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(Imagem meramente ilustrativa para o texto) |
Conforme as palavras de Emmir Nogueira, formadora
e Co fundadora da Comunidade Católica Shalom,parece que vemos um retorno da
ultrapassada TEOLOGIA DA RETRIBUIÇÃO, que foi superada no judaísmo a partir do livro
de Jó!
“A
teologia retributiva diz que todo sofrimento é resultado de algum pecado.
Elifaz, Bildade e Zofar, os amigos de Jó, enquanto se assentaram calados
estavam corretos. Mas, quando começaram a falar afirmaram erroneamente: Se Jó
sofre, é porque cometeu algum pecado grave! Alguém disse que
os amigos de Jó estavam “mais preocupados em salvar a doutrina da retribuição
do que em sofrer junto com Jó”. Entretanto, quando Deus responde, ele não
o faz para explicar a razão do sofrimento, mas onde nossa esperança deve
descansar em meio ao sofrimento.No texto base da meditação, Jó amadurecido
diante das respostas de Deus, faz afirmações que podem abrilhantar a nossa fé e
nos aproximar daquele em quem podemos descansar nossos anseios e sofrimentos. Ultimamente,
tenho ficado impressionada com uma certa atitude conhecida por alguns
como “teoria” ou mesmo
“teologia retributiva” no relacionamento com Deus, também entre os
católicos. A cada pregação, nos mais diversos locais do Brasil
– nos outros países não sinto tão forte este fenômeno – alguém apresenta, de
uma forma ou de outra, a seguinte pergunta: “Mas porque aconteceu isso comigo se eu procuro fazer tudo o que Deus
quer?” e, a seguir, descreve como vai à missa e reza o terço
diariamente, como socorre os pobres, como vai regularmente às reuniões da
paróquia, como se confessa uma vez por mês, etc. Outros, que enfrentam, como a
quase totalidade dos brasileiros, desafios financeiros, colocam as coisas mais
claramente: “Mas, porque é que eu
estou com dificuldades se eu sou fiel ao dízimo todos os meses? A Bíblia não
promete que se eu for fiel ao tributo do templo Deus vai ser fiel a mim?” Há
ainda aqueles que, servindo a Deus com alegria e fidelidade na paróquia,
grupos, encontros, comunidades, espantam-se e sentem-se inseguros quando morre
um parente, a filha solteira engravida, o filho entra na droga, o cônjuge
adultera, os familiares abandonam a Igreja: “Mas eu cuidei das
coisas de Deus confiando que ele cuidaria das minhas! Como é que isso pode ter
acontecido?” Ao grupo de decepcionados com as “atitudes” de Deus, somam-se os
que exclamam, ressentidos: “Mas eu entreguei toda a minha vida a Deus!
Consagrei-me a Ele! Por que Ele não me liberta deste pecado? Por que ainda
tenho este vício? Por que ainda convivo com esta fobia? Por que continuo
deprimido? O que me falta ainda dar a Deus? Você acha que é minha pouca fé?” Cada
vez que ouço algo parecido me vem uma lembrança e uma perplexidade. A lembrança
é a de Maria, aos pés da cruz de Jesus, sustentada pela caridade que a une ao
Filho, pela fé de que Deus é sempre amor e pela esperança da ressurreição que
Ele prometera.A
perplexidade refere-se ao tipo de formação que talvez alguns tenham recebido.
Terá ela sido verdadeiramente católica, ou traz resquícios da tal teologia
retributiva que reduz nosso relacionamento com Deus ao “dai-e-dar-se-vos-á”,
típico de algumas visões não católicas? Será que estamos ensinando que tudo o
que damos a Deus e o que “fazemos por Ele” tem como base essencial a gratuidade
do amor? Será
que estamos ensinando que o amor é, por essência, gratuito e que, ao nos
entregarmos a Deus, ao servi-Lo, ao devolver o tributo, ao nos consagrarmos não
temos nenhuma garantia de que as coisas vão ser como queremos ou pensamos que
seriam? Será que deixamos claro que Deus, longe de ser um investimento de renda
fixa, com retorno garantido, é Amor que corre todos os riscos por nós? Será que
ensinamos que Deus não dá nenhuma garantia de retorno como nós pensamos que Ele
deveria dar?Ou,
talvez, estejamos ensinando – e crendo! – que, se eu der dinheiro à paróquia
Deus me dará o dobro; se eu servir à Igreja, Deus me servirá; se eu fizer tudo
“certinho” Deus vai fazer com que tudo dê “certo” comigo e com os meus; se eu
consagrar minha vida a Deus, tenho garantia de libertação e santidade, em uma
negociação infindável de fazer inveja ao título mais promissor do mercado? Ao
olhar a vida dos santos, de Maria e do próprio Jesus, qualquer um ficaria
facilmente desencantado com as ideias retributivas que empeçonham a mente de um
católico, impedindo-o de ter a mente de Cristo. Tome-se, por exemplo, São
Paulo: perseguições, apedrejamentos, naufrágios, falatórios, julgamentos,
calúnias, prisões e morte. São Pedro não será muito diferente! Nem Jesus. Nem
Maria. Nem Madre Teresa de Calcutá. Nem João Paulo II.Alguém tem que voltar a
ensinar que o amor a Deus, para ser amor, precisa ser absolutamente gratuito,
sem nenhuma garantia de retorno. Pelo menos, não na nossa moeda, não na nossa
medida. O “dai e dar-se-vos-á”, a “medida boa, cheia, recalcada,
transbordante” são um outro câmbio, uma outra moeda, a moeda do céu, que é
sempre amor.”
Maria
Emmir Oquendo Nogueira
“Pense positivo, visualize e vai acontecer, porque
tudo depende da sua atitude, deixe de ser infantil e vitimista, faça assim,
faça assado...”
Não! a coisa não é
tão simples assim, pois nem sempre existe solução fácil e instantânea para
problemas difíceis. Cada criatura é única diante de Deus, portanto, receitas genéricas
carregadas do atual “pelagianismo psicológico e mercadológico”, pode até a
princípio funcionar com alguns, mas não com todos(as), o problema é que
os fracassos destas “terapias de choque” não são divulgados, e muitos são
arrastados a este mundo de ilusões.Embora haja amplas evidências de que nossas atitudes, pensamentos e
emoções afetam nossa saúde e relacionamentos, a extrapolação pseudocientífica, mágica e mercadológica das conclusões da psicologia positiva séria, tornou-se um risco tão grave quanto a auto medicação para
aqueles que a adotam. Isso se tornou a base
de um negócio que vende ilusões e mentiras para milhões de pessoas que buscam
uma vida melhor ou que simplesmente querem encontrar respostas para suas
angústias e seus problemas diários. O termo autoajuda é popular porque embasa-se
na ideia de que temos o controle. Conforme as palavras do poema
Invictus: “Sou o mestre do meu destino; sou o capitão de minha alma.” Mas
não o somos! Ocasionalmente, algo nos acontece, seja uma doença, acidente ou
uma catástrofe natual, e nos lembra como a vida está fora do nosso controle, e
nenhum livro de autoajuda vai poder nos auxiliar! Felizmente, muitos cristãos
já perceberam este apelo meramente mercadológico e midiático e não querem
envolvimento com este “negócio” de autoajuda. Para ser um autêntico
cristão é necessário admitir que somos indefesos e reconhecer nossa total
dependência de Deus. Jesus disse:“Porque sem mim nada podeis fazer...” (João 15,5). Os israelitas sempre
arrumavam problemas para si mesmos porque confiavam na força humana em vez de
confiar na força de Deus :“Assim diz o Senhor: Maldito o
homem que confia no homem, e faz da carne o seu braço, e aparta o seu coração
do Senhor! Porque será como a tamargueira no deserto, e não verá quando vem o
bem; antes morará nos lugares secos do deserto, na terra salgada e inabitável. Bendito
o homem que confia no Senhor, e cuja confiança é o Senhor. Porque será como a
árvore plantada junto às águas, que estende as suas raízes para o ribeiro, e
não receia quando vem o calor, mas a sua folha fica verde; e no ano de sequidão
não se afadiga, nem deixa de dar fruto. Enganoso é o coração, mais do que todas
as coisas, e perverso; quem o conhecerá?...” (Jeremias 17,5-9)
O mundo de fantasias da Auto Ajuda
No meio da crise
cultural em que estamos e a atração de um mundo libertino e tecnocrático, onde
todo problema poderia ser resolvido por uma técnica ou por um especialista que
nos daria uma solução imediata, não é estranho ver a propagação do pensamento
mágico em diferentes setores da sociedade, mesmo entre profissionais
instruídos que, apesar de sua formação científica e técnica, buscam respostas
para o seu drama existencial em histórias mágicas com uma fachada pseudocientífica. Publicações em redes sociais, com imagens que retratam rostos
sorridentes e belas paisagens com frases positivas, inundam-nos diariamente,
como se a vida que sonhamos só dependesse de nossos pensamentos, e
principalmente de sermos otimistas e sempre pensarmos positivamente. Eles
costumam repetir frases como “Não se esqueça de ser feliz” ou “Tudo depende da
sua atitude” ou “Sempre temos que pensar positivo” ou “Visualize e isso
acontecerá” etc. A ideia básica é que,
se a sua vida não está dando certo, é porque você realmente não quer que ela vá
bem, ou porque você não está pensando do jeito certo ou colocando a intenção
correta lá fora. Qual é o resultado disso? Bem, se você está tendo problemas ou
dificuldades, é tudo culpa de seu “vitimismo”, como se fosse possível evitar os
imprevistos da vida, que estão fora de nosso controle. Apesar do
absurdo desse raciocínio, tornou-se praticamente um dogma de fé nos ambientes
de negócios, nas Igrejas por estes consumidores ávidos de livros e terapias de
autoajuda.
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(O Paradoxo da Auto Ajuda) |
Além disso, há a
ideologia promovida por livros como O Segredo, de Rhonda Byrne, e a vasta
quantidade de literatura da “nova era” que prega a Lei da Atração como uma lei
científica comprovada, que ensina que nossos pensamentos têm uma influência
física na realidade. Tudo que você precisa fazer é saber como “CANALISAR”
e o que pedir ao “universo”. Deus agora se torna uma força cósmica
manipulável,como se o universo fosse alguém, uma espécie de divindade
impessoal, um gênio da lâmpada esperando passivamente atender a seus pedidos,
que automaticamente retorna a você através de coisas boas ou ruins que você
pensa ou faz.Para dar um tom mais científico às suas ideias, eles usam termos como
“energia” ou “vibrações”, mas, na realidade, estão falando de realidades impossíveis
de se verificar empiricamente. Como a crença antiga em um mundo
totalmente controlado por espíritos bons e maus, hoje eles falam sobre energia
positiva ou negativa, ou vibrações boas ou ruins.A tendência do “pensamento
positivo” tem sua origem nos Estados Unidos no século XIX, e se espalhou pela
literatura sobre negócios, vendas e, nas últimas décadas, a indústria da
autoajuda.
Tudo na vida depende apenas de mudar nossos pensamentos? Deus fica de fora?
Não é preciso ser um gênio para explicar que muitos dramas humanos,
injustiças e problemas de saúde não dependem dos pensamentos daqueles que os
sofrem. Será que as pessoas que morrem de fome é porque não estão
pensando positivamente o suficiente sobre comida, e então o universo não envia
isso para elas? Devemos acreditar que as vítimas de
abuso ou exploração atraem o sofrimento unicamente por causa de suas mentes?
Quando alguém te rouba ou te fere, é porque você não está pensando do jeito
certo? É injusto e desonesto encorajar pessoas que sofrem e padecem privações a
pensar que são culpadas por tudo o que acontece com elas, porém, isto é
bastante óbvio e uma resposta fácil para
os promotores desta nefasta corrente de pensamento moderno. Isso é atraente para aqueles que não querem
pensar sobre a complexidade da nossa humanidade e moralidade decaida, fruto das
consequências do pecado original e a consequente realidade das estruturas de
pecado que resultam em milhões de seres humanos que sofrem injustiças e
privações de todo tipo diariamente.Há ambientes em que
não é mais aceitável que as pessoas digam que não se sentem bem, ou que nem
tudo está bem etc. Tais afirmações são consideradas negativas, pessimistas ou
intolerantes. Quando slogans motivacionais ou livros nos forçam a viver sob a
obrigação de permanecermos positivos a todo custo, mesmo que as coisas estejam
indo mal para nós, as pessoas se sentem obrigadas a esconder seus sofrimentos e a viver em
um mundo artificial. Quando alguém recebe más notícias, ou é
diagnosticado com uma doença terminal, as pessoas ao seu redor, em vez de
abraçar seu sofrimento e ajudá-las a prosseguir sem negar a realidade que estão
enfrentando, e a finitude da vida, temendo expor seus próprios medos e
complexos, impõem uma realidade brutal a estas pessoas que só faz aumentar
ainda mais o seu sofrimento como meras frases vazias de um positivismo
alienante. Essas atitudes, que pareciam tão positivas e cheias de amor, muitas
vezes são realmente atos ocultos de egoísmo, que são implacáveis e indiferentes
ao sofrimento real de outras pessoas. Elas são uma fuga rápida e simples do
medo do sofrimento e de não saber como aceitar e viver com o sofrimento.
Esperamos que um sorriso feliz nos tire magicamente do abismo. Na verdade, é
uma maneira superficial e individualista de fugir da realidade.Hoje podemos ver
como, nas redes sociais, as pessoas se sentem obrigadas a publicar imagens
felizes e irreais. Muitos adolescentes e jovens realmente acreditam que as
fotos que veem no Instagram de seus amigos são uma representação fiel da
realidade. O exibicionismo da felicidade tornou-se uma regra social que afoga
aqueles que não sabem enfrentar suas dificuldades cotidianas. Não é natural
pressionar as pessoas para que sejam sempre felizes e pensem positivamente 24
horas por dia.
Um mundo faminto por “NOVIDADES” que nos afastam da Verdade!
A sociedade de hoje,
que busca soluções rápidas e superficiais para todo tipo de problema, é o ambiente ideal para o surgimento de gurus que encantam
seus ouvintes com ideias bonitas, mas superficiais, que simplificam demais a
realidade. Mas tudo aponta para o
fato de que as pessoas estão com fome do que é muito mais profundo do que
simples trivialidades e pensamentos mágicos, pois se fomos criados para o
infinito que é Deus, temos sim sede do infinito e da sua verdade infinita.Cultivar
amizades verdadeiras e profundas, reservar tempo para o silêncio e a reflexão,
e ler livros que nos proporcionem uma perspectiva mais ampla da vida, podem nos
ajudar a compreender melhor a nós mesmos e aos outros e nos ajudar a aprofundar
o que é real e duradouro. Esse é um caminho mais seguro para organizar nossos
pensamentos e sentimentos, e muito melhor do que clicar em frases motivacionais
ou correr atrás do guru mais moderno da atualidade.
Teologia do Coaching: modismo para desvirtuar e corromper
a igreja - O risco de permitir ensinamentos que substituem a pregação do
Evangelho:
*O Coaching é a mais
moderna metodologia de desenvolvimento para a vida pessoal e profissional, que
utiliza técnicas, ferramentas e conhecimentos diversos. É a metodologia
de desenvolver nas pessoas desempenho, liderança, aprendizado, habilidades
sociais e eficiência no trabalho. É um processo de orientação de
pessoas e de equipes em busca de resultados excepcionais.A Igreja tem um papel
insubstituível neste mundo, que é o de anunciar o Evangelho e
edificar os santos (conf. Efes 4,2). Mas constantemente modismos e
ondas adentram as portas de nossos templos, paróquias, Comunidades e Movimentos
da Igreja, corroborando para a desvirtuação dos ensinamentos eclesiásticos e
desviando os cristãos do cristianismo bíblico, daquilo que a Escritura, Sagrada
Tradição e Magistério nos apresenta como
a verdade que nos salva e nos liberta.
“Christo
Nihil Praeponere” (do latim: “Nada antepor a Cristo”)
Nada contra o “coaching”
ou contra qualquer tipo de orientação, profissional ou motivacional, ainda que
tenha sérios e justos receio com a doutrina da autoajuda como alertado
anteriormente acima. Minha real preocupação é com o uso dos púlpitos e
ferramentas da evangelização, que deveriam servir unicamente para a pregação da
Palavra, sendo tomados pela valorização deste tipo de palestra que enaltece apenas
as competências e habilidades humanas. Faz-se aqui necessário uma crítica sincera a
este modismo. A Igreja jamais deve aceitar a substituição do ensino sagrado da
Bíblia por qualquer outra coisa: ideologias, ou técnicas humanas de sucesso e
bem estar. Sei que para muitos cristãos progressistas isso pode parecer
saudosista e tradicionalista, mas trata-se apenas do zelo em valorizar a
Palavra de Deus no seu Santo Evangelho. É evidente que, como já disse, a Igreja
tem o papel de edificação, e isso pode incluir o desenvolvimento pessoal,
profissional e social. No entanto, existe lugar e espaço para uso de
ferramentas de coaching. Porém, utilizá-las na pregação e evangelização,
abandonando e querendo antepor e sobrepor isto ao evangelho de Cristo, é o
mesmo que querer substituir a Palavra de Deus.Lideranças eclesiásticas,
pastores, leigos e evangelizadores Cristãos em geral, que abandonaram o
evangelho da salvação e libertação, adotando agora o “coach” e “master coach”
como forma de competência para utilizar os púlpitos, com o objetivo de falar de
temáticas que nada tem com o cristianismo, isso representa o abandono da fé. A
Igreja não deve se reunir em seus templos para ouvir pregações e homilias de
fundo ideológicos, ou de orientação profissional, autoajuda ou motivação, mas sim
o EVAGELHO PURO E SIMPLES de Nosso Senhor Jesus Cristo. Muitas vezes pessoas
repetindo textos de livros de autoajuda e recitando frases sem citar o autor, como
se fossem suas, tomam os púlpitos com o objetivo de vender a imagem de vencedor
para promover o comércio de seus livros, produtos e suas terapias próprias
criadas em escritório. A Palavra de Deus quanto a isto é muito clara e nos adverte:“Mas, ainda que nós mesmos ou um anjo do céu vos anuncie outro evangelho
(BOA NOVA) além do que já vos tenho anunciado, seja anátema” (Gálatas 1,8).O que Paulo está
afirmando, é que nada pode substituir os ensinamentos da Palavra de Deus. Se já
não bastasse a série de heresias tradicionais dentro e fora da Igreja, que
temos de enfrentar, ainda precisamos explicar sobre a importância de manter o
povo de Deus focados na sua Palavra. Todo o nosso esforço pastoral em conduzir
aqueles sob nossa responsabilidade através de uma pregação genuína, hoje vem
sendo confrontado com técnicas mirabolantes e milagrosas de autoafirmação.Tratando das questões espirituais, nenhum conhecimento acadêmico pode
preparar alguém para a excelência daquilo que é santo.Tão pouco quando esse
conhecimento tem a pretensão de substituir a Palavra de Deus.
Mas afinal, o que realmente uma pessoa busca ao ler um
livro de autoajuda? É possível encontrar, efetivamente, alguma ajuda nesse tipo
de literatura e terapia mercadológica?
A psicóloga e doutora
em Ciências da Religião Daniela Borja Bessa, autora do livro “Literatura de autoajuda cristã: em busca da felicidade ainda
na Terra e não só para o céu”, explica
que a autoajuda diz respeito a “textos que visam desenvolver capacidades
objetivas e subjetivas”. Ela cita o autor Steve Salerno, o qual afirma que:“A autoajuda não está relacionada apenas ao “bem viver” individual, mas,
também, ao aprimoramento de habilidades em benefício do outro, ao
desenvolvimento do autoconhecimento e à busca, com o apoio de outras pessoas,
por soluções para problemas em comum dentro de um determinado grupo (como
Alcoólicos Anônimos, Narcóticos Anônimos dentre outros)”Porém, a especialista
Dra. Daniela Bessa chama a atenção para a vasta literatura e terapias de
autoajuda, e cita o autor Pedro Demo, que diz:“Se tratar de uma leitura marcada pela ingenuidade, porque quem lê um
livro dessa categoria “acredita que vai resolver o problema quase que
instantaneamente”.A psicóloga acredita
que as críticas justificáveis contra a autoajuda baseiam-se no discurso
ilusório que alguns títulos podem trazer, principalmente aqueles que sustentam
a impressão de que existe um alguém, no caso, o autor do livro, que é capaz de
dar receitas sobre como vencer determinados problemas. Esse tipo de livro
sustenta o que Daniela chama de:“Discurso da certeza”, em que sentenças imperativas parecem apontar
soluções Cartesianas, tipo: “faça”, “seja”, “sorria”, “dê”. Uma das críticas
grandes que se faz é uma universalização genérica da vida. É como se dissessem
(os autores): ‘o que serviu pra mim, serve pra todo mundo’. Isso é um elemento perigosamente
frustrante e negativo”, explica a psicóloga.Daniela também alerta
para o risco de tratamentos terapêuticos exageradamente simples dado a determinadas
patologias em alguns livros de autoajuda:“Você tem um texto falando assim: “Deixe de ser vitimista e vença a
depressão em dois dias”, exemplifica a psicóloga. Esse tipo de abordagem irresponsável,
abre espaço para críticas justificáveis à autoajuda como gênero literário e
terapêutico.”A Dra. Daniela em sua
tese de doutorado,realizou uma pesquisa com 768 Cristãos e descobriu-se que
muitos leem livros de auto ajuda na busca de solução para problemas pessoais, e
concluiu:“Esse livro (ou terapia) vai ocupar, de alguma maneira, um lugar que
está vazio nas igrejas, ou vazio na vida das pessoas: de um bom amigo ou um bom
conselheiro...”No meio Cristão, mais
precisamente entre suas lideranças, conforme explica Dra. Daniela Bessa, a resistência
em relação à autoajuda surge por conta da premissa que parece implícita nesse tipo de
literatura de que as pessoas têm condições de encontrar em si mesmas o poder
para mudarem as próprias vidas (o que excluiria a necessidade de Deus, e isto
precisa ser corrigido). A psicóloga defende, entretanto, um certo
benefício relativo neste tipo de literatura e terapia enquanto uma alternativa
às lacunas, como a ausência ou dificuldade de se comunicar problemas pessoais para
uma pessoa que não quer expor os próprios problemas, buscar ajuda em livros ou em
terapias deste tipo, se torna uma alternativa, e para muitos, a única,
portanto, é preciso mais responsabilidade com menos interesse midiático e
mercadológico com esta temática.
CONCLUSÃO
Que todos nós que
formamos a Igreja Corpo de Cristo, possamos nos lembrar disso, e os líderes
venham a se conscientizar de que a “Teologia do
Coching” é apenas um modismo que pouca coisa acrescenta para o crescimento
espiritual dos santos. E que Deus possa nos conduzir através de
um caminho de santidade e referência a Sua Palavra, a Sagrada Tradição e
Sagrada Tradição que forjou e forma os verdadeiros Santos do passado, do
presente e do futuro.“Eu te conjuro em presença de
Deus e de Jesus Cristo, que há de julgar os vivos e os mortos, por sua aparição
e por seu Reino:prega a palavra, insiste
oportuna e importunamente, repreende, ameaça, exorta com toda paciência e
empenho de instruir. Porque virá tempo em que os homens
já não suportarão a sã doutrina da salvação. Levados pelas próprias
paixões e pelo prurido de escutar novidades, ajustarão mestres para si.Apartarão
os ouvidos da verdade...” (2 Timóteo 4,1-4)
Será que este tempo
já chegou?...
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