O Urim e Tumim, tem
sido tema que há despertado certa curiosidade dos estudiosos da Bíblia. É de
grande valia dizer que; aceitação geral quanto a interpretação do assunto não
tem acontecido, por isso, vale a pena mais uma análise deste assunto. Como
há muita dúvida com respeito a estes nomes, será bom examinar as referências
das Escrituras sobre o assunto:"Também porás no peitoral do juízo o Urim e o Tumim, para que estejam
sobre o coração de Arão, quando entrar perante o Senhor" (Ex 28,30; Lv 8,8).Há, aqui, uma alusão
a pequenos objetos, em conexão com a interpretação da vontade de Deus por meio
do sumo sacerdote, estando essas coisas encerradas numa dobra do peitoral.
Parece que se trata de pedras, usadas como cortes, ou talvez de uma única pedra
com duas faces sobre as quais estivessem gravadas os termos Urim e Tumim. Na
‘Bênção de Moisés’ (Dt 33,8) o privilégio de possuir o ‘Tumim e o Urim’ é
recebido da tribo de Levi. Em outras passagens há expressas referências a Urim
e a Tumim como meios de adivinhação. Na divina designação
de Josué, para sucessor de Moisés, se lê: ‘Apresentar-se-á perante Eleazar, o
sacerdote, o qual por ele consultará, segundo o juízo do Urim, perante o
Senhor’ (Nm 27,21). o que levou Saul a consultar a feiticeira de En-Dor foi o
seguinte: quando Saul consultou o Senhor, o Senhor ‘não lhe respondeu, nem por
sonhos, nem por Urim, nem por profetas’ (1 Sm 28,6).Nos dias de Esdras e
Neemias o método tinha caído em desuso, e por isso Zorobabel adiou a sua
decisão com respeito ao direito de certas famílias ao sacerdócio, ‘até que se
levantasse um sacerdote com Urim e Tumim’ (Esdras 2,63; Ne 7,65). Pode
dizer-se, com alguma probabilidade, que o mesmo método de adivinhação deve ter
sido empregado em alguns casos em que o Urim e o Tumim não são expressamente
mencionados (Js 7,14 -18;Jz 20,28;1 Sm 10,20-24; 2 Sm 2,1;5,19-23).Eram, desse modo, o Urim e o Tumim o meio de apelar pela sorte para a
vontade ou conhecimento de Deus, nos casos que envolviam duas alternativas,
sendo isso naturalmente uma prerrogativa dos sacerdotes.
I – O significado de Urim
e Tumim:
Na bíblia hebraica, o
Urim e Tumim (do hebraico: אורים ותמים, luzes e perfeições) estão associados
com o hoshen (peitoral do sumo sacerdote), adivinhação em geral e cleromancia
em particular. Muitos estudiosos suspeitam que a frase refere-se a objetos
específicos envolvidos na adivinhação. Quanto ao significado dos termos Urim e Tumim; os especialistas da
língua hebraica, chegaram a conclusão que significam: “luzes e perfeições” ou
“luz e perfeição”; e há ainda quem interprete a expressão hebraica como “as
maldições e as perfeições”. Tumim (תוּמִים) é amplamente considerado como sendo derivado da raiz consonantal ת.ם.ם (t-m-m), significando inocente, enquanto Urim (אוּרִים) tradicionalmente é tomada como derivada de uma raiz que significa
luzes. Essas abreviações são refletidas no Neqqudot do Texto massorético.Em consequência, Urim
e Tumim têm sido tradicionalmente traduzidas como luzes e perfeições (por
Teodócio, por exemplo), ou, por meio da tomada da frase alegoricamente, como significando
revelação e verdade, ou doutrina e verdade (esta aparece nesta forma na
Vulgata, no escrito de São Jerônimo, e na Héxapla).Apesar do valor
nominal das palavras estarem no plural, o contexto sugere que elas são pluralis
intensivus, palavras no singular que são pluralizadas para aumentar sua
majestade aparente.As formas singulares - ur e tumm - estiveram conectadas, por
alguns dos primeiros estudiosos, com os termos babilônicos urtu e tamitu,
significando oráculo e comando, respectivamente.Muitos estudiosos hoje acreditam que אוּרִים (Urim) simplesmente deriva do termo hebairco אּרּרִים (Arrim), que significa maldições, e desta forma que Urim e Tumim
significam essencialmente amaldiçoado ou sem falhas, em referência ao
julgamente da deidade para uma pessoa acusada - em outras palavras, Urim e
Tumim eram usadas para responder a questão inocente ou culpado. De acordo com a
visão judaica, o Urim e Tumim remontam ao Sumo Sacerdote de Israel. A placa
peitoral que utilizava era dobrada ao meio, formando um bolso onde ficava um
pergaminho contendo o nome de Deus. Este nome fazia com que certas letras
gravadas sobre as pedras preciosas acendessem de acordo com as questões
perguntadas.Aquele que desejava
uma resposta (apenas questões de relevância dentro da comunidade israelita poderiam
ser perguntadas) ia ao sumo sacerdote. Este se virava para a Arca da
Aliança, e o inquiridor de pé atrás do sumo sacerdote fazia a pergunta em voz
baixa.O sumo sacerdote, olhando para as letras que se acendiam,era inspirado
para decifrar a resposta de Deus. A Tradição é unânime ao afirmar que foram
utilizados até a destruição do Primeiro Templo, quando pararam de funcionar.O
Urim e Tumim era um dos cinco utensílios que faltavam no Segundo Templo de
Jerusalém.Flávio Josefo, no entanto, diz que o oráculo estava silencioso
"200 anos antes do seu tempo", ou seja, a partir dos dias de João
Hircano, o que significa que Urim e Tumim teriam sido utilizados até os tempos
dos Macabeus.Os mestres
talmudistas, no entanto, nunca haviam visto Urim e Tumim, que consideravam como
o nome de Deus escrito no peitoral do Sumo Sacerdote.Em crença geral,
acredita-se que o Urim e Tumim sejam duas pedras colocadas no peitoral do Sumo
Sacerdote de Israel, contendo em uma face resposta positiva e em outro resposta
negativa. Fazendo-se a pergunta, jogavam-se as pedras, e de acordo com os lados que
caíssem era confirmado uma resposta negativa, positiva ou sem resultados.Em
hebraico a palavra ‘Urim’, começa justamente com a primeira letra do alfabeto
hebraico, que é o “alef” e a palavra ‘Tumim’ com a última letra do referido
alfabeto, a letra “tau”.
II – O que realmente era Urim e Tumim?
Se tratava de certo
objeto, ou de mais de um objeto. Porém não existe uma clara definição de como
era o objeto, ou objetos. Quanto a cor, tamanho, e também a substancia do Urim e do Tumim, realmente
não sabemos, são desconhecidas. Talvez fossem dados, ou até bastões, que
deveriam estar na dobra do peitoral dos sacerdotes. A atribuição desse legado pertencia
a então tribo de Levi.O estudioso Emílio Conde, em um de seus comentários diz
que “a razão pela qual o escritor sagrado não descreveu detalhadamente o Urim
– Tumim é que o objeto era perfeitamente conhecido de seus contemporâneos. Somente
hoje está envolto em mistério”.
III
– A primeira referência ao Urim – Tumim (Êx 28,30):
“Ponha também o Urim e o Tumim no peitoral das decisões para que estejam
sobre o coração de Arão sempre que ele entrar na presença do Senhor. Assim,
Arão levará sempre sobre o coração, na presença do Senhor, os meios para tomar
decisões em Israel”.Não é novidade que,
tudo no Antigo Testamento tinha um significado muito grande, inclusive as
vestes sacerdotais, e quanto ao Urim e o Tumim, não temos muitos detalhes.
Sabe-se, que ficava no peitoral do sacerdote (Lv 8,8).
IV – O uso do "Urim – Tumim"
Pelos textos
apresentados na Bíblia com relação ao uso do Urim –Tumim, percebe-se que eram
pequenos objetos, alguns opinam serem pedras, já que estavam no peitoral dos sacerdotes.
Mas o que nos chama atenção era o uso que se fazia do Urim –Tumim:A vontade de Deus era conhecida, tirando-se ‘sortes’, alguns sugerem que
poderia ser uma única pedra com duas faces, que tinham gravadas as palavras
Urim e Tumim, uma palavra em cada lado.
Se
observarmos no livro de Números 27,21- diz:
“Ele deverá apresentar-se ao sacerdote Eleazar, que lhe dará diretrizes
ao consultar o Urim perante o Senhor. Josué e toda a comunidade dos Israelitas
seguirão suas instruções quando saírem para a batalha”. Aí está o uso do Urim
–Tumim, servia de consulta pelos sacerdotes, para saber qual a vontade de Deus,
obter direção, orientação divina para determinadas questões que envolvia o povo
de Deus. Outra referência curiosa é quando o Rei Saúl fez uso do Urim – Tumim (de forma indevida),em I Sm 28,6:“Ele consultou o Senhor, mas este não lhe respondeu nem por sonhos nem
por Urim nem por profetas...” - Então o
Rei Saúl foi a procura da feiticeira, pitoniza de En-Dor.
Outra passagem um tanto
reveladora, é a de: I Sm 14, 41 - 42
Este episódio deu-se,
a fim de descobrir quem tinha violado um jejum, e foi descoberto o culpado por
meio da prática do Urim – Tumim. O trecho diz: “...ao lançar as sortes cairá o Urim, mas se a culpa é de Israel, teu
povo, ao lançar as sortes dará Tumim...a sorte caiu sobre Jônatas...” - Segundo estudiosos do
assunto, caiu em desuso este método de lançar sortes por mei do Urim – Tumim,
já nos tempos de Esdras e Neemias, ou seja, depois do rei Davi, já não mais
aparecem referências claras ao Urim e ao Tumim no Velho Testamento. (Esd 2,63;
Ne 7,65).Existem outras passagens na Bíblia, quanto ao uso de se lançar sortes,
porém não obrigatoriamente ao uso do Urim – Tumim. Por exemplo, podemos recorrer
ao episódio do profeta Jonas (Jn 1,7).
LANÇAR A SORTE NO NOVO TESTAMENTO (para saber a vontade de deus):
A última vez que
vemos sobre a prática de se "lançar sortes" - é já no Novo Testamento, quando da
escolha da Matias para o colégio apostólico, no lugar de Judas, em Atos 1,14-26 (mas o texto não alude ao uso do Urim – Tumim):
“Todos estes perseveravam
unanimemente em oração e súplicas, com as mulheres, e Maria mãe de Jesus, e com
seus irmãos. E naqueles dias, levantando-se Pedro no meio dos discípulos (ora a
multidão junta era de quase cento e vinte pessoas) disse: Homens irmãos,
convinha que se cumprisse a Escritura que o Espírito Santo predisse pela boca
de Davi, acerca de Judas, que foi o guia daqueles que prenderam a Jesus; Porque
foi contado conosco e alcançou sorte neste ministério. Ora, este adquiriu um
campo com o galardão da iniqüidade; e, precipitando-se, rebentou pelo meio, e
todas as suas entranhas se derramaram. E foi notório a todos os que habitam em
Jerusalém; de maneira que na sua própria língua esse campo se chama Aceldama,
isto é, Campo de Sangue. Porque no livro
dos Salmos está escrito: Fique deserta a sua habitação, E não haja quem nela
habite, e ainda: Tome outro o seu bispado.É necessário, pois, que, dos homens que conviveram
conosco todo o tempo em que o Senhor Jesus entrou e saiu dentre nós,começando
desde o batismo de João até ao dia em que de entre nós foi recebido em cima, um
deles se faça conosco testemunha da sua ressurreição.E apresentaram dois:
José, chamado Barsabás, que tinha por sobrenome o Justo, e Matias. E, orando,
disseram: Tu, Senhor, conhecedor dos corações de todos, mostra qual destes dois tens escolhido, para que tome parte neste
ministério e apostolado, de que Judas se desviou, para ir para o seu próprio
lugar. E, "lançando-lhes sortes", caiu a sorte sobre Matias. E por voto comum foi
contado com os onze apóstolos.”
Há quem ainda queira dizer que o Sumo Sacerdote Caifás, o usou quando formou conselho para deliberar a respeito de julgar a Cristo (Jo 11,49-51), mas a verdade é que o sumo sacerdote profetizou algo que depois se cumpriu. Portanto, quanto ao uso de Urim – Tumim em João 11,49-51 é apenas especulação. Rapidamente concluo,
que a pratica do Urim – Tumim era um meio de se apelar a respeito de se saber a
vontade de Deus, em casos que haviam mais de uma alternativa, porém, essa
prerrogativa era exclusivamente dos sacerdotes!
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Bom dia a todos e parabéns pelas explicações baseadas na Bíblia.
Que Deus os oriente e abençoe grandemente. Eu gostei muito.
PARABÉNS PELO ENSINAMENTOS AQUI APRESENTADOS
Concluo que a pratica do Urim – Tumim era um meio de se apelar a respeito de se saber a vontade de Deus, em casos que haviam mais de uma alternativa, porém, essa prerrogativa era exclusivamente dos sacerdotes e não de qualquer um!
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