A reserva de vagas surgiu nos Estados Unidos em
1960 como ação afirmativa, para promover a igualdade social entre negros e
brancos norte-americanos. Mas em 2007 esta política foi abolida pela Suprema
Corte, com o pressuposto que o sistema de cotas em nada contribui para a
igualdade das raças.
O Sistema de Cotas no
Brasil também foi instaurado através de ação afirmativa. As cotas em processos
seletivos para ensino superior foi regulamentada pela Lei 12.711/2011, a
chamada Lei de Cotas, que
beneficia o acesso de estudantes da rede pública em instituições de ensino
superior federais, com separação de vagas para candidatos de baixa renda,
negros e índios.
Para os que se posicionam contra a reserva de vagas
sociais, o que mais intriga é que a Lei de Cotas não foi sancionada como parte
de um plano para melhorar a educação no país, o que a torna um tapa buracos da
rede pública de ensino. Somente em junho de 2014 foi sancionado o Plano Nacional
de Educação, que prevê 10% do total do Produto Interno Bruto (PIB) para
Educação, entre outras metas a serem cumpridas até 2020.Outro argumento contra a política de reserva de
vagas é a inconstitucionalidade da lei, já que segundo o artigo 5º da Constituição
Federal brasileira somos todos iguais, sem distinção de qualquer natureza.
Deste modo a reserva de cotas somente confirmaria a segregação social e racial
existente no país. Há também quem até defende as cotas sociais, por
conta da desigualdade socioeconômica que há no país, mas são contra as cotas
raciais, que poderiam aumentar e instigar o racismo. As cotas raciais sem
critérios econômicos também podem beneficiar negros que estudaram em escola
particular e possuem renda alta, perdendo assim o sentido da ação afirmativa.
Em meio a um intenso debate sobre a
implementação de cotas nas universidades, foram lançados dois manifestos no
Brasil: um a favor das cotas e um outro contrário a elas. A partir de seus
principais argumentos e de algumas opiniões recorrentes em jornais e revistas
que debateram a temática, reunimos os argumentos mais utilizados em favor e
também aqueles contrários à política de cotas, como estratégia de ações
afirmativas.
Argumentos do Manifesto Pró-Cotas:
1)- Foi a constatação da extrema exclusão dos
jovens negros e indígenas das universidades que impulsionou a atual luta pelas
cotas. Trata-se de uma resposta do Estado brasileiro aos instrumentos jurídicos
internacionais a que aderiu, como o Plano de Ação de Durban, que corrobora a
adoção de ações afirmativas como mecanismo importante na construção da
igualdade racial.
2)- Os mecanismos de exclusão racial
embutidos no universalismo do Estado republicano, incluídas aí as formas de
acesso à universidade, levarão o país a atravessar todo o século 21 como um dos
sistemas universitários mais segregados do planeta – étnica e racialmente. Se
essa situação perdurar, estaremos condenando mais uma geração inteira de jovens
estudantes negros a ficar fora das universidades.
3)- Não é apenas a igualdade legal que vai
garantir as diferenças entre negros e índios no Brasil. É necessária a
existência de políticas afirmativas baseadas no princípio da igualdade
proporcional. Ou seja, não dá para tratar igualmente os desiguais. A igualdade
universal dentro da República não é um princípio vazio, e sim uma meta a ser
alcançada. As ações afirmativas são a figura jurídica criada pela ONU para
alcançar essa meta.
4)- Para que as universidades públicas
cumpram sua função republicana, em uma sociedade multiétnica e multirracial, é
necessário que ela reflita na composição de sua comunidade as porcentagens de
brancos, negros e indígenas do país.
5)- Estudos permitem afirmar que o rendimento
acadêmico dos cotistas é, em geral, igual ou superior ao rendimento dos alunos
que entraram pelo sistema universal nas universidades. Tais indicadores
desacreditam a idéia de que as universidades, ao adotarem as cotas, teriam
rendimentos inferiores.
ARGUMENTOS CONTRA A POLÍTICA DE COTAS:
1- Compensação:Todos já ouvimos aquela velha história de que
o negro foi trazido escravo contra a sua vontade, sendo posteriormente
marginalizado com o fim da escravatura.Por que eu, que nem branco sou, devo
ceder uma vaga conquistada com meu mérito a uma outra pessoa de cor apenas
devido à ancestralidade dela?Já pensou se os índios, ou povos conquistados do
passado e do presente invadisse sua casa para pedir compensação pelas terras,
parentes e bens perdidos? Povos e sociedades inteiras entrariam em um verdadeiro
caos reivindicatório sem fim.Responsabilizar os brancos e povos de hoje pelo
que os brancos e demais povos do passado fizeram é um absurdo. Isso não faz
sentido, se não vejamos: Eu tenho 5 primos, todos pobres e necessitados. Dois
deles são brancos e três deles são negros. Por que razão meus primos negros
devem merecer o privilégio de ter uma cota e meus primos brancos não?
2- Desmérito:Dar privilégio para que alguém possa estar em
determinado lugar com base na cor de sua pele se consiste no pior tipo de
racismo que existe. Que diferença faz se o dentista é branco ou negro? O que
interessa não é a cor do dentista, mas a sua qualidade.Ao impor uma cota
racial, o Estado está sobrepujando a meritocracia com uma imposição ignorante
de que determinadas vagas devem ser destinadas a negros a despeito do mérito de
outros e gerando a desconfiança em profissionais cotistas.Um país justo não é
um país que tem igualdade absoluta entre brancos, pardos, amarelos e negros;
mas um país onde qualquer um, não importando a cor ou a origem, possa perseguir
seus sonhos através do fruto de seu trabalho.Numa sociedade justa, negros,
brancos e amarelos têm as mesmas chances de vencer na vida e a cor da pele dos
outros nunca é um obstáculo para o seu crescimento.Já pensou se todo empresário
tivesse que contratar seus funcionários de acordo com a composição racial do
Brasil e não pelas suas qualidades? Quem crê que uma empresa contrataria o
melhor candidato se fosse obrigada por lei a contratar um funcionário apenas de
uma certa cor para preencher a uma cota?
3- Miscigenação:Vivemos no país mais miscigenado do mundo. No
Brasil a maioria da população tem ancestralidade africana. Repito. Muito mais
da metade das pessoas tem ascendência africana. Como então definir quem é e
quem não é afrodescendente se até os mais brancos têm ascesdência negra? Será
que para o governo alguns são mais negros do que outros?As cotas racias
produzem um efeito horrível na sociedade, pois elas aumentam a identificação
racial num tempo onde sabemos que não existe raça branca ou negra – apenas a
humana.Se a ciência já jogou por terra a questão racial, por que deveríamos
promover políticas públicas com base nelas? Se só existe a raça humana, por que
o governo promove a identificação racial de seus cidadãos?Todos somos humanos.
Chega de coitadismo. Os negros têm o mesmo potencial de todos os outros. Quem
precisa de cota é deficiente físico,ou pessoas apenadas e em ressocialização,
neste caso eu concordo sim com determinados tipo de cotas (Não de forma
generalizada, para não icentivar a criminalidade para conseguir posições,
empregos,etc).
4- Geram mais Preconceito:As cotas raciais alimentam o
preconceito ao invés de mitigá-lo. Antes das cotas, todos se orgulhavam de ver
um amigo médico ou advogado negro. “ Viu !!!??,Tenho um amigo negro que venceu
na vida através do próprio esforço”, testemunharam muitos.Hoje, uma pessoa
negra que entra numa universidade pública já vai ter de enfrentar um outro tipo
de “Viu!!!? Só entrou por causa das
cotas”.
5-Ineficiência
comprovada das Cotas onde ela se originou, no EUA:As cotas raciais não
provocam benefícios a longo prazo para seus privilegiados. Nos EUA, depois de
mais de 40 anos de medidas afimativas, negros ainda tem uma renda menor e
escolaridade inferior à dos brancos.A única coisa que disparou nos últimos anos
entre os negros foi o desemprego. Se depois de mais de 40 anos as medidas
afirmativas não causaram seu efeito proposto, por que acreditar que um time que
está perdendo não precisa ser mexido?Uma vez iniciada as medidas afirmativas,
elas nunca acabam. Existe no mundo algum caso de algum grupo alvo de medida
afirmativa que tenha voluntariamente cedido às suas cotas? Não. Por que não?
Porque as cotas não resolvem o problema.Logo, as cotas são perpétuas, pois só
acabam quando finalizam um objetivo que elas não podem cumprir. O que as cotas
fazem é apenas beneficiar os negros ricos que já existem. Negros estudantes de
escolas particulares vão ter uma imensa vantagem sobre negros pobres. Logo,
essas cotas raciais serão preenchidas por alunos que não precisam de cotas (ex:
as filhas do Obama).
6- Provoca ao final um efeito contrário a aquilo que se propunha inicialmente gerando Injustiça:As cotas são injustas
e imorais. Se cotas devem ser impostas, então que não haja discriminação por
parte de cor, sexualidade ou credo. Já pensou se religiosos e gays também
demandarem cotas? As cotas agridem a sociedade com uma injustiça que viria a
sanar outra injustiça.Não devemos só ser contrários às cotas para negros, mas
também para brancos, pardos, amarelos, judeus, índios, estrangeiros,crentes,
gays, gordos, magros, católicos, ateus, feios, bonitos, altos, magros e etc. As
cotas devem ser apenas para quem sofre deficiênicia e para os comprovadamente pobres,
independente de “raça”, credo, altura e etc.Injustiça não justifica injustiça.
O erro não acerta um outro erro. Dois errados não fazem um certo. A única cota
que o Brasil precisa é a cota de responsabilidade de todo conjunto da
sociedade: das famílias,instituições, e do governo.
-----------------------------------------------------
Apostolado Berakash – Trazendo a Verdade: Se você gosta de nossas publicações e caso queira saber mais sobre determinado tema, tirar dúvidas, ou até mesmo agendar palestras e cursos em sua paróquia, cidade, pastoral, e ou, movimento da Igreja, entre em contato conosco pelo e-mail:
filhodedeusshalom@gmail.com
Postar um comentário
Todos os comentários publicados não significam a adesão às ideias nelas contidas por parte deste apostolado, nem a garantia da ortodoxia de seus conteúdos. Conforme a lei o blog oferece o DIREITO DE RESPOSTA a quem se sentir ofendido(a), desde que a resposta não contenha palavrões e ofensas de cunho pessoal e generalizados. Os comentários serão analisados criteriosamente e poderão ser ignorados e ou, excluídos.