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As Tribos Urbanas - Fenômeno Social Pós moderno

Written By Beraká - o blog da família on sexta-feira, 30 de setembro de 2011 | 21:24




(foto reprodução)



As tribos urbanas, também chamadas de subculturas ou subsociedades[1] (ou metropolitanas ou regionais[2]) são constituídas de microgrupos[3] que têm como objetivo principal estabelecer redes de amigos com base em interesses comuns.[4]   Essas agregações apresentam uma conformidade de pensamentos, hábitos e maneiras de se vestir.[5] 








Um exemplo conhecido de tribo urbana são ospunks.[6] Segundo Michel Maffesoli, o fenômeno das tribos urbanas se constitui nas "diversas redes, grupos de afinidades e de interesse, laços de vizinhança que estruturam nossas megalópoles.  Seja ele qual for, o que está em jogo é a potência contra o poder, mesmo que aquela não possa avançar senão mascarada para não ser esmagada por este".[7] A expressão "tribo urbana" foi criada pelo sociólogo francês Michel Maffesoli, que começou usá-la nos seus artigos a partir de 1985.  A expressão ganha força três anos depois com a publicação do seu livro Le temps des tribus: le déclin de l'individualisme dans les sociétés postmodernes.[8]





Características da Tribos Urbanas









1)- Cultura Informal (sem objetivos)




A cultura das tribos urbanas é informal,[2] bem diferente das organizações ligadas ao "burguesismo"[9] permeadas pelo nosso taylorismo ocidental, que rejeita a emoção e os sentimentos coletivos (coisa típica de uma cultura empresarial[10]). O neo tribalismo[6] pratica uma "solidariedade orgânica" que vai de encontro a essa "solidariedade mecânica dos indivíduos racionais"[11] do capitalismo. Como metáfora explicativa, Maffesoli invoca dois deuses do panteão Grego: Apolo e Dionísio - duas figuras opostas; Apolo, representando a razão e Dionísio, representando o mundano, o "terreno".[12] Esses grupos não têm projetos ou objetivos específicos[13] a não ser pelo partilhamento, no "aqui-agora".




2)- Proxemia (substantivo feminino: estudo das distâncias físicas que as pessoas estabelecem espontaneamente entre si no convívio social, e das variações dessas distâncias de acordo com as condições ambientais e os diversos grupos ou situações sociais e culturais em que se encontram).




As tribos reforçam "um sentimento de pertença" e favorecem "uma nova relação com o ambiente social".[14] A proxemia das tribos é uma faca de dois gumes. Ela pode, por um lado, ser expressa pela tolerância.[15] Um exemplo disso é a tribo dosclubbers. Incentivados pela filosofia P.L.U.R. - Peace, Love, Unity & Respect[16] - os frequentadores das raves são incitados a respeitar o "meio ambiente e outras pessoas, independente de credo, raça, religião, gostos e opiniões".[17]   A outra face dessa "homossocialidade" tribal é a exclusão do "diferente" a partir da violência, coisa bem presente no fanatismo e no racismo de algumas tribos.[18]   Os boneheads em geral enquadram-se aí, tendo como inimigos declarados os negros, estrangeiros, gays, comunistas e militantes ativistas de extrema-esquerda (anarcopunks[19] e redskins, por exemplo).






3)- Não-Ativismo





O neotribalismo não se opõe frontalmente ao poder político como o faz o proletariado. Isso não quer dizer, no entanto, que as tribos urbanas sejam passivas[20] ou que não prestem atenção no jogo político.[21] O que as tribos fazem é evitar as formas institucionalizadas de protesto (comícios, greves e piquetes) das quais o proletariado se vale.[22]   A resistência das tribos é mais "subterrânea"[15] valendo-se - por exemplo - da música para afirmar sua não-adesão à "assepsia social" dos mantedores da Ordem.[23] Essa "desqualificação" praticada pelas tribos, com o tempo, "corrói progressivamente a legitimidade do poder estabelecido".[15]





4)- Fluidez & Estabilidade





Maffesoli destaca algo paradoxal nas tribos urbanas. Elas são instáveis e "abertas",[24] podendo uma pessoa que participa delas "evoluir de uma tribo para a outra".[25] Por outro lado, essas tribos alimentam um sentimento de exclusividade[26] e um "conformismo estrito" entre seus participantes.[24]




5)- Mobilidade




Há de se questionar até que ponto é verdadeira essa "mobilidade" entre tribos apregoada por Maffesoli.[27] Rivalidades entre tribos urbanas (mods e rockers, por exemplo) têm sido registradas desde os anos 1960 na Inglaterra[28] e, desde então, os conflitos vem crescendo bastante.  Num artigo escrito para a Rolling Stone americana (dezembro de 1980), Dave Marsh lamentava a falta de união entres os fãs derock, citando como exemplo a crescente hostilidade entre punks e headbangers.[29]  Os conflitos recentes entre punks e carecas paulistas,[30][31][32] cujo o fato mais marcante foi quando carecas do ABC obrigaram dois jovens a pular de um metrô em movimento,[33]também põe em xeque essa ideia de que alguém pode mover-se de uma tribo para outra sem maiores problemas.  Como assinalara o próprio Maffesoli, o pós-modernismo retoma muitos elementos do pré-modernismo, mas já corrompidos por resíduos do modernismo, a exemplo do rock.





Origens de algumas tribos urbanas:









Referências


1.    ↑ MAFFESOLI, 1998, p. 201.

2.    ↑ a b MAFFESOLI, 1998, p. 35.

3.    ↑ Ibid, p. 08.

4.    ↑ Ibid, p. 70.

5.    ↑ MAFFESOLI, 1995, p. 36.

6.    ↑ a b MAFFESOLI, 1998, p. 16.

7.    ↑ MAFFESOLI, 1998, p. 70.

8.    ↑ Frehse, Fraya (Fevereiro de 2006). As realidades que as "tribos urbanas" criam. Revista Brasileira de Ciências Sociais. Página visitada em 1 de Novembro de 2007. Arquivado no SciELO -Scientific electronic library online

9.    ↑ MAFFESOLI, 1998, p. 91.

10. ↑ MAFFESOLI, 1995, p. 119.

11. ↑ MAFFESOLI, 1998, p. 143.

12. ↑ MAFFESOLI, 1995, p. 97.

13. ↑ Ibid, p. 35.

14. ↑ MAFFESOLI, 1995, p. 17.

15. ↑ a b c Ibid.

16. ↑ McCALL, 2001, p. 03.

17. ↑ Reinelt, Rodrigo Niemeyer (21 de Junho de 2005). E O P.L.U.R.?.BaladaPlanet.com.br. Página visitada em 11 de Novembro de 2007.

18. ↑ MAFFESOLI, 1995, p. 55.

19. ↑ Alves, Renato (5 de maio de 2001).Truculência movida a preconceito.Correio Braziliense. Página visitada em 11 de Novembro de 2007.

20. ↑ MAFFESOLI, 1998, p. 48.

21. ↑ Ibid, p. 71.

22. ↑ Ibid, p. 74.

23. ↑ Ibid, p. 75.

24. ↑ a b Ibid, p. 22.

25. ↑ Ibid, p. 09.

26. ↑ Ibid, p. 197.

27. ↑ Ibid, p. 09

28. ↑ FERNANDES, Fábio. Prefácio: Das origens (do autor e da laranja). In: BURGESS, Anthony. Laranja Mecânica.São Paulo: Aleph, 2004, p. viii.

29. ↑ MARSH, Dave. Rock & Roll 1980: Hold On Hold Out. Rolling Stone, n. 333 / 334, p. 1-2; 5, dec 1980 / jan 1981.

30. ↑ Júnior, Álvaro Pereira (15 de Dezembrode 2003). Escuta aqui: Punk é de butique, só os skinheads não sabem.Folha Online. Página visitada em 8 de Novembro de 2007.

31. ↑ Ataque de punks a skinhead foi briga de gangue, diz polícia. Folha Online(23 de Outubro de 2007). Página visitada em 8 de Novembro de 2007.

32. ↑ Veiga, Edison...et al (31 de Outubro de2007). Eles têm ódio de quê?. Veja São Paulo. Página visitada em 8 de Novembro de 2007.

33. ↑ Skinhead acusado de obrigar jovens a pular de trem deve se apresentar à polícia. Revista Época (9 de Dezembro de 2003).




Fonte: http://pt.wikipedia.org/wiki/Tribo_urbana




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