A
Santidade é dom e projeto de Deus, e não fruto da mera boa vontade humana, pois
seria Pelagianismo(Heresia Condenada pela Igreja), um projeto de santidade
totalmente humano.
Deus
respeita a liberdade humana, e nos faz o convite, pois todo batizado é Chamado
a ser Santo, porém sem o auxílio e a graça de Deus, ninguém pode ser Santo,
pois assim está escrito: “É Deus quem
concede a cada um o querer e o realizar, segundo o beneplácito de sua vontade”(Filipenses
2,13).
O Farisaísmo
Os
fariseus eram um grupo bastante importante para o judaísmo do tempo de Jesus.
Eles
surgiram logo após o Exílio da Babilônia, quando o povo de Deus, ansiava pelo
retorno do Messias a fim de que restaurasse a soberania de Israel e lhe
devolvesse o antigo brilho dos tempos de Davi e de Salomão.
O grupo dos fariseus considerava ser
necessário a prática fiel de todas as leis e costumes do judaísmo, a fim de que
Deus pudesse enviar o seu Messias. Alguns chegavam a dizer que, se o Povo de
Deus cumprisse a lei por no mínimo dois sábados, o Messias apareceria a Israel.
Isto não
seria problema se as leis e costumes criados pelo Povo de Israel fossem
simples… mas não eram.
As normas
versavam sobre todos os aspectos da vida, e era praticamente impossível
cumpri-las todas. Além disso, todas as leis eram tidas como sumamente
importantes.
Isso
significava que, segundo a concepção farisaica, a mínima transgressão de um
pequeno costume que fosse, implicava no castigo divino de todo o povo, que
deveria aguardar por mais tempo a vinda do Messias.
Muitas
pessoas não conseguiam cumprir essas normas, ou por impedimento de ofício, ou
porque não se sentiam capazes de fazê-lo.
Os pastores, por exemplo, não conseguiam
cumprir a lei do sábado. Muitas viúvas, por não terem como se manter, eram
obrigadas à prostituição.
Os
cobradores de impostos também eram tidos como pecadores inveterados. Estes e
outros grupos de pessoas que não conseguiam cumprir a Lei eram excluídos do
convívio social.
A exigência quase doentia dos fariseus gerava
angústia, exclusão, sofrimento e dor em muitas pessoas.
Para
complicar as coisas, alguns fariseus conseguiam encontrar brechas na lei para
burlá-la a seu favor, causando enormes injustiças.
Por exemplo, havia uma lei orientando os
filhos a sustentar os pais na velhice. Algo óbvio e sensato. Porém, segundo
interpretações farisaicas, se o filho fizesse doação ao Templo, ficava isento
dessa obrigação. Muitos idosos morriam às mínguas sem uma ajuda sequer de seus
filhos.
Mas o Messias veio neste contexto
mesmo:
O
Farisaísmo não percebeu o óbvio: Deus deseja muito mais do que o mero
cumprimento de um conjunto de normas e regras.
Deus
deseja a justiça em todos os aspectos da vida humana. Por esse motivo, o
Messias não esperou que o povo cumprisse todas as normas e regras da Lei, para
depois vir, Ele veio para os pecadores mesmo.
Jesus subverteu toda a lógica farisaica e, ao
invés de exigir a conversão dos pecadores para somente então se aproximar
deles, foi ao encontro dos mesmos enquanto ainda estavam em pecado.
Enquanto
o farisaísmo passava a impressão de que Deus era um exigente juiz, Jesus
revelou que Deus apostava na capacidade humana de sempre ser melhor,
independente se esta pessoa estava longe ou perto do ideal.
A prática de Jesus revelou que o amor, a
misericórdia e a confiança dão mais resultado do que a cobrança, a exigência e
a punição.
Jesus denunciou a prática
farisaica, chamando-a de hipócrita. Hipocrisia significa julgar o outro como
sendo inferior a si. Hipócrita é aquele que utiliza critérios baixos para
selecionar as pessoas, condená-las, rotulá-las.
O
hipócrita não consegue perceber-se fraco. Considera-se totalmente fiel a Deus
e, por isso, pode condenar os demais e desprezá-los, afinal, Deus está do lado
dele.
O hipócrita acha que Deus tem a obrigação de
estar com ele porque ele julga estar com Deus e fazer exatamente o que Deus lhe
pede.
Jesus
condenou esta prática.Ao contrário, Ele juntou a adúltera do chão, entrou na
casa de Zaqueu, aceitou que uma mulher de má fama lhe ungisse os pés com as
lágrimas, acolheu o beijo de Judas, perdoou o ladrão arrependido.
A atitude de Jesus revela postura
diametralmente oposta à conduta farisaica – e esta é a postura de Deus.
Além
disso, Jesus renovou a lei e lhe deu um sentido: o amor.
Jesus
revelou que há uma hierarquia nas normas dadas por Deus para a nossa vida. E a
primeira delas, que subjuga todas as outras, é o mandamento do amor.
Não há
nada mais importante do que amar. Se amarmos a Deus e ao nosso próximo,
cumpriremos toda a lei e viveremos exatamente aquilo que Deus deseja.
O risco do Cristão cair no
Farisaísmo:
Nós,
cristãos, corremos o mesmo risco do farisaísmo. Não é raro encontrarmos
“seguidores” de Jesus que assumem posturas legalistas.
Acham que
por cumprir uma série de normas da moral cristã estão de acordo com Deus e por
isso podem viver tranquilas.
Será que
alguém, por melhor que seja, por mais que viva todas as normas da moral cristã,
pode se colocar no direito de dizer que Deus está do lado dela, contra os
pecadores?
Outra
pergunta interessante: algum de nós consegue amar na mesma profundidade que
nosso Deus Amor nos amou em Jesus Cristo?
Porque essa é a moral do cristão: “o amor aos
moldes de Jesus.”
Nós
amamos de modo limitado e por mais que nos esforcemos, jamais poderemos agir
como Deus, porque Ele é o Senhor, nós, servos inúteis, que não fazemos nada
mais do que deveríamos ter feito.
Portanto,
nada e ninguém têm o direito de se arvorar como o “dono de Deus”, condenado os
opositores não de Deus, mas de sua achologia pessoal.
Também
não é incomum encontrarmos “cristãos” que acham que não podem conviver com este
ou aquele “tipo” de pessoa. Não é raro correntes “católicas” que se sentem no
direito de julgar os próprios irmãos, colocando-se em um lugar que nem mesmo
Deus, na pessoa de Jesus Nosso Senhor, quis para si.
Pessoas
que condenam movimentos e pastorais, julgam posturas eclesiais, acham que
porque usam este ou aquele tipo de roupa, ou praticam esta ou aquela forma de
piedade, ou porque fazem esta ou aquela opção social, podem excomungar todo o
resto dos fiéis católicos.
Estas e outras correntes excluem pessoas que
nem sempre conseguem cumprir os ideais de seu grupo.
Acham-se
donos da moral, donos de Deus, considerando-se os únicos verdadeiramente fiéis
ao Evangelho. E, em nome de suas posturas, excluem pessoas que não conseguem
viver na integralidade seus ideais.
Irmãos! Jamais direi que não
precisamos de normas, e que a moral não é importante. Ela é sim!
Ela nos
dá parâmetros e nos ajuda a viver o mandamento do amor. Não podemos questionar
nossa moral! Mas não temos o direito de excluir pessoas porque elas não
conseguem vivê-la!
O que nos
impede de convivermos com pessoas pecadoras? Elas não vivem nossas normas, mas
não podem ser privadas do nosso amor.
Aliás,
todos nós fomos amados enquanto ainda éramos pecadores. Portanto, não podemos
deixar de amar, se quisermos cumprir à risca a lei do Senhor.
O amor é
o cumprimento perfeito de toda a lei, de toda moral, de toda doutrina.
Mesa dos pecadores:
A Eucaristia deveria ser a mesa dos pecadores reconciliados. Jesus a
instituiu enquanto Judas estava prestes a traí-lo e o chamou de amigo e Pedro
semelhantemente a negá-lo.
Deus não
deixa de estar conosco mesmo quando somos pecadores. Ele se faz pão da vida,
remédio que nos salva.
Somos
imperfeitos, porque somente Deus é perfeito. E a Igreja foi feita para nós.
Jesus veio para os pecadores.
Se
quisermos que Ele esteja conosco, precisaremos reconhecer nossa imperfeição.
Encerro
com uma canção do Pe. Zezinho, gravada pelo Pe. Fábio de Melo. Meditemos sobre
essa linda inspiração do Espírito:
Assista o Vídeo e ouça a canção: http://youtu.be/X3P9A5ZTcik
FONTE: rosario.nerdti
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