Apenas um exemplo: "na Missa Cantata, havia claramente confusão por parte dos servidores e, consequentemente, da congregação sobre quando os fieis deveriam ficar de pé em vez de se ajoelhar. O mestre de cerimônias dizia que os servidores deveriam estar de pé para as orações, Glória e Credo, Prefácio, Pai Nosso e o último Evangelho. Um vídeo em São João Câncio mostra acólitos ajoelhados durante toda a cerimônia, como se estivessem em uma missa lírica..."
O Missal de Pio V, também conhecido como Missal Tridentino, não é isento de críticas e "falhas humanas" contidas nele!
As principais críticas se concentram na sua rigidez litúrgica, na dificuldade de participação dos fiéis e na pouca valorização do uso das línguas vernáculas.
O movimento litúrgico, culminando com o Concílio Vaticano II, retomou a antiga Tradição que via na Liturgia a fonte do genuíno espírito cristão da qual não se deveria participar como meros espectadores. Os especialistas em matéria litúrgica são praticamente unânimes ao afirmar que o Missal plenário obtido a partir da reforma de Trento tem como escopo o Ordo Missae da Cúria Romana.
Compreende-se, com isso, que a partir de Trento, a normatividade estabelecida para a Celebração Eucarística estendida a toda a Igreja do Ocidente será aquela da missa privada. Não há assembleia prevista à participação.
Quer dizer, neste esquema, não transparece qualquer preocupação com a presença e envolvimento da comunidade de fé nos ritos!
O Ordo Missae Tridentino é pensado e esquematizado, de certo modo, para atender à devoção de quem preside. Não se tem em vista da participação eclesial no Mistério de Cristo. Deste modo, faz sentido que tudo quanto diga respeito à comunidade dos fiéis tenha desaparecido: salmo responsorial, homilia, oração dos fiéis, comunhão. Tudo girava em torno do padre denominado no mais das vezes como “celebrante” e dos ministros (quando havia) que lhe serviam na realização dos ritos – isto é, o clero.
Se por um lado, o Missal de Pio V significou certa unidade no Rito Romano (principalmente no turbulento contexto da reforma protestante), pondo um freio nos excessos acumulados, com o passar dos séculos, por outro, colaborou para tornar a Missa algo desconectado da vida dos fiéis, que tinha cada vez mais uma participação mitigada no Mistério da Fé celebrado.
A partir daí, sucederia o contexto sempre mais propenso às devoções que viriam a se tornar fonte da espiritualidade dos cristãos!
Isso perdurou até que o movimento litúrgico, culminando com o Concílio Vaticano II, retomasse a antiga Tradição que via na Liturgia a fonte do genuíno espírito cristão e da qual não se deveria participar como meros espectadores (Santa Missa não é teatro!)
A insistência no latim, já desconhecido não apenas pelos fiéis, mas também pelo clero, condicionava ainda mais a participação efetiva daqueles que insistiam em tomar parte na Missa...
Para formulários já incompreensíveis, multiplicavam-se gestos e movimentos já carentes até mesmo de funcionalidade, tornando os ritos um espetáculo complexo a ser apreciado por espectadores mudos.
Tudo é posto em cena diante do altar-mor encostado à parede, com seu retábulo geralmente desproporcional, que não mais cooperava para que se compreendesse que a Eucaristia não era apenas Sacrifício - segundo os cânones do Antigo Testamento-, mas participação no Banquete Eucarístico! Morte, mas também, RESSURREIÇÃO!
A Missa transparecia aos que a assistiam ser uma coreografia solitária daquele que preside, com participação comedida dos que o auxiliavam, sendo o Missal plenário posto ora para a direita, de onde se lia a Epístola, ora para a esquerda, de onde se lia o Evangelho.
Não havia mais a necessidade do Ambão. Tudo devia ser meticulosamente realizado conforme as orientações contidas no Ritus Servandus. Uma coleção de normativas detalhadas sobre posturas, gestos e tons com os quais aquele que presidia deveria se preocupar.
Nesse horizonte, cabia de fato a linguagem de “administrar” o sacramento aos fiéis, verbo que ainda hoje encontramos em alguns documentos magisteriais
Os fiéis são destinatários ocasionais e a celebração está vinculada à piedade particular do padre que "reza a sua Missa". Se para nós, hoje, comungar durante a missa é algo normal e habitual, isso, antes do Concílio Vaticano II com sua reforma litúrgica, era exceção.
Inclusive, talvez possamos debitar a esse costume de não comungar na celebração eucarística, a origem de se apresentar aos comungantes – ainda hoje – a reserva eucarística guardada no tabernáculo, mesmo que isso seja claramente reprovado pelo Missal atual (IGMR n. 85). O Ritus Servandus, que obrigatoriamente deveria ser conhecido e executado tal e qual, regia em minúncias a prática do “celebrante”. Não se tratava de teologia e descrição ministerial dos ritos como se apresenta na Instrução Geral do Missal Romano, segundo conhecemos da reforma litúrgica. É uma espécie de “ABC” do gestual.
A Ars Celebrandi – se existisse – constaria de replicar à perfeição o que aí se indica. Essa é uma das portas para o que contemporaneamente chamamos de “rubricismo”. Como dito antes, o Ritus Servandus praticamente não se refere à comunidade dos fiéis, a não ser quando se tratava da comunhão onde se lia: “Se na missa houver comungantes…” e passa a descrever como devia prosseguir.
Revelava-se aqui uma perspectiva teológica da Eucaristia que a vinculava estritamente ao presbítero ou bispo. Não se notava qualquer acento pastoral.
Note-se também que nele, ainda encontramos a indicação do que deveria ser feito enquanto houvesse outra Missa sendo “dita” no mesmo espaço, mas noutro altar. Cada padre com sua missa, portanto. A assembleia, se houvesse, era detalhe.Quem presidia deveria estar a maior parte do tempo voltado para o altar e para a cruz, a fim de não se distrair com aquilo que acontecia ao seu redor. Voltava-se para o povo somente em algumas poucas circunstâncias, como no convite à oração (Oremos).
Deve-se concordar com Paulo VI quando afirma que a Missa assim rezada e vivida, nutriu a Igreja desde a promulgação do Missal piano com a Carta Quo primum tempore em 1570.
É errôneo e desonesto pensar e afirmar os dois extremos que vemos hoje:
1º)-Dos que são contra: de que a igreja errou, ou estava errada em adotar o latim e o Rito Tridentino (muitos santos e santas foram gerados nesse rito)
2º)-Dos que são a favor: dizer que a Missa conforme esse rito litúrgico regeu a espiritualidade dos fiéis desde sempre (carece de veracidade histórica e cabal tal afirmação).
Embora em Trento e seu Missal encontremos ecos da antiga tradição litúrgica romana, muitos elementos importantes haviam sim, desaparecido e que foram resgatados. As observações que ora fazemos partem da experiência de quem não vive mais no século XVI, em clima de contrarreforma. É resultado de uma avaliação minunciosa oferecida pelo Movimento Litúrgico – sobretudo – no decorrer de quase um século de estudos sérios, realizados por pessoas igualmente sérias. Especialmente, trata-se de uma perspectiva crítica positiva que se oferece a partir da reflexão teológica e pastoral do Concílio Vaticano II, cujo Missal Romano que daí resulta passa a dar contornos concretos e estampa no corpo da Igreja.
resumo das Principais críticas ao Missal de Pio V:
1)-Rigidez Litúrgica:O missal era extremamente rígido e formal, com pouco espaço para adaptações às diferentes culturas e necessidades locais.
2)-Dificuldade de Participação dos Fiéis: A complexidade dos ritos e o uso exclusivo do latim dificultavam a participação ativa e compreensiva dos fiéis na celebração ("assistiam a missa" como num teatro e não participavam).
3)-Desvalorização da língua Vernácula:A missa era celebrada quase exclusivamente em latim, o que impedia a compreensão plena dos fiéis mais simples e iletrados sobre o que estava sendo rezado e celebrado (ficavam como meros papagaios a dizer apenas Amém).
4)-Ênfase na figura do sacerdote:O Missal de Pio V era focado na figura do sacerdote, que realizava a maior parte dos ritos, com pouca interação dos fiéis.
5)-Pouca valorização da dimensão comunitária:A celebração da missa era vista mais como uma ação individual do sacerdote do que como uma ação comunitária e pública de caráter salvífico e universal, aberta a todos e não a um grupo seleto.
RESPONDENDO A
DÚVIDA DO CATEQUISTA ACIMA:
-Em primeiro lugar, não existe essa "doutrina da boa fé" no sagrado magistério que se possa validar um sacramento recebido invalidamente.
-Se foi em relação eucaristia recebida de um sacerdote/bispo com impedimento, e ou, não consagrado por um bispo católico legítimo, vale como "comunhão espiritual", de desejo sincero, mas a matéria é invalida e sem efeito, ou seja, não é corpo e sangue de Jesus Cristo, pois que tem o poder das palavras para a Transubstanciação é um sacerdote legítimo, e não quem recebe. Ainda que esse esteja equivocado/enganado, o pão e vinho não vão se converter no corpo e sangue de Cristo só por causa de sua ignorância ou engano quanto a legitimidade do sacerdote.
-Se foi um dos 7 sacramentos, excetuando-se, o batismo que pode ser ministrado até por um leigo em situações extraordinária (usando a fórmula Trinitaria). Já a confissão sincera, é perdoada diretamente por Deus, porém, o sacerdote ou bispo com impedimentos, não podem perdoar pecados em nome da igreja e nem restaurar a comunhão de alguem com a igreja local e universal (nos casos de pecados públicos de escândalos, excomunhões, abortos, heresias, e cismas que firam a unidade com a igreja), somente um padre ou bispo legítimos podem restaurar essa comunhão. Já qualquer um dos outros 4 sacramentos (Crisma, unção dos enfermos, ordem, e matrimônio) são inválidos, pois só podem ser ministrados validamente, por sacerdotes e bispos legítimos e sem impedimentos", e precisam sim, ser ministrado novamente por um sacerdote ou bispo livre de qualquer impedimento.
-Muitos católicos receberam sacramentos na seita ICAB (Igreja Católica Apostolica Brasileira) que não é reconhecida pela igreja de Roma e seus membros não são submissos ao papa. A Igreja orienta que esses sacramentos são inválidos e precisam receber novamente de um sacerdote ou bispo católico, e sem impedimentos pela igreja.
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