário, conjunto de melodias referentes às Horas Canônicas, e o Gradual
Romano, contendo os cantos da Santa Missa.
As primeiras
comunidades cristãs já não cantavam como no tempo de Davi, nem como no tempo de
Jesus. Era de origem grega a música mais cantada nos primórdios do
cristianismo. Os cristãos começaram a cantar em louvor os salmos de Davi, ao
“modo” das melodias gregas. Caracterizava-se por uma melodia linear e plena, ou
seja, o cantus-planus, chamado posteriormente de cantochão. Algum tempo depois,
o Papa Gregório Magno (590-604) transformou o cantochão na música oficial da
Igreja. Devido a essa reforma, o cantochão ficou conhecido como Canto
Gregoriano. Durante mais de mil anos, o cantochão foi uma música popular. Mas,
com o tempo, o canto gregoriano deixou de ser uma forma popular de expressão. O
povo já não conseguia cantar aquelas arrojadas, melodias, por isso se passou a
contratar corais para cantar no lugar do povo. Aos poucos, esses corais
começaram a sofisticar seu repertório, cantar a várias vozes e o povo se
contentou em escutar atentamente.
O Moto Próprio, de
Pio X, de 1903, definia a música sacra como “parte integrante da Liturgia
solene, participando de seu fim geral que é a glória de Deus e a santificação
dos fiéis”. A Instrução Romana Musica Sacram, de março de 1967, explicou mais
claramente a intenção do Concílio Vaticano II, em seu primeiro documento
Sacrosanctum Concilium, a respeito da Liturgia quando afirmou que Liturgia é
cantada e não existe uma celebração litúrgica na qual a música tenha apenas a
função de “enfeite”.
SC 113 “A ação litúrgica adquire maior relevância quando os ritos
sagrados são celebrados com canto e um canto que conta com a intervenção dos
ministros ordenados e a participação ativa do povo”.
A partir daí, o coral
separado da assembléia, pouco a pouco, foi perdendo seu sentido. Atualmente há
lugar para um grupo que esteja disposto a sustentar o canto. Este grupo não é o
que a história conheceu como coral. Pode ser chamado de grupo de canto, outros
o chamam de ministério da música. Normalmente, ele fica na frente, próximo ao
altar, para que a assembléia possa vê-lo e participar ativamente dos cantos . O
canto cria laços comunitários, une as pessoas, possui uma força de expressão
muito mais forte do que a fala por expressar o indizível. Hoje, a Igreja quer
ver todo o povo cantando, todo cristão deve ter voz e vez nas celebrações.
No século 9, na
França, na Igreja de Notre-Dame, surge o primeiro uso da polifonia (canto em
duas vozes). Nessa época também começou a existir as primeiras escolas de
cantores, porém não havia ainda conhecimento sistematizado sobre técnica coral.No
período do Renascimento, com as mudanças de paradigmas da humanidade, o homem
passa a ser também produtor de ciência e artes, tivemos um tempo muito rico de
possibilidades e de grandes transformações às artes, juntamente com as
transformações científicas e culturais desta época.A música agora não está
somente na religião / Igreja, mas também nas ruas (profana). Ela é
essencialmente vocal, mas já com polifonias e divisões de vozes. O primeiro
compositor a utilizá-las nessa divisão dessa época foi Josquin Des Prez
(1440-1521).A Itália foi o berço da música européia e que mais se desenvolveu
no período do Renascimento. O canto Madrigal era uma importante forma que foi
criada nessa época, onde o texto poético era cantado em quatro ou mais vozes.Nessa
época a música litúrgica continuava ser instrumento de evangelização da igreja
católica e no Renascimento, também protestante. Os vocais eram cantados à 4
vozes homofônicas com forte ligação da música com a palavra.
Com o aprimoramento
das possibilidades musicais, aumentaram o número de vozes e a extensão vocal.
Para dar conta dessas composições, apareceu os “Castratis”, mantendo a voz
aguda.No período barroco, de 1600 a 1750, a música tonal se consolidou, foi
criada a ópera e a música instrumental obteve contornos maisevidentes e a
Itália continuou influenciando o fazer musical em toda Europa.A ópera foi
criada baseada numa harmonia tonal, numa forma teatral que integrada a
interpretação, a narração, a dança e o canto. O enredo era cantado e narrado,
como podemos observar nos estudos da Camerata Bardi, que musicavam e
representavam os textos da tragédia grega.
Barroco é o período
em que a música instrumental atinge, pela primeira vez, a mesma importância que
a música vocal.A música do barroco é exuberante, de ritmo energético e frases
melódicas longas muito bem organizadas. Neste contexto os compositores fazem
uso de um contraponto com grandes contrastes tímbricos.O violino é o
instrumento que mais se afirmou devido á evolução da sua construção e logo da
sua execução. Também os instrumentos de tecla sofrem grandes evoluções,
nomeadamente o cravo que aparece como instrumento solista, e não apenas como
acompanhante.
A orquestra também,
por sua vez, toma maiores proporções e uma forma mais estruturada. Dá-se também
um aperfeiçoamento técnico dos músicos, assim como um maior acesso à música por
parte do público em geral.A ópera e o ballet são formas musicais, orquestrais e
vocais que surgem e se desenvolvem com grande autonomia.Entre os compositores
mais famosos destaca-se: Johann Sebastian Bach.
O Romantismo
Este período
caracteriza-se pela liberdade de expressão e de sentimentos. Também as
alterações políticas e sociais provocadas pela revolução francesa de 1789 fazem
surgir sentimentos nacionalistas (daqui o surgimento da música folclórica).Assim,
Paris junta-se a Viena e tornam-se os principais centros de música da Europa.
Neste contexto os compositores do Romantismo procuravam suscitar, através da
música, os seus sentimentos e afetos em relação à sociedade da época.Surgem
assim compositores como Schubert, Mendelsson, ou Chopin e instrumentistas como
Liszt (no piano) e Paganini (no violino).Os compositores também conseguem
libertar-se da tutela dos nobres que os empregavam e passam a compor por conta
própria.Os concertos públicos tornam-se mais freqüentes e, como conseqüência
disto, surgem grandes salas de espetáculos e concertos.As melodias românticas
são mais líricas e as harmonias mais contrastantes, dando assim um resultado
sonoro com uma maior variedade de sonoridades, dinâmicas e timbres. Também as
obras musicais tomam maiores proporções tanto a nível sonoro com a nível de
duração. É importante referir também que, devido a uma melhor qualidade dos
instrumentos e dos executantes, a orquestra atingiu grande qualidade sonora e
quantidade de músicos.O Romantismo
desenvolveu o virtuosismo na execução instrumental que atingiu elevados graus
de dificuldade e técnica instrumental levando os músicos a tornarem-se figuras
públicas de destaque.
Renascimento
O período
renascentista é caracterizado pela mudança de pensamento do homem perante o
mundo. Sabe-se desde logo que esta mudança vai também influenciar a arte. O
homem do renascimento já não vive apenas dominado pelos valores da igreja,
agora encontra valores nele próprio e na natureza. A igreja também se tornou
menos rígida e permitiu uma troca maior entre a música sacra e a música
profana.É nesta altura também que os donos das cortes e homens ricos concedem
oportunidades de trabalho aos compositores e aos músicos, promovendo festas,
audições e acontecimentos culturais.Neste período, as obras musicais que se
desenvolvem são essencialmente vocais, ou melhor, a música vocal polifônica é a
composição mais comum.As formas vocais mais importantes deste período são: os madrigais,
a missa, e o motete.É também no renascimento que, apesar de se continuar a
utilizar os instrumentos para duplicar, reforçar ou substituir as vozes, se
começou a desenvolver uma música composta para ser tocada por instrumentos
musicais, destacando-se o alaúde e as violas de gamba.
Classicismo
No período clássico a
música torna-se mais leve e menos complicada que no barroco. Agora a música
revela uma extrema suavidade e beleza com grande equilíbrio e perfeição
estética.No classicismo é a melodia com acompanhamento de acordes que
predomina. As frases melódicas são curtas, claras e bem definidas, sentindo-se
o princípio, meio e fim de cada uma. Há também uma maior variação em relação à
dinâmica das obras musicais, surge o sforzatto, o crescendo e diminuendo. A
sonoridade resultante de todas estas características é bastante tonal.O cravo
cai em desuso para dar lugar ao piano que o irá substituir definitivamente.
Também a orquestra toma maiores proporções ao mesmo tempo que diversifica os
seus instrumentos.Desenvolvem-se grandes gêneros instrumentais como: a forma
sonata, o quarteto de cordas, a sinfonia e o concerto.
A Música Moderna
O século XX surgiu
como a era das experiências, da procura de novas técnicas e de novos caminhos
para a arte em geral.Como o Romantismo explorou ao máximo as possibilidades
tonais, o século XX trouxe para a música mudanças em relação à sonoridade, que
resultaram da aplicação de novas técnicas de composição e de instrumentos com
sons inovadores e tecnológicos. Neste contexto surgem assim os primeiros
instrumentos eletrônicos (guitarra elétrica e sintetizador) ligados, numa
primeira fase, à música Pop e Rock e, numa segunda, a outros gêneros musicais.Há
uma maior tendência para valorizar as culturas extra-europeias, mas, é de
referir, que este fator foi impulsionado pela evolução dos meios de
comunicação. Outro fato importante, foi o aparecimento da gravação que abriu um
novo mundo para a produção musical.
A procura de novas
sonoridades fez com que alguns compositores explorassem sons de variados
objetos e utensílios para os transformar em instrumentos musicais.Também os
instrumentos convencionais são transformados e devidamente preparados de forma
a alargar as suas possibilidades tímbricas e sonoras, pois, é importante saber
que o timbre é talvez o parâmetro da música mais valorizado deste período.Houve
então uma renovação na linguagem musical devido à procura de novos timbres,
novas harmonias, novas melodias e novos ritmos assim como o aparecimento de
novos métodos de composição musical.
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