(Escrito por David
Gueiros Vieira - 19 Abril de 2012)
“Mais do que uma mera ferramenta de manipulação comunista disfarçada de
pedagogia, o “método Paulo Freire de alfabetização”, é também um plágio
vergonhoso...” - ( David Gueiros Vieira).
Comentário de Klauber Cristofen Pires: Nesta semana está
sendo realizada em Brasília a 1ª Bienal do Livro. Longe de ser um inocente
evento literário, é totalmente temático em favor da ideologia marxista (leia o
artigo A Bienal Socialista de Brasília), e ali está sendo apresentada a
Exposição "Sonhando com Paulo Freire, a educação que queremos", na
Biblioteca Nacional de Brasília.Para o enriquecimento do evento, lembrei-me
deste artigo do historiador David Gueiros Vieira, publicado originalmente no
Mídia sem Máscara, em 9 de março de 2004, intitulado “Método Paulo Freire ou
Método Laubach?”, e que vale muito a pena ser relido, especialmente pelos
pedagogos e estudantes de hoje.
Método
Paulo Freire ou Método Laubach?
Por David Gueiros Vieira
O Método Laubach de
alfabetização de adultos foi criado pelo missionário protestante
norte-americano Frank Charles Laubach (1884 – 1970). Desenvolvido por Laubach
nas Filipinas, em 1915, subseqüentemente foi utilizado com grande sucesso em
toda a Ásia e em várias partes da América Latina, durante quase todo o século
XX.Em 1915, Frank Laubach fora enviado por uma missão religiosa à ilha de
Mindanao, nas Filipinas, então sob o domínio norte-americano, desde o final da
guerra EUA/Espanha. A dominação espanhola deixara à população filipina uma
herança de analfabetismo total, bem como de ódio aos estrangeiros. A população moura
filipina era analfabeta, exceto os sacerdotes islamitas, que sabiam ler árabe e
podiam ler o Alcorão. A língua maranao (falada pelos mouros) nunca fora
escrita. Laubach enfrentava, nessa sua missão, um problema duplo: como criar uma
língua escrita, e como ensinar essa escrita aos filipinos, para que esses
pudessem ler a Bíblia. A existência de 17 dialetos distintos, naquele
arquipélago, dificultava ainda mais a tarefa em meta.Com o auxílio de um
educador filipino, Donato Gália, Laubach adaptou o alfabeto inglês ao dialeto
mouro. Em seguida adaptou um antigo método de ensino norte-americano, de
reconhecimento das palavras escritas por meio de retratos de objetos familiares
do dia-a-dia da vida do aluno, para ensinar a leitura da nova língua escrita. A
letra inicial do nome do objeto recebia uma ênfase especial, de modo que aluno
passava a reconhecê-la em outras situações, passando então a juntar as letras e
a formar palavras. Utilizando essa
metodologia, Laubach trabalhou por 30 anos nas Filipinas e em todo o sul da
Ásia. Conseguiu alfabetizar 60% da população filipina, utilizando essa mesma
metodologia. Nas Filipinas, e em toda a Ásia, um grupo de educadores, comandado
pelo próprio Laubach, criou grafias para 225 línguas, até então não escritas. A
leitura dessas línguas era lecionada pelo método de aprendizagem acima
descrito. Nesse período de tempo, esse mesmo trabalho foi levado do sul da Ásia
para a China, Egito, Síria, Turquia, África e até mesmo União Soviética.
Maiores detalhes da vida e trabalho de Laubach podem ser lidos na Internet, no
site Frank Laubach.Na América Latina, o
método Laubach foi primeiro introduzido no período da 2ª Guerra Mundial, quando
o criador do mesmo se viu proibido de retornar à Ásia, por causa da guerra no
Pacífico. No Brasil, este foi introduzido pelo próprio Laubach, em 1943, a
pedido do governo brasileiro. Naquele ano, esse educador veio ao Brasil a fim
de explicar sua metodologia, como já fizera em vários outros países latino-americanos.Lembro-me
bem dessa visita, pois, ainda que fosse muito jovem, cursando o terceiro ano
Ginasial, todos nós estudantes sabíamos que o analfabetismo no Brasil ainda
beirava a casa dos 76% – o que muito nos envergonhava – e que este era o maior
empecilho ao desenvolvimento do país.A visita de Laubach a Pernambuco causou
grande repercussão nos meios estudantis. Ele ministrou inúmeras palestras nas
escolas e faculdades — não havia ainda uma universidade em Pernambuco — e
conduziu debates no Teatro Santa Isabel. Refiro-me apenas a Pernambuco e ao
Recife, pois meus conhecimentos dos eventos naquela época não iam muito além do
local onde residia.Houve também farta
distribuição de cartilhas do Método Laubach, em espanhol, pois a versão
portuguesa ainda não estava pronta. Nessa época, a revista Seleções do Readers
Digest publicou um artigo sobre Laubach e seu método — muito lido e comentado
por todos os brasileiros de então, que, em virtude da guerra, tinham aquela
revista como único contato literário com o mundo exterior.Naquele ano, de 1943, o Sr. Paulo Freire já era diretor do Sesi, de
Pernambuco — assim ele afirma em sua autobiografia — encarregado dos programas
de educação daquela entidade. No entanto, nessa mesma autobiografia, ele jamais
confessa ter tomado conhecimento da visita do educador Laubach a Pernambuco.
Ora, ignorar tal visita seria uma impossibilidade, considerando-se o tratamento
VIP que fora dado àquele educador norte-americano, pelas autoridades
brasileiras, bem como pela imprensa e pelo rádio, não havendo ainda televisão.
Concomitante e subitamente, começaram a aparecer em Pernambuco cartilhas
semelhantes às de Laubach, porém com teor filosófico totalmente diferente. As
de Laubach, de cunho cristão, davam ênfase à cidadania, à paz social, à ética
pessoal, ao cristianismo e à existência de Deus. As novas cartilhas, utilizando
idêntica metodologia, davam ênfase à luta de classes, à propaganda da teoria
marxista, ao ateísmo e a conscientização das massas à sua “condição de
oprimidas”. O autor dessas outras cartilhas era o genial Sr. Paulo Freire,
diretor do Sesi, que emprestou seu nome à essa “nova metodologia” — da
utilização de retratos e palavras na alfabetização de adultos — como se a mesma
fosse da sua autoria.Tais cartilhas foram
de imediato adotadas pelo movimento estudantil marxista, para a promulgação da
revolução entre as massas analfabetas. A artimanha do Sr. Paulo Freire “pegou”,
e esse método é hoje chamado Método Paulo Freire, tendo o mesmo sido
apadrinhado por toda a esquerda, nacional e internacional, inclusive pela ONU.No
entanto, o método Laubach — o autêntico — fora de início utilizado com grande
sucesso em Pernambuco, na alfabetização de 30.000 pessoas da favela chamada
“Brasília Teimosa”, bem como em outras favelas do Recife, em um programa
educacional conduzido pelo Colégio Presbiteriano Agnes Erskine, daquela cidade.
Os professores eram todos voluntários. Essa foi a famosa "Cruzada ABC", que
empolgou muita gente, não apenas nas favelas, mas também na cidade do Recife, e
em todo o Estado. Esse esforço educacional é descrito em seus menores detalhes
por Jules Spach, no seu recente livro, intitulado, Todos os Caminhos Conduzem
ao Lar (2000).O Método Laubach foi também introduzido em Cuba, em 1960, em uma escola
normal em Bágamos. Essa escola pretendia preparar professores para a
alfabetização de adultos. No entanto, logo que Fidel Castro assumiu o controle
total do poder em Cuba, naquele mesmo ano, todas as escolas foram
nacionalizadas, inclusive a escola normal de Bágamos. Seus professores foram
acusados de “subversão”, e tiveram de fugir, indo refugiar-se em Costa Rica,
onde continuaram seu trabalho, na propagação do Método Laubach, criando então
um programa de alfabetização de adultos, chamado Alfalit.A organização Alfalit
foi introduzida no Brasil, e reconhecida pelo governo brasileiro como programa
válido de alfabetização de adultos. Encontra-se hoje na maioria dos Estados:
Santa Catarina (1994), Alagoas, Ceará, Distrito Federal, Goiás, Sergipe, São
Paulo, Paraná, Paraíba e Rondônia (1997); Maranhão, Pará, Piauí e Roraima
(1998); Pernambuco e Bahia (1999).
A oposição ao Método Laubach ocorreu
desde a introdução do mesmo, em Pernambuco, no final da década de 1950:
Houve tremenda
oposição da esquerda ao mencionado programa da Cruzada ABC, em Pernambuco,
especialmente porque o mesmo não conduzia à luta de classes, como ocorria nas
cartilhas plagiadas do Sr. Paulo Freire. Mais ainda, dizia-se que o programa
ABC estava “cooptando” o povo, comprando seu apoio com comida, e que era apenas
mais um programa “imperialista”, que tinha em meta unicamente “dominar o povo
brasileiro”.Como a fome era muito grande na Brasília Teimosa, os dirigentes da
Cruzada ABC, como maneira de atrair um maior número de alunos para o mesmo, se
propuseram criar uma espécie de “bolsa-escola” de mantimentos. Era uma cesta
básica, doada a todos aqueles que se mantivessem na escola, sem nenhuma falta
durante todo o mês. Essa bolsa-escola tornou-se famosa no Recife, e muitos
tentavam se candidatar a ela, sem serem analfabetos ou mesmo pertencentes à
comunidade da Brasília Teimosa. Bolsa-escola fora algo proposto desde os dias
do Império, conforme pode-se conferir no livro de um educador do século XIX,
Antônio Almeida, intitulado O Ensino Público, reeditado em 2003 pelo Senado
Federal, com uma introdução escrita por este Autor.
No
entanto, a "ideia da bolsa-escola" foi ressuscitada pelo senhor Cristovam
Buarque, quando governador de Brasília:
Este senhor, que é
pernambucano, fora estudante no Recife nos dias da Cruzada ABC, tão atacada
pelos seus correligionários de esquerda. Para a esquerda recifense, doar
bolsa-escola de mantimentos era equivalente a “cooptar” o povo. Em Brasília,
como “idéia genial do Sr. Cristovam Buarque”, esta é hoje abençoada pela
Unesco, espalhada por todo o mundo e não deixa de ser o conceito por trás do
programa Fome Zero, do ilustre Presidente Lula.O sucesso da campanha ABC — que
incluía o Método Laubach e a bolsa-escola — foi extraordinário, sendo mais
tarde encampado pelo governo militar, sob o nome de Mobral. Sua filosofia, no
entanto, foi modificada pelos militares: os professores eram pagos e não mais
voluntários, e a bolsa-escola de alimentos não mais adotada. Este novo
programa, por razões óbvias, não foi tão bem-sucedido quanto a antiga Cruzada
ABC, que utilizava o Método Laubach.A maior acusação à Cruzada ABC, que se ouvia da parte da esquerda
pernambucana, era que o Método Laubach era “amigo da ignorância” — ou seja, não
estava ligado à teoria marxista, falhavam em esclarecer seus detratores — e que
conduzia a “um analfabetismo maior”, ou seja, ignorava a promoção da luta de
classes, e defendia a harmonia social. Recentemente, foi-me relatado que o
auxílio doado pelo MEC a pelo menos um programa de alfabetização no Rio de
Janeiro — que utiliza o Método Laubach, em vez do chamado “Método Paulo Freire”
— foi cortado, sob a mesma alegação: que o Método Laubach estaria “produzindo o
analfabetismo” no Rio de Janeiro. Em face da recusa dos diretores do programa
carioca, de modificarem o método utilizado, o auxílio financeiro do MEC foi
simplesmente cortado.
Não
há dúvida que a luta contra o analfabetismo, em todo o mundo, encontrou seu
instrumento mais efetivo no Método Laubach!
Ainda que esse método
hoje tenha sido encampado sob o nome do Sr. Paulo Freire. Os que assim
procederam não apenas mudaram o seu nome, mas também o desvirtuaram,
modificando inclusive sua orientação filosófica. Concluindo: o método de
alfabetização de adultos, criado por Frank Laubach, em 1915, passou a ser
chamado de “Método Paulo Freire”, em terras tupiniquins. De tal maneira foi
bem-sucedido esse embuste, que hoje será quase que impossível desfazê-lo.Um herói nacional absolutamente inconteste das esquerdas é o educador
Paulo Freire, autor de "A Pedagogia do Oprimido" e inventor de um
método revolucionário de alfabetização de adultos. Espécie de Santos Dumont às
avessas, aquele que efetivamente inventou o avião, mas que nunca foi
reconhecido fora do país, Paulo Freire sempre gozou de entusiástico
reconhecimento internacional, embora nunca tenha feito rigorosamente coisa
alguma. Meios acadêmicos o estuda, mas ficam com receio de aplicar como prática pedagógica ampla.Passados tantos anos,
não tenho conhecimento de um único lugar no planeta onde o método Paulo Freire
tenha sido experimentado em larga escala e tenha efetivamente alcançado os
resultados que propugnava. É certo que por aqui ele foi impedido de aplicar seu
método, mas isto não é desculpa. Esteve em vários outros lugares, na América
Latina e na África, e que eu saiba o analfabetismo continua alto nestas paragens.
Culpa de quem? Dele com certeza não há de ser, a julgar pela popularidade que
desfruta. Sua figura barbuda e monástica sempre foi bem-vinda nos palanques das
mais prestigiosas universidades do mundo, talvez porque ele encarne tudo aquilo
que o primeiro mundo acha que um intelectual de terceiro mundo deve ser:
barbudo, monástico, que diz coisas que fazem os olhos lacrimejar, mas sem
nenhuma coerência lógica ou utilidade prática. Dizer coisa com coisa? Que
atrevimento! O rigor científico na produção de resultados, e a eficácia dos métodos
são coisas que o primeiro mundo acha que devem ser exclusivas do primeiro
mundo.
Mas
convém aqui dar uma examinada em suas teorias, para tentar, ao menos, descobrir
porque tanta gente as considera bonitinhas. As citações que reproduzo abaixo
podem ser encontradas em qualquer biografia de Paulo Freire:
"Paulo Freire é, sem dúvida
alguma, um educador humanista e militante. Em concepção de educação parte-se
sempre de um contexto concreto para responder a esse contexto. Em Educação como
prática da liberdade, esse contexto é o processo de desenvolvimento econômico e
o movimento de superação da cultura colonial nas 'sociedades em trânsito'. O
autor procura mostrar, nessas sociedades, qual é o papel da educação, do ponto
de vista do oprimido, na construção de uma sociedade democrática ou 'sociedade
aberta'. Para ele, essa sociedade não pode ser construída pelas elites porque
elas são incapazes de oferecer as bases de uma política de reformas. Essa nova
sociedade só poderá se constituir como resultado da luta das massas populares,
as únicas capazes de operar tal mudança. O diálogo proposto pelas
elites é vertical, forma o educando-massa, impossibilitando-o de se
manifestar".
De
cara se reconhece a dicotomia que é a pedra angular da retórica Marxista!
“Colonizador X colonizado, oprimido X opressor, elite X massa. Ou
colocando em outras palavras, nós X eles, inocentes X culpados, bons X maus. Não
há categorias intermediárias.”Nesta ótica,ao
enunciar a "educação como prática de liberdade", fica implícito que a
educação (ou deseducação) proporcionada pelas elites é responsável por manter o
"oprimido" em seu estado de alienação, impedido de se manifestar."Sua obra
Pedagogia do oprimido completaria suas concepções pedagógicas acerca das
diferenças entre a pedagogia do colonizador e a pedagogia do oprimido. Nela,
sua ótica de classe aparece mais nitidamente: a pedagogia burguesa do
colonizador seria a pedagogia 'bancária'. A consciência do oprimido, diz ele,
encontra-se 'imersa' no mundo preparado pelo opressor; daí existir uma
dualidade que envolve a consciência do oprimido: de um lado, essa aderência ao
opressor, essa 'hospedagem' da consciência do dominador - seus valores, sua
ideologia, seus interesses - e o medo de ser livre e, de outro, o desejo e a
necessidade de libertar-se. Trava-se, assim, no oprimido, uma luta interna que
precisa deixar de ser individual para se transformar em luta coletiva: 'ninguém
liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens se libertam em
comunhão'".Afirma Paulo Freire, a pedagogia "burguesa" maliciosamente
traria uma mensagem subliminar exortando o educando (o "oprimido") a
se conformar com o seu estado de opressão (hospedar o opressor dentro de si). A
educação "libertadora" o levaria a rebelar-se contra o opressor.A
partir da tese sobre a relação entre a educação e o processo de humanização,
Paulo Freire caracteriza duas concepções opostas de educação: a concepção
'bancária' e a concepção problematizadora:Na concepção bancária (burguesa), o educador é o que
sabe e os educandos, os que não sabem; o educador é o que pensa e os educandos,
os pensados; o educador é o que diz a palavra e os educandos, os que escutam
docilmente; o educador é o que opta e prescreve sua opção e os educandos, os que
seguem a prescrição; o educador escolhe o conteúdo programático e os educandos
jamais são ouvidos nessa escolha e se acomodam a ela; o educador identifica a
autoridade funcional, que lhe compete, com a autoridade do saber, que se
antagoniza com a liberdade dos educandos, pois os educandos devem se adaptar às
determinações do educador; e, finalmente, o educador é o sujeito do processo,
enquanto os educandos são meros objetos.A educação bancária tem por finalidade
manter a divisão entre os que sabem e os que não sabem, entre os oprimidos e
opressores. Ela nega a dialogicidade, ao passo que a educação problematizadora
funda-se justamente na relação dialógico-dialética entre educador e educando;
ambos aprendem juntos.Paulo Freire define como "bancária" a pedagogia
burguesa, comparando os educandos a meros depositários de uma bagagem de
conhecimentos que deve ser assimilada sem discussão. Paradoxalmente, esta
modalidade de educação teria como objetivo não equalizar os conhecimentos entre
educador e educando, mas sim "manter a divisão entre os que sabem e os que
não sabem, entre os oprimidos e os opressores". O educador é
necessariamente um opressor.A partir dessa sua prática, supostamente criou do nada, em um reflexo de
iluminação cósmica e sem precedentes, o método, que o tornaria conhecido no
mundo, fundado no princípio de que o processo educacional deve partir da
realidade que cerca o educando. Não basta saber ler que 'Éva viu a uva', diz
ele. É preciso compreender qual a posição que Eva ocupa no seu contexto social,
quem trabalha para produzir a uva e quem lucra com esse trabalho.Para Paulo Freire, o
alto índice de analfabetismo que caracteriza as regiões rurais miseráveis não seria
parte de uma síndrome de pobreza e atraso, mas uma condição deliberadamente
imposta pelas elites para manter o povo em um estado de ignorância, e desta
forma eternizar seu domínio sobre ele. Cumpre esclarecê-lo sobre a sua situação
de "oprimido" e a causa desta "opressão". A educação só
terá valor se conduzir os educandos coletivamente à rebelião contra este estado
de coisas.Isto tudo é uma mistificação tão óbvia que a vontade é parar por aqui
mesmo, já que a fragilidade dos argumentos e a real intenção pragmática destes
"educadores" fica patente a qualquer um que não queira ser enganado
por sua livre e espontânea vontade. Mas já que comecei, disponho-me a apontar
uma a uma as contradições e as distorções da teoria e do método Paulo Freire.
A
primeira falha que aponto é a ausência de uma definição explícita de
"oprimido" e "opressor", termos que Freire emprega desde a
primeira linha, mas cujo sentido só é percebido pelo contexto:
O oprimido é o pobre
analfabeto, aquele que deve ser educado, e o opressor é, por exclusão, todos os
demais. Entretanto, sabe-se que a palavra "pobre" é mais usada como
substantivo do que como adjetivo, designando um status permanente, enquanto "oprimido"
é um adjetivo que expressa uma situação ocasional de opressão. Ao tornar um
substantivo sinônimo de um adjetivo, Freire está afirmando que é a opressão que
causa a pobreza. O pobre (substantivo) é pobre (adjetivo) porque é oprimido; se não fosse
oprimido, supõe-se que ele não seria pobre. O estado natural da humanidade supostamente seria
o da abastança; é a "opressão" que cria o pobre. Eliminando-se a
opressão, todos retornariam a este estado natural e feliz de abastança. Mas que
fatos e números comprovam esta tese? Toda pobreza é resultado da opressão? Ou
existe pobreza causada por fatores puramente estruturais, como a insuficiência
dos meios de produção? Os ricos também não podem sofrer opressão quando perdem seu altos cargos e suas empresas quebram? e os pobres
com a ditadura do proletariado, também não podem ser de algum modo opressores?... Estas questões não são respondidas pela pedagogia do oprimido.E se, após
eliminar-se a "opressão" mediante uma revolução, ainda assim o quadro
de miséria persistir, desta vez por mera insuficiência dos meios de produção?
Teria-se que decidir se o papel de "opressor" agora cabe ao subsolo,
que não produziu minérios, à nuvem que não choveu em cima da plantação, ou à
constante gravitacional G, que é pequena e não permite que a usina gere muita
eletricidade.
Logo
de saída, há uma enorme contradição na argumentação de Freire:
Ele afirma que o
quadro de miséria e opressão é resultado da educação burguesa
"bancária", que conteria uma mensagem subliminar incitando o povo a
se submeter às elites. Mas se a massa de "oprimidos" é analfabeta, e
por conseguinte nunca recebeu educação alguma, burguesa ou não, como pode ser
estabelecida esta relação causa-efeito? Se a educação "bancária" é
geradora de miséria e opressão, devemos concluir que, ao menos para aquele
grupo de pobres analfabetos com quem Freire trabalhava, não foi ela a responsável
por causar sua miséria, uma vez que eles nunca tiveram educação alguma. E os
poucos que puderam freqüentar a escola e se tornaram objetos da educação
burguesa, o que aconteceu com eles? Tornaram-se ainda mais pobres e conformados
com sua situação de oprimidos?
Dá vontade de imaginar uma professorinha primária do nordeste saindo de
manhã cedo para trabalhar, percorrendo os caminhos a dar risadas sarcásticas,
antegozando o resultado de seu projeto maquiavélico de transformar os filhos
dos agricultores em adultos dóceis, e assim perenizar o poder da riquíssima oligarquia
à qual ela pertence. Como uma professorinha que ganha um salário de poucos
tostões pode ser considerada parte de uma elite? é questão que Freire não está
preocupado em responder.E além disso, de que
modo uma mensagem relativamente complexa, que incita ao conformismo e afirma a
legitimidade das autoridades, pode ser camuflada em meio ao bê-á-bá e ao 2+2=4?Uma mensagem assim só
é concebível no ensino médio, em uma matéria como História, Moral e Cívica e
OSPB, na qual um professor distorça fatos para afirmar a excelência dos
governantes e a necessidade de se obedecer a eles. E de fato, diversos regimes
totalitários em diferentes épocas já se utilizaram deste expediente para
doutrinar a juventude. Mas um aluno que conseguiu atingir o ensino médio é
alguém prestes a se formar e a se habilitar a um emprego, alguém que sabe ler
jornais e noticiários, e desta forma tem condições de perceber quando o
professor lhe ensina uma falsidade. Uma pessoa assim ainda pode ser considerada
"oprimida"?(A princípio, este rótulo só caberia ao camponês analfabeto
miserável).
Freire
taxa a educação burguesa de "bancária", reduzindo o aluno a mero
depositário de ensinamentos, e propõe a educação "problematizadora"
fundada na dialogicidade:
"Na concepção
bancária (burguesa), o educador é o que sabe, e os educandos, os que não
sabem", afirma Paulo Freire. Ninguém definiu melhor o que é um professor e
o que é um aluno. O professor é o profissional que sabe uma coisa que o aluno
não sabe, e seu trabalho consiste justamente de passar-lhe este conhecimento,
ou "depositar" este conhecimento no aluno, como preferir. A educação
"bancária" é, simplesmente, o único tipo de educação que existe. Evidente
que o professor não é o dono da verdade, e tudo aquilo que hoje é Ciência um
dia já foi experiência e elucubração, produto do trabalho de alguém que era um
ser humano falível, como eu e você. Assim sendo, toda matéria ensinada na
escola necessariamente tem tópicos polêmicos e questões em aberto, e inclusive
é obrigação do bom professor chamar a atenção de seus alunos para estes pontos
e incitar a discussão e o debate em torno deles. Mas, como qualquer professor
sabe, o debate só será proveitoso após os alunos haverem atingido um nível
mínimo de aprendizado, que os permita, inclusive, compreender as falhas
teóricas e práticas que tornam aqueles pontos discutíveis, pois do contrário ao
invés da manipulação Capitalista tem-se a manipulação Socialista.Até este nível
ser atingido, a educação é "bancária", e não pode ser diferente.
O engodo de Freire: Afirmar que a
"libertação" através da educação só é válida se for um esforço
coletivo:
"Ninguém liberta ninguém, ninguém se liberta sozinho: os homens se
libertam em comunhão". Mas no entanto, é difícil conceber ato mais
individual do que a descoberta. A descoberta ou o entendimento de um dado fato
nunca é coletiva, pois os indivíduos tem percepções diferentes e interpretações
diferentes: cada um tem a sua versão e o seu entendimento. Um professor cuja
proposta não é ensinar, mas sim levar o aluno a um estado de
"esclarecimento", na verdade comete um estelionato: ele está passando
ao aluno um pacote de conclusões previamente tiradas, ao mesmo tempo que dá ao
aluno a ilusão de que é ele mesmo que está tirando aquelas conclusões.A função (honesta) do
professor é "ministrar ensinamentos de forma neutra e não-tendenciosa", de modo
que o aluno tenha condições de entender aquilo que observa a sua volta, e desta
forma tirar suas próprias conclusões e chegar a seu próprio estado de
esclarecimento. Mas, como bem o sabem os políticos de palanque, e seus
marqueteiros, com o exército da militância esquerdista, aliados a ignorância
torna o indivíduo simples impressionável, e tendo-se um pouco de magnetismo
pessoal, não há dificuldade alguma em colocar uma multidão de ignaros a berrar
palavras-de-ordem e chavões improvisados. Bem mais difícil é fazer isto com um
grupo de pessoas cultas, pois estas pessoas, tendo sido objeto da educação
burguesa "bancária", efetivamente se libertaram da ignorância que
predispõe à manipulação. Freire e outros educadores marxistas vislumbraram uma
oportunidade única de ministrar mensagens revolucionárias em larga escala,
disfarçadas em uma educação "problematizadora" onde o assunto das
aulas é a opressão dos latifundiários. Difícil conceber situação mais cômoda:
aqueles indivíduos, sendo analfabetos miseráveis, eram rebeldes em potencial;
eles nem precisavam ir ao encontro destes, estes é que vinham a seu encontro
nas salas de aula; e para cúmulo, era o próprio governo que estava pagando para
que eles preparassem a revolução! Como se sabe, as coisas não correram como
eles planejavam, e Freire teve que se contentar em sair pelo mundo a comover as
platéias internacionais com as suas boas intenções. O mais interessante é saber que, na
mesma época em que Freire urdia seus modelos teóricos sobre Educação, um outro
povo também subdesenvolvido - os sul-coreanos - simplesmente pegavam no livro e
estudavam, sem querer saber se a educação deveria ser "bancária" ou
"problematizadora", e se libertaram, tornando-se protagonistas de seus próprios destinos!
Miséria
da educação brasileira: a "pedagogia da estupidez" de Paulo Freire:
Por Marcelo
Centenaro
Quando eu dizia, isso
há muitos anos, que o Paulo Freire era um dos grandes idiotas do Brasil e infelizmente,
também, do mundo, pois dentre tantas coisas boas que exportamos para o mundo,
como o Tom Jobim, o Pelé, a feijoada e o pão de queijo, existem também essas
desgraças subinteliquituais, algumas pessoas achavam que eu estava exagerando,
e me cobravam as razões de eu ser tão grosseiro, tão cáustico, tão intolerante
com um pretenso educador que era, justamente, o patrono oficial da educação
brasileira. O fato dele ter sido entronizado no título pelos companheiros já
deveria servir de desconfiômetro para muita gente, mas as pessoas acham que se
alguém fez algo de bom deve ser homenageado e respeitado.Eu, por índole anarquista própria, nunca fui de respeitar nenhuma
autoridade constituída, nenhuma verdade revelada, nenhuma ideia dessas de senso
comum; só respeito a lógica, a inteligência, o conhecimento fundamentado,
ponto, e ainda tudo isso sob exame e escrutínio, para ver se não há nenhuma
falha de lógica, nenhum conhecimento obscuro.
Pois
bem, sempre me cobravam a minha opinião sobre a obra fundamental do grande
idiota, a tal de Pedagogia do Oprimido:
Eu não tinha
condições de oferecer essa opinião embasada pois todas as vezes que comecei a
ler a obra tive de desistir no meio, tantas eram as bobagens, tamanha era a
acumulação de estupidezes, e imenso o simplismo, a desonestidade, o
mau-caratismo desse pretenso educador, que poderia ser considerado o pequeno
Mao Tsé-tung do besteirol pedagógico.Ao ler aquelas
páginas insuportáveis do livreco chatérrimo, e desonesto, Pedagogia do
Oprimido, que acabou abandonado no meio, eu me perguntava como é que um inculto
como aquele, como é que um desonesto daquele tamanho, como é que um idiota
desse quilate podia ser considerado o grande guru de todos os cursos de
pedagogia do país. Eu me dizia: não há esperança, está tudo perdido, com pessoas saindo
das Faculdades com essa mentalidade, a educação só pode ir para o brejo. De
fato, foi o que tivemos nos últimos 30 ou 40 anos, uma descida para o abismo da
estupidez educacional.Ele ficou meio esquecido durante algum tempo, mas
depois que ganhou o galardão de ser convertido em santo, quero dizer, em
patrono da educação brasileira, comecei a postar críticas a ele.
Invariavelmente
vinham críticas a mim, que seria "grosseiro" com personagem tão
genial. Eu não queria acreditar:
Pois bem, o que eu
não fiz, por não querer perder tempo com lixo a sub-acadêmico, está feito
abaixo, nessa resenha do livro do grande idiota feita pelo Marcelo Centenaro,
apresentado pelo Rodrigo Constantino. Isso não impede, claro, as saúvas
freireanas de proliferar e de continuar arrasando com a (des)educação
brasileira, mas acho que mais pessoas vão se dar conta da fraude que constitui
o grande idiota da educação brasileira!
Chega de
doutrinação marxista! Fora Paulo Freire!
Por Marcelo
Centenaro
No final de 2014, conversei sobre Paulo Freire com uma pessoa de quem
gosto muito e que tem opiniões opostas às minhas. Ela perguntou se eu tinha
lido algum dos livros dele. Só A Importância do Ato de Ler, mas há tanto tempo
que não me lembro de quase nada, respondi. Nunca li Pedagogia do Oprimido,
confessei. Você não pode criticar o que não conhece, acusou ela. Prometi que
leria Pedagogia do Oprimido e escreveria uma resenha. Aqui está:Não é uma leitura
fácil. Embora o livro não seja extenso, com pouco mais de 100 páginas, levei
dois meses para terminar. Achei a linguagem confusa, com termos inventados ou
palavras às quais o autor atribui um sentido peculiar, sem contudo definir
claramente esse sentido. Muitas vezes, não há um encadeamento lógico entre um
parágrafo e o seguinte, entre uma frase e a próxima, entre uma idéia e outra.
Nesse aspecto, lembra muito o estilo do Alcorão.Paulo Freire tem um cacoete de separar os prefixos dos radicais das
palavras (co-laboração, ad-mirar, re-criar), como se isso significasse alguma
coisa. Há muitas passagens com sentido obscuro (vejam algumas abaixo), muitas
repetições, citações de supostas autoridades em educação (como Mao, Lênin, Che,
Fidel e Frantz Fanon) e menções freqüentes a que se vai voltar ao assunto
depois ou a que já se tratou dele antes.Logo na introdução,
somos brindados com esta afirmação: “Se a sectarização, como afirmamos, é o
próprio do reacionário, a radicalização é o próprio do revolucionário. Dai que
a pedagogia do oprimido, que implica numa tarefa radical cujas linhas
introdutórias pretendemos apresentar neste ensaio e a própria leitura deste
texto não possam ser realizadas por sectários.” Minha leitura deste trecho é:
“Só quem já concorda comigo pode ler o que escrevo.”
Vou
apresentar a seguir o que entendi do livro, procurando ao máximo omitir minhas
opiniões, que guardarei para o final da resenha:
Paulo Freire descreve
dois tipos de educação, uma característica de uma sociedade opressora, outra
característica de uma sociedade livre, ou que luta para se libertar. A educação
da sociedade opressora é chamada de “bancária”, sempre entre aspas, porque ela
deposita conhecimentos nos alunos. Ou seja, ela reduz o aluno a um objeto
passivo do processo educacional, no qual são jogadas informações sobre
Português, Matemática, História, Geografia, Inglês, Física, Química, Biologia,
Filosofia. Já a educação libertadora é chamada de dialógica, porque se baseia
no diálogo entre professores e alunos (educadores e educandos, na linguagem do
livro). É um processo do qual todos são sujeitos ativos e cuja finalidade é
ampliar a consciência social de todos, especialmente dos alunos, para que se
viabilize a revolução que acabará com a opressão. O livro não detalha o que a
educação libertadora fará depois dessa libertação. Imaginamos que mantenha os
educandos conscientes e imunes a movimentos reacionários e
contra-revolucionários.A educação dialógica
se baseia no diálogo e o diálogo começa com a busca do conteúdo programático.
Na parte do livro em que há mais orientações práticas, Paulo Freire recomenda
que seja formado um grupo de educadores pesquisadores que observará os
educandos e conversará com eles, em situações diversas, para conhecer sua
realidade e identificar o que ele chama de temas geradores, que possibilitarão
a tomada de consciência dos indivíduos. Haverá reuniões com a comunidade,
identificação de voluntários, conversas e visitas para compreender a realidade,
observações e anotações. Os investigadores farão um diagnóstico da situação.
Então discutirão esse diagnóstico com membros da comunidade para avaliar o grau
de consciência deles. Constatando que esse nível é baixo, vão apresentar as
situações identificadas aos alunos, para discussão e reflexão, com o objetivo
de despertar sua consciência para sua situação de opressão. Se o pensamento do
povo é mágico (religioso) ou ingênuo (acredita nos valores de direita), isso
será superado pelo processo, conforme o povo pensar sobre a maneira que pensa,
e conforme agir para mudar sua situação de opressão.Paulo Freire enfatiza que o revolucionário não pode manipular os
educandos. Todo o processo tem de ser construído baseado no diálogo e no
respeito entre os líderes e o povo. Porém, os líderes devem ter a prudência de
não confiar no povo, porque as pessoas oprimidas têm a opressão inculcada no
seu ser. Como exemplo de um líder que jamais permitiu que seu povo fosse
manipulado, Paulo Freire apresenta Fidel Castro.
A
palavra é o resultado da soma de ação e reflexão:
Se nos baseamos
apenas na reflexão, temos um “verbalismo” estéril. Se nos baseamos apenas na
ação, temos um “ativismo” inepto. Os líderes revolucionários e os educadores
devem compreender que a ação e a reflexão caminham juntas de maneira
indissociável, ou não se atingem os objetivos da educação e da revolução.As características da
opressão são a conquista dos mais fracos, a criação de divisões artificiais
entre os oprimidos para enfraquecê-los, a manipulação das massas e a invasão
cultural. Os opressores se impõem em primeiro lugar pela força. Depois,
jogam os oprimidos uns contra os outros, para mantê-los subjugados. As pessoas
são manipuladas para acreditarem em falsos valores que lhes são prejudiciais,
embora elas não percebam isso. Sua cultura de raiz é esquecida e
trocada por símbolos vazios importados de fora, num processo que esmaga a
identidade do povo.As características da
libertação são a colaboração (que Paulo Freire grafa co-laboração), a união, a
organização e a síntese cultural. A colaboração está contida em tudo o que foi
dito sobre educação dialógica, que é feita em conjunto pelos educadores e
educandos. A união entre os oprimidos é fundamental para que tenham força para
resistir contra o opressor. No trecho em que explica a organização, é citado o
médico Dr. Orlando Aguirre, diretor da Faculdade de Medicina de uma universidade
cubana, que afirmou que a revolução implica em três P: palavra, povo e pólvora.
Disse o Dr. Aguirre: “A explosão da pólvora aclara a visualização que tem o
povo de sua situação concreta, em busca, na ação, de sua libertação.”
E Paulo Freire
complementa:
“O fato de não ter a liderança o direito de impor arbitrariamente sua
palavra não significa dever assumir uma posição liberalista, que levaria as
massas à licenciosidade.”
Ele afirma de forma contraditória, que não
existe liberdade sem autoridade! Sobre a síntese cultural, diz que a visão de
mundo do povo precisa ser valorizada.
Agora, o que penso
sobre o texto:
O próprio Paulo
Freire deixa claro em vários momentos, que seu livro não é sobre educação. Ensinar, transmitir
conhecimentos, é uma preocupação da educação “bancária” opressora. Não é essa a
função de um educador libertador. Não, sua função é criar os meios para uma
revolução libertadora, como foram libertadoras as revoluções promovidas pelos
educadores citados: Mao, Lênin, Fidel. Ou seja, a única preocupação do livro é com
os meios para viabilizar uma revolução marxista. Se você, meu leitor, é
professor e acha que essa é a sua função, talvez encontre conhecimentos úteis
no livro. Caso contrário, não há mais nada nele.
Fiz
uma coletânea de palavras utilizadas por Paulo Freire que poderiam ter saído de
um discurso de Odorico Paraguaçu:
“involucra”, em lugar
de envolve, “implicitados”, em lugar de implícitos, “gregarizadas”, deve ser um
derivado de gregário, “unidade epocal”, em lugar de unidade de tempo,
“fatalistamente”, por fatalisticamente, “insertado”, por inserido. Dois erros
divertidos: chamar Régis Debray de Régis Debret e achar que o nome do padre
Marie-Dominique Chenu OP (onde OP significa Ordo Praedicatorum, Ordem dos
Pregadores, sigla que designa a Ordem dos Dominicanos) é O. P. Chenu. É
sintomático que alguém com tantas dificuldades com a Língua Portuguesa seja o
Patrono da Educação Brasileira, considerado nossa maior autoridade em
alfabetização.Os brasileiros começam a ficar cansados da doutrinação marxista
disfarçada de “educação”.
Desafio os bravos leitores a encontrar o sentido
dos trechos a seguir. A melhor interpretação ganhará um pão com mortadela. Os
grifos são de Paulo Freire:
1) «Na verdade, não há eu que se
constitua sem um não-eu. Por sua vez, o não-eu constituinte do eu se constitui
na constituição do eu constituído. Desta forma, o mundo constituinte da
consciência se torna mundo da consciência, um percebido objetivo seu, ao qual
se intenciona. Daí, a afirmação de Sartre, anteriormente citada: “consciência e
mundo se dão ao mesmo tempo”.»
2) «O ponto de partida deste
movimento está nos homens mesmos. Mas, como não há homens sem mundo, sem
realidade, o movimento parte das relações homens-mundo. Dai que este ponto de
partida esteja sempre nos homens no seu aqui e no seu agora que constituem a
situação em que se encontram ora imersos, ora emersos, ora insertados.»
3) «Sem ele [o diálogo], não há
comunicação e sem esta não há verdadeira educação. A que, operando a superação
da contradição educador-educandos, se instaura como situação gnosiológica, em
que os sujeitos incidem seu ato cognoscente sobre o objeto cognoscível que os
mediatiza.»
4) «Esta é a razão pela qual o
animal não animaliza seu contorno para animalizar-se, nem tampouco se desanimaliza.»
5) «Somente na medida em que os
produtos que resultam da atividade do ser “não pertençam a seus corpos
físicos”, ainda que recebam o seu selo, darão surgimento à dimensão
significativa do contexto que, assim, se faz mundo.»
6) «Porque, ao contrário do
animal, os homens podem tridimensionalizar o tempo (passado-presente-futuro)
que, contudo, não são departamentos estanques.»
7) «Uma unidade epocal se caracteriza pelo conjunto de
idéias, de concepções, esperanças, dúvidas, valores, desafios, em interação
dialética com seus contrários, buscando plenitude. A representação concreta de
muitas destas idéias, destes valores, destas concepções e esperanças, como
também os obstáculos ao ser mais dos homens, constituem os temas da época.»
Outra característica curiosa são as citações em
idiomas diversos:
Há citações de Hegel
e Karl Jaspers em inglês, de Marx e Erich Fromm em espanhol e de Lukács em
francês. Todos esses autores escreveram em alemão. Frantz Fanon, que escreveu
em francês, é citado em espanhol. Albert Memmi, que também escreveu em francês,
é citado em inglês, e se menciona que há uma edição brasileira de seu livro.
Mao é citado em francês. Porque todas essas citações não foram
simplesmente traduzidas para o português? E por que Paulo Freire gosta
tanto de ditadores, torturadores e assassinos?
Ele
afirma que vender seu trabalho é o mesmo que escravizar-se!
Pronto, a solução agora é tudo
ser patrão, nada de empregos e empregados, porém, desejar não ser mais
empregado e tornar-se patrão é escravizar a um outro, tornar-se opressor.
Qualquer tipo de contratação de um indivíduo por outro é maligna, é opressão, é
escravidão. Só teremos liberdade quando
a nenhum indivíduo for permitido contratar ou ser contratado por outro
indivíduo. Faz sentido para vocês? Na realidade o escravo não vende seu trabalho, apenas TROCA POR COMIDA como nos regimes comunistas, onde os patrões são os poderosos dirigentes do partido!
Paulo
Freire afirma que os oprimidos devem ser reconhecidos como Pedro, Antônio,
Josefa, mas os chama o tempo todo de “massas”...
Diz que valoriza a
visão de mundo do povo, enquanto não perde uma oportunidade de desdenhar das
crenças religiosas desse mesmo povo, chamando-as de mágicas, sincréticas ou
mistificações. E ele se dizia católico, e se ainda estivesse vivo, com certeza iria receber um processo do movimento religioso afro-brasileiro!
Como a opressão é uma violência, qualquer violência
cometida pelos oprimidos contra os opressores é sempre uma reação justificada:
É um raciocínio
assustador e contraditório a quem se diz Católico, portanto Cristão, como se
Cristo ao invés de dizer: “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei,
agora é trocado por matai-vos uns aos outros...” Ora, Cristão a exemplo
de Cristo, não mata mas dar a vida.
“Quem inaugura a tirania não são
os tiranizados, mas os tiranos. Quem inaugura o ódio não são os odiados, mas os
que primeiro odiaram. Quem inaugura a negação dos homens não são os que tiveram
a sua humanidade negada, mas as que a negaram, negando também a sua.”
Paulo Freire
considera justificados a tirania como resposta a uma tirania anterior e o ódio
como resposta a um ódio anterior. E nega a humanidade de quem ele resolver
chamar de opressores!
Mais
um trecho escabroso:
«Mas, o que ocorre, ainda quando a
superação da contradição se faça em termos autênticos, com a instalação de uma
nova situação concreta, de uma nova realidade inaugurada pelos oprimidos que se
libertam, é que os opressores de ontem não se reconheçam em libertação. Pelo
contrário, vão sentir-se como se realmente estivessem sendo oprimidos. É que,
para eles, “formados” na experiência de opressores, tudo o que não seja o seu
direito antigo de oprimir, significa opressão a eles. Vão sentir-se, agora, na
nova situação, como oprimidos porque, se antes podiam comer, vestir, calçar,
educar-se, passear, ouvir Beethoven, enquanto milhões não comiam, não calçavam,
não vestiam, não estudavam nem tampouco passeavam, quanto mais podiam ouvir
Beethoven, qualquer restrição a tudo isto, em nome do direito de todos, lhes
parece uma profunda violência a seu direito de pessoa. Direito de pessoa que,
na situação anterior, não respeitavam nos milhões de pessoas que sofriam e
morriam de fome, de dor, de tristeza, de desesperança.»
O fato é que ninguém
pode proibir ninguém por seus méritos de comer, vestir, calçar, educar-se, passear ou ouvir
Beethoven. E ninguém pode exigir comer, vestir, calçar, educar-se, passear ou
ouvir Beethoven às custas dos outros, mas é assim que vivem os Socialista no
mundo inteiro, a começar pelos poderosos "sindicalistas ditos liberados", ou os poderosos dirigentes (opressores?) dos partidos comunistas, que vivem no luxo, enquanto o povo tem que se contentar com as esmolas e ração oferecida pelo "ESTADO" e dizer que isso é o paraíso socialista, do contrário, vai para o paredon"
Uma
última citação abjeta:
“Mesmo que haja – e explicavelmente – por parte dos oprimidos, que
sempre estiveram submetidos a um regime de expoliação, na luta revolucionária,
uma dimensão revanchista, isto não significa que a revolução deva esgotar-se
nela. A revolução não deve
se esgotar no revanchismo, mas o revanchismo é parte natural dela."
Como alguém
que escreveu essas monstruosidades nunca foi processado por incitação à
violência e apologia do crime? Como alguém com um
pensamento tão anti-social e ditatorial, pode ser sequer ouvido, quanto mais cultuado como
Patrono da Educação Brasileira?
Encerro
esta análise com as palavras mais sensatas e verdadeiras a respeito deste energúmeno:
“Paulo Freire, cujo maravilhoso sistema de ensino
jamais produziu um escritor, um cientista, um filósofo ou mesmo um executivo
competente, limitando-se a transformar milhares de coitadinhos em igual número
de militontos coitadinhos, é o patrono de uma educação nacional que produz analfabetos
funcionais em massa e cujos estudantes obtêm sempre as piores notas nos testes
internacionais. Se 41 universidades acham esse cidadão o máximo, 41
universidades deveriam ser fechadas.Paulo Freire é um
sujeito oco, o tipo acabado do pseudo-intelectual militante. Sua fama baseia-se
inteiramente no lucro político que os comunistas obtêm do seu método. Esse
método, aliás, não passa de uma coleção de truques para reduzir a educação à
doutrinação sectária. Um dia teremos vergonha de ter dado atenção a essa
porcaria...” (Olavo de Carvalho).
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SPACH, Jules. Todos
os Caminhos Conduzem ao Lar. Recife, PE, 2000.
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