Entre Ideologia e Realidade: Como a Esquerda Brasileira Pode Reencontrar os Ideais que Unem a Sociedade

 

Entenda a esquerda brasileira e os ajudem a buscarem aqueles "ideais comuns a todos" e a sairem de suas bolhas

 

Compreender a esquerda brasileira é mais do que um exercício político; é um convite ao diálogo. Num cenário cada vez mais polarizado, em que o “nós contra eles” parece ter se tornado regra, buscar pontos de convergência é um desafio necessário. A política nacional vive, desde a redemocratização, um embate contínuo de ideias, valores e projetos de sociedade. Contudo, entender como se formaram as correntes ideológicas — suas nuances, divisões internas e motivações — é essencial para que o debate público deixe de ser um campo de guerra e volte a ser um espaço de construção. Mais do que rotular partidos ou militantes, este texto convida à reflexão: afinal, o que move a esquerda brasileira? Quais são seus princípios, e em que medida ainda compartilha de ideais que, no fundo, pertencem a todos — como justiça, dignidade, igualdade e liberdade? Ao reconhecer que os fins desejados muitas vezes são comuns, mas que diferem os meios, abre-se o caminho para uma política mais madura e menos sectária.A partir das eleições para a Câmara entre 2015 e 2022, foi possível construir um entendimento aproximado da tendência ideológica demonstrada por cada um dos partidos nesse período histórico (e que ainda permanece). A maioria das siglas se comportou de forma liberal quanto à economia, e votou de maneira mais conservadora em temas relacionados aos costumes (política penal, questões ambientais, etc).

Esquerda e direita indicam programas contrapostos com relação a diversos problemas cuja solução pertence habitualmente à ação política, contrastes não só de ideias, mas também de interesses e de valorações a respeito da direção a ser seguida pela sociedade, contrastes que existem em toda a sociedade e que não vejo como possam simplesmente desaparecer. 

O bom é que vemos que os objetivos finais são os mesmos, o que difere são os meios de se chegar a ele. Pode-se naturalmente replicar que os contrastes existem, mas não são mais os mesmos do tempo em que nasceu a distinção", escreve bobbio no livro "direita e esquerda - razões e significados de uma distinção política". No Brasil, essa divisão se fortaleceu no período da ditadura militar, onde quem apoiou o regime militar era considerado da direita, e quem defendia o regime Comunista revolucionário,incluindo ataques terroristas, era de esquerda.  

Com o tempo, outras divisões apareceram dentro de cada uma dessas ideologias. Hoje, os partidos de direita abrangem conservadores, democratas-cristãos, liberais e nacionalistas, e ainda simpatizantes do nazismo e fascismo na chamada "extrema direita".  

Na esquerda, temos os social-democratas, progressistas, socialistas democráticos e ambientalistas. Na extrema-esquerda temos movimentos simultaneamente igualitários e extremamente autoritários, ou seja,  adeptos de ditaduras, ações terroristas, e do comunismo revolucionário. Há ainda posição de "centro", esse pensamento consegue defender o capitalismo sem deixar de se preocupar com o lado social. 

Em teoria, a política de centro prega mais tolerância e equilíbrio na sociedade, no entanto, ela pode estar mais alinhada com a política de esquerda ou de direita. A origem desse termo vem da roma antiga, que o descreve na frase: "in mediun itos" (a virtude está no meio). A política de centro também pode ser chamada de "terceira via", que idealmente se apresenta não como uma forma de compromisso entre esquerda e direita, mas como uma superação simultânea de uma e de outra, essas classificações estariam divididas no que podemos chamar de uma "régua ideológica": 

Direita | centro direita | extrema-direita - CENTRO - Esquerda | centro-esquerda  | extrema-esquerda.

 

 

Os partidos nesse contexto, se comportaram assim: 

ESQUERDA MODERADA:

 

-PDT

-PTdoB

-REDE

-PV

-PSB

 

 

"ESQUERDA RADICAL" (EXTREMISTA: APOIA AÇÕES TERRORISTAS, COMUNISMO REVOLUCIONÁRIO, E DITADURAS):

-PSOL

-PSTU

-PT

-PCO

-PCdoB

-PCB

 

(fotos reprodução)

 

DIREITA "CONSERVADORA" (LIBERAL NA ECONOMIA E CONSERVADORA NOS COSTUMES):

-PSC

-PR

-PSL

-PL

-PP

-PODEMOS

-NOVO

-Partido Ecológico Nacional (PEN)

-Patriota

 

DIREITA PROGRESSISTA (SOCIAL DEMOCRATA)

-PSDB

-PMDB

-PPS

-DEM

-PSD

-SOLIDARIEDADE

-PRP

-PTB

-Partido Republicano da Ordem Social (PROS)

-Partido Humanista da Solidariedade (PHS)

-União Brasil

-PRTB

-Democracia Cristã (DC)

 

 

Apesar de tudo, tanto a esquerda moderada, ou mais radical, compartilha quatro premissas ou escolhas comuns (por Valerio Arcary: professor titular no Instituto Federal de São Paulo (IFSP), militante da Resistência/PSol, e autor de O Martelo da história, entre outros livros – Fonte: Brasil de Fato): 

 

 

1)-Em primeiro lugar, ser de esquerda é uma escolha moral. Ao ser de esquerda abraçam uma visão do mundo que considera todas as formas de exploração e opressão indignas. Quem explora ou oprime alguém não pode ser livre. Não é possível a liberdade entre desiguais.

 

 

2)-Em segundo lugar, ser de esquerda é uma escolha de classe. Ao ser de esquerda se acolhe uma visão do mundo que abraça o movimento dos trabalhadores com suas esperanças e lutas.

 

 

3)-Em terceiro lugar, ser de esquerda é uma escolha política. Ao ser de esquerda se abraça um projeto de luta pela transformação da sociedade. Querem mudar o mundo em função da satisfação das necessidades da maioria.

 

 

4)-Por último, ser de esquerda é uma escolha ideológica. Ao ser de esquerda se abraça um projeto histórico, ou seja, o socialismo como programa, no qual defendem uma sociedade em que teoricamente se deve ser socialmente iguais, humanamente diferentes, e totalmente livres.

 

Conclusão  

Ao final, percebe-se que compreender a esquerda — em suas várias vertentes, da moderada à radical — é compreender também uma parte da alma política brasileira. Assim como a direita e o centro, ela representa visões legítimas sobre os caminhos possíveis para o país. Reduzir o debate a rótulos e caricaturas é o que mantém todos presos em bolhas ideológicas que só alimentam o conflito. O desafio, portanto, é reencontrar o sentido do diálogo. Se a esquerda, em suas formas, busca justiça social e igualdade; e a direita, por sua vez, valoriza a liberdade e a ordem — não seria hora de reconhecer que todos esses valores se complementam, e não se excluem? A política não precisa ser um campo de batalhas eternas, mas um espaço de construção comum. Entender o outro é o primeiro passo para reconstruir pontes — e talvez, só assim, possamos realmente sair das bolhas e trabalhar por aquilo que é de todos: um Brasil mais justo, livre e humano.

BIBLIOGRAFIA:

 

-https://www.politize.com.br/esquerda-no-brasil/

-https://oantagonista.com.br/brasil/a-direita-deixou-de-existir-no-brasil/

-https://www.brasildefato.com.br/2024/03/12/a-esquerda-nao-morreu

-https://vestibular.uol.com.br/resumo-das-disciplinas/atualidades/politica-o-que-e-ser-esquerda-direita-liberal-e-conservador.htm

 

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