Texto em latim da Salve Rainha
Salve, Regina, mater
misericordiae
Vita, dulcedo, et spes nostra, salve.
Ad te clamamus, exsules, filii
evae.
Ad te suspiramus, gementes et
flentes
in hac lacrimarum valle.
Eia ergo, Advocata nostra,
illos tuos misericordes oculos
ad nos converte.
Et Iesum, benedictum fructum
ventris tui,
nobis post hoc exsilium ostende.
O clemens, O pia, O dulcis Virgo
Maria.
Ora pro nobis sancta Dei Genetrix.
Ut digni efficiamur promissionibus Christi. Amen.
Texto em português:
Salve Rainha, Mãe de
Misericórdia,
Vida, doçura e esperança nossa,
salve!
A Vós bradamos, os degredados
filhos de Eva.
A Vós suspiramos, gemendo e
chorando
neste vale de lágrimas.
Eia, pois, advogada nossa,
Esses Vossos olhos
misericordiosos
A nós volvei!
E, depois desse desterro,
Mostrai-nos Jesus,
bendito fruto
do Vosso Ventre!
Ó Clemente, Ó Piedosa!
Ó Doce
Virgem Maria!
Rogai por nós Santa Mãe de Deus!
Para que sejamos dignos das promessas de Cristo.
Amém!
ORIGEM DA SALVE RAINHA
Quando veio a ser
conhecida pelos fiéis, a "Salve Rainha" (em latim: "Salve
Regina") teve um sucesso enorme, e logo era rezada e cantada em muitos
locais. Um século mais tarde, ela foi cantada também na Catedral de Espira, por
ocasião de um encontro de personalidades importantes, entre elas, a do
imperador Conrado III e São Bernardo, conhecido como o "cantor da Virgem
Maria", ele que foi um dos primeiros a chamá-la de "Nossa
Senhora". Dizem que foi nesse dia e lugar que, ao concluir o canto
da "Salve Rainha", cujas últimas palavras eram "mostrai-nos
Jesus, o bendito fruto do vosso ventre", no silêncio que se seguiu, São
Bernardo que gritou sozinho no meio da catedral:
"Ó clemente, ó piedosa, ó
doce e sempre Virgem Maria!"
E, a partir dessa data, estas
palavras foram incorporadas à "Salve Rainha" original. É certo que ela não
nasceu prontinha como a conhecemos. Foi recebendo acréscimos e retoques e enfim
incorporada ao Rosário, devoção hoje considerada como: “o compêndio de todo o
Evangelho”. O Rosário é prece eminentemente cristológica, quer dizer,
centralizada em Cristo. É Cristo que nos faz compreender Maria e não Maria que
nos faz compreender a Cristo. O mistério do Filho é concretamente o
mistério da Mãe. Se a devoção mariana nos leva só de modo implícito a Jesus,
ela é imperfeita.A cultura moderna pode achar estranhas algumas palavras da
Salve Rainha tais como: “degredados filhos de Eva; vale de lágrimas;
este desterro…”Mas, elas expressam a nossa profunda indigência,
enquanto as súplicas: a vós bradamos, suspiramos, vossos olhos a
nós volvei, mostrai-nos Jesus, traduzem confiança em Maria. Na sua vida
terrena ela se abandonou totalmente a Deus até nas horas mais angustiantes. Esclarecidos
por seu exemplo de fé, pedimos sua ajuda para superar uma prática religiosa
acomodada na rotina ou iludida por esperanças ilusórias de resolver todas as
dificuldades.
A origem da Salve
Rainha, prece e hino, é MUITO discutida
Há muitas pesquisas sobre os possíveis
autores. Cada uma com seus argumentos históricos. Conta-se que seria até um
hino de guerra da primeira Cruzada. A autoria da oração é atribuída ao monge
Hermano Contrato, que a teria escrito por volta de 1050, no mosteiro de
Reichenau, no Sacro Império Romano-Germânico. Naquela época, a Europa central
passava por calamidades naturais, epidemias, miséria, fome e a ameaça contínua
dos povos nómadas do Leste, que invadiam os povoados, saqueando-os e matando. Frei
Contrato nascera raquítico e disforme e, na idade adulta, andava e escrevia com
dificuldade. Foi nesta situação que criou esta prece, mesclando sofrimento e
esperança. Conforme contam, quando nasceu, constataram o raquitismo e
má-formação do bebê, sua mãe, Miltreed, consagrou-o no leito a Maria, sendo ele
educado na devoção a ela. E, anos mais tarde, foi levado de liteira, por ser
deficiente físico, até Reichenau, onde, com o tempo, chegou a ser mestre dos
noviços. É provável que a condição de saúde e o contexto social influenciaram
as súplicas aflitas e esperançosas do autor da Salve Rainha. Certamente o monge
Hermannus experimentava as piores
misérias da vida humana neste “vale de lágrimas”, como disse. Nesta
prece “bradamos” como “degredados”, “suspiramos gemendo e chorando”, vemos o
mundo como “um vale de lágrimas”, como um “desterro”. Entretanto, essa visão da
vida acaba num sentimento de esperança que a ultrapassa e domina com a
confiança em Nossa Senhora. Ao considerar a condição humana, o monge Hermannus
via muitos motivos de tristeza, mas, ao
fixar sua atenção na Virgem Maria, Rainha do céu de da terra, a quem se dirige,
mostra-se animado por um horizonte de expectativas reconfortantes e
consoladoras, pois ela, a Virgem Maria, é “Mãe de misericórdia”, “Vida, doçura,
esperança nossa salve”, “Advogada nossa”,
de “olhos misericordiosos”. Frei Contratus tinha consciência da triste época em que vivia, mas
tinha outras razões, além disso tudo. Conta a sua história que ele nasceu
raquítico e disforme; adulto, mal conseguia andar e escrevia com dificuldade,
de mirrados que eram os dedos das suas mãos. Nasceu em 18 de fevereiro de 1013
em Altshausen, na Swabia hoje Alemanha, com uma fenda no palato, e um problema
de espinha bífida (dividida em lóbulos iguais). Seus pais não tinham condição
de cuidarem da criança e em 1020 (com sete anos) o entregaram para a Abadia de
Reichenau, onde ele ficou o resto de sua vida. Contam que, no dia do seu
nascimento, ao constatarem o raquitismo e má formação do bebê, seus pais caíram
em prantos. Sua mãe Miltreed, mulher muito piedosa, ergueu-se então do leito e,
lá mesmo, consagrou o menino à Mãe de Deus.
Consagrado a Ela, foi educado no
amor e na confiança em relação a Ela! E, anos mais tarde, foi levado de maca,
por ser deficiente físico, até o mosteiro de Reichenan, onde com o tempo chegou
a ser mestre dos noviços, pois o que tinha de inapto seu corpo, tinha de
perspicaz seu espírito. Muito inteligente se tornou monge beneditino com a
idade de 20 anos. Era um gênio, estudou e escreveu vários livros sobre
astronomia, teologia, matemática, história e poesias em latim, grego e árabe.
Professor aos 20 anos ficou conhecido pelos seus colegas na Europa. Construiu alguns instrumentos musicais e
equipamentos de astronomia. Ficou cego e com isso parou de escrever. É o mais
notável poeta de seu tempo e ainda ficou
famoso ao escrever a oração da “Salve Rainha” e ainda o “Alma Redemporis
Mater”. Faleceu em 21 de setembro de 1054 em Reichenau de causas naturais.
Beatificado e culto confirmado em 1863. Sua festa é celebrada no dia 25 de
setembro. Foi no fundo de todas
essas misérias, que a alma de Frei Contractus elevou à “Rainha dos Céus” esta
prece, mescla de sofrimento e esperança, que é a “Salve Rainha”. Nos versos
“gememos e choramos neste vale de lágrimas” percebemos como foi doloroso o
percurso da vida para ele, mas ele nunca perdia a esperança. Tornou-se um
astrônomo, matemático, físico, teólogo, poeta e músico, um verdadeiro exemplo
de superação. Ele acreditava que Deus reservaria para ele um final feliz, e por
isso termina a oração com preces de confiança, de amor e de certeza que Deus
jamais nos abandonará!
A ORIGEM DA ORAÇÃO DA AVE MARIA
A Ave Maria é sem
dúvida a oração mariana mais conhecida em todo o mundo! Ela é rezada todos os
dias por milhões de católicos e muitos chegam a recitá-la até duzentas vezes,
quando reza o rosário ao longo do dia. Esta oração, que na época medieval era
conhecida como “Saudação angélica”, é o resultado de um longo processo. É uma
oração composta de duas partes: uma de louvor e a outra de súplica. A sua primeira parte é tirada do evangelho de São Lucas: consiste na
saudação do Anjo Gabriel a Maria: “Alegra-te, cheia de graça, o Senhor está
contigo!” (Lc 1,28b), e na saudação de Isabel: “Bendita és tu entre as mulheres
e bendito é o fruto de teu ventre! (Lc 1,42b). Inicialmente esta
união entre as duas saudações era encontrada somente na liturgia, e só mais
tarde tornou-se uma oração popular. O seu uso como fórmula de oração começou
nos mosteiros, em torno do ano 1000 e foi aos poucos se difundindo, tornando-se
universal após o século XIII. O texto, porém, compreendia somente a primeira
parte sem o nome de Jesus. Foi somente no século XV que se acrescentou a segunda parte da Ave
Maria: “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós pecadores agora e na hora de
nossa morte. Amém.” E foi nesta época também que se acrescentou o nome “Jesus”
no final da primeira parte. Esta segunda parte é de origem popular-eclesial e
também foi surgindo aos poucos.
Vale a pena lembrar o
sermão no qual S. Bernardino de Senna (+ 1.444) ao comentar a Ave Maria disse
que ao final desta se poderia acrescentar:
“Santa Maria, rogai por nós pecadores”
A súplica a Maria começa com a adjetivo Santa, porque Maria é a primeira entre
todos os santos venerados pela Igreja, pois somente Ela é “cheia de graça”!
A fórmula atual da Ave Maria, que se difundiu lentamente, foi divulgada no breviário publicado em 1568, por ordem do papa São Pio V, o papa que livrou a Europa da invasão Muçulmana!
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