Antes de enfrentarmos propriamente as críticas dirigidas ao santo padre,
ocasionadas em virtude de algumas coisas que ele disse no congresso sobre a
família realizado na Diocese de Roma (16/6/2016), cumpre esclarecer que o papa
tem todo direito de emitir pareceres como teólogo, vale dizer, porem, que nem
tudo o que o sumo pontífice afirma é parte integrante do magistério ordinário
ou extraordinário, mas tão somente sua opinião meramente pessoal. Sua
santidade, como qualquer católico, pode ter posições teológicas acerca de
assuntos opináveis. É importante ressaltar este aspecto, uma vez que o bispo de
Roma, eventualmente, pode externar uma ideia que encontre opositores no meio
eclesiástico. Isto é absolutamente normal e sempre ocorreu na história do
papado. Mas, no caso das assertivas de
Francisco com relação à nulidade da maioria dos casamentos atuais, palavras que
ele proferiu por ocasião do congresso acima referido -, não se trata de análise
teológica; cuida-se da constatação de uma realidade prática e não teológica.
De fato, a maioria dos que se casam hoje em dia simplesmente não sabem o que é
o casamento cristão ou têm-no como provisório, como afirmou o papa. Daí a nulidade por exclusão do próprio
sacramento, consoante dispõe o cânon 1101, § 2.º, pois, através de um ato
positivo da vontade, exclui-se a indissolubilidade, que é uma propriedade
essencial do matrimônio, conforme preceitua o cânon 1055. Ora, a cultura do
provisório na qual estamos mergulhados só pode conduzir a “relações líquidas”,
para parodiarmos um termo cunhado pelo filósofo Bauman. Outra lição do papa,
também dada no congresso supramencionado, e igualmente alvo de críticas, é de
uma incrível precisão teológica e jurídica!
Francisco disse que viu fé em casais que simplesmente conviviam, sem a
celebração canônica, e que está certo que são verdadeiros casamentos (embora
não sacramentalizados). A forma canônica
ou a celebração do casamento na igreja não constitui um dado dogmático ou algo
imprescindível para a atuação do sacramento. Por quê? Porque os ministros do
sacramento do matrimônio são os noivos. A forma canônica, hodiernamente
indispensável à validade, surge tão só no Concílio de Trento, a fim de coibir
abusos e, não sendo uma norma de direito divino, admite exceções. Desta
feita, o papa está absolutamente correto: existem casamentos contraídos na
igreja que são nulos e existem convivências que são genuínos sacramentos
(embora não formais do direito, mas apenas de fato). Afinal de contas, conforme
reza uma conhecida máxima da teologia, "o Espírito Santo sopra onde quer".
Papa afirma que "a
maioria dos casamentos católicos apesar da validade da celebração, são nulos na essência!"
A "INDISSOLUBILIDADE SACRAMENTAL NÃO PERMITE EXPERIÊNCIAS durante o matrimônio", excetuando a relação sexual, ISTO DEVE SER FEITO ANTES: NO NAMORO E NOIVADO!
(Igreja negou o divórcio ao rei Henrique VIII)
O
papa Francisco afirmou que a maioria dos matrimônios católicos são nulos por terem
sido contraídos por pessoas que não compreendem o sentido deste compromisso
indissolúvel até a morte, segundo declarações recolhidas nesta sexta-feira
pelos jornalistas.
"A maioria dos matrimônios
sacramentais é nula porque os jovens dizem 'sim, para toda vida', mas não sabem
o que isso significa", comentou o papa na basílica de São Pedro, falando
diante de inúmeros fiéis e sacerdotes da diocese de Roma, respondendo de
maneira espontânea às perguntas sobre os últimos sínodos sobre a família.
"Os
jovens não sabem o que dizem porque têm outra cultura (...) têm boa vontade,
mas não são conscientes", insistiu.
Francisco
já mencionou várias vezes a nulidade dos casamentos contraídos por convenção
social, de maneira precipitada, ou apenas por mera formalidade, ou pressões contextuais,
sem a devida preparação, seja porque a noiva estava grávida ou porque sonhava
com o vestido de noiva e a festa.A assessoria de imprensa do
Vaticano, depois de publicadas estas declarações, tentou retificar algumas.
Segundo
o texto oficial, o papa falava de uma parte e não da maioria dos casamentos.O
casamento católico é um sacramento indissolúvel e não admite o divórcio, mas
Francisco mudou no ano passado os procedimentos de reconhecimento de nulidade
do matrimônio, o que quer dizer que mesmo celebrado validamente ,o sacramento
jamais existiu! E orientou ante os tribunais eclesiásticos, para
simplificá-los, acelerá-los e torná-los menos onerosos.O
Papa falou sobre crise do casamento e disse que os jovens "não sabem o que
estão fazendo" ao assumir compromissos de caráter definitivos.
Os comentários
do pontífice são considerados "progressistas" e irritam setores
conservadores da Igreja Católica, ao dizer que “muitos” dos casamentos católicos
realizados hoje é de celebração válida perante a Igreja, porém nula por parte
dos nubentes.Isso porque, em sua visão, os casais se unem sem perceber que
estão assumindo um compromisso para toda a vida. O pontífice, que vem sofrendo
repúdio por fazer comentários considerados progressistas sobre questões doutrinárias,
falava durante uma sessão de perguntas e respostas com padres, freiras e
trabalhadores de paróquias na noite dessa quinta-feira (16) em uma basílica de
Roma.
"Estamos vivendo uma cultura
provisória", disse Francisco, em resposta a um homem que perguntou como a
igreja pode preparar melhor os casais jovens diante da "crise do
casamento". "Por causa disso, muitos de nossos casamentos
sacramentais é nula, porque os casais dizem 'sim, pelo resto da minha vida',
mas não sabem o que estão fazendo", afirmou.Na
transcrição do Vaticano, divulgada na manhã desta sexta-feira (17/06/2016),
suas palavras foram alteradas de "grande maioria" para
"alguns".
O porta-voz do Vaticano disse que as colocações
improvisadas do líder católico são editadas às vezes depois de consultas com
ele próprio ou com assessores!
O Papa Francisco pediu, na
quinta-feira 16 de junho, que seja aprofundada a preparação para o matrimônio
desenvolvendo um “apostolado da escuta”, considerando que a ignorância do
compromisso sacramental torna a maior parte dos casamentos “nulos”.Fazendo eco
a um tema já debatido durante o sínodo sobre a família, o Papa Francisco pediu
que a preparação para o casamento seja mais aprofundada, pois senão “a grande
maioria dos casamentos sacramentais são nulos.”
Na transcrição do improviso do
papa, o Vaticano escreveu o que ele realmente quis dizer:
-“uma parte dos nossos casamentos
sacramentais” são nulos.“Eles
dizem ‘sim, para toda a vida’, mas eles não sabem o que dizem, porque eles têm
uma outra cultura”, observou o Papa, falando de improviso, em 16 de junho, na
abertura Congresso eclesial da diocese de Roma, na Catedral de São João de
Latrão. “Eles têm boa vontade mas não têm consciência (do sacramento,
NDR.)”,prosseguiu ele , descrevendo uma “cultura do provisório” com base na sua
experiência pastoral na Argentina.“As pessoas não sabem o que é o
sacramento”. A crise do casamento é porque as pessoas não sabem o que é o
sacramento, a beleza do sacramento. Não sabem que ele é indissolúvel, não sabem
que é para toda a vida” – insistiu o
Papa Francisco, lamentando a focalização sobre a preparação material do
casamento.
-[A preparação] para o sacramento exige tempo, do mesmo modo que para
as vocações sacerdotais e religiosas. É preciso fazer a preparação “com proximidade, sem ter medo,
lentamente” - “É um caminho de conversão!”
Fazendo
assim o elogio da paciência, o papa augurou, tal como durante a recente Jubileu
dos sacerdotes, que estes desenvolvam um “apostolado da orelha:ouvir, acompanhar, esperar
e fazer amadurecer a fidelidade”.
Como
em outras ocasiões, ele lembrou que, quando era arcebispo de Buenos Aires, ele
tinha proibido sempre os casamentos durante a gravidez, porque nesse caso a
pressa para se casar antes do nascimento, para ficar “socialmente em regra”, impedia
que o sacramento fosse livremente
consentido, o que é uma causa de nulidade.Sempre apoiando-se em exemplos de
seu pastoreio na Argentina, o papa também observou, sem julgar, que a maioria
dos casais que se apresentavam à preparação para o casamento já viviam juntos.
“Não
dizer imediatamente: ‘Por que não se casa na igreja’ ?...recomendou ele aos numerosos
sacerdotes presentes.“Não obstante, em verdade,
eu digo que eu vi tanta fidelidade nessas coabitações, tanta fidelidade...Estou
certo de que este é um verdadeiro casamento, eles têm a graça do casamento
justamente pela fidelidade que eles têm”. observou o ex-arcebispo de Buenos
Aires.
Estes
comentários pessoais do papa, fazem lembrar o convite a discernir os elementos
positivos das coabitações, feito durante os dois sínodos sucessivos sobre a
família, em 2014 e 2015, e retomado na exortação pós-sinodal do Papa este ano: Amoris
laetitia.
Fontes: Reuters e Zenit
....................................................................
GOSTOU Do APOSTOLADO berakash? QUER SER UM (A) SEGUIDOR (a) E RECEBER AS ATUALIZÇÕES EM SEU CELULAR, OU, E-MAIL?
Segue no link abaixo o “PASSO-A-PASSO” para se tornar um(a) seguidor(a) - (basta clicar):
https://berakash.blogspot.com/2023/10/como-ser-um-ser-um-seguidor-e-ou.html
Shalom!
.............................................
APOSTOLADO BERAKASH - A serviço da Verdade: Este blog não segue o padrão comum, tem opinião própria, não querendo ser o dono da verdade, mas, mostrando outras perspectivas racionais para ver assuntos que interessam a todos. Trata basicamente de pessoas com opiniões e ideias inteligentes, para pessoas inteligentes. Ocupa-se de ideias aplicadas à política, a religião, economia, a filosofia, educação, e a ética. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre literatura, questões culturais, e em geral, focando numa discussão bem fundamentada sobre temas os mais relevantes em destaques no Brasil e no mundo. A mera veiculação, ou reprodução de matérias e entrevistas deste blog não significa, necessariamente, adesão às ideias neles contidas. Tal material deve ser considerado à luz do objetivo informativo deste blog, não sendo a simples indicação, ou reprodução a garantia da ortodoxia de seus conteúdos. As notícias publicadas nesta página são repostadas a partir de fontes diferentes, e transcritas tal qual apresentadas em sua origem. Este blog não se responsabiliza e nem compactua com opiniões ou erros publicados nos textos originais. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com as fontes originais para as devidas correções, ou faça suas observações (com fontes) nos comentários abaixo para o devido esclarecimento aos internautas. Os comentários devem ser respeitosos e relacionados estritamente ao assunto do post. Toda polêmica desnecessária será prontamente banida. Todos os comentários são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam, de maneira alguma, a posição do blog. Não serão aprovados os comentários escritos integralmente em letras maiúsculas, ou CAIXA ALTA. A edição deste blog se reserva o direito de excluir qualquer artigo ou comentário que julgar oportuno, sem demais explicações. Todo material produzido por este blog é de livre difusão, contanto que se remeta nossa fonte.Não somos bancados por nenhum tipo de recurso ou patrocinadores internos, ou externo ao Brasil. Este blog é independente e representamos uma alternativa concreta de comunicação. Se você gosta de nossas publicações, junte-se a nós com sua propaganda para que possamos crescer e fazer a comunicação dos fatos, doa a quem doer. Entre em contato conosco pelo nosso e-mail abaixo, caso queira colaborar de alguma forma:
filhodedeusshalom@gmail.com
+ Comentário. Deixe o seu! + 2 Comentário. Deixe o seu!
Fiquei com uma dúvida! E se o casal depois tomar conta da indissolubilidade e assumi-la, mesmo que antes tenham querido fazer realmente uma experiência, tem que fazer novamente a celebração ou renovação do sacramento?
Não precisa! No momento que se assume e toma a consciência da indissolubilidade matrimonial com todas as graças e desafios, o matrimônio é validado, pois neste sacramento ao contrário dos outros 6 sacramentos, quem celebra são os nubentes.
Postar um comentário
Todos os comentários publicados não significam a adesão às ideias nelas contidas por parte deste apostolado, nem a garantia da ortodoxia de seus conteúdos. Conforme a lei o blog oferece o DIREITO DE RESPOSTA a quem se sentir ofendido(a), desde que a resposta não contenha palavrões e ofensas de cunho pessoal e generalizados. Os comentários serão analisados criteriosamente e poderão ser ignorados e ou, excluídos.