Efésios 4,14: “Para que não sejamos mais como
crianças, levados de um lado para o outro pelas ondas , nem jogados para cá e
para lá por todo vento de doutrina e pela malícia de certas pessoas que induzem
os incautos ao erro...”
Por *Francisco José Barros Araújo
Prefiro ter opinião formada sobre tudo, porque muitas vezes
somos influenciados justamente por não termos uma opinião sobre algo, mas é
claro sempre com a mente e o bom senso em alerta para reconhecer a verdade e a
hora das mudanças, não que a verdade mude, mas ter humildade de se deixar ser
vencido por ela. Eu acredito que o perigo existe quando agimos de maneira
extremista, pois ser fundamentalista é tão perigoso quanto ser leviano, se
deixando levar por qualquer opinião diferente, só porque é diferente, ou simplesmente
para ser do contra. A resposta está sempre no equilíbrio. Eu procuro sempre ver os TRÊS LADOS
DA MOEDA, analisar com frieza, sem me deixar influenciar por minhas próprias
paixões e opiniões. Como Cristão a minha base
é a palavra de Deus e o Sagrado Magistério. Nem a Bíblia e nem o sagrado magistério nos
recomenda a alienação; pelo contrário ela nos ensina a renovar a nossa mente; mas essa
renovação, essa verdadeira e autêntica metanoia de alma, mente e coração, deve ser feita
de acordo com a Palavra de Deus; eu me transformo para ajustar a minha mente a
mente de Cristo.
O que irrelevante, não essencial, e que não interfere na minha salvação, aquilo que é fruto dos meus preconceitos, as idéias oriundas da minha ignorância e de minhas limitações, destas eu posso sim abrir mão! Porém aqueles valores que ultrapassam a ciência dos homens , tempo (época) e espaço (lugar), eu não posso me desfazer. Creio firmemente que há princípios eternos e inegociáveis, que regem o mundo antes mesmo de qualquer um de nós existir. É aquela certeza natural que vem precedida de um “SEI DISSO” tão forte, que nem precisam ser ditos, ou questionados, pois é tudo muito lógico e óbvio.
O Bom Senso nos faz-nos
perceber as manipulações falaciosas, seja ela Progressista, Conservadora, Carismática, Protestante,
ou Ortodoxa, e qualquer outra corrente religiosa, ou até mesmo ideológica, ou
filosófica.
Na filosofia, o senso
comum (ou conhecimento vulgar) é a primeira suposta compreensão do mundo
resultante da herança fecunda de um grupo social e das experiências
sedimentadas por tentativas de erros e acertos que continuam sendo o grande
patrimônio da humanidade. “É um tipo de conhecimento que se acumula no nosso cotidiano, chamado de
senso comum como fruto maduro de tentativas coletivas de acertos e erros (O
Povo Europeu por exemplo, é arredio a novidades por terem sido vítimas de
muitas experiências negativas).” Sensus fidei (sentido
da fé), também chamada de sensus fidelium (sentido dos fiéis), quando exercida
pelo corpo dos fiéis como um todo, é "a apreciação sobrenatural da fé por
parte de todo o povo, quando, a partir dos bispos ao último dos fiéis, eles
manifestam um consentimento universal em matéria de fé e moral ".
Citando o documento
Lumen gentium do Concílio Vaticano II , do Catecismo da Igreja Católica
acrescenta:
"Por esta valorização da fé , excitado e sustentado pelo Espírito
da verdade, o Povo de Deus, guiado pelo Magistério sagrado, recebe a fé, uma vez
por todas que foi entregue aos santos,o povo infalivelmente adere esta fé,
penetra-a mais profundamente com o juízo
(Bom Senso), e aplica-o mais plenamente
na vida cotidiana ".
ATENÇÃO! O Concílio Vaticano
II deixou claro que o sensus fidelium (sentido dos fiéis) não significa sensus
laicorum (sentido dos leigos ), como se fosse um carisma concedido aos leigos
de forma isolada a partir da hierarquia da Igreja Católica, e como se o clero
não fora incluído entre os "fiéis". Ele afirmou:
“Todo o corpo de fiéis, ungido como eles são, por parte do Santo, não pode errar em matéria de crença. Eles manifestam esta propriedade especial por meio de discernimento sobrenatural de todo o povo em matéria de fé, quando eles mostram consenso universal em matéria de fé e moral "fiel dos Bispos até ao último dos leigos. Esse discernimento em matéria de fé é despertado e sustentado pelo Espírito da verdade. É exercida sob a orientação da autoridade sagrada de ensino, em fiel e respeitosa obediência, à qual o povo de Deus aceita o que não é apenas a palavra dos homens, mas verdadeiramente a palavra de Deus.”
Apesar de os filósofos acharem que são um pacote só, considero o bom-senso diferente do senso comum !
Para mim, o bom-senso
é o programa da lógica intuitiva com que nascemos. Nasci com o meu bom senso
muito forte, de tal maneira que, quando me apresentaram pela primeira vez à
logica formal (a apologética de são Tomás de Aquino), fiquei tão maravilhado
que me tornei católico de novo, pois fui um católico do senso comum e não do
bom senso.
O pressuposto do
mundo moderno é o de que a verdade não existe, só assim todos conseguem se
aceitar sem entrarem em conflito.
Ora, sicrano diz a
verdade e fulano também, portanto, respeitam-se nas suas verdades. Esse
utilitarismo também é relativista. Vivemos, na verdade, o mundo dos sofistas. Aqueles vencidos por
Sócrates, Platão, Aristóteles e Cia, hoje, parecem ser os vencedores. Parece
que eles têm razão. Mas, parecer é pressuposto de verdade? Ora se nem a
sinceridade é o critério da verdade, pois uma pessoa PODE ESTAR SINCERAMENTE
ENGANADA, quanto mais apenas parecer ser verdadeiro, a verdade ou é ou não é,
não existe meia verdade, pois não existe meia mentira, é puro sofisma. Vamos ver se os
argumentos se sustentam quando confrontados com eles mesmos. Não vamos atrás de
outras refutações mais óbvias, vamos ficar simplesmente na lógica da coisa.
“Tudo é relativo!” – Se tudo é relativo, essa afirmação de que tudo é relativo,
é relativa? Se tudo for relativo, a própria expressão que afirma que tudo é
relativo tem sua ressalva, então, por ela mesma, existe algo de absoluto. Mas,
se existe algo absoluto, nem tudo é relativo. Portanto, a própria afirmação não
se sustenta. É impossível que tudo seja relativo, porquanto a relativização do
relativo acarreta no absoluto. “A verdade não
existe!” – Será isso verdade? Obviamente, a verdade é algo mais do que
necessário. Se for verdade que a verdade não existir, chegamos ao ponto de
duvidar da própria existência e ter a necessidade de lembrar que penso, para
que possa existir. Ora, isso é loucura! Diria eu: “penso, sinto, imagino,
cheiro, ouço, vejo, falo, comunico-me, abraço, amo, por isso, é claro que eu
existo”! É o tolo que, levado pelo relativismo, e é a consequência imediata
desse conceito, questiona a própria existência. Não existe uma só
verdade, na verdade, elas são muitas. Bem, esse argumento não é demente, mas
completamente esquizofrênico! Vamos para suas consequências: Bem, eu sou
cristão e acredito que Jesus morreu na cruz por mim para que fosse salvo dos
meus pecados dos quais eu mesmo não posso, por mim mesmo, nem me livrar, nem me
salvar.FULANO acredita no
espiritismo, no qual, Jesus é um ser de luz, incrivelmente evoluído, e que
todos vão se reencarnar. João acredita no budismo, que nem fala muito de Jesus,
já que Sidarta Gautama parece mais com São Francisco. Joaquim é judeu, e crê
que Jesus é só um profeta, e que, na verdade, ele ainda vai vir. Entre outros,
enfim. Afinal, quem é Jesus?
Se tudo isso for verdade, Jesus é uma pessoa bem complexa: é um espírito de
luz, um simples profeta, ninguém, e Deus ao mesmo tempo. Pior que isso, se
considerar tudo isso como relativo, eu vou para o Céu, assim espero, José vai
reencarnar, Joaquim vai para a mansão dos mortos, e João, não sei para onde
vai. Bem, se isso é verdade, tudo vai acontecer ao mesmo tempo, afinal todos
estão sendo verdadeiros. Vivemos em universos
paralelos e, não se sabe como, eles se conectam, porém, outros dirão: Não! Estamos completamente sós, pois somos mera obra do acaso...Pior, se considerarmos
todas as teorias sobre o universo e a criação sendo verdadeiras, no final das
contas, nenhuma é, pois algo não pode ser e não ao mesmo tempo. Alguém pode se
perguntar: “Como argumentos tão fracos podem ser tão fortes?”. – Simples, eles
são convenientes. Imagine a verdade existindo no Direito, muitos advogados vão
perder a profissão, por não terem mais o que fazer. Imagine a verdade existindo
na política ?
CONCLUSÃO:
Agora imagine a
verdade nas várias religiões com conceitos contraditórios entre elas... muitas vão ter que acabar! Como já dizia o filósofo Kierkegaard: "A humanidade, em geral, não
dá nenhuma importância à verdade, e sim ao bem-estar, a si mesmo, pois já diz a
sabedoria que a humanidade é como pessoas em um transatlântico que não se importam
com o destino do mesmo, mas se preocupam apenas com o cardápio que vai ser
servido no dia..."
*Francisco José Barros Araújo –
Bacharel em Teologia pela Faculdade Católica do RN, conforme diploma Nº 31.636
do Processo Nº 003/17
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