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O que é o "pecado imperdoável contra o Espírito Santo", e como acontece?

Written By Beraká - o blog da família on domingo, 28 de agosto de 2016 | 20:52






Por *Francisco José Barros Araújo 




O Nº  §1864 do Catecismo da Igreja Católica explica:





“Aquele que blasfemar contra o Espírito Santo não terá remissão para sempre. Pelo contrário, é culpado de um pecado eterno” (Mc 3,29). A misericórdia de Deus não tem limites, mas quem se recusa deliberadamente a acolher a misericórdia de Deus pelo arrependimento, rejeita o perdão de seus pecados e a salvação oferecida pelo Espírito Santo. Semelhante endurecimento pode levar à impenitência final e à perdição eterna”.












Disse o Papa Inocêncio III:



“Os anjos réprobos e os condenados não se humilharão; pelo contrário, crescerá neles a perseverança do ódio”

 

 

 

São Jerônimo baseado nas escrituras afirma que:




-“Nos réprobos, o desejo de pecar é insaciável” (Pr 27, 20).

 

 

 

-“A ferida de tais desgraçados é incurável; porque eles mesmos recusam a cura” (Jr 15, 18).”

 

 



 disse o Belluacense:

 



“Ali a culpa poderá ser castigada, porém,  jamais expiada” (Lib. II, 3p),

 

 



Segundo Santo Agostinho:



“Ali o pecador é incapaz de arrependimento. E ainda que Deus quisesse perdoar ao réprobo, este não aceitaria a reconciliação, porque sua vontade obstinada e rebelde está confirmada no ódio contra Deus”.



Citações de Santo Afonso de Ligório: "Preparação para a morte", edição em PDF, pp. 287-288)

 

 




Diante disso, nos ensina São João Paulo II que:






“A blasfêmia (contra o Espírito Santo) não consiste propriamente em ofender o Espírito Santo com palavras; consiste, antes, na recusa de aceitar a salvação que Deus oferece ao homem, mediante o mesmo Espírito Santo agindo em virtude do sacrifício da cruz. Se o homem rejeita o deixar-se ‘convencer quanto ao pecado’, que provém do Espírito Santo e tem caráter salvífico, ele rejeita ao mesmo tempo a ‘vinda’ do Consolador: aquela ‘vinda’ que se efetuou no mistério da Páscoa, em união com o poder redentor do sangue de Cristo que ‘purifica a consciência das obras mortas’. Sabemos que o fruto desta purificação é a remissão dos pecados. Por conseguinte, quem rejeita o Espírito Santo e o sangue, permanece nas ‘obras mortas’, no pecado. E a ‘blasfêmia contra o Espírito Santo’ consiste exatamente na recusa radical de aceitar esta remissão, de que ele é dispensador íntimo e que pressupõe a conversão verdadeira, por ele operada na consciência (...) Ora, a blasfêmia contra o Espírito Santo é o pecado cometido pelo homem, que reivindica seu pretenso ‘direito’ de perseverar no mal – em qualquer pecado – e recusa por isso mesmo a Redenção. O homem fica fechado no seu pecado, tornando impossível da sua parte a própria conversão e também, conseqüentemente, a remissão dos pecados, que considera não essencial ou não importante para a sua vida” - (Carta Encíclica Dominum Vivificantem, Nº46).






Como Deus poderá perdoar alguém que não quer ser perdoado como satanás ?







Portanto, o pecado contra o Filho pode ser perdoado, mas, o pecado contra o Amor de Deus, que é o próprio Espírito Santo de Deus, não pode ser perdoado, NÃO PORQUE DEUS NÃO TENHA PODER DE PERDOAR, MAS PORQUE O PECADOR NÃO QUER ARREPENDER-SE E PEDIR PERDÃO DE SEU PECADO, e nem ao menos o reconhece como pecado!








Para que o nosso entendimento ficasse mais claro acerca deste terrível pecado, o Papa São Pio X, que governou a Igreja de 1903 a 1914, no seu Catecismo, ensinou que seis são os pecados contra o Espírito Santo:







1º) - DESESPERO DE SALVAÇÃO: Quando uma pessoa, como Judas (que reconheceu seu grave pecado), não pede perdão porque considera que Deus é incapaz de perdoá-lo, ou como o demônio que não reconhece que pecou, e não pedindo perdão, não é perdoado, "pois só pode haver perdão, onde há arrependimento e confissão da culpa". O problema do perdão portanto não está em Deus, mas na pessoa que recusa a misericórdia divina, gratuitamente oferecida!






2º) - PRESUNÇÃO DE SALVAÇÃO SEM ESFORÇO E MERECIMENTO ALGUM: Contrariando Filipenses 2,12; Mateus 25,35-45; Tiago 2,20 e Efésios 2,8-10.Quando a pessoa presunçosamente se julga já salva, se julgando no direito até de pecar, porque se considera predestinada a salvação, independente do que faça, a pessoa cultiva em sua alma uma vaidade autosuficiente, presunçosa e egoísta, achando-se já salva, e impossibilitada de perder a Salvação, quando na verdade nada fez para que confirmasse sua eleição e salvação. Isso cria uma fácil e perigosa acomodação, a ponto da pessoa não se mover em nenhum aspecto para que melhore sua condição pecadora. Se já está salva para que melhorar? Pode ela presunçosamente assim perguntar-se. Nesse estado, a pessoa torna-se seu próprio juiz, abandonando o Juízo Absoluto que pertence somente a Deus!





3º) - CONCIENTEMENTE E DELIBERADAMENTE,  NEGAR A VERDADE CONHECIDA COMO TAL: Quando o(a) pecador(a) de tal modo orgulhoso, consciente, e deliberado, se entrega conscientemente à mentira a ponto de acabar acreditando na sua mentira como verdade, e, por isso, recusa até a evidência da verdade. Era o pecado dos fariseus que viam Cristo fazer milagres, e os negavam, apesar de vê-los, atribuindo-os ao demônio. Não havia então modo de convertê-los. ou seja, quando a pessoa percebe que está errada, mas por uma questão meramente caprichosa e orgulhosa, não aceita: prefere persistir no erro do que reconhecer-se errada. Nega-se assim a Verdade que é o próprio Deus e sua única e verdadeira Igreja que "é coluna e sustentáculo da verdade"( confr. I Tim 3,15).







ENTENDO POR QUE A IGREJA AFIRMA QUE : “FORA DA IGREJA NÃO HÁ SALVAÇÃO”













“§846 Como entender esta afirmação, com freqüência repetida pelos Padres da Igreja? Formulada de maneira positiva, ela significa que toda salvação vem de Cristo-Cabeça por meio da Igreja, que é seu Corpo:Apoiado na Sagrada Escritura e na Tradição, [o Concílio] ensina que esta Igreja peregrina é necessária para a salvação. O único mediador e caminho da salvação é Cristo, que se nos torna presente em seu Corpo, que é a Igreja. Ele, porém, inculcando com palavras expressas a necessidade da fé e do batismo, ao mesmo tempo confirmou a necessidade da Igreja, na qual os homens entram pelo Batismo, como que por uma porta. Por isso não podem salvar-se aqueles que, sabendo que a Igreja católica foi fundada por Deus por meio de Jesus Cristo como instituição necessária (Mateus 16,18), apesar disso não quiserem nela entrar ou nela perseverar.



§847 Esta afirmação não visa àqueles que, sem culpa, desconhecem Cristo e sua Igreja: "Aqueles, portanto, que sem culpa ignoram o Evangelho de Cristo e sua Igreja, mas buscam a Deus com coração sincero e tentam, sob o influxo da graça, cumprir por obras a sua vontade conhecida por meio do ditame da consciência podem conseguir a salvação eterna".



§848 "Deus pode, por caminhos dele conhecidos, levar à fé todos os homens que sem culpa própria ignoram o Evangelho. Pois 'sem a fé é impossível agradar-lhe' Mesmo assim, cabe à Igreja o dever e também o direito sagrado de evangelizar" todos os homens.”






Entretanto, é preciso notar, isso não quer dizer que uma pessoa não católica esteja fatalmente votada à perdição. Porque alguém que não pertence ao corpo da Igreja, pode entretanto pertencer à sua alma. Tomemos o caso de um índio aqui do Brasil, antes da chegada dos portugueses: Como poderia ele se salvar sem conhecer Cristo? São Paulo nos diz que aqueles que não conheceram a salvação por impossibilidade absoluta – é o caso desse índio – serão julgados por Deus de acordo apenas com a Lei natural, que está impressa na natureza de todo ser humano (Romanos 2).






4º) - TER INVEJA DOS BENEFÍCIOS QUE DEUS FEZ A OUTREM: Isto é, odiar a Deus, por ter dado alguma graça a outros, e não a nós. Desse modo se odeia a bondade de Deus, que é o próprio Espírito Santo,ou seja, a inveja é um sentimento que consiste primeiramente em entristecer-se porque o outro conseguiu algo de bom, independentemente se eu já possua aquilo ou não. É o não querer que a pessoa fique bem. Ora, se eu me invejo da graça que Deus dá alguém, estou dizendo que aquela pessoa não merece tal graça, me tornando assim o regulador do mundo, inclusive de Deus, determinando a quem Ele deve dar tal ou tal coisa.




5) - OBSTINAÇÃO NO PECADO: É a teimosia, a firmeza, a relutância de permanecer no erro por capricho , ou orgulho, ou seja, é quando o homem “reivindica seu pretenso ‘direito’ de perseverar no mal, em qualquer pecado, e recusa por isso mesmo a sua Redenção.




6) - IMPENITÊNCIA FINAL: Quando a pessoa recusa o perdão de Deus na hora da morte, recusando os sacramentos impiamente, ou seja, é o resultado de toda uma vida de rejeição a ação de Deus em sua vida, e persiste no erro até o final, recusando-se a arrepender-se e penitenciar-se.








CONCLUSÃO:







O pecado  contra o Espírito Santo não tem perdão, porque a pessoa não quer pedir perdão por ele, pois nem o considera pecado. Ninguém confessa pecado contra o Espírito Santo! Se uma pessoa vai confessar-se por ter cometido pecado contra o Espírito Santo, é sinal claro que não cometeu esse pecado, porque, se o tivesse cometido, não pediria nunca perdão por ele. Portanto, não tenha medo de ter pecado contra o Espírito Santo. O seu próprio receio em ter ofendido a Deus já é prova que você não o cometeu. Tenha sempre muita confiança em Deus e em sua misericórdia infinita. Recomendam todos os santos que se recorra sempre a Nossa Senhora, que é refúgio seguro dos pecadores. Quem recorre a Maria Santíssima não perde sua alma.







O nosso Catecismo ainda diz que:







“Não há pecado algum, por mais grave que seja, que a Santa Igreja não possa perdoar. Não existe ninguém, por mais mau e culpado que seja, que não deva esperar com segurança a seu perdão, desde que seu arrependimento seja sincero. Cristo que morreu por todos os homens, quer que, em sua Igreja, as portas do perdão estejam sempre abertas a todo aquele que recua do pecado”. (§982)







Portanto, ninguém pode se desesperar da própria salvação, mesmo que tenha pecado gravemente e de muitas maneiras! O Coração Sagrado de Jesus está sempre aberto para nos dar a sua misericórdia quando voltamos a Ele sinceros, de coração contrito e arrependidos como o filho pródigo.











Oração ao Espírito Santo pedindo a graça virtuosa da humildade!  


Espírito Santo, meu Deus, buscamos humildemente o Teu perdão enquanto nos ajoelhamos diante de Ti, orando pela virtude da humildade. Neste mundo agitado e tumultuado, muitas vezes negligenciamos o significado da humildade, tornando-nos enredados pelo egocentrismo e pelo orgulho, desviando-nos assim dos Teus ensinamentos. Hoje abrimos nossos corações para Ti, pedindo-Te que nos concedas espíritos humildes, para que possamos reconhecer nossa própria insignificância e fragilidade. Guie-nos pelo caminho da humildade e ensine-nos a abandonar a arrogância e a presunção e a cultivar um espírito de perdão pelas faltas dos outros. Que possamos aprender com essas experiências, progredindo continuamente em nossa jornada. Espírito Santo, ouça nosso apelo. Que a Tua luz da humildade brilhe intensamente em nossos corações, ajudando-nos a tratar com humildade os que nos rodeiam, guiados pelo Teu amor. Isto nos aproximará de Ti e promoverá a harmonia com os outros. Que possamos sempre viver cada dia com gratidão, guiados pela Tua Santíssima vontade. Amém!








Ó Vinde Espírito Santo, enchei os corações dos vossos fiéis e acendei neles o fogo do Vosso Amor! Enviai o Vosso Espírito e tudo será criado e renovareis a face da terra! Oremos: Ó Deus que instruíste os corações dos vossos fiéis, com a luz do Espírito Santo, fazei que apreciemos retamente todas as coisas segundo o mesmo Espírito e gozemos da sua consolação.Por Cristo Senhor Nosso. Amém!





*Francisco José Barros Araújo – Bacharel em Teologia pela Faculdade Católica do RN, conforme diploma Nº 31.636 do Processo Nº  003/17











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Anônimo
21 de setembro de 2024 às 09:29

Ora, a blasfêmia contra o Espírito Santo é o pecado cometido pelo homem, que reivindica seu pretenso ‘direito’ de perseverar no mal – em qualquer pecado – e recusa por isso mesmo a Redenção. O homem fica fechado no seu pecado, tornando impossível da sua parte a própria conversão e também, conseqüentemente, a remissão dos pecados, que considera não essencial ou não importante para a sua vida” - (Carta Encíclica Dominum Vivificantem, Nº46).

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