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Emmir Nogueira - Por que o Papa Francisco Condenou o “DEVERIAQUEÍSMO” na Exortação Apostólica Evangelii Gaudium ?

Written By Beraká - o blog da família on quarta-feira, 18 de novembro de 2015 | 12:26






Mas, que neologismo estranho esse que o Papa Francisco resolveu criar! DeveriaqueísmoMelhor deixar o próprio Papa explicar antes de continuar o texto:


Evangelii Gaudium96:  “[No contexto de mundanismo], alimenta-se a vanglória de quantos se contentam com ter algum poder e preferem ser generais de exércitos derrotados antes que simples soldados dum batalhão que continua a lutar. Quantas vezes sonhamos planos apostólicos expansionistas, meticulosos e bem traçados, típicos de generais derrotados. Assim negamos a nossa história de Igreja, que é gloriosa por ser história de sacrifícios, de esperança, de luta diária, de vida gasta no serviço, de constância no trabalho fadigoso, porque todo trabalho é “suor do nosso rosto”.Em vez disso, entretemo-nos vaidosos a falar sobre “o que se deveria fazer” — o pecado do “deveriaqueísmo” — como mestres espirituais e peritos de pastoral que dão instruções ficando de fora. Cultivamos a nossa imaginação sem limites e perdemos o contato com a dolorosa realidade do nosso povo fiel.”


Evangelii Gaudium97: “Quem caiu nesse mundanismo olha de cima e de longe, rejeita a profecia dos irmãos, desqualifica quem o questiona, faz res- saltar constantemente os erros alheios e vive obcecado pela aparência. Circunscreveu os pontos de referência do coração ao horizonte fechado da sua imanência e dos seus interesses e, consequentemente, não aprende com os seus pecados nem está verdadeiramente aberto ao perdão. É uma tremenda corrupção, com aparências de bem.”





Ao ler o texto acima, podemos ser tentados a considerar que o pecado do deveriaqueísmo refere-se exclusivamente a clérigos. Ledo engano. Todos nós, nas pastorais, nos serviços à Igreja, nos trabalhos, nas famílias, estamos sujeitos à tentação do deveriaqueísmo.Trocando em miúdos para a linguagem do dia a dia, o que seria o pecado do deveriaqueísmo?


Infelizmente, um conjunto de pecados agindo juntos:


1. Pecado de Omissão — porque, ao invés de “entrar na lama” da necessidade do irmão, o deveriaqueísta se ilude a construir teorias e diagnósticos de forma ascética, sem sujar as mãos. Dá a impressão de que faz alguma coisa quando, na realidade, apenas fala, teoriza, elucubra.

2. Pecado de Vaidade — porque o deveriaqueísta acha que tem a solução para todos os males do país, da família, da Igreja, da sociedade, do mundo, esquecido da verdade de que “quem sabe, faz”.


3. Pecado de Orgulho — porque “olha de cima e de longe, rejeita a profecia dos irmãos, desqualifica quem o questiona, faz ressaltar constantemente os erros alheios e vive obcecado pela aparência”. O orgulho faz o deveriaqueísta ser ridículo aos olhos dos que o observam e não se deixam iludir por suas balelas.


4. Pecado de Egoísmo — porque “Circunscreve os pontos de referência do coração ao horizonte fechado da sua imanência e dos seus interesses e, consequentemente, não aprende com os seus pecados nem está verdadeiramente aberto ao perdão”. O deveriaqueísta tem como referencial supremo a si mesmo, ao próprio umbigo.


5. Pecado de Mundanismo — “O mundanismo espiritual, que se esconde por detrás de aparências de religiosidade e até mesmo de amor à Igreja, é buscar, em vez da glória do Senhor, a glória humana e o bem-estar pessoal”. Assim como os outros aspectos do deveriaqueísmo, o mundanismo aplica-se não só à Igreja, mas também a todos os aspectos dos nossos relacionamentos.Existem, portanto, o deveriaqueísmo familiar, no qual o deveriaqueísta se esconde por de- trás das aparências do amor à família e à moral; o deveriaqueísmo profissional, cujo esconderijo é o amor à profissão e ao bem da empresa; o deveriaqueísmo político, escondido sob a máscara de amor aos pobres e à pátria e por aí vai. Todos, não importa quão bem se disfarcem, buscam, no fundo no fundo, a glória humana e o bem-estar ou proveito pessoal. O deveriaqueísta é hipócrita.


6. Corrupção — como sabemos, para Francisco, a corrupção é aquele pecado inveterado, que passa a fazer parte do nosso estilo de vida e da nossa forma de ver o mundo, do qual não saímos com facilidade porque nos cega para a realidade acerca de nós mesmos, do mundo e do outro.


Ao dizer que o deveriaqueísmo é um tipo de corrupção, classifica-o como vício revestido de complacentes justificativas sem fundamento. Evidentemente, o nível de autoconhecimento do deveriaqueísta é muito, muito baixo. É baixo, igualmente, seu grau de maturidade. Com relação a ele, o único grau elevado é, infelizmente, o mal que faz a si mesmo e aos que convivem com ele.


Que o Bom Deus nos dê a graça da simplicidade, humildade, despojamento e pobreza de coração que são os antídotos contra esse veneno que cega e ilude a nós e aos outros enquanto corrói a alma e a capacidade de amar de verdade.


Maria Emmir Oquendo Nogueira

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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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