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Você sabia que o papa Francisco é Chestertoniano, e membro da Sociedade Chestertoniana da Argentina?

Written By Beraká - o blog da família on domingo, 17 de março de 2013 | 11:31





O Apostolado Berakash apoia a santidade de GK Chesterton. Então, fiquei muito feliz em saber que o Papa Francisco apesar de ser Jesuita, é membro da Sociedade Chestertoniana da Argentina.



Ele faz parte do "comitê de honra da sociedade", (clique aqui e veja o nome de Jorge Mario Bergoglio, o nosso querido PapaFrancisco, entre os membros da Sociedade). Além disso, enquanto cardeal, o Papa Francisco patrocinou duas conferências do Chesterton Institute of Faith and Culture, relata o blog The Economy Project.  



Quem introduziu Chesterton para os argentinos foi nada menos do que Jorge Luis Borges, que é considerado um dos grandes da literatura mundial. Ele traduziu livros de Chesterton e fez a biografia de Chesterton. O site da Sociedade Chestertoniana Argentina traz a biografia de Chesterton feita por Borges










O blog de Mark Shea diz que: se alguém faz parte de uma sociedade chestertoniana "seal the deal" para ele, não precisa dizer mais mais nada, pois sente-se seguro!












Eu ainda sinto muita falta de um Bento XVI, da profundidade teológica dele, do amor que ele tinha pela missa, mas digo o mesmo que Shea:






"Se alguém admira Chesterton já se torna meu amigo de longa data, no caso do Papa, além de amigo torna-se naturalmente sem receio algum, meu líder!"






Viva Francisco! Viva o Papa!






Fontes DE CONSULTAS:





-http://thyselfolord.blogspot.com.br/2013/03/papa-francisco-e-chestertoniano.html



-https://theeconomyproject.blogspot.com/2013/03/pope-francis-and-gk-chesterton.html



-https://www.patheos.com/blogs/markshea/2013/03/pope-francis-chestertonian.html









QUEM FOI Jorge Luis Borges?














 

Jorge Francisco Isidoro Luis Borges Acevedo (Buenos Aires, 24 de agosto de 1899 — Genebra, 14 de junho de 1986) foi um escritor, poeta, tradutor, crítico literário e ensaísta argentino. Fez o colegial no Colégio Calvino, na Suíça. Estudou Direito na Universidade de Buenos Aires. Mais tarde, Borges estudou na Universidade de Cambridge para tornar-se professor. Foi, ainda, diretor da Biblioteca Nacional de Buenos Aires.Em 1914, sua família mudou-se para Suíça,onde estudou e de onde viajou para a Espanha. Quando regressou à Argentina em 1921, Borges começou a publicar seus poemas e ensaios em revistas literárias surrealistas. Também trabalhou como bibliotecário e professor universitário público. Em 1955, foi nomeado diretor da Biblioteca Nacional da República Argentina e professor de literatura na Universidade de Buenos Aires. Em 1961, destacou-se no cenário internacional quando recebeu o primeiro prêmio internacional de editores, o Premio Formentor de las Letras Internacional, compartilhado com o dramaturgo Samuel Beckett. No mesmo ano, recebeu do então presidente da Itália, Giovanni Gronchi, a condecoração da Ordem do Comendador. Suas obras abrangem o "caos que governa o mundo e o caráter de irrealidade em toda a literatura".Seus livros mais famosos, Ficciones (1944) e O Aleph (1949), são coletâneas de histórias curtas interligadas por temas comuns: sonhos, labirintos, bibliotecas, escritores fictícios, livros fictícios, religião e Deus. Seus trabalhos têm contribuído significativamente para o gênero da literatura fantástica. Estudiosos notaram que a progressiva cegueira de Borges ajudou-o a criar novos símbolos literários através da imaginação, já que "os poetas, como os cegos, podem ver no escuro". Os poemas do seu último período dialogam com vultos culturais como Spinoza, Luís de Camões e Virgílio. Seu trabalho foi traduzido e publicado extensamente nos Estados Unidos e Europa. Sua fama internacional foi consolidada na década de 1960, ajudada pelo "Boom Latino-americano" e o sucesso de Cem Anos de Solidão, de Gabriel García Márquez.Para homenagear Borges, em seu romance O Nome da Rosa de Umberto Eco criou o personagem "Jorge de Burgos", que além da semelhança no nome, é cego — assim como Borges foi ficando ao longo da vida. Além da personagem, a biblioteca que serve como plano de fundo do livro é inspirada no conto de Borges "A Biblioteca de Babel" (uma biblioteca universal e infinita que abrange todos os livros possíveis). O escritor e ensaísta J.M. Coetzee disse que "Borges, mais do que ninguém, renovou a linguagem de ficção e, assim, abriu o caminho para uma geração notável de romancistas hispano-americanos". Laureado com inúmeros prêmios, também foi conhecido por suas posições políticas conservadoras, o que pode ter sido um obstáculo à conquista do Prêmio Nobel de Literatura, ao qual ele foi candidato por quase trinta anos.





"A teologia cristã e o tempo" sob a ótica de Jorge Luis Borges














Nas primeiras linhas da sua Historia de la Eternidade, Jorge Luis Borges faz a seguinte observação: “o tempo é um problema para nós, um terrível e exigente problema, talvez o mais vital da metafísica; a eternidade, um jogo ou uma fatigada esperança” (BORGES, 2005, p. 11). Se o tempo é um problema, ou “o” problema metafísico por excelência”, o que significa uma história da eternidade e como pensa-la frente aos elementos da teologia cristã presentes na obra borgeana? Nenhuma das várias eternidades que propuseram os homens – a do nominalismo, a de Irineu, a de Platão – é uma agregação mecânica do passado, do presente e do povir. É uma coisa mais simples e mais mágica (2005, p.14). Na Historia de la Eternidad o cristianismo ocupa lugar central. Sob a forma da Trindade, a eternidade teve que ser justificada em sua unidade-trina. A eternidade das três pessoas, diz Borges, não foi um simples paramento, foi uma resolução. Com Irineu de Lyon a geração do Filho pelo Pai e a emissão do Espírito pelos dois foram explicadas graças ao deslocamento da temporalidade, no seu aspecto de sucessão, passado, presente e futuro. A geração é um só ato. O cristianismo não só refunda a ideia do eterno que transcende de modo absoluto o tempo, mas a torna dogma na figura da coeternidade das pessoas divinas. Diz Borges: “Irineu se propôs salvar o monstro, e o conseguiu. Sabemos que era inimigo dos filósofos; apoderar-se de uma de suas armas e voltá-la contra eles deve ter-lhe causado um prazer belicoso (idem. p. 29)”. A consequência direta do postulado da eternidade como atributo divino, já que com Irineu tudo está no Verbo que é criador e coeterno com a criação, foi o isolamento, uma vez mais, do eterno como o transcendente absoluto. Dentro da tradição cristã, Borges ressalta o papel decisivo de Escoto Eriúgena que, ao contrário da tradição ortodoxa, pensou um Deus indeterminável e, portanto, fora de toda atribuição ou categoria. Deus não é e, enquanto tal, congrega em si todas as criaturas (idem, p. 32). A saída teológica encontrada por Irineu de pensar a geração como “um só ato sem tempo” (idem, 26) é algo que culmina na veneração, mas elimina toda discussão. Até aqui temos a análise da ideia de eternidade a partir da história da filosofia que, em última instância, gira em torno da discussão entre realismo e o nominalismo, isto é, da relação entre a eternidade pensada em seu aspecto substancial e a eternidade enquanto atributo ou conceito. Ambas, para Borges, serviram para negar, em certo aspecto, a própria vida. “Viver é perder tempo: nada podemos recuperar ou guardar a não ser sob a forma de eternidade” (idem, p. 34), diz Borges, citando indiretamente Jorge Santayana. Frente ao percurso teológico-metafísico que de uma maneira ou de outra elevou a eternidade à abstração vazia de uma substância ou de um nome. Na base de uma unidade em que passado, presente e futuro coincidem em um mesmo instante estaria, segundo Borges, a nostalgia dos homens de uma vida feliz sub specie aeternitatis (idem, p. 36). Não resta dúvida da adequação criativa que Borges realiza entre as grandes quimeras e, nessas, a Trindade como uma capacidade da arte de “combinar”. Na discursão intitulada Sobre el dublaje, Borges trata da infinita capacidade de combinação que os gregos tiveram associando figuras humanas e animais gerando quimeras, bem como os teólogos do II século a inextricável figura da Trindade (1974, p.283).  Jorge Luis Borges foi um gênio do conto. Talvez o melhor de todos. Seus textos são joias tanto pelo estilo genial, quanto pela profundidade e erudição. Além disso, seus escritos foram influência para muitos escritores e roteiristas que vieram depois dele, de Umberto Eco (que acrescentou em O Nome da Rosa um personagem em homenagem ao argentino) ao blockbuster Matrix.Mesmo agnóstico, Borges era muito versado no texto bíblico e nas discussões de teologia. Entre seus autores mais citados está o inglês Chesterton, famoso também como teólogo e apologeta cristão. Milton e Bunyan também figuram entre suas principais influências. Sua incursão pelo sagrado não é para nenhum cristianismo. Muitas de suas histórias falam de dogmas islâmicos, tradições judaicas e tantos outros aspectos de tantas outras doutrinas. As religiões têm lugar de destaque nos contos borgianos, tanto quanto reais quanto que ele inventou. Isso não é de se estranhar, já que muitos de seus escritos ocupam-se de temas metafísicos e, neste campo, a fé aparece como tradição incontornável. Um escritor tão relevante e que trata com tanta frequência dos temas teológicos não deveria ficar fora das prateleiras dos teólogos em nenhum lugar do mundo. 





Por isso quero recomendar seis contos que acredito serem relevantes para alimentação das mentes teológicas:

 






 

1)-Os Teólogos: Um dos contos presentes em O Aleph . Dois teólogos se levantam para combater uma heresia e acabam em uma disputa entre si. Uma narrativa que discute a identidade e alteridade a partir de um debate teológico.




2)-Três Versões de Judas: Parte do livro Ficções, é uma especulação sobre o papel de Judas na história da salvação. As três versões do título destoam bastante da ortodoxia cristã, pois apresenta a visão pessoal do autor, mas provocam a mente e levantam um desafio interessante para qualquer teólogo.



3)-A Seita dos Trinta: Conto presente em O Livro de Areia. Trata-se de uma descrição sobre uma fictícia seita cristã da antiguidade tardia a partir de um suposto manuscrito da época.



4)-O Evangelho Segundo São Marcos : Um dos contos de O Informe de Brodie , livro que reúne textos mais diretos e realistas. É a história da leitura do evangelho por olhos bem diferentes dos nossos. Não digo mais para não estragar a experiência do leitor.




5)-A Busca de Averrois : Outro conto do livro O Aleph. Como o próprio autor explica, trata-se da história de uma derrota. O mestre do islamismo luta medieval com o significado das palavras “tragédia” e “comédia” na obra de Aristóteles. No meio da história envolve-se em um debate que parte da natureza da revelação divina para os limites da palavra escrita. Um texto muito difícil, mas não menos saboroso.




6)-Um Teólogo na Morte : Compõe a seção “Et Caetera” do livro História Universal da Infâmia. Uma sátira sobre Philipp Melanchton, criticando o exagero da doutrina da justificação pela fé. Não é uma figura muito elogiada (ou mesmo justa) do reformador alemão, mas a crítica é pertinente.




Se você gosta de teologia e de literatura, leia Borges. Sua imaginação será enriquecida e sua própria teologia será exercitada, testada no contraditório, embelezada, e fortalecida, se claro e evidente, você for um Cristão esclarecido e conhecedor da sua fé, do contrário, nem se aventure nesse labirinto sem o fio seguro de Ariadne, que é o nosso sagrado tripé: Tradição, Palavra de Magistério.




CONCLUSÃO:




Todos católicos de linha mais conservadora que progressista, ficam a procurar pistas, sinais e traços sobre a personalidade e os interesses do nosso Papa Francisco, mas um possível indicador escapou até agora à atenção dos meios de comunicação social. O Papa Francisco parece ser um fã do escritor inglês GK Chesterton – na verdade, como Arcebispo de Buenos Aires, ele patrocinou duas grandes conferências do Chesterton Institute for Faith & Culture. (A América Latina foi ligada a Chesterton pelo grande escritor argentino Jorge Luis Borges, e a Sociedade Chesterton Argentina vem pressionando há alguns anos pela canonização de Chesterton.) Claro, isso pode apenas refletir seu amor pela literatura em geral, em vez de um devoção específica a Chesterton. Em qualquer caso, o amor de Chesterton pelo “homem comum” corresponde à atitude evidente no Papa Francisco tal como a sua sólida ortodoxia doutrinária nos tempos de seminário. E Chesterton também, é o escritor favorito do movimento Comunhão e Libertação, ao qual o Papa já esteve associado. Tudo se enquadra no que o escritor católico George Weigel tem chamado de clima de “catolicismo evangélico” que está no ar nesse pontificado latino americano. Pergunto-me se veremos ecos do “Distributismo” de  GK Chesterton em alguma futura encíclica social do atual papa. Oremos! Pois a Deus nada é impossível!








 

 








BIBLIOGRAFIA:




-BORGES, J.L. Obras completas, Buenos Aires: Emecé Editores, 1974.

 

-FERNÁNDEZ, D.R.P. Metafísica del tempo en la obra de Jorge Luis Borges (Tese de Doutorado), Madrid: Universidad Autónoma, 2013, disponível em:”https://repositorio.uam.es/bitstream/handle/10486/661952/prieto_ fernandez_daniel_ramon.pdf?sequence=1.

 

-MARTHA ELIA ARIZMENDI DOMÍNGUEZ , Borges y la intertextualidade Contribuciones desde Coatepec • NÚMERO 9, JULIO-DICIEMBRE 2005 http://www.redalyc.org/pdf/281/28150903.pdf


-MÍGUEZ, C. P. Aniversario de la muerte de Borges, Entrevista inédita con Borges: “Soy un anarquista conservador”. Madrid: El país. http://cultura.elpais. com/cultura/2016/06/14/actualidad/1465900278_877505.html


-PEREZ, D.O. A interpretação de J.L.Borges sobre a metáfora no texto filosófico, Revista de Filosofia, Curitiba, v. 16 n.19, p. 11-26, jul./dez. 2004




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Anônimo
10 de setembro de 2023 às 09:34

Digo o mesmo que Shea: "Se alguém admira Chesterton já se torna meu amigo de longa data, no caso do Papa, além de amigo torna-se naturalmente sem receio algum, meu líder!"

Sulamita

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