13)- "O QUE É CONSERVADORISMO?" (ROGER SCRUTON):
Os capítulos deste
livro seguem um critério de exposição analítica dos elementos principais do
pensamento conservador. Por isso começa por explicar a atitude
conservadora para depois esclarecer de que forma o conservadorismo se alicerça
na ideia de autoridade, o que permite entender a importância da Constituição e
o papel do Estado como defensor dos diferentes modos de vida de uma sociedade
ordeira. A partir disso, é possível compreender a perspectiva
conservadora a respeito da lei e da liberdade, que não é vista de forma
abstrata nem absoluta, e da propriedade, que exerce uma função consagradora
dentro da sociedade. Nos capítulos seguintes, o autor apresenta
uma crítica à ideia de alienação do trabalho, faz uma defesa da existência e do
funcionamento das instituições autônomas (família, instituições de educação,
esportes competitivos), explica a aliança entre poder e autoridade para a
composição do establishment (o grande objetivo interno da política e do
governo) e apresenta a sua concepção de mundo público, formado pelo
estado-nação, pelo estadista e pela política externa. Para encerrar a obra, é
apresentada a contraposição entre liberalismo e conservadorismo. Dificilmente você vai encontra-lo na biblioteca de alguma universidade pública.
14)- "A Mentalidade
Conservadora" (Russell Kirk )
Entre dezembro de
2011 e dezembro de 2012, a editora paulistana É Realizações lançou pela
primeira vez no Brasil quatro livros do filósofo americano Russell Kirk
(1918-1994): “A Era de T. S. Eliot: A Imaginação Moral do Século XX” (com
tradução de Márcia Xavier de Brito), “A Política da Prudência” (tradução de
Gustavo Santos), “A Mentalidade Conservadora: De Edmund Burke a T. S. Eliot”
(tradução de Eduardo Wolf) e “Edmund Burke: Redescobrindo um Gênio” (tradução
de Márcia Xavier de Brito), segundo a ordem de lançamento prevista pela
editora. A pedido da viúva do filósofo, Annette Kirk, a revisão técnica das
edições nacionais ficou a cargo do historiador e pesquisador Alex Catharino,
professor, vice-presidente do Centro Interdisciplinar de Ética e Economia
Personalista (CIEEP) e editor da versão brasileira da revista de teologia e
cultura “Communio“, que desde 2008 vem realizando pesquisas no Russell Kirk
Center for Cultural Renewal (RKC), no estado natal de Kirk, Michigan (EUA).
Catharino ficou responsável, também, pela escolha da ordem das obras a serem
publicadas e, a pedido do editor da É Realizações, Edson Manoel de Oliveira
Filho, escreveu os ensaios introdutórios de cada uma delas. Dificilmente também,você vai encontra-lo na biblioteca de alguma universidade pública.Na entrevista a
seguir, Catharino analisa minuciosamente o pensamento de Kirk, sua influência
na tradição conservadora e na política americana, esmiúça os principais
aspectos de sua obra e a relaciona com a realidade cultural brasileira. Não é
nenhum exagero dizer que esta conversa é uma excelente introdução ao pensamento
do homem que ajudou a colocar Ronald Reagan na presidência dos Estados Unidos:
-Provavelmente, “A
Mentalidade Conservadora”, publicado originalmente em 1953, é o livro mais
importante – ou, pelo menos, mais conhecido – de Kirk. Você poderia explicar
quais foram os fatores que impulsionaram o livro?
-Sem dúvida, “A
Mentalidade Conservadora” é a obra mais conhecida de Russell Kirk, no entanto
não a considero mais importante que os livros “A Era de T. S. Eliot” de 1971 e
“As Raízes da Ordem Americana” de 1974. Creio que a verdadeira obra prima de
Russell Kirk é o livro “A Era de T. S. Eliot”, visto que, ao utilizar como fio
condutor a vida e o pensamento de T. S. Eliot, assim como o contexto histórico
do período em que viveu o poeta, o livro consegue estruturar e condensar vários
aspectos fundamentais do próprio pensamento kirkeano sobre natureza humana,
cultura, religião, imaginação, história, educação, crítica literária, questões
sociais, política e economia, assim como fazer uma leitura “danteana” da poesia
do renomado autor. Já a grande notoriedade de “A Mentalidade Conservadora”, uma obra que
também gosto muito, se deve ao fato dela ser considerada pela maioria dos
analistas como o “gênesis” do pensamento conservador norte-americano por
sistematizar e expor os princípios fundamentais do conservadorismo, apresentar
a genealogia dessa corrente política na Grã-Bretanha e nos Estados Unidos, além
de recuperar a dignidade da mesma junto à opinião pública. O livro tem
como base as pesquisas realizadas pelo autor – sem a orientação de nenhum
professor, diga-se de passagem -, para a obtenção do título de “Literatum
Doctorem” pela University of St. Andrews, o grau mais elevado concedido por
essa que é a mais antiga instituição de ensino superior da Escócia.
-Qual foi, mais
especificamente, a importância de “A Mentalidade Conservadora” para o
conservadorismo americano?
-No livro “The
Conservative Intellectual Movement in America: Since 1945” (ISI Books, 1996), o
historiador George H. Nash demonstra que o movimento conservador
norte-americano se estrutura, principalmente, a partir da coalizão de três
grupos distintos, cada um deles guiado por uma obra de referência. O
primeiro é o grupo dos libertários, cujo livro “O Caminho da Servidão”, de
Friedrich August von Hayek, publicado em 1944, demonstra como o modelo
econômico intervencionista adotado pelas democracias ocidentais conduzirá
necessariamente à redução e até mesmo à perda das liberdades individuais e
políticas. Na segunda vertente encontramos o grupo dos anticomunistas,
guiados pela denúncia feita em 1952 pelo ex-editor do “Time” e ex-espião
soviético, Whittaker Chambers, na obra “Witness”, em que descreve como agentes
comunistas estavam se infiltrando em vários escalões da sociedade
norte-americana. O terceiro e, provavelmente, mais importante desses grupos é o dos
chamados tradicionalistas, que, em torno da análise acadêmica apresentada em “A
Mentalidade Conservadora”, tentaram recuperar os princípios tradicionais da
experiência cultural e política britânica e norte-americana como meio de
resistência aos avanços revolucionários promovidos por diferentes modelos
ideológicos.
-Lee Edwards explica
que a vitória de Ronald Reagan para a presidência dos Estados Unidos é fruto de
um processo iniciado com a publicação de ‘A Mentalidade Conservadora’, o que
transforma Kirk no principal teórico do movimento.Que impacto concreto
exerceu “A Mentalidade Conservadora” na vida política americana?
-Ronald Reagan, eleito
presidente dos Estados Unidos em 1965 graças ao apoio intelectual originado em
A Mentalidade Conservadora.Tanto Russell Kirk, no livro “A Política da
Prudência”, quanto George H. Nash e Lee Edwards consideram a vitória eleitoral
de Ronald Reagan para a presidência dos Estados Unidos um acontecimento
decisivo para o movimento conservador. Em “The Conservative Revolution: The
Movement That Remade America” (Free Press, 1999), Lee Edwards explica que tal
vitória política é fruto de um processo iniciado com a publicação de “A
Mentalidade Conservadora”, o que transforma Kirk no principal teórico do
movimento. Antes da publicação de “A Mentalidade Conservadora”, as forças que se
opunham à agenda liberal do New Deal, cujas políticas econômicas e sociais eram
altamente intervencionistas, e ao avanço revolucionário das ideologias
esquerdistas mais radicais, estavam dispersas. O livro de Kirk serviu
como um grande catalizador para as políticas de coalizão em torno de causas
específicas, uma das características distintivas do movimento conservador
norte-americano, ressaltando a importância da preservação da tradição.
-Há quem entenda “A
Mentalidade Conservadora” como um tipo de “manual” de direita. Você acredita
que a obra pode ser resumida assim sem maiores prejuízos?
-Creio que uma leitura
voltada apenas para os aspectos políticos do livro perverte o projeto original
do autor. O intento de Kirk, pelo menos nesta obra, não era criar um manual
para a “direita” norte-americana, uma espécie de guia ideológico. A obra é,
acima de tudo, um profundo estudo de história das ideias, que apresenta o
desenvolvimento do conservadorismo britânico e norte-americano, tanto cultural
como político, a partir do pensamento conservador de Edmund Burke. É por isso
que o livro se dedica de forma impressionante ao legado de literatos como Sir
Walter Scott, Samuel Taylor Coleridge, James Fenimore Cooper, Nathaniel
Hawthorne, George Gissing, G. K. Cherterton, T. S. Eliot, C. S. Lewis e Robert
Frost.
-Quais foram os
maiores contributos de Kirk para a tradição conservadora americana, da qual ele
é considerado um dos seus grandes teorizadores?
-Não é exagero afirmar
que Russell Kirk está para o pensamento conservador norte-americano como Edmund
Burke para o conservadorismo britânico. No entanto, não devemos reduzir o
pensamento kirkeano apenas aos aspectos políticos. A preocupação principal da obra
de Kirk era cultural. No plano político, os adversários de Kirk eram as
modernas ideologias secularistas, tanto de esquerda quanto de direita, que, ao
propagarem concepções errôneas sobre a natureza da pessoa e da sociedade,
criavam – e ainda criam – o que ele denominou de “desagregação normativa”, que
passa a perverter a ordem interna da alma e a ordem externa da república.
O remédio para tais males, segundo Kirk, se encontra na redescoberta das
antigas verdades propagadas pela “imaginação moral” e pela educação liberal. A
leitura dos clássicos – uma insistência constante do autor – permite romper os
grilhões do cativeiro do tempo e do espaço e nos permite ter uma visão mais
ampla, nos permitindo entender o que é ser plenamente humano e nos capacitando
como transmissores, para as gerações vindouras, do patrimônio comum de nossa
cultura. É nesse sentido que Russell Kirk recupera as verdades legadas por
importantes autores da tradição conservadora num erudito trabalho acadêmico que
não deixa de ter beleza estilística, rigor lógico e clareza na exposição das
ideias. Os seis cânones do pensamento conservador apresentados em “A
Mentalidade Conservadora” são uma síntese dos princípios fundamentais para a
manutenção da vida em sociedade cuja base está nas experiências oriundas do
desenvolvimento orgânico de diferentes gerações, algo bem diferente das
prescrições ideológicas de alguns pensadores modernos.
-De que forma o
pensamento de Kirk dialogou com as bases precedentes e fundadoras da sociedade
americana?
-Antes da publicação
de “A Mentalidade Conservadora”, havia uma hegemonia da chamada imaginação
liberal, tal como advogada por Lionel Trilling. Havia duas posições possíveis:
na primeira a cultura norte-americana era tida como progressista, no sentido de
estar pautada nos ideais do utilitarismo liberal tal como defendia, na época, a
maioria dos membros do Partido Republicano, e na segunda tal cultura política
era tida como um tipo de social democracia, mentalidade dominante no Partido
Democrata, que se tornara a orientação política do país, principalmente, a
partir das administrações presidenciais de Woodrow Wilson e de Franklin Delano
Roosevelt. Russell Kirk rompe tais visões estereotipadas e recupera a tradição
conservadora nos Estados Unidos, ao ressaltar a influência do pensamento de
Edmund Burke sobre os “Fouding Fathers” e demonstrar que a sociedade
norte-americana, como herdeira da civilização judaico-cristã europeia, sempre
teve importantes pensadores e estadistas comprometidos com a preservação da
liberdade ordenada, tal como se verifica nos escritos e na atuação pública de
John Adams, John Randolph of Roanoke, John C. Calhoun, Orestes Brownson e Henry
Adams, dentre outros.O filósofo britânico Roger Scruton, um dos
conservadores ingleses da segunda metade do Séc. XX que mais se aproximam das
concepções kirkeanas de conservadorismo.
-Kirk é um herdeiro do
conservadorismo britânico, mas tornou-se um dos pilares do conservadorismo
americano. Em sua opinião, em que
sentido o conservadorismo britânico se diferencia do americano hoje e na época
de Kirk?
-Há uma grande
diferença entre o conservadorismo britânico no final do século XVIII, época de
Edmund Burke e de Samuel Johnson, e a forma assumida pela corrente intelectual
do final do século XIX e início do século XX. Um exemplo dessa diferença é
expresso por G. K. Chesterton quando afirma que “O mundo moderno se divide em
conservadores e progressistas. O negócio dos progressistas é continuar a
cometer erros. O negócio dos conservadores é evitar que os erros sejam
corrigidos”. Num ensaio de 1929, T. S. Eliot fez uma crítica ao Partido
Conservador britânico afirmando que este “desfruta de algo que nenhum outro
partido político atual possui, um completo vácuo mental: uma ausência que pode
ser preenchida com qualquer coisa, até mesmo com algo de valor”. Anos
depois, numa carta para Eliot, Kirk citou a definição do escritor Ambrose
Bierce, segundo a qual o conservador é o “estadista enamorado pelos males que
existem, bem diferente do liberal, que deseja substituí-los por outros”.
Acredito que a grande mudança do pensamento conservador britânico entre a época
de Burke e Johnson e o período de Chesterton e Eliot se deve ao fato da
politica inglesa na segunda metade do século XIX e no início do século XX ter
sido profundamente influenciada pelas ideias utilitaristas e pelo movimento
fabiano. A polarização da política britânica entre as duas posturas fez com que
os conservadores ingleses, para opor ao socialismo moderado dos fabianos,
fossem, gradativamente, adotando o racionalismo dos utilitaristas, tal como
podemos notar, por exemplo, nas reflexões do filósofo Michael Oakeshott, um
contemporâneo de Russell Kirk, que escreveu uma elogiosa resenha sobre “A
Mentalidade Conservadora”, mas cuja obra carece de uma maior abertura à questão
da imaginação. De certa forma, os escritores conservadores ingleses na segunda metade
do século XX que se aproximam mais das concepções kirkeanas de conservadorismo
foram o ensaísta e satirista Malcolm Muggeridge e o filósofo Roger Scruton,
ambos amigos de Kirk.
-E como você situa o
moderno pensamento conservador americano dentro desta corrente de mudanças e
adaptações?
O moderno
conservadorismo norte-americano no período posterior à Segunda Guerra Mundial assumiu
um caráter mais amplo que o professado pelos ingleses na mesma época, além de
congregar um número maior de intelectuais, tal como podemos verificar nos
escritos de Peter Viereck, Donald Davidson, Richard Weaver, Eric Voegelin,
Russell Kirk, Robert Nisbet e de tantos outros. A riqueza intelectual,
voltando-se mais para a cultura que para a política, explica o porquê de o
movimento conservador norte-americano ser uma importante força na sociedade dos
Estados Unidos, ao passo que na Grã-Bretanha não encontramos nada similar.
Acredito que o majoritário laicismo britânico, distinto da característica base
cristã da sociedade norte-americana, é um fator que, também, devemos levar em
consideração na tentativa de melhor entender tais diferenças.
-Você acredita que o
estudo de Edmund Burke, que foi um dos objetos de pesquisa mais importantes de
Kirk, é fundamental para compreender a obra deste?
-O pensamento de Edmund Burke é uma das bases que sustenta
a obra de Kirk. Ao lado dos estudos do padre Francis Canavan S.J. e do
professor Peter J. Stanlis, os escritos de Russell Kirk foram fundamentais para
o renascimento na segunda metade do século XX, tanto nos Estados Unidos quanto
na Europa, das pesquisas sobre a obra de Edmund Burke. Nesse sentido, o
entendimento de várias concepções burkeanas é imprescindível para um correto
entendimento do conservadorismo kirkeano. Os livros “A Mentalidade Conservadora” e
“Edmund Burke: Redescobrindo um Gênio”, ambos escritos por Kirk, são excelentes
introduções ao pensamento de Burke. Mas não podemos reduzir os escritos de
Russell Kirk aos fundamentos burkeanos que estruturaram sua produção
intelectual. O pensamento kirkeano é extremamente complexo em
diferentes aspetos e não pode ser facilmente reduzido aos esquemas ideológicos
com os quais a mente moderna está acostumada. Um entendimento mais amplo e
proveitoso do conservadorismo kirkeano necessita não apenas das obras de Edmund
Burke, mas, também, do modo como Kirk entendeu inúmeras concepções de
escritores como o cardeal John Henry Newman, Alexis de Tocqueville, Paul Elmer
More, Irving Babbitt, Christopher Dawson, Eric Voegelin e, sobretudo, T. S.
Eliot. A leitura do livro “A Era de T. S. Eliot”, publicado em português pela É
Realizações, numa excelente tradução crítica feita por Márcia Xavier de Brito,
é o melhor ponto de partida para uma compreensão mais ampla do pensamento de
Russell Kirk.“Na concepção kirkeana, a imaginação moral é a capacidade distintamente
humana de conceber a pessoa como um ser moral, e vem a ser o próprio processo
pelo qual o eu cria metáforas a partir das imagens captadas pelos sentidos e
guardadas na mente, empregadas para descobrir e julgar correspondências morais
na experiência”.
-Um dos conceitos
centrais de Kirk, retirado de Burke, é a “imaginação moral”. Qual é a
importância deste conceito para entender a cultura e mentalidade de um povo?
-O termo “imaginação
moral” foi apresentado originalmente por Edmund Burke na obra “Reflexões sobre
a Revolução em França” como uma metáfora para descrever a maneira como os
revolucionários franceses, pautados em ideias abstratas, estavam promovendo a
destruição dos costumes civilizatórios tradicionais que durante gerações foram
sustentados pelo espírito religioso e pelo senso de cavalheirismo. A expressão
tomou dimensões mais amplas nas reflexões de Russell Kirk, que desenvolveu um
novo conceito ao relacionar o “insight” burkeano com as ideias de “sentido
ilativo” do cardeal John Henry Newman, de “ética dos contos de fadas” de G. K.
Chesterton, de “imaginação idílica” de Irving Babbitt e de “imaginação
diabólica” de T. S. Eliot. Na concepção kirkeana a imaginação moral é a
capacidade distintamente humana de conceber a pessoa como um ser moral, e vem a
ser o próprio processo pelo qual o eu cria metáforas a partir das imagens
captadas pelos sentidos e guardadas na mente, empregadas para descobrir e
julgar correspondências morais na experiência. Em linhas gerais o conceito
kirkeano de imaginação moral se assemelha à noção de “Tao” descrita na obra “A
Abolição do Homem”, de C. S. Lewis, ou seja, os princípios expressos pela Lei
Natural, denominados também como moral tradicional, primeiros princípios da
razão prática ou primeiros lugares-comuns. A temática da imaginação
perpassa a vasta produção intelectual de Russell Kirk, que na autobiografia
“The Sword of Imagination”, publicada postumamente em 1995, afirmou: “o mundo é
governado, em qualquer época, não pela racionalidade, mas pela fé: pelo amor,
lealdade e imaginação”. A correta compreensão das noções kirkeana de imaginação
é a chave que torna possível entender o seu pensamento.
-Quais foram, para
Kirk, os grandes modelos da imaginação moral?
-O poeta T.S. Eliot,
um dos grandes objetos de estudo de Kirk e pedra fundamental de “A Era de T.S.
Eliot”, primeiro livro do pensador americano a sair no Brasil, em dezembro.Ele
via como modelos de imaginação moral os contos de fada dos irmãos Grimm e de
Hans Cristopher Andersen, as estórias de Sir Walter Scott e Nathaniel
Hawthorne, a fantasia mitopoética de J. R. R. Tolkien e C. S. Lewis, os poemas
e as peças de T. S. Eliot, e os poemas de Robert Frost e William Faulkner,
assim como as obras clássicas de Sófocles, Aristófanes, Virgílio, Dante
Alighieri, Geoffrey Chaucer, Miguel de Cervantes, William Shakespeare, John
Milton e tantos outros poetas, dramaturgos e romancistas em diferentes
tradições culturais. Outras fontes fundamentais para alimentarmos a imaginação
moral das gerações vindouras são as narrativas históricas de Heródoto,
Tucídides, Políbio, Tito Lívio e Tácito, assim como os escritos filosóficos e
teológicos de Platão, Aristóteles, Cícero, Sêneca, São Paulo, Marco Aurélio e
Santo Agostinho.
-“Encontramos, no Brasil, uma separação entre os princípios cristãos
professados por uma parcela da população e a produção das elites literárias,
mais progressistas. O cultivo das letras, em grande parte, se tornou algo
elitista, separado do imaginário mais conservador professado pelo homem comum”- Você acredita que
alguns homens de letras no Brasil promoveram a imaginação moral no sentido
kirkeano?
-A imaginação moral é
inerente à natureza humana. Ao acreditarmos na visão católica, podemos
afirmar que o mal não existe por si mesmo, mas é uma ausência do bem. Da
mesma forma, podemos encontrar reflexos da imaginação moral, mesmo em obras
marcadas principalmente pelas formas corrompidas de imaginação, a “imaginação
idílica” e a “imaginação diabólica”. Infelizmente, em nosso país não temos um
grande comprometimento com o estudo dos clássicos e não há uma tradição
literária voltada para o público infantil. A literatura brasileira está
muito ligada à forma de imaginação idílica propagada pelo romantismo ou pelo
realismo do movimento modernista, que, algumas vezes, abre espaço para as
imaginações idílica e demoníaca. Nesse sentido, encontramos uma separação entre
os princípios cristãos professados por uma parcela da população e a produção
das elites literárias, mais progressistas. O cultivo das letras, em grande
parte, se tornou algo elitista, separado do imaginário mais conservador
professado pelo homem comum. Tal desvio na literatura deixa reflexos em
quase toda a produção dos homens de letras nas demais áreas das chamadas
humanidades. De certa forma, os homens de letras brasileiros que possuem um
maior senso de imaginação moral embasam suas visões, principalmente, em autores
norte-americanos e europeus. Todavia, ressalto a importância dos
intelectuais se voltarem ao mesmo tempo tanto para os clássicos universais
quanto para algumas das obras nacionais que possam explicar as verdadeiras
bases de nossa cultura luso-brasileira, como os trabalhos de Gilberto Freyre,
assim como para as narrativas de Lima Barreto e Nelson Rodrigues ou os poemas
de Cecilia Meireles, Manuel Bandeira, Augusto Frederico Schmidt, Bruno
Tolentino e Ivan Junqueira, dentre outros expoentes literários nacionais.Nelson
Rodrigues, um autor que se aproxima por vias tortuosas ao conceito de
imaginação moral de Kirk.
-Em que sentido um
autor como Nelson Rodrigues expressa o conceito de imaginação moral?
-O caso específico de
incluir Nelson Rodrigues nessa lista, admito, nem sempre é unânime e recordo a
opinião de meu amigo Renato Moraes a respeito desse autor, ao apresentar as
mesmas ressalvas que T. S. Eliot fez em relação aos escritos de Flannery
O’Connor. Tanto o literato brasileiro quanto a escritora norte-americana se
utilizam de incidentes e acontecimentos grotescos para demonstrar a tragédia
das pessoas que abandonam as normas permanentes da moral cristã. No entanto, há
um enorme risco nessa forma de denunciar os erros de nossa época, pois os
receptores de tais mensagens moralizantes podem assumir como valores os vícios
criticados pelos autores, transformando assim uma obra pautada na imaginação
moral num meio de propagação da imaginação diabólica. De uma controversa obra
de T. S. Eliot, Russell Kirk retirou o termo “imaginação diabólica” para
definir o imaginário corrompido. Tal
corrupção se dá pela perda do conceito de pecado e pela admissão da natureza
humana como algo infinitamente maleável e mutável, assim o sujeito passa a
entender as normas morais como valores relativos às preferências individuais
subjetivas ou à transitoriedade dos diferentes contextos culturais, e assume a
defesa da abolição de qualquer norma objetiva.
Qual aspecto da obra
de Kirk você acredita que mais está ausente da tradição política e brasileira
em geral e que, se fosse adotado, teria efeitos positivos sobre ela?
Em termos políticos a
maior lição que os conservadores brasileiros podem receber da leitura de
Russell Kirk é a rejeição das concepções ideológicas simplificadoras da
realidade.
No entanto, acho que, acima de tudo, é necessário superar a preocupação
excessiva com as questões políticas e abrir nosso campo de visão para
horizontes mais amplos. Foi para evitar o vício do ativismo político, inerente
a um número significativo de conservadores brasileiros, que Márcia Xavier de
Brito e eu sugerimos ao Edson Manoel de Oliveira Filho [editor da É
Realizações] que iniciasse a publicação das obras de Kirk em português com o
livro “A Era de T. S. Eliot”, e não com “A Mentalidade Conservadora”, evitando
assim que as contribuições intelectuais kirkeanas fossem tomadas como um dogma
ideológico capaz de fundamentar apenas o ativismo político dos conservadores
brasileiros. O grande mal de uma parcela significativa dos conservadores brasileiros
é que na luta contra o racionalismo construtivista das esquerdas ou contra o
relativismo dos pós-modernos, a maioria acaba assumindo uma postura ideológica
dogmática e reacionária, deixando-se guiar pelos transitórios profetas da moda.
O paradoxal nesse aspecto é ver algumas pessoas tentando conservar princípios
inexistentes na cultura brasileira, assumindo, assim, uma postura
revolucionária, e, portanto, idílica, em nome de um conservadorismo fictício.
-Como o
conservadorismo brasileiro pode se beneficiar da obra de Kirk?
Devemos ter em mente
que, acima de tudo, o conservadorismo, tal como proposto por Russell Kirk, é
uma defesa das tradições culturais da sociedade norte-americana, num plano
particular, e da civilização ocidental, num espectro mais amplo, contra os
desvios ideológicos da mentalidade moderna. No caso brasileiro, um
conservador deverá fazer quatro perguntas básicas, a saber:
1ª) “Quais são as
tradições fundamentais de nossa sociedade?”,
2ª) “Quais são os princípios e
instituições que devemos conservar?”;
3ª) “Até que ponto será possível adotar
modelos culturais e políticos estranhos ao nosso desenvolvimento histórico
particular?”,
4ª) “Quais são os aspectos específicos de nossa cultura que
precisaremos abandonar para nos adequarmos aos princípios universais da civilização
judaico-cristã da qual fazemos parte?”.
Não tenho respostas definitivas
para essas questões. Todavia, creio que os conservadores brasileiros deverão se
voltar de forma mais sistemática para a busca de tais respostas. Acredito que o
passo inicial deva estar num melhor entendimento das bases culturais de nosso
país. A compreensão das heranças portuguesa e espanhola, de forma particular,
e européia católica de modo mais amplo, é fundamental na tentativa de responder
as quatro perguntas que formulei, visto que não podemos ser conservadores
importando de forma acrítica a cultura anglo-saxônica. Uma melhor
compreensão de nossas tradições históricas possibilitará a construção de elos
entre as particularidades da realidade brasileira e os princípios universais
conservadores advogados por Russell Kirk e outros pensadores conservadores
estrangeiros, que em última instância são pautados nas bases comuns que
herdamos da civilização ocidental, constituída pela junção dos legados
greco-romano e judaico-cristão.
-“A cultura brasileira está muito associada aos erros do patrimonialismo
ibérico, do cientificismo herdado do pensamento positivista e do
intervencionismo econômico defendido tanto por keynesianos quanto por
marxistas, criando, assim, uma forma de religião civil do Estado que devemos
buscar superar”.Como deveria agir o
conservador brasileiro de acordo com o pensamento kirkeano?
-O conservador, tal
como nos ensinou Russell Kirk, não pode ser um formulador de ideias abstratas,
mas um prudente observador das realidades moral, cultural, política e econômica
que o cerca, buscando eliminar, por reformas gradativas, os erros legados pelo
passado, e preservando os aspectos positivos da tradição. A cultura
brasileira está muito associada aos erros do patrimonialismo ibérico, do
cientificismo herdado do pensamento positivista e do intervencionismo econômico
defendido tanto por keynesianos quanto por marxistas, criando, assim, uma forma
de religião civil do Estado que devemos buscar superar. No plano econômico o conservador
deverá, na maioria dos casos, assumir a defesa do livre mercado feita pelos
libertários. Todavia, temos que ser intransigentes na luta pela preservação de
certos princípios inalienáveis, herdados de nossa tradição católica, dentre os
quais se destacam o reconhecimento da religião como principal fundamento da
moral e da cultura, a defesa da vida humana desde a concepção até a morte
natural da pessoa, a importância das liberdades individuais como pré-condição
da vida moral e principal motor do desenvolvimento social, bem como o respeito
aos direitos de propriedade, tanto material quanto intelectual.
15)- "A Democracia na América" (Alexis de Tocqueville)
Livro
obrigatório para quem estuda ciência política, A Democracia na América se
mantém como uma obra fundamental para a compreensão do poder e da grandeza dos
Estados Unidos. Tocqueville escreveu essa sua obra-prima com apenas 30 anos, e ele
demonstrou um profundo entendimento das leis e instituições americanas depois
de apenas algum tempo vivendo na América. O resultado é um livro que prova que
a liberdade, a busca pela igualdade, o respeito pelos magistrados e à lei e o
estabelecimento de instituições democráticas, aliadas a uma constituição que é
conhecida e respeitada pelo povo, podem produzir uma nação sem paralelo em
qualquer época da humanidade.O que percebemos
desde o início da história americana é que a Inglaterra não chegou a colonizar
o país como fizeram o império português e espanhol nas províncias ao sul. Nunca
houve o objetivo de se pilhar o país e de enviar cidadãos que não tivessem o
menor interesse em estabelecer e
aprimorar às instituições da nova colônia inglesa. Na verdade, os Estados Unidos
contaram um pouco com a sorte porque os peregrinos ( os puritanos expulsos da
Inglaterra) não tinham o objetivo de retornarem à metrópole, dessa forma, o que
restava a fazer era criar uma nova civilização que fosse original, independente
e com leis estáveis. Para quem já leu a Ética protestante e o Espírito do
Capitalismo, um resumo da mentalidade puritana é desnecessário, mas creio ser
preciso enfatizar a busca dessa seita religiosa pela educação, por um
capitalismo ético e pelo respeito à lei.Se nas colônias
ibéricas nunca existiu a crença de que a educação fosse para todos, na nova
colônia americana a educação e a propagação de escolas e universidades eram
quase que artigo de fé. É de impressionar a religiosidade de seus primeiros
imigrantes e seu estranho fundamentalismo baseado no antigo testamento, mas que
para a sorte da futura nação americana, nunca foi aplicado na prática.Outro aspecto que devemos estudar é o lugar que os magistrados ocupavam
na sociedade. Como percebeu Tocqueville, quando acontecia algum crime como um
assassinato ou um leve desvio da lei por algum cidadão, era como se tivesse
ocorrido um crime contra toda a nação, de forma que toda a comunidade se unia
para capturar o criminoso e julgá-lo. Isso pode ser observado ainda hoje
naquele país.Tocqueville acredita
que uma importante diferença da jovem nação americana para os países europeus é
que os americanos praticavam uma centralização governamental e uma
descentralização administrativa, enquanto os Estados europeus como a França,
praticavam tanto a centralização governamental quanto a administrativa.
Tocqueville defende o modelo americano
e faz um longo estudo sobre a comuna nesse país que concedia grande liberdade
para as cidades e Estados da federação.Dentro desse
excelente livro, o autor ainda destacou algumas crenças que produziram a força da
América e também suas fraquezas, como a paixão pela liberdade de imprensa e a
livre circulação dos jornais; um clero esclarecido e que tinha como princípio o
respeito pela separação da esfera religiosa do poder civil; funcionários
públicos respeitados por uma população que os vigiava e cobrava eficiência, de
forma que o funcionalismo público na América não buscava vantagens pessoais ou
“estabilidade”, mas que tinha consciência dos seus deveres e obrigações.Quanto à questão da
tirania da maioria, Tocqueville foi profético da mesma forma que foi quanto à
questão da futura guerra civil americana. Alguns podem se perguntar: em relação aos direitos das minorias, não
seria o caso que a democracia exerceria uma opressão quanto a esses grupos? A
história demonstrou que não. As minorias se organizando em pequenos grupos que
no início só aparentemente eram revolucionários, conseguiram alcançar o poder
pela conquista da maioria da opinião pública, que nas democracias é o
verdadeiro deus a ser adorado. O estudo de
Tocqueville sobre as populações indígenas e negras nos Estados Unidos como algo
bastante original. O indígena, como o autor previu, foi quase exterminado,
porque ao contrário do escravo negro, possuía um orgulho de se achar superior
aos brancos, de maneira que nunca esteve disposto a se integrar na sociedade
americana e a adotar os meios de produção dos homens brancos, como a
agricultura, a organização religiosa e a indústria. Os negros fizeram exatamente o
oposto dos indígenas, porque desde o início adotaram as práticas das populações
europeias, mas sempre sofreram porque mesmo tentando ser como os europeus, nunca foram vistos pelos brancos
como seres humanos iguais àqueles.Na segunda parte do
livro escrita cinco anos depois da primeira, Tocqueville faz um estudo mais
amplo a respeito da democracia, incluindo suas opiniões sobre o estado das
artes e da ciência, como a poesia, o teatro e a filosofia sob um governo
democrático em comparação com um governo aristocrático. Certas passagens na
segunda parte reforçam as observações feitas pelo autor no primeiro livro, como
o espírito democrático das várias seitas religiosas do país, a fé que os americanos
demonstram pela liberdade de imprensa e a livre circulação dos jornais, e
Tocqueville ainda acrescenta algo importante: a liberdade das mulheres que
vivem na democracia americana. Essa parte é interessante porque o autor
demonstra a educação e a autoconfiança das mulheres americanas. Quase no final do
livro existe uma previsão errônea do autor e também um grande acerto dele. O
erro de Tocqueville foi de achar que a era das revoluções estava chegando ao fim
por causa da crescente onda democrática do século XIX. Quem conhece a história
sabe que desde 1848, na chamada primavera dos povos, até hoje em dia, as
revoluções sucedem umas às outras. A grande previsão de Tocqueville que se
confirmou foi a que se a revolução e a guerra tomassem conta dos Estados Unidos
seria pelo fato do norte ser industrial e o sul escravagista. Outro livro que você não encontrará na biblioteca de nossas universidades públicas, e até privadas.
16)- Os Intelectuais e a
Sociedade (*Thomas Sowell)
Livro que as universidade públicas jamais vão disponibilizar em suas bibliotecas! Este é um estudo
sobre o grande peso que têm os intelectuais, cujas atividades afetam
sobejamente, como classe organizada, as sociedades modernas, moldando o clima
de opinião pública de forma decisiva, sob cuja influência são desenvolvidas as
políticas oficiais sobre as mais variadas questões, abarcando os campos da
economia, do direito, da guerra e da paz. No livro “Os Intelectuais e a Sociedade”, o
economista americano Thomas Sowell reflete sobre a maneira como os formadores
de opinião se relacionam com o mundo. Para isso, o autor analisa as
interferências e respectivas consequências das atividades intelectuais na
história recente. De acordo com o economista, por meio do poder que
possuem de alterar o clima da opinião pública com suas falas, os intelectuais,
como classe, são capazes de influenciar e sujeitar até os governantes e suas
decisões. Assim, conseguem interferir nos mais diversos campos como o direito,
a saúde, a economia e até em questões nevrálgicas como a guerra.No entanto, alerta
Sowell, as intervenções destes “opinadores” foram desastrosas e trouxeram muito
mais prejuízos do que conquistas para a sociedade na maior parte das vezes.
Para piorar o cenário, o pensador aponta certa tendência do grupo de persistir
com ideias que já se provaram equivocadas, apenas reciclando-as. Com suas
reflexões e análises, “Os Intelectuais e a Sociedade” pretende
oferecer um olhar critico sobre a maneira como os intelectuais intervêm no
mundo como conhecemos, nem sempre da forma mais produtiva e proveitosa.
*Sobre o autor Thomas Sowell: Um dos mais influentes economistas americanos em atividade, é um
destacado defensor da economia de mercado. Graduou-se em Harvard, obteve o
título de mestre na Universidade de Columbia e o de doutor na Universidade de
Chicago. Como intelectual público,
ganhou notoriedade por, sendo negro, opor-se a ações afirmativas como cotas
raciais. Escreveu mais de 30 livros e lecionou em Cornell, California,
UCLA, Stanford, entre outras universidades. Colabora com The Wall Street
Journal e as revistas Forbes e Fortune.
.............................................
Link para o catálogo de nossos livros: https://amzn.to/3vFWLq5
....................................................................
GOSTOU Do APOSTOLADO berakash? QUER SER UM (A) SEGUIDOR (a) E RECEBER AS ATUALIZÇÕES EM SEU CELULAR, OU, E-MAIL?
Segue no link abaixo o “PASSO-A-PASSO” para se tornar um(a) seguidor(a) - (basta clicar):
https://berakash.blogspot.com/2023/10/como-ser-um-ser-um-seguidor-e-ou.html
Shalom!
.............................................
APOSTOLADO BERAKASH - A serviço da Verdade: Este blog não segue o padrão comum, tem opinião própria, não querendo ser o dono da verdade, mas, mostrando outras perspectivas racionais para ver assuntos que interessam a todos. Trata basicamente de pessoas com opiniões e ideias inteligentes, para pessoas inteligentes. Ocupa-se de ideias aplicadas à política, a religião, economia, a filosofia, educação, e a ética. Ele constitui uma tentativa de manter um pensamento crítico e independente sobre literatura, questões culturais, e em geral, focando numa discussão bem fundamentada sobre temas os mais relevantes em destaques no Brasil e no mundo. A mera veiculação, ou reprodução de matérias e entrevistas deste blog não significa, necessariamente, adesão às ideias neles contidas. Tal material deve ser considerado à luz do objetivo informativo deste blog, não sendo a simples indicação, ou reprodução a garantia da ortodoxia de seus conteúdos. As notícias publicadas nesta página são repostadas a partir de fontes diferentes, e transcritas tal qual apresentadas em sua origem. Este blog não se responsabiliza e nem compactua com opiniões ou erros publicados nos textos originais. Caso você encontre alguma inconsistência nas notícias, por favor, entre em contato diretamente com as fontes originais para as devidas correções, ou faça suas observações (com fontes) nos comentários abaixo para o devido esclarecimento aos internautas. Os comentários devem ser respeitosos e relacionados estritamente ao assunto do post. Toda polêmica desnecessária será prontamente banida. Todos os comentários são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam, de maneira alguma, a posição do blog. Não serão aprovados os comentários escritos integralmente em letras maiúsculas, ou CAIXA ALTA. A edição deste blog se reserva o direito de excluir qualquer artigo ou comentário que julgar oportuno, sem demais explicações. Todo material produzido por este blog é de livre difusão, contanto que se remeta nossa fonte.Não somos bancados por nenhum tipo de recurso ou patrocinadores internos, ou externo ao Brasil. Este blog é independente e representamos uma alternativa concreta de comunicação. Se você gosta de nossas publicações, junte-se a nós com sua propaganda para que possamos crescer e fazer a comunicação dos fatos, doa a quem doer. Entre em contato conosco pelo nosso e-mail abaixo, caso queira colaborar de alguma forma:
filhodedeusshalom@gmail.com
+ Comentário. Deixe o seu! + 1 Comentário. Deixe o seu!
Criticam a Igreja católica por no passado medieval ter feito seu index, mas atualmente a esquerda também tem seus LIVROS PROIBIDOS pelas suas lideranças, de serem lidos pela sua militância. Apesar do “direito à vida cultural” constar na Declaração Universal dos Direitos Humanos, de 1948, e em muitas constituições ao redor do mundo, incluindo a brasileira, diversos foram os países onde esse direito existiu somente no papel. Por motivos políticos ou morais, governos proibiram e censuraram livros durante séculos – e por mais medieval que isso soe, essa ainda é uma prática comum até nos dias de hoje....E pasmem! Feito agora por governos ditos de esquerda, progressistas e que defendiam o livre pensamento! É realmente paradoxal.
Evellyn - SP
Postar um comentário
Todos os comentários publicados não significam a adesão às ideias nelas contidas por parte deste apostolado, nem a garantia da ortodoxia de seus conteúdos. Conforme a lei o blog oferece o DIREITO DE RESPOSTA a quem se sentir ofendido(a), desde que a resposta não contenha palavrões e ofensas de cunho pessoal e generalizados. Os comentários serão analisados criteriosamente e poderão ser ignorados e ou, excluídos.