A mera veiculação, ou reprodução de matérias e entrevistas no todo ou em parte, não significa necessariamente, a adesão às ideias nelas contidas, nem a garantia da ortodoxia de seus conteúdos. Todas postagens e comentários são de inteira responsabilidade de seus autores primários, e não representam de maneira alguma, a posição do blog. Tal material deve ser considerado à luz do objetivo informativo desta página.
Home » , » Dom Brian Farrell - "Ecumenismo: um balanço após o Concílio Vaticano II"

Dom Brian Farrell - "Ecumenismo: um balanço após o Concílio Vaticano II"

Written By Beraká - o blog da família on quinta-feira, 27 de janeiro de 2011 | 10:37








Balanço de 50 anos de ecumenismo (pós vaticano ii):





Entrevista com o bispo Brian Farrell, LC







No final da Semana de Oração pela Unidade dos Cristãos, Dom Brian Farrell, LC, secretário do Conselho Pontifício para a Promoção da Unidade dos Cristãos, faz, nesta entrevista publicada no L'Osservatore Romano, um balanço do estado atual do ecumenismo.






-O Conselho Pontifício comemorou recentemente o cinquentenário de sua fundação. Ainda se conserva na Igreja Católica o espírito que inspirou seu nascimento, com o Papa João XXIII?






(Bispo Brian Farrell, LC)







Dom Farrell: De fato, no último dia 17 de novembro, comemoramos, com um grande ato público, o cinquentenário da criação do "Secretariado para a Promoção da Unidade dos Cristãos", que João XXIII quis intensamente e instituiu junto às outras comissões responsáveis pela preparação do Concílio Vaticano II. Convencido de que todo o trabalho do Concílio deveria ser imbuído do desejo de restabelecer a unidade, ele quis, como um sinal evidente desse desejo, a presença de observadores de outras igrejas e comunidades eclesiais no próprio Concílio. Parece quase um milagre da Providência o fato de mais de dois mil bispos virem a Roma para dar início ao Concílio, em 1962, muitos dos quais eram formados em uma teologia da "exclusão", segundo a qual ortodoxos e protestantes - cismáticos e hereges, na terminologia utilizada naquela época - estavam simplesmente fora da Igreja; e três anos depois, escreveram o decreto Unitatis redintegratio, que reconhece uma real, ainda que incompleta, comunhão eclesial entre todos os batizados e entre as igrejas e comunidades eclesiais. Essa perspectiva renovada, em perfeita harmonia com a antiga eclesiologia dos Padres, teve enormes consequências devido à nova maneira em que os católicos se relacionavam com os demais cristãos e com suas comunidades, bem como pela adesão irrevogável da Igreja Católica ao movimento ecumênico. João XXIII falou de um "passo adiante", de uma forma de conceber a tradição de sempre com uma visão nova, abrindo novos caminhos para a Igreja rumo à unidade visível que lhe é própria. Esta transformação se deve, em grande parte, além de à graça do Espírito Santo, é claro, ao trabalho árduo do primeiro presidente do "Secretariado para a Promoção da Unidade", o cardeal Augustin Bea, e à sua equipe.





O que restou do trabalho dos primeiros anos do Conselho Pontifício?





Dom Farrell: Tudo permaneceu, no que se refere ao ensino do Concílio sobre os princípios que regem a busca da unidade. Os cinquenta anos que passaram desde então testemunham como esse ensino tem sido frutífero na vida concreta da Igreja e do mundo cristão como um todo. No ato comemorativo antes mencionado, além da importante mensagem do Papa Bento XVI, levada pelo secretário de Estado, cardeal Bertone, três grandes figuras do mundo ecumênico - o cardeal Walter Kasper, presidente emérito do nosso Conselho Pontifício; o arcebispo da Cantuária, Rowan Williams; e o metropolitano Ioannes de Pérgamo, exímio teólogo do patriarcado ecumênico - salientaram que é essencial e urgente para o desenvolvimento histórico atual que os cristãos possam falar e trabalhar juntos, não apenas em defesa da liberdade e da liberdade religiosa em primeiro lugar, mas também enfrentando com esperança os enormes desafios presentes na humanidade.





Mas alguns dizem agora que estão decepcionados com os resultados, depois de tanto esforço!






Dom Farrell: Quem pensa assim ignora a realidade. O Papa João Paulo II, em sua magnífica encíclica Ut unum sint, escreveu que provavelmente o fruto mais precioso do ecumenismo seja a "fraternidade redescoberta" entre os cristãos. As gerações mais jovens têm dificuldade de entender quanto as coisas melhoraram. No passado, os cristãos divididos se evitavam, não se falavam; as igrejas tinham atitudes de rivalidade e conflito mútuos, mesmo de ações verdadeiramente escandalosas, que minavam a própria missão evangelizadora. Se pensarmos no "diálogo da verdade", ou seja, na busca da superação dos elementos teológicos de divergência, aqui também muito já foi alcançado, incluindo a resolução de antigas controvérsias cristológicas, e foi substancialmente superado até mesmo o aspecto mais profundo da divergência entre católicos e reformados sobre a justificação, isto é, sobre como a salvação age em nós. É preciso levar em consideração que, nas questões doutrinais, sempre será necessário agir com cautela e devagar, pois temos de ter a certeza de estar avançando na fidelidade ao depósito da fé, de chegar a um acordo sobre a base da verdadeira Tradição.





No entanto, no diálogo teológico, surgiram novas dificuldades com os ortodoxos?













Dom Farrell: Estamos examinando o cerne das nossas diferenças sobre a estrutura e o modo de ser e operar da Igreja: a questão do papel do Bispo de Roma na comunhão da Igreja no primeiro milênio, quando a Igreja do Ocidente e do Oriente ainda estava unida. Depois de estudos aprofundados e discussões, os membros da Comissão Teológica perceberam a enorme diferença que existe entre a experiência histórica vivida, assimilada e narrada na cultura ocidental e a experiência histórica percebida na visão oriental das coisas. Todo evento histórico está aberto a diversas interpretações. A discussão não levou a uma convergência real. Mas também é verdade que, para chegar a um consenso, o que conta desde o início é desvelar os princípios doutrinais e teológicas estiveram em ação naqueles eventos e que são decisivos para permanecer fiéis à vontade de Cristo para a sua Igreja. Então, foi decidido elaborar um novo documento baseado em chave teológica. Estou convencido de que é o caminho adequado. Portanto, quando se trata de novas dificuldades, não são dificuldades insuperáveis, mas verdadeiras oportunidades. É claro que a discussão não será nem fácil nem breve. Parece, no entanto, que está se espalhando a convicção de que a unidade é possível; as circunstâncias do mundo de hoje conduzem as igrejas nessa direção. Em minha opinião, é urgente que a teologia católica elabore uma visão mais concreta, um modelo daquilo que nos espera no momento da plena comunhão visível. Assim, os irmãos ortodoxos poderão ter confiança, superando os medos atávicos causados pela presunção de superioridade típica do Ocidente. Nós, provavelmente, teremos de reafirmar o que o Concílio disse sobre a igual dignidade de todos os ritos, sobre o respeito pelas instituições, tradições e disciplinas das Igrejas Orientais e sobre muitas outras coisas.





E com os protestantes?





Dom Farrell: Ainda existem diferenças significativas e talvez apareçam novas; mas é surpreendente descobrir como as controvérsias do século XVI são vistas agora a partir de uma nova ótica, que amortece a insistência sobre as posições assumidas; entendemos, assim, que somos menos distantes em muitos pontos-chave. É verdade, as principais dificuldades estão na diferente concepção do que é a Igreja querida por Cristo. A questão não é abstrata - "O que é a Igreja?" -, mas também concreta: "Onde está a Igreja e onde se realiza a sua plenitude?". Sobre este assunto há muito a ser feito.














Este é o trabalho dos peritos, mas o ecumenismo deve envolver todos!






Dom Farrell: Certamente que sim. Hoje devemos voltar às origens do movimento ecumênico e descobrir o "ecumenismo espiritual". A oração, a conversão do coração, o jejum e a penitência, a purificação da memória, a purificação da maneira de falar dos outros: esta sensibilidade espiritual, presente no início do movimento ecumênico, é o coração do ecumenismo e um dever de todos. O ecumenismo espiritual não é monopólio dos especialistas; todos os cristãos podem ser protagonistas desse movimento. Um aspecto particular que é a base de tudo isso foi enfatizado no Sínodo dos Bispos sobre a Palavra de Deus, retomado na exortação apostólica de Bento XVI,Verbum Domini: escutar, orar e refletir juntos sobre as Escrituras, "um caminho a ser percorrido para alcançar a unidade da fé, como resposta à escuta da Palavra". Foi pela Escritura que nos dividimos; é ao redor da Escritura que devemos nos reencontrar. Façamos da Sagrada Escritura, então, o coração do ecumenismo!






O que o senhor espera desta semana de oração pela unidade?





Dom Farrell: Espero que esta semana nos faça compreender seriamente - também a nós, católicos - que a busca da unidade não pode ser deixada para o momento em que todas as questões religiosas e pastorais estiverem resolvidas: ela é condição de possibilidade para superar todos os demais problemas. O Senhor disse algo maravilhoso e imponente ao mesmo tempo: que sejamos uma mesma coisa "para que o mundo creia". A Igreja existe para evangelizar, mas não poderá oferecer o Evangelho de maneira convincente enquanto os cristãos persistirem em suas divisões. A busca da unidade não é um luxo; é um dever urgente de fé.








Fonte: Zenit.org







----------------------------------------------------------

 

 

 

 


 

 

APOSTOLADO BERAKASH: Como você pode ver, ao contrário de outros meios midiáticos, decidimos por manter a nossa página livre de anúncios, porque geralmente, estes querem determinar os conteúdos a serem publicados. Infelizmente, os algoritmos definem quem vai ler o quê. Não buscamos aplausos, queremos é que nossos leitores estejam bem informados, vendo sempre os TRÊS LADOS da moeda para emitir seu juízo. Acreditamos que cada um de nós no Brasil, e nos demais países que nos leem, merece o acesso a conteúdo verdadeiro e com profundidade. É o que praticamos desde o início deste blog a mais de 20 anos atrás. Isso nos dá essa credibilidade que orgulhosamente a preservamos, inclusive nestes tempos tumultuados, de narrativas polarizadas e de muita Fake News. O apoio e a propaganda de vocês nossos leitores é o que garante nossa linha de conduta. Sempre nos preocupamos com as questões de direito autoral e de dar o crédito a quem lhe é devido. Se por acaso alguém se sentir ferido(a) em seus direitos autorais quanto a textos completos, ou parciais, publicados ou traduzidos aqui (já que não consegui identificar e contatar alguns autores(as), embora tenha tentado), por favor, não hesite em nos escrever para que possamos fazer o devido registro de seus créditos, sejam de textos, fontes, ou imagens. Para alguns, erros de ortografia e de digitação valem mais que o conteúdo, e  já invalida “todes” o texto? A falta de um “a”, de alguma vírgula, ou alguns trocadilhos, já são suficientes para não se ater a essência do conteúdo? Esclareço que levo mais tempo para escrever, ou repostar um conteúdo do que corrigi-lo, em virtude do tempo e  falta de assessoria para isto. A maioria aqui de nossos(as) leitores(as) preferem focar no conteúdo e não na superficialidade da forma (não quero com isto menosprezar as regras gramaticais, mas aqui, não é o essencial). Agradeço as correções pontuais, não aquelas genéricas, tipo: “seu texto está cheio de erros de português” - Nas próximas pontuem esses erros (se puderem e souberem) para que eu faça as devidas correções. Semanalmente faço postagens sobre os mais diversos assuntos: política, religião, família, filosofia, sociologia, moral Cristã, etc. Há quem goste e quem não gosta de minhas postagens! Faz parte do processo, pois nem todos pensamos igual. Isso também aconteceu com Jesus e com os apóstolos e com a maioria daqueles(as) que assim se expõem. Jesus não disse que só devemos pregar o que agrada aos outros, mas o que precisamos para nossa salvação! Paulo disse o mesmo ao jovem bispo Timóteo (2Tm 4,1-4). Padre, seminarista, leigo católico e catequista não devem ter medo de serem contestados! Seja fiel ao Magistério Integral da igreja! Quem disse que seria fácil anunciar Jesus e seus valores? A mera veiculação, ou reprodução de matérias e entrevistas deste blog não significa, necessariamente, adesão às ideias neles contidas. Tal material deve ser considerado à luz do objetivo informativo deste blog. Os comentários devem ser respeitosos e relacionados estritamente ao assunto do post. Toda polêmica desnecessária será prontamente banida. Todos as postagens e comentários são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente, a posição do blog. A edição deste blog se reserva o direito de excluir qualquer artigo ou comentário que julgar oportuno, sem demais explicações. Todo material produzido por este blog é de livre difusão, contanto que se remeta nossa fonte. Não somos bancados por nenhum tipo de recurso ou patrocinadores internos, ou externo ao Brasil. Este blog é independente e representamos uma alternativa concreta de comunicação. Se você gosta de nossas publicações, junte-se a nós com sua propaganda, ou doação, para que possamos crescer e fazer a comunicação dos fatos, doa a quem doer. Entre em contato conosco pelo nosso e-mail abaixo, caso queira colaborar:

 

 

 

filhodedeusshalom@gmail.com



Curta este artigo :

Postar um comentário

Todos os comentários publicados não significam a adesão às ideias nelas contidas por parte deste apostolado, nem a garantia da ortodoxia de seus conteúdos. Conforme a lei o blog oferece o DIREITO DE RESPOSTA a quem se sentir ofendido(a), desde que a resposta não contenha palavrões e ofensas de cunho pessoal e generalizados. Os comentários serão analisados criteriosamente e poderão ser ignorados e ou, excluídos.

TRANSLATE

QUEM SOU EU?

Minha foto
CIDADÃO DO MUNDO, NORDESTINO COM ORGULHO, Brazil
Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

POSTAGENS MAIS LIDAS

SIGA-NOS E RECEBA AS NOVAS ATUALIZAÇÕES EM SEU CELULAR:

TOTAL DE ACESSOS NO MÊS

ÚLTIMOS 5 COMENTÁRIOS

ANUNCIE AQUI! Contato:filhodedeusshalom@gmail.com

SÓ FALTA VOCÊ! Contato:filhodedeusshalom@gmail.com

SÓ FALTA VOCÊ! Contato:filhodedeusshalom@gmail.com
 
Support : Creating Website | Johny Template | Mas Template
Copyright © 2013. O BERAKÁ - All Rights Reserved
Template Created by Creating Website Published by Mas Template
Proudly powered by Blogger