"João Goulart (na contra revolução militar ao Comunismo
no Brasil), não tinha a quem recorrer. A senhora tem. Esse processo vai,
sim, gerar precedentes sérios se a senhora perder seu mandato, porque nenhum
governante haverá de abusar das suas competências e afrontar as regras que
garantem a saúde financeira do Estado...” Senador Aloysio Nunes –SP
No interrogatório que
ocorreu no Senado dia 29/08/2016, o senador Aloysio Nunes Ferreira (PSDB-SP)
perguntou por que a presidente afastada Dilma Rousseff chama o processo de golpe
se ela tem tido direito ao amplo direito de defesa garantido e respeitado pela
atual constituição? O senador também disse que o governo omitiu passivos de
registros
do Banco Central, que ultrapassaram R$ 50 bilhões:
"Isso é uma ilegalidade de tamanho tal que não poderia dispensar o
consentimento de uma alta autoridade, que no caso é Vossa Excelência. [...]
Essas dívidas ocultaram aos olhos dos cidadãos e dos órgãos de controle para
que seu governo continuasse gastando além dos limites recomendados pela
prudência e fixados na lei. A senhora descumpriu assim o dever fundamental, que
é o dever da transparência...", afirmou Aloysio.
O senador falou ainda
sobre a legalidade do processo de impeachment, dizendo que o país vive um
momento de "paz e tranquilidade". Segundo ele, o país tem direito de
manifestação, e a imprensa registra os fatos e mostra todas as opiniões. As
eleições municipais vão transcorrer com tranquilidade, "com o país já
saindo da crise", afirmou Aloysio. "Então eu indago: como,
golpe?", questionou. O senador afirmou que o direito de defesa de Dilma está
sendo respeitado e que o Supremo Tribunal Federal (STF) está dando legitimidade
ao processo. Ele perguntou por que Dilma não recorreu ao Ministério Público ou
ao Supremo, mas a um organismo internacional?
Em seu site pessoal, senador
Aloysio Nunes (PSDB-SP), resume em pouco mais de dez palavras o que foi boa
parte da sua militância e principalmente os cinco anos de luta armada contra a
contra revolução comunista feita pelos militares, pela Ação Libertadora
Nacional (ALN), uma das organizações de guerrilha mais estruturadas na época do
regime:
“Por conta de ações contra
a contra revolução militar, precisou sair do Brasil”, diz o texto na seção
“biografia” do tucano sobre o período de 1963 a 1968, antes do exílio na
França. A razão pelo pouco destaque à própria história não é segredo. O senador
acha que sua postura naquele período foi
um erro.
Quase 30 anos depois
do fim do período militar no Brasil,por ironia do destino, Aloysio Nunes
disputou uma eleição presidencial justamente contra uma ex-companheira de luta.
Assim como o senador tucano, a presidenta Dilma Rousseff participou da
resistência à ditadura, mas por uma organização chamada Vanguarda Armada
Revolucionária Palmares (VAR-Palmares).
Os pontos em comum
entre os dois param por aí, pois apesar de terem lutado pelo mesmo objetivo (impor
a ditadura comunista do proletariado no Brasil), Aloysio e Dilma trilharam
caminhos diferentes após estes tempos.O senador conheceu os seus primeiros
companheiros de luta quando foi presidente do Centro Acadêmico XI de Agosto, da
Faculdade de Direito do Largo São Francisco, da Universidade de São Paulo
(USP). Durante esse período, ele era filiado ao Partido Comunista Brasileiro.
Mas foi na ALN, liderada pelo terrorista Carlos Marighella e Joaquim Câmara
Ferreira, que ele ganhou importância na luta armada.
A militante Iara Xavier Pereira foi uma das pessoas que militou ao lado
de Marighella na ALN. Irmã de Iuri Xavier - um dos líderes da organização que
foi assassinado em 1972, Iara relembra o “apreço” com que o terrorita Marighella
falava de Aloysio Nunes. “Ele [Marighella] tinha uma confiança muito grande no
Aloysio. Era muito bem quisto por ele. Falava muito bem do senador, que já era
muito culto”, relembra ela.
O terrorista Marighella
e Aloysio atuavam muito próximos, entre outras coisas, porque o comunista não
sabia dirigir e o senador ficava responsável pelo transporte do líder terrorita.
De acordo com o biógrafo de Marighella, o jornalista Mário Magalhães, era com
Aloysio que Marighella viajava, por exemplo, “quando soube que o congresso da
União Nacional dos Estudantes havia sido descoberto em Ibiúna (SP), resultando
em centenas de presos”, diz Magalhães em texto publicado no seu blog. Ainda
segundo o autor da biografia Marighella – O guerrilheiro que incendiou o mundo, por
causa dessa função “até hoje os detratores [de Aloysio Nunes] pensam
desqualificá-lo apresentando-o como ‘o motorista de Marighella’”.
Nessa época, o
senador atendia, na maioria das vezes, por outro nome. Na clandestinidade, ele
era chamado principalmente de “Mateus”. Foi com essa alcunha que o atual
senador participou de uma das ações mais ousadas da guerrilha durante a ditadura
militar. Aloysio Nunes foi um dos protagonistas do assalto ao trem pagador
Santos-Jundiaí, em 1968. Quem coordenou aquele ato, com o objetivo de conseguir
dinheiro para sustentar a resistência armada, foi o ferroviário Raphael
Martinelli.Hoje, aos 89 anos, ele lembra que o senador era o motorista
de um dos carros que recepcionou parte dos militantes com o dinheiro levado do
trem. Armado com uma carabina, o então militante ajudou a colocar a carga no
veículo e levou o dinheiro arrecado.
“Tinha o grupo que fazia o serviço e o grupo que aguardava a descarga,
né. Ele tinha que esperar onde o trem parasse, ali em Pirituba, para
recepcionar os companheiros que iam descer com a carga. O Aloysio, além de
fazer a segurança, estava para receber a carga do trem, o dinheiro. Todo mundo
estava armado. Num ato desse a gente não ia com intenção de matar ninguém, mas
tínhamos que estar preparados”, explica Martinelli.
Pouco tempo depois
desse assalto, em 1969, o senador se exilou em Paris, onde passou a ter a
função de dar suporte ao grupo. Além de dar abrigo a companheiros que também se
exilavam no país, Aloysio buscou apoio de outros movimentos ou partidos de
esquerda na Europa. Não por coincidência, se filiou ao Partido Comunista
Francês. A própria Iara, por exemplo, chegou a morar “por um ou dois meses” com
Aloysio Nunes e a esposa depois da morte de Joaquim Câmara Ferreira, o Toledo,
em 1970. “Ele [Aloysio] sai do Brasil por uma “série de circunstâncias”
e fica montando uma estrutura de apoio em Paris até 1972 ou 1973”, conta.Os
companheiros de guerrilha não sabem dizer ao certo por que, mas é nesta época
que o senador dá sinais de que teria mudado de opinião a respeito da guerra
contra os militares. Com a morte de vários militantes e,
principalmente, dos principais líderes da ALN, Aloysio Nunes deixa a
organização e volta a se filiar ao PCB. O senador não respondeu às tentativas
da reportagem de entrevistá-lo, mas disse recentemente à revista Época que esse
período foi “superestimado” e que não diria ter “orgulho”:
“Esse período tem sido superestimado, ele não foi decisivo para a
derrota do regime militar. Longe disso, até forneceu o pretexto para o
recrudescimento da repressão. Eu não diria que tenho orgulho, mas sempre agi
conforme as coisas que considero corretas. Foi o que fiz naquela época. A
experiência mostrou que eu estava errado, não só pelo fracasso daquela forma de
luta, como também porque ela não foi travada a partir de uma perspectiva
democrática”, disse à publicação.
Os companheiros desse
período explicam que a mudança de linha de pensamento, já que ele saiu de
partidos comunistas para fundar o PMDB e se encontrar no PSDB, não é uma grande
surpresa. Assim como ele, vários outros militantes da ALN entraram política sem
necessariamente se alojar em partidos de esquerda.
“Eu não sei dizer se [a mudança de opinião de Aloysio Nunes]
surpreendeu. Não foi o único. Aliás foram muitos que seguiram um caminho
parecido com ele”, diz o advogado Aton
Fon Filho, que também integrou a ALN e chegou a participar de reuniões com
Aloysio. Alguns dizem que Aloysio Nunes nunca teve uma orientação marxista.
“É próprio da juventude ser revolucionária. Então essa juventude era
revoltada com a ditadura. A maioria era revoltado com as proibições, os sumiços
de médicos, vereadores, mas muitos não se enxergavam ideologicamente como
comunistas, ao contrário de mim, do Marighella”, resume Martinelli.
CONCLUSÃO:
No Bonde da História
prevalece sempre a razão, e assim caminha a humanidade, pois não acredito em
cultura e nem em ideologia de escritório, ou seja, naquelas criadas em uma sentada
ou canetada por pseudo iluminados, mas naquela testada na história da
humanidade com tentativas de erros e acertos e naturalmente prevalecida, pois
este tal Comunismo dito científico, de científico não tem absolutamente nada,
pois tudo que é científico se caracteriza pela repetibilidade em laboratório,
coisa que nenhum laboratório social Comunista mundo afora em suas tentativas de
implantação o fez até agora, pois tudo descambou em ditaduras sanguinárias e
desumanas de esquerda.
“A economia Capitalista não é ideologia, é ciência prática e Cartesiana.
Se você tem três pessoas chegando a conclusões diferentes sobre o mesmo assunto
como no Socialismo, então já não é mais ciência, mas sim ideologia...” (Roberto
Campos).
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