A catequese só se torna educadora da fé, alimentadora da esperança, prática do amor se provar radical transformação de vida, por isso não pode ser um verniz que fica na casca, mas verdade que penetra nos ossos do ser.
Por José Barbosa de Miranda
O QUE É O TEMPO COMUM ?
Nesse tempo somos chamados a entrar no ministério de Cristo e da
Igreja. É um tempo de evangelização e catequese por excelência, pois suas
celebrações evocam o anúncio da Boa Nova de forma concreta e palpável, de “pé
no chão”, como Cristo fazia em sua pedagogia catequética.
“Além dos tempos referidos, que têm características próprias, há ainda
trinta e três ou trinta e quatro semanas no ciclo do ano, que são destinadas
não a celebrar um aspecto particular do mistério de Cristo, mas o próprio
mistério de Cristo na sua globalidade, especialmente nos domingos. Este período
é denominado Tempo Comum.O Tempo Comum começa na segunda-feira a seguir ao
domingo que ocorre depois do dia 6 de Janeiro e prolonga-se até à terça-feira
antes da Quaresma inclusive; retoma-se na segunda-feira a seguir ao Domingo do
Pentecostes e termina antes das Vésperas I do Domingo I do Advento. Para os
domingos e os dias feriais deste tempo há uma série de formulários próprios,
que se encontram no Missal e na Liturgia das Horas “[1].
Nota-se
que o Tempo Comum é divido em duas etapas:
1)- A primeira começa na segunda- feira depois do Batismo do
Senhor e vai até a terça-feira que antecede Cinzas.
2)- A segunda etapa é retomada na segunda-feira depois do
Pentecostes e termina no sábado que antecede o Primeiro Domingo do Advento.
Durante o Tempo Comum são incluídas algumas Solenidades do Senhor,
de Nossa Senhora e memórias de santos, que trataremos em outro momento.
CONTEÚDO CATEQUÉTICO DO TEMPO COMUM
Seus temas são extraídos das leituras que estão distribuídos de acordo com o ano:
1)- Ano A, dedicado o Evangelho de Mateus;
2)- Ano B com os textos de Marcos
3)- Ano C, incluído e Evangelho de Lucas.
Todos são baseados nas leituras dominicais. Ao passo que as
leituras do Antigo Testamento estão correlacionadas com o Evangelho, para
reforçar a unidade que existe ente o Antigo e o Novo Testamento, e tornando
conhecidos os textos mais importantes do Antigo Testamento. Já as cartas dos
Apóstolos são tiradas de Paulo e Tiago, ficando as de Pedro e João para a
Páscoa e Natal, como regra geral.Também se usa a Carta aos Hebreus nos anos B e C. O último domingo
de todas as leituras deste tempo culmina na mensagem de Cristo, “rei que foi
prefigurado na pessoa de Davi, proclamado entre as humilhações da Paixão, reina
na Igreja e há de vir uma segunda vez no final dos tempos.Como indicação catequética, que deve ser aprofundada no Tempo
Comum, tempo em que Cristo anuncia o Reino no Evangelho, funda e organiza a
Igreja, é oportuno rever o Evangelho do primeiro dia desse ano, a segunda feira
depois do Batismo de Jesus. Como exemplo tomamos o ano o B, quando nos é
apresentado Cristo dando início ao seu ministério[2].
Nele
podemos destacar para aprofundar a catequese:
1. Jesus, antes de agir, entra na intimidade com o Pai, pela
oração. É um colóquio de revisão da ação, entregando sua missão aos cuidados do
Pai, esvazia-se, primeiro, para depois, trabalhar. Seria quase que rever os
planos divinos, marcando as diversas etapas do ministério. Podemos dizer que
Jesus faz um “retiro”. É o que está antes do trecho escolhido para o Evangelho
do dia (Mc 1, 12).
2. Depois que o precursor encerra sua missão, sendo preso, Jesus
começa a trabalhar para implantar o Reino de Deus entre os homens, proclamando
que o tempo já chegou, é aqui e agora. Não pode deixar para amanhã. A
precondição para fazer parte deste Reino é “arrepender e crer no Evangelho”
(v.15). Arrepender é reconhecer-se pecador que necessita de mudança de vida.
Não se muda e continua do mesmo jeito. Para fazer parte do Reino de Deus é
necessário deixar tudo para começar nova vida.
3. Escolhe pessoas simples para, com elas, fundar sua Igreja (vv.
16-20).Podemos ver que a Igreja é divina, pois foi instituída por Deus, Jesus
Cristo é Deus, e ao mesmo tempo humana, fraca, na pessoa de pescadores. Jesus,
ao escolher os primeiros apóstolos, dá a marca da Igreja, que é o seu selo até
hoje e sempre será:seguimento,
mudança de rumo, abandono, como vemos no chamado dos
discípulos.
A catequese só se torna educadora da fé, alimentadora da
esperança, prática do amor se provar radical transformação de vida, por isso
não pode ser um verniz que fica na casca, mas verdade que penetra nos ossos do
ser.
A catequese com o
Tempo Comum conduz sempre ao mistério do Reino, em Jesus Cristo, e na sua alma,
que é a Igreja.
REFERÊNCIAS:
[1] Instrução Geral ao Missal Romano e Introdução ao Lecionário,
nn.43-44 – CNBB, 2011.
[2] Mc 1, 14-20
Fonte: Zenit
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