Quando
o Papa Francisco esteve na Colômbia, em seu discurso ao
Comité Diretivo do CELAM, referiu-se com contundência ao clericalismo.
Primeiro, apontando-o como uma das tentações – ainda presente – da Igreja e
mostrando que o clericalismo leva a uma concepção da Igreja como uma burocracia
que se auto-beneficia. E, no mesmo discurso, disse que é imperativo superar o
clericalismo que infantiliza os leigos e empobrece a identidade dos ministros
ordenados. Na sua viagem ao Chile , voltou a lembrar que o
clericalismo surge dessa falta de consciência de que todos somos Povo de Deus e
o ministro é um servidor e não dono. Por isso, lembrou que os leigos não são
peões nem empregados do clero, nem precisam repetir “como papagaios” o que ele
diz. O clericalismo está extinguindo o fogo profético que a Igreja é chamada a
testemunhar no coração das pessoas. O papa recomendou que se vele contra a
tentação do clericalismo, especialmente nos seminários e em todo o processo
formativo. O que está em jogo é uma evangelização significativa e não a
auto-preservação do clero em mundos ideais que nada têm a ver com a realidade.
Leigos e Leigas como protagonismo do ser Cristão – na Igreja e no
Mundo
"Um laicato, bem-estruturado com formação permanente, maduro e
comprometido, é sinal de que pertencemos a uma Igreja que tem o papel de, além
de Evangelizar no interior das Catedrais"
Por Adelino Alexandre Lopes (CNLB Oeste 1) - Publicado em 13/05/2022
“Os leigos devem participar do
discernimento, da tomada de decisões, do planejamento e da execução.” (Doc
Aparecida n.371).
Não podem, portanto, ver reduzida a sua
participação apenas ao momento de encaminhar e realizar os programas, mas
sentirem-se participantes desde o início, por força da sua condição de cristão
batizado, habilitado pelos sacramentos do Batismo e da Confirmação, a
participar plenamente da vida da Igreja.
Protagonistas
– Essa expressão não é nova, ela surge na Conferência de Santo Domingo (1992):
“Que todos os leigos sejam protagonistas da Nova Evangelização, da promoção
humana e da cultura cristã.” (SD n.97)
Um laicato, bem-estruturado com formação permanente, maduro e comprometido, é sinal de que pertencemos a uma Igreja que tem o papel de, além de Evangelizar no interior das Catedrais, ser também uma Igreja em Saída para Evangelizar no mundo: no mundo das desigualdades, da violência, da retirada de direitos, enfim – Os Leigos precisam ser Homens e Mulheres do Mundo no coração da Igreja e Homens e Mulheres da Igreja no coração do Mundo! Falar de protagonismo, é falar do lugar de importância que os leigos têm na ação evangelizadora, é falar do seu papel insubstituível, imprescindível, na transformação da realidade que vivemos, marcada pela exclusão e pela violência. Os leigos são protagonistas, ou seja, são os agentes principais no esforço da Igreja em dialogar com o mundo e apresentar os valores do Evangelho num tempo de tantos contra-valores.
Nós os leigos e leigas cristãos, juntamente com
o Clero, temos como primeiro princípio: sermos "corresponsáveis na
Evangelização!"
Devemos participar na
elaboração dos programas pastorais, sermos sujeitos com voz e vez e sermos
protagonistas – soldados na linha de frente – em defesa dos direitos humanos,
dos direitos trabalhistas, no combate à fome e a miséria, no combate à
violência, ou seja, fazermos efetivamente a opção preferencial pelos pobres,
marginalizados e escravizados das políticas neoliberais.
O segundo princípio é o da missão!
Os Documentos do Episcopado Latino-americano
afirmam exaustivamente que o campo específico da ação dos leigos e leigas é o
das realidades onde vivem e trabalham, ou seja, é o mundo da família, do
trabalho, da cultura, da política, do lazer, da arte, da comunicação, da
universidade etc.
Em função
disso, “a nossa formação, como leigos e leigas, como discípulos e missionários”
deve contribuir e nos impulsionar, antes de mais nada, para nossa atuação no
mundo, na perspectiva do diálogo e da transformação da sociedade e que possamos
ter uma atuação significativa nos diferentes campos, sobretudo ‘no vasto mundo
da política, da realidade social e da economia, como também da cultura, das
ciências e das artes, da vida internacional, dos meios de comunicação e de
outras realidades abertas à evangelização’.
Nós somos instados à uma participação social e política nos diversos níveis e instituições, nos Conselhos de Direitos, em campanhas e outras iniciativas que busquem efetivar a convivência pacífica, no fortalecimento da sociedade civil, e de promoção social. Nossa atuação deve estar voltada para a implementação de políticas públicas que ofereçam as condições necessárias ao bem-estar de pessoas, famílias e povos. Diversos são os espaços que necessitam de nossa atuação como Cristãos leigos e leigas.
Entre os diversos espaços em que a presença dos leigos e leigas, hoje, é imprescindível destacam-se: o mundo universitário, o mundo da comunicação, e a presença pastoral junto dos políticos e formadores de opinião no mundo do trabalho, dirigentes sindicais e comunitários.Nós temos que ocupar o lugar que nos cabe na vida das comunidades e sentir, de fato que, diante dos sinais dos tempos, nós somos sujeitos corresponsáveis na valorização da dignidade humana. E a exigência que nos é imposta neste momento por qual passa o País é a nossa atuação evangélica nas realidades onde vivemos e atuamos, para que à semelhança do fermento possamos levedar toda realidade humana com a força do Evangelho. Este é o grande desafio que hoje não só nós leigos e leigas enfrentamos, mas todo o corpo eclesial, a classe política e toda a sociedade brasileira: precisamos encontrar meios para superar as desigualdades!
Se não conseguirmos extirpar, pelo menos diminuir, concientizar as verdadeiras causas, minimizar os índices de violência e de supressão de direitos que são impingidos aos povos de todas as nações. Aí sim seremos protagonistas, discípulos missionários de Jesus Cristo.
Oxalá leigos e leigas possamos exercer nosso protagonismo na vida de nossas comunidades eclesiais e assumirmos com renovado entusiasmo nossa missão nas realidades onde, na sua maioria e na maior parte do seu tempo, estamos. Isso exige coragem! O Espírito de Deus certamente não nos faltará! Amém!
Fonte - https://cnlb.org.br/leigos-e-leigas-como-protagonismo-do-ser-cristao-na-igreja-e-no-mundo%EF%BF%BC/#:~:text=Os%20leigos%20s%C3%A3o%20protagonistas%2C%20ou,princ%C3%ADpio%3A%20sermos%20correspons%C3%A1veis%20na%20Evangeliza%C3%A7%C3%A3o.
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