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O livre arbítrio em Michelangelo e Santo Agostinho

Written By Beraká - o blog da família on terça-feira, 23 de junho de 2020 | 17:49








Por *Francisco José Barros Araújo 





Quando, em 1.512, Michelangelo finalmente concluiu o afresco do teto da capela Sistina, que é considerado uma das mais famosas obras da história da arte, os cardeais responsáveis pela curadoria das obras ficaram por horas olhando e admirando o magnífico afresco. Após a análise, reuniram-se com o mestre das artes, Michelangelo e, sem pudor algum dispararam: RE-FA-ÇA! O descontentamento, óbvio, não era com a obra toda, mas sim com um detalhe aparentemente não importante: "Michelangelo havia concebido o painel da criação do homem com os dedos de Deus e de Adão, se tocando". Os curadores exigiram que não houvesse o toque, mas que os dedos de ambos ficassem distantes e mais: que o dedo de Deus estivesse sempre esticado ao máximo, mas que o dedo de Adão, estivesse com as últimas falanges contraídas.





Um simples detalhe, mas com um sentido surpreendente!






Deus está lá, mas a decisão de buscá-lo é do homem. Se ele quiser, esticar o dedo, tocar-lhe-á, mas não querendo, poderá passar uma vida inteira sem buscá-lo. A última falange do dedo de Adão contraída representa, então, o livre arbítrio.





Fonte:https://www.trendsmap.com/twitter/tweet/1275052384910221312 (Consultado em 23/06/2020)






O LIVRE ARBÍTRIO EM SANTO AGOSTINHO











Para Agostinho de Hipona, sem o livre-arbítrio, não existiria justiça nem a retidão. De nada adiantaria elogiar os retos e condenar os maus. O problema do livre-arbítrio está em fazer mau uso deste, e não, de condenar Deus por tê-lo concedido ao ser humano. 






O Livre Arbítrio tornou-se um dos mais renomados textos de Santo Agostinho! Acha-se subdividido em três livros:






1)-O primeiro está dedicado à comprovação da tese de que o pecado provém do livre arbítrio.



2)-O segundo contém uma demonstração da existência de Deus, tema que absorveria a atenção da filosofia católica, sobretudo na Idade Média.



3)-O terceiro em que se detém na exaltação da obra de Deus e aborda também questões que lhe pareceram achar-se correlacionadas à ordem divina e que formam uma lista extensa:




a)-O que é preciso crer e que tipos de erros prejudicam a nossa felicidade?



b)-A morte prematura das crianças e o sofrimento que padecem não são contrários à ordem universal.


c)-O primeiro pecado do homem e o do demônio.



d)-Foi o homem criado em estado de sabedoria ou de insensatez ? e outros temas...





Preocupava a Santo Agostinho a solução da questão da existência do Mal












Os maniqueístas, com cujos princípios simpatizara, afirmavam a existência de dois princípios vitais, de igual importância: o Bem e o Mal. Em presença deste último, concluíam, os homens não são culpados de ações classificadas como más. Para refutar essa doutrina, Santo Agostinho irá partir da tese de que não se deve atribuir a Deus mas ao homem a presença do Mal. Este foi criado dispondo de livre arbítrio, com direito a fazer uso de sua liberdade. Em conseqüência, o pecado decorre exclusivamente do livre arbítrio do homem.












Santo Agostinho irá explicitar que se trata de moral e não de males físicos (doenças, sofrimentos e morte). Atendo-se estritamente aos ensinamentos cristãos, entende que os males físicos são uma decorrência do pecado original. Os sofrimentos experimentados no corpo correspondem à penalidade imposta à humanidade em decorrência do primeiro pecado. A tradição grega da qual se louva Agostinho, havia estudado detidamente a natureza dos atos humanos, isolando aqueles que não correspondem a reações automáticas, instintivas, e impõem uma escolha. Esta depende da vontade que, para mover-se e impulsionar a ação, requer ser determinada. Como há muitos bens no mundo, aquela determinação não poderá prescindir de uma opção. Os gregos, entretanto, não chegaram ao conceito de liberdade, desenvolvimento que seria atribuído ao pensamento de Santo Agostinho!













Como se indicou, o problema de Santo Agostinho diz respeito às ações de natureza moral. Dispondo do livre arbítrio, a criatura humana pode optar por bens inferiores. Dessa verificação não se pode inferir que o livre arbítrio seja um mal. Agostinho enfatiza que ter recebido de Deus uma vontade livre é para nós um grande bem! O mal é o mau uso desse grande bem.




Como se dá que o homem incline-se pela escolha do bem e recuse o mal?




No texto de "O livre arbítrio", Agostinho não conseguiu precisar com toda a clareza que a determinação da vontade, para leva-la à preferência pelo bem, seja uma resultante da interveniência da graça divina. Tal esclarecimento ocorreria mais tarde. A discussão suscitada pelas teses agostinianas, em seu próprio tempo, levou-o a abordar muitas delas no texto que intitulou “Retratationes”, entre as quais a que diz respeito à determinante no caso do livre arbítrio. Adotada na Idade Média, a hipótese agostiniana, de que a ação moral supõe a presença da graça divina, porém, esta viria a ser recusada pela Filosofia Moderna.




A alegação "RACIONALISTA moderna básica", contrapondo-se a Agostinho, seria a seguinte: 














“Sendo externa a intervenção para ocasionar a determinação da vontade, automaticamente retira o caráter de voluntária à ação daí decorrente. Entre as alternativas surgidas, sobressai a kantiana. Procurando atender à nova situação, de emergência e consolidação do pluralismo religioso, Kant formulou uma doutrina independente de todo suporte religioso, isto é, puramente racional. Trata-se de uma fórmula que permitiria, ao autor da ação, avaliar de sua moralidadeo que, por si só, naturalmente, não o obrigará a ater-se ao que estaria em concordância com o princípio moral. Contudo, Kant entende que a verdadeira liberdade seria correspondente à recusa de ceder às inclinações e escolher a lei moral natural”.



O LIVRE ARBÍTRIO NAS ESCRITURAS:









“Em seu coração o homem planeja o seu caminho, mas o Senhor determina os seus passos...” (Provérbios 16,9)




“O Senhor Deus colocou o homem no jardim do Éden para cuidar dele e cultivá-lo. E o Senhor Deus ordenou ao homem: Coma livremente de qualquer árvore do jardim, mas não coma da árvore do conhecimento do bem e do mal, porque no dia em que dela comer, certamente você morrerá". (Gênesis 2,15-17)




"Hoje invoco os céus e a terra como testemunhas contra vocês, de que coloquei diante de vocês a vida e a morte, a bênção e a maldição. Agora escolham a vida, para que vocês e os seus filhos vivam, e para que vocês amem o Senhor, o seu Deus, ouçam a sua voz e se apeguem firmemente a ele...” (Deuteronômio 30,19-20)




Escolhi o caminho da fidelidade; decidi seguir as tuas ordenanças. Apego-me aos teus testemunhos, ó Senhor; não permitas que eu fique decepcionado...” (Salmos 119,30-31)




“Foi para a liberdade que Cristo nos libertou. Portanto, permaneçam firmes e não se deixem submeter novamente a um jugo de escravidão...” (Gálatas 5,1)




“Irmãos, vocês foram chamados para a liberdade. Mas não usem a liberdade para dar ocasião à vontade da carne; ao contrário, sirvam uns aos outros mediante o amor.”(Gálatas 5,13)




"Tudo me é permitido", mas nem tudo convém. Tudo me é permitido", mas eu não deixarei que nada me domine. (1 Coríntios 6,12)






CONCLUSÃO:









Quando Deus nos criou, Ele nos deu livre-arbítrio, que é a liberdade de escolha com suas ESCLARECIDAS consequências. Amar é uma decisão, e sem livre-arbítrio não poderíamos amar. Cada pessoa pode escolher amar ou não amar a Deus, obedecer ou não obedecer a Deus. Deus abençoa quem escolhe segui-lo e submeter-se a sua vontade. Não seria justo portanto, Deus conceder o mesmo prêmio de uma Madre Teresa de Calcutá a Hitler. Ao mesmo tempo que nós temos livre-arbítrio, Deus trabalha em tudo para que a sua vontade seja feita em nós e no mundo como causas segundas de sua perfeita vontade. Nós tomamos decisões, mas Deus tem a última palavra sobre o que acontece. Por isto que se diz: "O homem propõe, mas é Deus que dispõe...” Não podemos fundar um clube privativo e deixa-lo sem regras claras, pois viraria uma baderna, concorda?...





Por *Francisco José Barros Araújo – Bacharel em Teologia pela Faculdade Católica do RN, conforme diploma Nº 31.636 do Processo Nº  003/17





BIBLIOGRAFIA:





-Agostinho: "Sobre o Livre Arbítrio"




-Kant: "Fundamentação da metafísica dos costumes"





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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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