O ato de contar uma
história tem uma função real. O próprio processo da narrativa é um processo de
cura, em parte porque uma pessoa está se dedicando a contar a você uma estória
que tem muito significado para ela. A pessoa se dispõe a essa tarefa porque
você pode receber uma certa ajuda na sua vida, mas ela não quer simplesmente
chegar e dar um conselho. Quer prestar essa ajuda a você de modo que ela se
torne parte do seu ser. É isso que as estórias fazem. Elas diferem dos conselhos pelo
fato de que, quando você toma conhecimento delas, elas se tornam um produto de
sua própria alma. É por isso que elas curam você. Temos duas histórias
referindo-se ao tema de tecer: Os doze cabritinhos, na qual a irmã tece doze
túnicas para salvar seus irmãos do encantamento da bruxa e o conto Alemão Rumpelstiltskin,
nome do anão que transforma para a moça tecelã todo fio tecido por ela, à
noite, em ouro, salvando-a da morte prometida pelo rei, caso ela não
conseguisse realizar este feito. A leitura do livro completa-se com a
de um outro texto, A Moça tecelã de Marina Colasanti que mistura o bordado da tapeçaria
com o próprio viver. Tecer era tudo o que queria fazer. Tal como Penélope ela
também vai desmanchar o bordado, não porém para refazê-lo no dia seguinte e
ganhar tempo, mas para destruí-lo, “destecer pessoas, casas, jardins,
estrebarias,” etc. Diferente de Penélope, ela retoma o bordado, não para
refazê-lo, mas iniciar um outro. O mistério que ainda envolve a vida, apesar de
todo o desenvolvimento científico-tecnológico alcançado pela humanidade,
justifica a permanência dos mitos, contos,fábulas e das histórias,
pricipalmente em um século como o nosso em que a ciência impera. A criança do
século XXI precisa continuar convivendo com o mito do bom pai, da boa mãe, o do
bom professor, só para enumerar alguns dos mais comuns e constantes na vida de
todos nós? Nas histórias de origem popular está o esquema básico da vida
humana, com todas as etapas a serem vencidas, da infância até a maturidade.
Essa é a razão de sua valorização, desde a Antigüidade até nossos dias.
Rumplestilskin ou
Rumpelscoisinho é o antagonista de um conto de fadas de origem alemã, "O Anão
Saltador"!
O conto foi coletado pelos Irmãos Grimm e publicado pela primeira vez
em 1812 na coletânea Contos de Grimm, sendo revisado em edições posteriores. O
nome Rumpelstilzchen é de origem alemã. Rumpelstilt ou Rumpelstilz era o nome
de um tipo de duende, também chamado de pophart ou poppart, que faz barulhos de
chocalho em tábuas. Para impressionar o rei, um moleiro muito pobre
inventa que a filha é capaz de fiar palha e transformá-la em ouro. O rei chama
a moça, fecha-a numa torre com palha e uma roda de fiar, e exige-lhe que
transforme a palha em ouro até de manhã ou terá sua garganta cortada. Ela já
tinha perdido toda a esperança, quando aparece um duende no quarto e transforma
toda a palha em ouro em troca do seu colar; na noite seguinte, pede-lhe o seu
anel. Na terceira noite, quando ela não tinha nada para lhe dar, o duende faz a
transformação em troca do primeiro filho que a moça desse à luz. O rei fica tão
impressionado que decide se casar com ela, mas quando nasce o primeiro filho do
casal, o duende regressa para reclamar o seu pagamento: "Agora dá-me o que
me prometeste"! A rainha ficou assustada e ofereceu-lhe toda a sua
riqueza, se este a deixasse ficar com a criança. O duende inicialmente recusa,
mas por fim aceita fazer uma troca: a rainha poderia ficar com a criança se ela
conseguisse adivinhar o nome dele no prazo de três dias. No primeiro dia, ela
falhou, mas antes da segunda noite, o seu mensageiro ouve o duende a saltar à volta
de uma fogueira, cantando uma canção, a qual existem muitas variações, mas a
mais conhecida é:
"Hoje eu frito,
amanhã eu cozinho!
Depois de amanhã
será o filho da rainha!
Coisa boa é ninguém saber
Que o meu nome
é Rumpelstilskin!"
Quando o duende foi
ter com a rainha no terceiro dia, ela revela o nome dele e o duende perde sua
aposta. Na edição de 1812 dos Contos dos Irmãos Grimm, depois disto,
Rumpelstichen foge zangado e nunca mais regressa. O final foi revisto numa
edição de 1857 para uma versão mais macabra onde o duende, cego de raiva, bate
os pés com tanta força que se parte em dois. Na versão oral, coletada
originalmente pelos Irmãos Grimm, ele voa da janela numa panela.
VEJAMOS O CONTO ORIGINAL!
Era uma vez um moleiro, que era
pobre, mas tinha uma filha linda! E aconteceu um dia que ele chegou a falar com
o rei, e lhe disse, para dar-lhe importância:
– Eu tenho uma filha que sabe fiar palha para virar ouro!
O rei disse ao moleiro:
- Esta é uma arte que me agrada! Se a tua filha é tão prendada como
dizes, traze-a amanhã para o meu castelo, desejo pô-la à prova.
Quando a moça foi levada à
presença do rei, ele a levou para uma sala que estava cheia de palha,
entregou-lhe roca, fuso, e lhe disse:
- Agora põe mãos à obra, e se até amanhã cedo não tiveres fiado esta
palha em ouro, terás de morrer!
E o rei trancou a porta da sala
com suas próprias mãos e deixou-a lá sozinha. A filha do moleiro se sentou sem
poder fazer nada para salvar sua vida. Não tinha a menor ideia de com fiar a
palha e convertê-la em ouro, e se assustava cada vez mais, até que por fim
começou a chorar. Porém, de repente a porta se abriu e entrou um homenzinho:
- Boa tarde, senhorita moleira, por que estás chorando tanto?
- Ai de mim – disse a garota – tenho que fiar essa palha e convertê-la
em ouro porém não sei como fazê-lo...
- O que me dás – disse o homenzinho – se fizer isso por ti?
- Meu colar! disse ela.
O homenzinho pegou o colar,
sentou-se à roca e whirr, whirr, whirr três voltas e a bobina estava cheia. Pôs
outra e whirr, whirr, whirr tres voltas e a segunda estava cheia também! E
seguiu assim até o amanhecer, quando toda palha estava fiada e todas as bobinas
cheias de ouro. Ao despertar o dia o rei já estava ali, e quando viu o ouro
ficou atônito e encantado, porém seu coração se tornou mais avarento! Levou a
filha do moleiro a outra sala, muito maior e cheia de palha e lhe ordenou que
fiasse a noite inteira, se apreciava a sua própria vida! A garota que não sabia o que fazer,
estava chorando quando a porta se abriu de novo! O homenzinho apareceu e disse:
- Que me darás se eu converter essa palha em ouro? - perguntou ele.
- O anel que levo em meu dedo! Disse ela.
O homenzinho apanhou o anel e
começou outra vez a girar a roca, e pela manhã havia fiado toda a palha e
convertido em brilhante ouro. O rei ficou felicíssimo quando viu aquilo! Porém
como não tinha ouro suficiente, levou a filha do moleiro a outra sala cheia de
palha, muito maior que a anterior, e disse:
- Tens que fiar isso durante esta
noite, se conseguires, serás minha esposa!
"Apesar de ser a filha de um moleiro, " o rei pensou: "não
poderei encontrar esposa mais rica no mundo!"
Quando a garota ficou só, o
homenzinho apareceu pela terceira vez, e disse:
- Que me darás se fiar a palha desta vez?
-Não tenho mais nada para te dar...respondeu a garota.
- Então me prometa, que se te tornares rainha, me darás teu primeiro
filho?
"Quem sabe se isso ocorrerá alguma vez?" pensou a filha do
moleiro. E não sabendo como sair daquela situação,
prometeu ao homenzinho o que ele queria, e uma vez mais a palha foi convertida
em ouro. Quando o rei chegou pela manhã, e encontrou todo o ouro que havia
desejado, casou-se com ela e a preciosa filha do moleiro tornou-se rainha. Um
ano depois, trouxe ao mundo um belo menino, e em nenhum momento se lembrou do
homenzinho. Porém, de repente, ele veio ao seu quarto e lhe disse:
- Dá-me o que prometeste!
A rainha estava horrorizada e lhe
ofereceu todas as riquezas do reino para deixar seu filho! Porém o homenzinho
disse:
- Não! Algo vivo vale para mim mais que todos os tesouros do mundo!
A rainha começou a se lamentar e
chorar tanto que o homenzinho se compadeceu dela e lhe propôs:
- Te darei três dias - disse – se descobrires meu nome, então ficarás
com teu filho!
Então a rainha passou toda a
noite pensando em todos os nomes que tinha ouvido, e mandou um mensageiro a
todos os cantos do reino para perguntar por todos os nomes que havia. Quando o
homenzinho chegou no dia seguinte, ela começou: Gaspar, Melquior, Baltazar...
Disse um atrás do outro, todos os nomes que sabia, porém a cada um o homenzinho
dizia:
- Esse não é meu nome...
No segundo dia havia perguntado
aos vizinhos seus nomes, e ela repetiu os mais curiosos e pouco comuns!
- Seria teu nome Pata de Cordeiro ou Laço Largo?
Porém ele disse:
- Esse não é meu nome...
Ao terceiro dia o mensageiro
voltou e disse:
-Não encontrei nenhum nome... Porém, quando subia uma grande montanha ao final de um bosque, onde a raposa e
a lebre se desejam boas noites, ali vi um homenzinho muito ridículo saltando, deu
um cabriola e gritou:
"Hoje trago o pão, amanhã trarei cerveja!
No outro terei o filho da jovem rainha!
Já estou contente de que nada aconteça
pois Rumpelstiltskin me chamo!"
Podeis imaginar o contentamento
da rainha quando escutou o nome. E quando logo em seguida chegou o homenzinho e
lhe peguntou:
- Bem, jovem rainha, qual é meu
nome?
A rainha primeiro disse:
- Te chamas Conrado?
- Não!
-Te chamas Harry?
- Não!
- Quem sabe teu nome é Rumpelstiltskin?
-Foi o diabo que te contou isso, foi o diabo que te contou isso !
Gritou o homenzinho, e de raiva
deu uma patada tão forte com o pé direito no chão, que se afundou até a cintura! Então, na sua fúria, ele agarrou o pé
esquerdo com as duas mãos e rasgou-se a si mesmo em duas metades e morreu!
FIM
Como
em toda história do Grimm, há uma lição de moral ao fim da saga, sempre mostrando a
importância da honestidade e da boa-fé! Aprendemos várias lições com este conto, tais como:
-A primeira é que não
se deve cantar vitória antes da hora, como fez Rumpelstiltskin!
-A segunda grande lição é que todas decisões que fazemos na vida, tem consequências que cedo ou tarde aparecerão! (o pai em mentir para o rei, e a filha em se submeter a tudo isto, incluindo dar seu filho).
-Porém, a maior lição que podemos tirar deste conto, é que o trabalho de tecer, é mais externo, ou seja, preciso do outro para fazer isto, mais que propriamente de nós mesmos, mas que não podemos também, deixar este trabalho completamente aos outros, mas é um trabalho de colaboração. Com isto, chegamos por fim a conclusão de que "o outro que me ajuda a tecer meu fio de ouro, não é meu inferno, mas meu paraíso", pois me ajuda no processo de maturidade e discernimento humano!
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