Basílio de Cesaréia é certamente o mais importante dos famosos ¨Padres capadócios¨. Personalidade fértil, atuante na reflexão filosófica, teológica e mística, na produção literária, no expor suas idéias através de cartas, sermões, tratados, na organização e na administração das comunidades de sua diocese, ganhou o título de ¨Magno¨.
Teve infância e juventude dedicadas aos estudos em sua terra natal, sob orientação de seu pai, e depois em Constantinopla, Antenas e Egito.
De natureza tímida,
experimentou muitas incompreensões e insucessos, mas nunca fugiu às
responsabilidades de líder nem se fechou ao diálogo para a consolidação da paz
e da ortodoxia.
As principais obras teológicas de Basílio são:
As suas "Sobre o Espírito Santo", um lúcido e edificando apelo
às Escrituras e às tradições cristãs primitivas (para provar a divindade do
Espírito Santo), e a sua "Refutação da Apologia do Ímpio Eunômio",
escrita em 363 ou 364, em três volumes contra Eunômio de Cízico, o principal
defensor da forma mais extremada do arianismo conhecida como anomoeanismo.
Gregório de Nazianzo descreve como São Basílio, ao pregar no ano 372, absteve-se propositalmente de falar de modo aberto sobre a divindade do Espírito Santo, contentando-se com o critério negativo de aceitar que o Espírito Santo não é criatura.
Posteriormente, porém, os fatos o obrigaram a ser mais
claro:
Numa profissão de fé que no ano seguinte submeteu ao bispo Eustatius, onde afirmava Basílio que “o Espírito Santo deve ser reconhecido como intrinsecamente sagrado, uno com a "natureza divina e bendita" e inseparável, como a fórmula batismal implica, do Pai e do Filho.”
Dois anos depois, no tratado `De Spiritu Sancto', deu um passo a mais, afirmando que:
“Ao Espírito Santo deve ser concedida a mesma glória, honra e culto que
ao Pai e ao Filho, e que Ele deve ser "estimado com" e
não"estimado abaixo" dEles”.
Basílio não foi mais
longe do que isso. Em nenhum lugar chama de Deus ao Espírito Santo, embora
coloque claro que:
"Nós glorificamos o Espírito com o Pai e o Filho porque nós
acreditamos que Ele não é alheio à natureza divina".
São Basílio apenas
afirma que o Espírito Santo procede de Deus, não por modo de geração, mas "como
respiro de sua boca". Assim, sua
"maneira de vir a ser" permanece"inefável".
Além disso ele afirma que um único Espírito está "ligado a um único
Pai através de um único Filho", e é "através do Unigênito" que
as qualidades divinas chegam ao Espírito provenientes do Pai.São Basílio insiste
que se nós numeramos a Divindade, devemos fazê-lo "reverentemente",
afirmando que, se bem que cada uma das Pessoas é designada como uma pessoa,
Elas não podem ser adicionadas entre si. A razão para isto é
que a natureza divina que Elas compartilham é simples e indivisível, pois em
certas passagens os Padres Capadócios parecem
relutantes em aplicar a categoria do número à Divindade, considerando a
doutrina de Aristóteles que somente o que é material é quantitativamente
divisível.
Basílio de Cesaréia,
nos capítulos sexto a oitavo de seu tratado Sobre o Espírito Santo (composto
entre o final de 374 e o final de 375, posterior portanto ao Concílio de Nicéia
I), para dizer que a natureza do Filho é a mesma do Pai, em identidade de
glorificação ou de honra,e não o termo niceno (consubstancial). Fazendo esta opção e
sustentando-a com testemunhos da Sagrada Escritura, Basílio prepara sua defesa
contra os pneumatômacos, expressada propriamente a partir do capítulo nono do seu
tratado. Ora, Basílio de Cesaréia entende que se, na ordem da economia, o Filho é
digno da mesma glória que se concede ao Pai, é porque as pessoas do Pai e do
Filho têm a mesma natureza.
Basílio de Cesaréia,
evidentemente, não recusa o Concílio de Nicéia I; todavia, mantendo-se nos limites
da ortodoxia, vê-se livre para empregar um termo que, em última análise, diz o mesmo que a expressão adotada pelo Símbolo Niceno.
Conclusão baseada nos parágrafos de 34 a 79 do Tratado sobre o
Espírito Santo de Basílio de Cesaréia:
“Ora qual é o homem que, ao ouvir
os Nomes com os quais é designado o Espírito Santo, não eleva seu ânimo e o seu
pensamento para a natureza divina? É chamado Espírito de Deus, Espírito da
verdade que procede do Pai, Espírito de retidão, Espírito Consolador, advogado,
paraclito, e com o nome próprio e peculiar de: Espírito Santo.” Volta-se para Ele o
olhar de todos os que buscam a santificação; para Ele tende a aspiração de
todos os que vivem segundo a virtude; é o Seu sopro que os revigora e reanima
para atingirem o fim natural e próprio para que foram feitos.Ele é Fonte da santidade e Luz da inteligência; é Ele que dá, de Si
mesmo, uma certa iluminação à nossa razão natural, para que encontre a verdade
da criação, daquilo que somos e daquilo que a Trindade é. Inacessível por Sua
natureza, torna-se acessível por Sua bondade e revelação. Enche tudo com o Seu poder, mas comunica-se apenas aos que são dignos;
não a todos na mesma medida, mas distribuindo os Seus dons em proporção da fé. Um na Essência,
Múltiplo nas manifestações do seu poder, está presente por Inteiro em cada um,
sem deixar de estar por inteiro em todo lugar. Reparte-se e não
sofre diminuição. Todos d’Ele participam e d’Ele retiram sua força e Ele permanece
Íntegro, à semelhança dos raios do sol que fazem sentir a cada um a sua luz
benéfica como se fosse para cada um em particular tão somente, e contudo
iluminam e aquecem a terra,o mar, a tudo e todos e se difundem pelo espaço sem alterá-lo em sua
essência.
Assim É também o Espírito Santo:
Está presente em cada
um dos que são capazes de recebê-Lo, como se estivesse unicamente nele e, não
obstante, dá a todos a totalidade da graça de que necessitam. Os que participam do Espírito recebem os Seus dons na medida em que o
permite a disposição de cada um, não na medida do poder do mesmo Espírito. Por Ele, os corações
são elevados ao alto, os fracos são conduzidos pela mão, os que progridem na
virtude chegam à perfeição. Ele ilumina os que foram purificados de toda a
mancha e torna-os espirituais pela comunhão Consigo. E como os corpos
límpidos e transparentes, sob a ação da luz, se tornam também
extraordinariamente brilhantes e irradiam um novo fulgor, da mesma forma também as almas que recebem o Espírito e são por Ele
iluminadas tornam-se espirituais e irradiam sobre os outros a graça que lhes
foi dada.
D’Ele procede a profecia e todos os dons:
“A inteligência dos mistérios, a
compreensão das coisas ocultas, bem como dos fatos da história universal e
pessoal, a distribuição dos carismas, a participação antecipada na vida do céu,
na companhia dos coros dos anjos e santos.” D’Ele nos vem a
alegria sem fim, a união constante e a semelhança com Deus; d’Ele procede,
enfim, o bem mais sublime que se pode desejar:
“O homem é “divinizado",
ou seja é espiritualizado pela graça e ação do mesmo Espírito santo de Deus, que
no filho nos faz imagem e semelhança de Deus.”
“ São Basílio, Rogai
por nós!!!”
“LOUVADO SEJA NOSSO SENHOR JESUS CRISTO”
Extratos de Frank J. Tipler, Físico, doutorado em Relatividade Geral Global.
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Salve Maria!
Sabe me dizer se consigo encontrar esse tratado em pdf?
Desde já, agradeço!
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