Por *Francisco José Barros Araújo
Revelações
particulares alienantes? problema constante! Grupos estranhos, sectários,
proselitistas, e que se julgam o supra sumo da igreja, têm surgido e se
multiplicado confundindo e perturbando o povo de Deus. A apatia está por toda à
parte. Ninguém se preocupa em verificar se o que está sendo apregoado e
noticiado é verdadeiro ou falso. Esta é infelizmente, a realidade de muitas pessoas
envolvidas em grupos sectários e não reconhecidos pela Igreja.
O QUE É
MISTICISMO?
Esta
palavra pode significar muitas coisas dependendo do contexto que está inserida.
Existe o verdadeiro místico e sua mística sadia ( Ex. Santa Tereza d’Avila e
São João da Cruz) e o falso místico com sua mística (misticismo), como foram os
movimentos místicos condenados pela igreja, tais como:
-"Quietismo":
é o nome dado na teologia católica a um
conjunto de crenças cristãs que cresceram em popularidade na França, Itália e
Espanha durante o final da década de 1670 e 1680, particularmente associadas
aos escritos do místico espanhol Miguel de Molinos (e posteriormente François
Malaval e Madame Guyon), e que foram condenados como heresia pelo Papa Inocêncio
XI na bula papal Coelestis Pastorde 1687.
-E o
pior deles (que sempre quer voltar com nova roupagem): "Os Movimentos Heréticos
Franciscanos": São Francisco foi um dos maiores santos jamais surgidos na
história da Santa Igreja. Tão grande ele foi que seu exemplo converteu
multidões. Poucos santos tiveram graças tão excelsas quanto o "poverello
de Assis". Sua vida santíssima é bem conhecida, e ela será sempre um sol
iluminando o céu da Santa igreja Católica Apostólica Romana.Entretanto, se São Francisco é sem igual, e se a ordem que
ele fundou foi abundantíssimo celeiro de Santos para Igreja de Deus, não deixa
de ser verdade histórica que a Ordem Franciscana, talvez mais do que qualquer
outra, sofreu, desde o princípio, e ainda em vida de São Francisco, crises
doutrinárias gravíssimas, dela nascendo movimentos heréticos extremamente
malignos, como a heresia dos Espirituais, a dos Dolcinianos ou
Pseudo-apóstolos, seguidores de Segarelli e de Fra Dolcino, e ainda a dos
Begardos que tinham como líder doutrinário o herege Frei Pedro João Olivi.
Sendo São Francisco tão grande santo, e sendo a Ordem dos Frades Menores, que
ele fundou, seguidora de seu exemplo sublime, era natural e lógico que o
demônio procurasse destruí-la mais do que qualquer outra, suscitando dentro
dela movimentos divisionistas e heréticos. O demônio como grande falsificador,
só busca falsificar moeda de grande valor. Só louco falsifica peso boliviano.
Falsificador esperto falsifica dólar. A heresia dos
Espirituais, que contaminou os melhores elementos da Ordem franciscana logo em
seu início, foi causada pelos abusos do Superior Geral que o próprio São
Francisco, na hora de sua morte, em 3 de outubro de 1226, indicou como Vigário
ou Ministro Geral, para sucedê-lo no governo da Ordem dos Frades Menores: Frei
Elias de Cortona. Este Frei Elias tomou a direção da Ordem, desviando-se
logo da Regra, que estabelecia uma pobreza rigorosa para os frades do Santo de
Assis. Frei Elias admitiu andar de carruagem puxada por cavalos bem ajaezados,
quando São Francisco estipulara que os frades deveriam andar sempre a pé. Elias
aceitou grandes donativos e fez com que a Ordem perdesse a pobreza inicial que
a caracterizava. Ademais, fez política agradando os grandes de seu tempo, e
perseguiu os frades que queriam manter-se fiéis ao ideal da pobreza dado e
pregado por São Francisco. Os frades mais virtuosos, os que melhor imitavam o
fundador, eram os mais perseguidos.Os abusos de Frei
Elias foram tais que ele acabou por ser deposto do cargo de geral da Ordem,
logo depois de um ano de governo.Santo Antônio de Pádua participou dessa luta,
combatendo Frei Elias de Cortona.Em 1227, o Capítulo Geral da Ordem
reunido em Assis, na presença do Papa Gregório IX, elegeu como Ministro Geral
Frei João Parenti, O.F.M., no lugar de Frei Elias. Este não se deu por vencido,
e intrigou, procurando recuperar a direção da Ordem. Ele conseguiu o seu
intento no capítulo Geral de 1232, quando foi eleito Ministro Geral. Durante sete anos, contra o que determinava a Regra, Frei
Elias não convocou novo Capítulo Geral, mantendo-se como ministro geral de modo
ilícito e ditatorial. Nesse tempo, ele dispersou os que se opunham, e que o
acusavam de violar a pobreza pela aceitação de donativos, e por permitir
construções de igrejas e conventos caros. Diz a Crônica Franciscana :
"No ano do Senhor de 1237, Frei Elias destinou a cada uma das províncias,
visitadores convenientes ao seu propósito, e pela irregularidade de tais
visitas os frades tornaram-se ainda mais exasperados contra ele"
(ChronicaFrater Jordanis a Jano, p. 18, apud Nachman Falbel, A Luta dos
Espirituais Franciscanos e sua Contribuição para a Reformulação da Teoria
Tradicional acerca do Poder Papal, Tesena Faculdade de Filosofia, Ciências e
Letras da USP, Boletim no 3,São paulo, 1978, p.82).No
Capítulo Geral de 1239, Frei Elias perdeu de novo o cargo de Ministro Geral.
Nesse capítulo, de novo presidido pelo Papa Gregório IX, foram tomadas medidas
que garantissem a Ordem contra novos abusos: ficou determinado que haveria um
Capítulo Geral a cada três anos, e que os Provinciais seriam eleitos pelos
frades, e não nomeados pelo Ministro geral. Frei Elias aderiu ao
Imperador Frederico II, conhecido inimigo da Igreja. Seus adversários na Ordem
o acusaram até de praticar a Alquimia. Ele morreu em 1253, fora da Ordem, mas
reconciliado com Igreja que o excomungara.A luta entre
os partidários de Fei Elias e os seus inimigos vai ser a fonte de uma divisão,
que terminará com a formação da seita dos Espirituais, que por reação contra o
laxismo dos partidários de Frei Elias, acabou por cair em heresia, com o grupo
dos Espirituais que desejavam levar o franciscanismo a um rigor excessivo.Os
principais chefes dos Espirituais foram: Frei Corrado de Offida, Frei João de
Parma, Hugo de Digne, Fra Gerardo di Borgo San Donino, Michele di Cesena,
Ubertino di Casale, Salimbene, Tomas di Celano.
Os principais "erros do misticismo" defendido pelos Espirituais
foram:
1.
Sendo São Francisco o maior santo da História, tendo sido ele marcado com os
estigmas de Cristo, a regra que ele deixou não poderia ser mudada nem pelo
Papa, pois a regra de São Francisco era a lei do Evangelho, e o Papa não tem
poder para mudar o Evangelho.
2. A
regra da pobreza devia ser absoluta e radicalmente obedecida, e no mesmo grau
em que São Francisco a praticara. Por isso, a Ordem franciscana não poderia ter
igrejas de pedra, nem conventos. Os frades não poderiam ter livros de missa, de
oração ou de estudo. Só poderiam ter um hábito de saco. Este hábito deveria ser
usado até cair de podre. O hábito não poderia chegar até os pés, pois que isso
seria supérfluo e um luxo desnecessário.
3. Com
Frei Hugo de Digne, Frei João de Parma e Frei Gerardo di Borgo San Donino, os
erros de Jaoquim de Fiore (1155-1202) - que já haviam sido condenado no IV
Concílio de Latrão - entraram na ordem franciscana.
4. São
Francisco e São Domingos eram as duas testemunhas de que fala o Apocalipse.
5. O
Anticristo viria em 1248, - marcaram-se, depois, outras datas para a Bagarre
franciscana - e ele seria o Imperador Frederico II , ou um Papa
antifranciscano (Por exemplo, João XXII).
6.
Haveria um “grande castigo” (alguma semelhança com certas aparições modernas?).
Mesmo boa parte dos frades franciscanos seria eliminada, sobrevivendo apenas um
pequeno resto, que formaria o reino do Espírito Santo.
7. Este
reino espiritual seria o dos monges, que substituiria a ordem dos sacerdotes.
Viria um grande Papa - o "Pastor angélicus", que vários Papas
pretenderam ser - e um grande Imperador que instaurariam o reino do Espírito
Santo.
8.
Assim como a Igreja substituíra a Sinagoga, haveria uma Nova igreja espiritual,
igualitária (sem hierarquia) e pobre, sem nenhuma propriedade, parecida com a
que é preconizada pelo ex-frei Boff e Frei Betto, que substituiria a Igreja
rica, fundada por Jesus Cristo.
9. A
lei de Deus seria abolida, sendo instaurada "a lei do Amor" (amour seulement amour - valendo queimação de
ruela e o escambal, uma verdadeira Sodoma e Gomorra).
10. O
Evangelho Eterno, de que falava o Abade Giochino di Fiore, seria o conjunto das
obras do abade que se afirmara profeta.
Essas idéias foram expostas na obra de Fra Gerardo di Borgo, Introductorius ad Evangelium Aeternum, publicado em Paris, em 1251, e que foi condenada pelo Papa Alexandre IV, em 1255
A condenação de Gerardo di Borgo
acarretou o desprestígio do Ministro Geral franciscano Frei João de Parma.
O que tornava os erros dos Espirituais mais perigosos era o fato de que os
frades mais famosos pela virtude, pertenciam a essa facção, enquanto seus
opositores, geralmente eram mais relaxados. Exceção de valor único foi São
Boaventura, que foi eleito Ministro Geral da Ordem, em 1257, e que tomou
posição clara contra os erros dos Espirituais, sem ceder em nada aos relaxados.
Ele determinou até a prisão de João de Parma, o que lhe valeu a ira dos
Espirituais, como Angelo Clareno, que acusou São Boaventura de organizar a
quarta perseguição geral contra os "verdadeiros seguidores de São
Francisco". A situação dos Espirituais teve grande
vantagem política com a eleição ao Papado de São Pedro Celestino -- o Papa
Celestino V.Seu nome era Pedro de Morrone, Ele havia fundado uma ordem de
eremitas - os Celestinos - e levava, ele mesmo, uma vida de anacoreta em uma
montanha, tendo fama de santidade. Quando em Roma, os Cardeais não
entravam em acordo para a eleição de um Papa, devido as lutas entre Guelfos e
Gibelinos, na Itália, se propôs eleger esse santo eremita como Papa. Ele foi
eleito, mas resistiu muito antes de aceitar. Entrou em Roma montado num
burrico, e tomou o nome de Celestino V. Era um homem de vida muito santa, mas
que não sabia governar, nem entendia de política. Os Gibelinos o dominaram, e o
levaram a tomar medidas que prejudicavam a Igreja. Ele, ao perceber os erros,
se arrependia. Afinal, constatando que não sabia
governar, ele ameaçou renunciar ao trono pontifício, coisa que os gibelinos não
queriam de modo algum, pois exploravam a falta de capacidade de governo desse
santo Pontífice.Foi aí que os Espirituais Angelo Clereno e Pedro de Macerata se
aproximaram do Papa São Celestino V. São Pedro Celestino conhecia, há
tempos, os Espirituais franciscanos, e os recebeu com benevolência. Ouviu as
suas queixas e os atendeu além de toda a medida: desligou-os de toda obediência
com relação à Ordem Franciscana, e autorizou-os a viver nos eremitérios que um
Abade da Ordem dos Celestinos devia colocar à disposição deles, para ali
observar a Regra e o Testamento de São Francisco. Para não magoar os
franciscanos com essas concessões, São Pedro Celestino não permitiu que eles se
denominassem Minoritas ou franciscanos, mas deu a esse novos Eremitas que
recebera, o nome de Pobres Eremitas, e os colocou sob a proteção do Cardeal
Napoleão Orsini.(Cfr. Gratien, Historia de la Fundación y evolución de la orden
de frailes menores en el siglo XIII, Buenos Aires: Desclée, 1947. pag 378).Era um Papa santo - São Pedro Celestino - que apoiava os
discípulos (desviados) de um outro grande santo - São Francisco de Assis -
discípulos que eram acusados de heresia.Pode-se imaginar o triunfo que foi,
para os Espirituais, essa aprovação desse papa realmente santo. Entretanto, essa
aprovação "estatutária" dos Espirituais não era a aprovação de seus
erros e de suas heresias.O triunfo dos hereges
Espirituais foi curto: São Pedro Celestino, verificando que era incapaz de
governar, renunciou ao papado. A 24 de dezembro de 1284, foi eleito
Papa, em lugar de São Pedro Celestino, o Cardeal Benedito Gaetani, que tomou o
nome de Bonifácio VIII, que era extremamente antigibelino, e contrário aos
Espirituais franciscanos. "Bonifácio VIII logo que
cingiu a tiara, anulou todas as concessões de seu predecessor". (Llorca,
Garcia Villoslada, Montalban, Historia de la Iglesia Catolica, Madrid: Bac,
1963, vol II, p.562) e os Espirituais caíram de novo em desgraça. A 8 de abril de 1295, colocou os Espirituais que se
haviam refugiado entre os Celestinos,de novo sob a jurisdição do Ministro Geral
Franciscano. Depois, pela Bula Ad Augmentum ( Nov. 1295), deu poder ao Ministro
Geral de tratar da questão, chegando a proibir aos Espirituais a apelação a
Roma porque a questão deles já fora julgada (Cfr. Graciano, Historia de la
Fundación y evolución de la orden de frailes menores en el siglo XIII, Buenos
Aires: Desclée, 1947. pp. 378-379.).A luta contra os
hereges Espirituais franciscanos não ia terminar ai. Ela se estenderia ainda
por muito tempo. A grande condenação contra eles viria a ser pronunciada pelo
Papa João XXII, que condenou os erros e heresias dos espirituais em 1318. (
Cfr.os principais erros dos espirituais franciscanos condenados por João XXII
in Denzinger 484-490).Vê-se por essa história que a aprovação da prática
de uma regra de um santo por um Papa santo, não significa a aprovação das
heresias daqueles que se acobertam numa regra ou num santo.
UM ADENDO: E SOBRE A APARIÇÃO DE LA
SALETTE TÃO PROPAGADA PELOS MOVIMENTOS "RAD TRAD E SEDEVACANTISTAS?"
“Lembrem do valor da fidelidade ao Papa!" - Essa foi a mensagem de Bento XVI aos novos cardeais, eleitos pelo papa Francisco. Bento repetidamente manifesta sua submissão e confiança no Papa Francisco... Mas quem tem razão é o Bruninho Roberto e a Carla Sheila e CIA LTDA, que se recusam a reconhecer a sua autoridade papal e declararam a Sé vacante! Muitos desses sedevacantistas gostam de compartilhar nas redes sociais a seguinte frase, que faria parte da mensagem divulgada por Nossa Senhora de La Salette: “Roma perderá a fé e se tornará sede do Anticristo.” Mas, essa frase faz mesmo parte da mensagem de La Salette? E o que poderia significar? Vamos explicar agora! Muito resumidamente, a verdade é: a aparição de La Salette é aprovada pela Igreja, porém, contudo, entretanto, todavia, há duas versões aprovadas pela Igreja do “segredo” revelado aos videntes de La Salette – uma versão breve (a mensagem pública) e outra mais detalhada, que foi enviada ao Papa Pio IX; a mensagem pública e a versão do segredo enviada ao Papa “NÃO CONTÊM o texto:Roma perderá a fé...”; a versão da vidente Mélanie de 1879 foi condenada pela Igreja (pasmem! ANTES DO VATICANO II), e é a única que diz que “Roma perderá a fé...”. Portanto, a versão do segredo de La Salette que profetiza a apostasia de Roma NÃO MERECE O CRÉDITO DOS CATÓLICOS. Isso é tudo o que você e eu precisamos saber, pois no mais, desta e demais mensagens de aparições aprovadas pela igreja, não tem, e não pode conter algo (por parte de qualquer vidente), além das revelações já contidas nas sagradas escrituras, caso venha a ter, o apostolo Paulo já nos advertiu:
Gálatas 1,8-9: "8Contudo, ainda que nós ou mesmo um anjo dos céus vos anuncie um evangelho diferente do que já vos pregamos, seja considerado maldito! 9Conforme já vos revelei antes, declaro uma vez mais: qualquer pessoa que vos pregar um evangelho diferente daquele que já recebestes, seja amaldiçoado"
VOLTEMOS AO TEMA DO falso MISTICISMO
O permanente problema do misticismo é exaltar e colocar experiências pessoais e de alguns místicos, bem como revelações particulares, reconhecidas pela igreja, ou não, acima da sagrada escritura e sagrado magistério. É a atitude da pessoa que deposita sua confiança em algo fora do magistério, como se fosse superior a este.O adjetivo “mystikós” deriva do verbo “mio”, que significa fechar; mais especificamente, fechar os olhos para a realidade natural em detrimento exclusivamente da sobrenatural.Para a filosofia neoplatônica, a mística é a atividade que conduz ao contato direto entre a alma individual e seu fundamento divino. Este contato possui o caráter de participação da alma em Deus. Para isso, é preciso deixar de lado a realidade sensível, uma vez que Deus é intelecto puro, sendo a alma, de caráter inteligível, a única via de acesso a Ele. A mística neoplatônica influenciou marcadamente o pensamento de vários filósofos e teólogos da Idade Média, de modo a que se constituísse, assim, uma mística cristã medieval. A mística é trabalhada pelos pensadores alexandrinos, em especial Orígenes e São Clemente, em relação à história da salvação por Cristo e à experiência de apreensão da Unidade Trinitária de Deus. Também no gnosticismo ela se faz presente. Entre os séculos XI e XIV, ela aparece como contraposição à tendência excessivamente racionalista da teologia e filosofia escolástica. Os verdadeiros e principais representantes do pensamento místico no Ocidente são Fílon, Dionísio Aeropagita, São Bernardo, São Boaventura, João Gerson, Mestre Eckhart, João da Bohêmia, João Ruysbroek, Angela de Foligno e Ângelo Silésio.
MISTICISMO
MODERNO com nova roupagem
Como já foi dito, o problema é que quase sempre, os místicos ditos católicos, são induzidos a prescindir da Bíblia e do sagrado magistério, para se basear apenas em experiências e revelações particulares. Este é um dos grandes problemas dos neopentecostais, e de algumas correntes católicas tanto da RCC como de movimentos ditos conservadores, pois para eles essas "revelações particulares" muitas vezes estão acima da Bíblia e magistério da Igreja, até revelações ainda não confirmadas pela igreja como Medjugorge e Garabandal. Essa tendência pode ser vista no número cada vez maior de católicos que acreditam em uma revelação particular fora da Bíblia, que buscam nortear-se por essas revelações e não mais pela Palavra de Deus. Com a perda crescente dessa norma objetiva como regra de fé e prática, a tendência é buscar o "subjetivismo". Cada um passa a crer naquilo que os grupos têm experimentado e propagado. O magistério e a sagrada escritura ficam em segundo plano. É uma prática proselitista usada atualmente por muitos grupos reconhecidos ou não pela igreja, como: TFP, Arautos, e Instituto D. Bosco. O Misticismo tem estado presente em todas as épocas da humanidade. O Evangelho e as cartas de João e Colossenses foram escritos para combater o pensamento gnóstico que era cheio de misticismo (Col 2,16-23). Se existe algo que a história nos ensina, é que os ataques mais devastadores desfechados contra a fé sempre começaram com erros sutis surgidos dentro da própria igreja. Devemos oferecer a Deus um culto racional – Rm 12,1-2. O louvor místico não é adoração a Deus, mas instrumento de psicologia humanística. Onde está a Cruz em nosso meio? (Lucas 9,23). Esses místicos querem evitar até as profecias bíblicas! A igreja vai passar por uma grande provação, a fé e a caridade vai esfriar, isso é inevitável por que é bíblico e profético, temos apenas que nos preparar para perseverar até o fim e continuar evangelizando, ou seja, lançando a boa semente! Os grandes temas e mensagens de hoje são: "É o homem, mediante a fé, que obriga Deus a agir. O sangue de Jesus virou uma confissão positiva-mágica. Assim, o sangue de Cristo não purifica mais todo o pecado, mas virou apenas palavra de ordem para amarrar os demônios." O grande problema é que o agir divino depende das disposições humanas, dependendo das circunstância e empolgações, orações mais fortes, etc. Ora, emoções fortes despertadas durante orações não constituem necessariamente uma evidência de que houve adoração e de que haverá intervenção divina! Deus é soberano e condutor da história, e não as nossas disposições inconstantes! Não precisamos mudar o Pai Nosso: Seja feita a Tua Vontade, e não a minha! Do contrário, segundo esses lunáticos, tudo é castigo... que coisa mais simplória! Deus cura e intervem sempre? A enfermidade de Timóteo (1Tm 5.23), de Trófimo (2Tm 4.20) e de Epafrodito (Fp 2.25-30). O espinho na carne do apóstolo Paulo (2Co 12.7-10). A Bíblia nos ensina que a profecia não depende do “EU” querer: “… porque a profecia nunca foi produzida por vontade de homem algum, mas os homens santos de Deus falaram inspirado pelo Espírito Santo”. (2 Ped 1,21). Alguns chegam ao absurdo de dizer: “Eu não quero saber o que a Bíblia ou documento da igreja diz, o que importa é que nossa Sra está chorando em La Salete, Garabandal e Medijugorge! O centro não é mais Deus e sua igreja, mas revelações particulares, e pasmem! Algumas nem reconhecidas pela igreja, mas para esses(as) não importa! Alguns desses místicos de terço na mão (sem tirar o valor do Santo Rosário), e não mais a bíblia ou catecismo, dizem que existe um sentido oculto que só pode ser alcançado pelas pessoas especiais como eles! Muitos destes falsos místicos dizem: “Eu quero dizer uma coisa que não está revelada na Bíblia, pois Deus me revelou”. Mas, não é isso que nos diz a escritura em Gálatas 1, 8: "Contudo, ainda que nós ou mesmo um anjo dos céus vos anuncie um evangelho diferente do que já vos pregamos, seja considerado maldito!" - A bíblia diz que quem confirma uma proclamação não é quem proclamou, mas a assembleia, ou seja, a Igreja! Mas para esses fanáticos o Critério é a cura da unha encravada, a dor na coluna, de barriga, e por ai vai. Milagre! Milagre! Jesus disse: bem aventurados os que nada viram, mas creram, e não elogiou os(as) caçadores(as) de milagres e curas.
CARACTERÍSTICAS DE UMA "VERDADEIRA ESPIRITUALIDADE MISTICA e autenticamente cristã"
1. Uma
Espiritualidade Trinitária: A verdadeira espiritualidade coloca Deus no centro.
O Espírito glorifica a Cristo. A soberania de Deus é proclamada e vivida. (1Cr
29.11; Dn 4.35; Sl 115.3; 1Tm 6:15; Ef 1.11; Rm 11.36; Sl 39.9). O homem não
passa de vaso de barro. (Is 29.16; 45.9; 2Co4.7).
2. Uma
Espiritualidade Verdadeira Coloca o homem no seu devido lugar: Quem é o homem?
1Rs 8.46; Jo 14.4; Sl 51.5; Sl 58.3; Ec 7.20; Is 64:6; Jr 4.22; Jr 9.5-6; Jr
13.23; Jr 17.9; Jo 3.3; Jo 3.19; Jo 3.36; Jo 5.42; Jo 8.43,44; Rm 3.10-11; Rm
5.12; Rm 7.18, 23; Rm 8.7; 1Co 2.14; 2Co 4.4; Ef 2.3; Ef 4.18; 2Tm 2.25-26; 2Tm
3.2-4; Tt 1.15.
3. Uma
Espiritualidade Comunitária (de Koinonia): A verdadeira obra do Espírito produz o autêntico "amor cristão" (Ágape e não meramente Eros ) na igreja. Reconciliação e comunhão que desemboca na sociedade. (Rom 13,1-2)
4. Uma
Espiritualidade Missionária (Ide às periferias da humanidade!): Há oração e intercessão a qual transborda no serviço de evangelização e caridade, que extrapola os muros de nossa igreja, que alarga nossa tenda de misericórdia e salvação. Vai para o campo, para as ruas,
guetos e becos. Não fica apenas “decretando, determinando bençãos, amarrando demônios", e
dizendo que bater palmas na missa é pecado. É uma igreja que tem o cheiro das ovelhas e não apenas de incenso.
CONCLUSÃO:
Em dias
teologicamente incertos e confusos, é necessário voltar ao nosso tripé: Sagrada
Tradição, palavra e magistério! Misticismo alienante, problema constante! Não é
difícil constatar um legalismo aprisionador em certos ambientes católicos: rituais semelhantes aos cristões judaizantes também, estão presentes. A ênfase exagerada no ritualismo,
missas Tridentinas em latim, revelações particulares, etc. Esses equívocos
precisam ser desmascarados, confrontados, refutados, e investir na
evangelização e "catequese integral", ou seja, de Niceia até o Vaticano II e não
em partes escolhidas a dedo e que nos são mais convenientes.
*Francisco José Barros
Araújo – Bacharel em Teologia pela Faculdade Católica do RN, conforme diploma
Nº 31.636 do Processo Nº 003/17
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+ Comentário. Deixe o seu! + 3 Comentário. Deixe o seu!
Oi, shalom amigo, qual à bíblia Septuaginta devo utilizar mais pra q compreenda do antigo testamento e paralelo do NT (possuo Bible AV 1611 APOCRYPHA), À inglesa(brenton) ou Ortodoxa (OSB) das genealogia correta(deluvio) e passagens, podes me dar um exemplar...
Oi, podes me recomenda qual bíblia septuagint ou tanakh, tenho KJV/AV 1611 Apocrypha, que possuí mais livros livros diferentes pra compreender história( e pouco teologia) século perdido shalom
Amado irmão João Lucas,
A paz de Cristo e o amor de Maria!
Podemos lhe afirmar como católicos que toda as bíblicas católicas, quando se refere a septuaginta, é a que contem os 73 livros, e era a bíblia usada por Jesus e os apóstolos. Sugiro a você essas melhores versões: Bíblia de Jerusalém, Peregrino e a TEB.
Shalom !!!
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