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A particular Teologia da Libertação de Leonardo Boff e sua estreita relação com a "Heresia Adocionista" sobre a pessoa de Jesus Cristo

Written By Beraká - o blog da família on segunda-feira, 30 de janeiro de 2023 | 15:44

 

 







O Adocionismo, algumas vezes chamado de "monarquianismo dinâmico", é uma visão teológica não trinitária do cristianismo primitivo, que professa que Jesus nasceu humano, tornando-se posteriormente divino por ocasião do seu batismo, ponto em que foi adotado como filho de Deus.  O Adocionismo é uma das duas manifestações do monarquianismo; a outra é o modalismo (sabelianismo), que trata o "Pai" e o "Filho" como dois modos de uma mesma divindade. O adocionismo entende que Cristo, como Deus, foi feito Filho de Deus pela geração e pela natureza, mas Cristo, como homem, é o Filho de Deus apenas pela adoção e graça, dispensada no momento de seu batismo.  Desse modo, nega a preexistência de Cristo e, embora afirme explicitamente sua divindade subsequente aos eventos de sua vida, muitos trinitaristas clássicos afirmam que a doutrina a nega implicitamente ao negar a constante união hipostática do Logos eterno com a natureza humana de Jesus.No adocionismo, Jesus é considerado divino, circunstância que ocorre após sua adoção no batismo.Os Adocionistas não consideram Jesus igual ao Pai baseados na passagem: "meu Pai é maior do que eu" (João 14,28) e, como tal, é uma espécie de subordinacionismo. 




No Adocionismo havia, ao menos, duas concepções mais ou menos semelhantes (não necessariamente opostas):




1ª)-No pensamento judeu, o Messias é um ser humano eleito por Deus para levar adiante sua obra: tomar os hebreus (um povo até então derrotado várias vezes por inimigos poderosos) e elevá-los por sobre todas as nações em uma espetacular inversão da história. Neste sentido, o Messias não é Deus. 




2ª)- Na tradição grega existiam heróis elevados à condição divina depois de extraordinárias proezas ou façanhas, por meio da apoteose. O mais importante exemplo disto é Héracles, que depois de ser queimado vivo, é tomado por seu pai, Zeus, para governar ao seu lado. Devido ao predomínio do Império Romano, cuja orientação cultural era predominantemente grega na época dos primeiros cristãos, alguns teólogos da libertação afirmam que o Cristianimso sofrera algum tipo de influência neste sentido.O Adocionismo era tentador nesta perspectiva para os mesmos cristãos, já que estes eram a princípio uma comunidade composta majoritariamente de pessoas simples, pobres e oprimidas, sendo assim fácil identificar-se com um herói como Jesus, um ser humano qualquer que é eleito ("adotado") por Deus, e que dava esperanças de salvação e libertação aos próprios cristãos.Um dos adocionistas mais famosos foi Teódoto, natural de Bizâncio, e que levou esta doutrina a Roma no ano de 190. Também durante o século II, Paulo de Samósata e os seguidores do monarquianismo expressaram visões semelhantes. A crença foi declarada herética pelo Papa Vítor I.  No final do século VIII, surgiu na Espanha, uma segundo onda de adocionismo, liderada por Elipando, Arcebispo de Toledo; e Félix, Bispo de Urgel, que vivia nas planícies do sopé dos Pirenéus. O adocionismo hispânico declarava que Cristo como filho de Deus era gerado, mas como humano ele seria adotado.  Alcuíno, líder intelectual da corte de Carlos Magno foi chamado a refutar ambos os bispos. Contra Félix, ele escreveu:  “Como o nestorianismo impiedosamente dividiu Cristo em duas pessoas por causa das duas naturezas, o vosso desconhecimento temerariamente dividiu-O agora em dois filhos, um natural e um adotivo.” - O monge espanhol Beato de Liébana, junto o bispo Etério de Osma, combateram o adocionismo, fortemente defendido por Elipando. O credo foi novamente condenado pelo Segundo Concílio Ecumênico, em Niceia (em 787). Nos anos 794 e 799, os papas Adriano I e Leão III, confirmaram a condenação do adocionismo como heresia nos sínodos de Francoforte e Roma, respectivamente.(Fonte:wikipedia).


 


A "Consciência de Jesus" segundo Leonardo Boff

 

 

 

 

 

Por *D.Fr. Boaventura Kloppenburg, O.F.M

 

 

 

 

 

Há alguns meses vi-me inesperadamente envolvido num sério debate sobre a questão da consciência de Jesus acerca de seu próprio ser e de sua missão. Surpreendeu-me a destreza com que um grupo de estudantes de Teologia manejava as obras de Frei Leonardo Boff, O.F.M., e argumentava, triunfante, com o velho “Magister dixit”, para apresentar uma realmente estranha figura de Jesus de Nazaré.Sentia dificuldades em acreditar que tais concepções pudessem estar em obras teológicas católicas. Tive que conceder que não havia lido os escritos cristológicos de meu famoso confrade petropolitano. Prometi estudá-los, com atenção especial à questão da consciência de Jesus. Baseia-se o estudo nestes dois livros de Leonardo Boff (= LB):Jesus Cristo Libertador. Ensaio de Cristologia crítica para o nosso tempo. 9° edição. Editora Vozes, Petrópolis, 1983 (a primeira edição é de 1972). Será aqui citado abreviadamente: Libertador.Paixão de Cristo – Paixão do Mundo. Os fatos, as interpretações e o significado ontem e hoje. 2ª edição. Editora Vozes, Petrópolis, 1978 (a primeira edição é de 1977. Será aqui citado abreviadamente: Paixão.





 

1. O modo como LB concebe a consciência que Jesus de Nazaré tinha de si mesmo e de sua missão se entende melhor a partir de "sua particular doutrina sobre a divindade de Jesus":

 

 

 

 

 

LB se sente inteiramente à vontade para dizer e repetir catolicamente que “Jesus é verdadeiramente Deus”. Eis, porém, como explica esta verdade de fé em Libertador: pensa LB que todo ser humano tem por sua natureza uma abertura tal a Deus que o torna “capaz do Infinito” (p. 221). Este princípio da antropologia transcendental é então assim aplicado: “Jesus realizou de forma absoluta e cabal esta capacidade humana, a tal ponto de poder identificar-se com o Infinito. A Encarnação significa a realização exaustiva e total de uma possibilidade que Deus colocou pela criação dentro da existência humana”. Depois esclarece: “O homem pode, pelo amor, abrir-se de tal modo a Deus e aos outros, que chega a esvaziar-se totalmente de si mesmo e plenificar-se na mesma proporção pela realidade dos outros e de Deus. Ora, isso se deu exatamente com Jesus Cristo” (Libertador p. 221).Daí sua repetida exclamação (roubada de São Leão Magno); “Humano assim como Jesus só poderia ser Deus mesmo!” (pp. 171, 193, 269). Tanto se entusiasmou por esta formulação que a colocou como título do capítulo décimo de Libertador. Mas o que se realizou em Jesus de Nazaré poderia ocorrer igualmente em cada ser humano: “Nós outros, irmãos de Jesus, temos recebido de Deus e dele o mesmo desafio: de nos abrirmos mais e mais a tudo e a todos, para podermos ser, à semelhança de Cristo, repletos da comunicação divina e humana” (p. 221).

 

 



Na p. 269, LB explica o que entende por Encarnação: “Abrir-se a Deus de tal forma que (Jesus) pôde identificar-se com Ele":

 

 

 

"A encarnação designa exatamente a absoluta e exaustiva realização desta possibilidade contida dentro do horizonte da realidade humana, pela primeira vez concretizada por Jesus de Nazaré. Sua história pessoal revelou um tipo de ser-homem, uma forma de comportamento, de falar, de relacionar-se com Deus e com os outros que rompia os critérios comuns de interpretação religiosa. Sua profunda humanidade deixou transparecer estruturas antropológicas numa limpidez e transparência para o Divino que superaram tudo o que até então na história religiosa da humanidade havia surgido. Humano assim como Jesus só poderia ser Deus mesmo. Por causa de tudo isso Jesus de Nazaré foi designado com justa razão de Cristo”. Já que esta Encarnação pode ser repetida por todos os seres humanos, existe em todos eles uma estrutura crística, que é anterior ao Jesus histórico e dele independente, mas nele se manifestou de forma absoluta e exaustiva (p. 269). Tal “estrutura crística” não tem nenhuma referência especial ou necessária ao Mistério Pascal de Jesus, que é apenas seu grande modelo. “Todas as vezes que o homem se abre para Deus e para o outro (sem o auxílio da graça é pelagianismo), sempre que se realiza verdadeiro amor e superação do egoísmo, quando o homem busca justiça, solidariedade e perdão, aí se dá verdadeiro cristianismo e emerge dentro da história humana a estrutura crística” (p. 269s). Será, pois, sempre um processo de autorredenção mediante a estrutura crística virtualmente presente em cada ser humano. Eis o que de fato aconteceu com o homem de Nazaré: “Jesus em sua humanidade viveu com tal radical idade a estrutura crística que deve ser considerado como o melhor fruto da evolução humana… ; como aquele homem que já atingiu a meta do processo de humanização do homem” (p. 271).





Assim, LB pode estabelecer esta tese: “A plena hominização do homem supõe a hominização de Deus” (p. 272, título). 




Daí a doutrina: “O homem mais perfeito, completo, definitivo e acabado é aquele que pôde identificar-se e ser-um com o Infinito. Ora, Jesus de Nazaré foi aquele ser humano que realizou essa possibilidade humana até o extremo e assim logrou chegar à meta da hominização. Porque foi de tal forma aberto a Deus a ponto de ser totalmente repletado por Ele, é que deve ser chamado de Deus encarnado” (p. 272s).





Eis a Encarnação segundo a "ACHOLOGIA" DE LEONARDO BOFF!

 




Mas todos podem chegar a isso: “O homem, para tornar-se verdadeiramente ele mesmo, deve poder realizar as possibilidades inscritas em sua natureza, especialmente essa de poder ser um com Deus (sem o auxílio da graça?). Quando o homem chega a tal comunhão com Deus a ponto de formar com Ele uma unidade sem confusão, sem divisão e sem mutação, então atinge seu ponto máximo de hominização. Quando isso se verifica, Deus se humaniza e o homem se diviniza, e surge na história Jesus Cristo” (p. 273).Tomando tudo isso a sério, deve-se concluir que Jesus de Nazaré não era o Verbo encarnado desde sua conceição, mas foi divinizando-se pouco a pouco até ser “totalmente repleto”. É nesse lento processo de divinização ou plena hominização que devemos entender também a progressiva consciência que Jesus de Nazaré não era o Verbo encarnado desde sua conceição, mas foi divinizando-se pouco a pouco até ser “totalmente repleto”. É nesse lento processo de divinização ou plena hominização que (segundo a achologia de Boff) devemos entender também a progressiva consciência que Jesus foi adquirindo e que tinha de si mesmo.

 




2. Mas, para podermos conhecer a autoconsciência de Jesus, não podemos, segundo LB, recorrer às afirmações que os evangelistas lhe atribuem (devemos abraçar a infalível achologia de boff):




Pois, segundo LB, os Evangelhos foram escritos numa mentalidade “pré-científica, mítica e acrítica’ (p. 46); são “o resultado de um longo processo de reflexão, pregação e catequese que a comunidade dos discípulos elaborou sobre Jesus” (p. 46); são “a cristalização da dogmática da Igreja primitiva” (p. 46); “contêm POUCO do Jesus histórico, assim como ele foi e viveu” (p. 47); “retratam as tradições e o desenvolvimento dogmático da Igreja primitiva” (p. 48). Em suma, escreve LB em Paixão p. 73: “A situação atual dos textos neotestamentários, como ter-se-á evidenciado nas reflexões anteriores, vem cercada de tal forma por interpretações teológicas que já não se permite a reconstrução histórica do caminho de Jesus. O Jesus histórico só nos é acessível na mediação do Cristo de nossa fé. Em outras palavras: entre o Jesus histórico e nós existem as interpretações interessadas dos primeiros cristãos. Esta situação é objetiva e, em sua globalidade, insuperável”.

 




Poderia ser uma citação (roubada) de Bultmann

 



Insistindo fortemente na distinção entre um fato histórico e seu significado ou sua interpretação teológica posterior, LB, dizendo-se constantemente apoiado em bons exegetas, recorre a um expediente relativamente fácil para determinar o que é “histórico” e o que é “teológico” ou interpretação à luz do plano divino. Quando nalgum texto atribuído pelos evangelistas ao Jesus histórico se encontram elementos “teológicos”, ele é declarado simplesmente “não-histórico” e creditado à reflexão teológica posterior e não mais ao Jesus histórico (incapaz de ser teólogo). Temos em LB um exemplo típico da aplicação conseqüente da hermenêutica bíblica racionatista, que seria “científica”. Como Rudolf Bultmann, LB opina que sabemos muito pouco sobre o Jesus histórico, mas, quando lhe convém, supõe, conhecer tão bem seu pensamento que é capaz de afirmar serenamente que Jesus tinha sobre tal ou tal ponto tal ou tal posição, que as comunidades palestinenses ou helenísticas depois modificaram de tal ou tal maneira.




Eis alguns exemplos desta pulverização dos evangelhos em seu livro Paixão:

 




– Na p. 42: todo o processo contra Jesus era reflexão teológica posterior: “A historicidade de todos estes dados é assaz discutida sem possibilidade de um consenso por causa da precariedade das próprias fontes. Acresce ainda que não constam da parte dos evangelistas testemunhos oculares do processo contra Jesus (apesar da relevância sinótica nos quatro evangelhos).O que os evangelistas referem, é reflexão teológica com forte acento em textos do AT”.

 




– Na p. 45: a entrada de Jesus em Jerusalém é um fato que “foi depois da ressurreição embelezado”. “Estamos, pois, mais diante de teologia do que de história fatual”.

 




– Na p. 46: o texto da purificação do templo, principalmente sobre o Filho do Homem que virá como juiz e libertador, “já é reflexão pós-pascal”.

 




– Na p. 46s: a cena da última ceia é colocada num “marco teológico e não histórico”. Os textos eucarísticos não são de Jesus histórico (apesar do apostolo Paulo garantir a historicidade em I Cor 11,13). Mas sobre isso haverá depois informações mais detalhadas.

 




– Na p. 49s: a tentação do Getsêmani: “O atual relato vem urdido de teologia em função das necessidades parenéticas da Comunidade primitiva”. “As palavras da oração de Jesus parecem ser elaboração da Comunidade primitiva” (p. 50). A recomendação de vigiar e orar “é muito provavelmente um lógion parenético das primeiras comunidades”. Depois: “A consciência da tentação de Jesus, de como suportou e venceu na oração, levou a comunidade a elaborar a cena do Getsêmani (achologia de Boff sem fundamentação exegética de consenso entre teólogos).Seu conteúdo não se cinge a fatos históricos concretos, nas concerne à reflexão cristológica sobre Jesus” (p. 51).

 




– Na p. 52, sobre todo o processo da condenação de Jesus: “Historicamente certos são os fatos da crucificação, de condenação por Pilatos e da inscrição no alto da cruz em três línguas conhecidas dos judeus. Os demais fatos ou são urdidos de teologia ou constituem pura teologia (como pescadores e homens simples poderiam elaborar essa suposta elevada teologia alegada por Boff?...), elaborada à luz da ressurreição e da reflexão sobre o AT”.

 




– Na p. 56: “As cenas de Herodes, de Barrabás, do ecce Homo e do lavar das mãos, como sinal de inocência, "parecem"(?) estar a serviço de um motivo apologético da Igreja primitiva (falta fundamentação histórica e exegética da parte de Boff para tal negação). Devem mostrar que o cristianismo não é perigoso ao Estado romano”.

 




– Não p. 58: as sete palavras de Jesus na cruz, com exceção da de Mc 15,34 (à qual voltaremos depois), “possuem valor histórico discutível” (ué...Boff decide pela sua "teologia infalível", o que é histórico e o que não é?...aqui Boff se assemelha a Lutero que dizia a seus seguidores: "minha teologia e a de Cristo é a mesma coisa, só que a minha é mais aperfeiçoada": Lutero, Tischredden, Conversas à Mesa, Nº 1472, edição de Weimar, Vol. II, p. 107, apud Franz Funck Brentano, Martim Lutero, Ed Vecchi Rio de Janeiro 1956).

 




– Na p. 58: “Os sinais que se seguem à morte de Jesus constituem outros tantos procedimentos literários para recalcar o significado e a importância do fato”. A informação sobre o véu do templo que se rasgou de cima para baixo não refere um fato histórico, é um código literário. A confissão da fé do centurião romano ao pé da cruz “é profissão de fé do evangelista e de sua comunidade” (baseado em que Boff faz estas afirmações? apenas em seus presságios achológicos?).

 




– Na p. 62s: o texto de Mc 8,31 (sobre a “necessidade” do sofrimento de Jesus) “é pregação da comunidade primitiva e não palavra do Jesus histórico”.

 




– Na p. 65, sobre o texto de Mc 10,45 (“O Filho do Homem veio para dar sua vida em redenção de muitos”): “pertence ao código teológico de Marcos”. Particularmente o importante inciso: “dar a vida em resgate” é um acréscimo posterior “interpretando-se a vida e a morte de Jesus num sentido sacrifical” (p. 66).




– Na p. 67: Mc 14,6-8 (sobre a consciência de Jesus acerca de seu sepultamento): é uma adição posterior (onde entra aqui o conceito de inspiração e revelação divina? Devemos agora acreditar na achologia de Boff ou no Documento do Concílio Vaticano II ? - Quantos santos a achologia de Boff produziu na Igreja? Quantos santos o Sagrado magistério produziu?).

 




3. "Com tanta teologia nos textos e tão poucos fatos históricos, já é evidente que não estamos em condições de saber grande coisa sobre a consciência de Jesus acerca de si mesmo e de sua obra..."(SERÁ?)





Tem-se a impressão de que Jesus, segundo LB, antes de sua ressurreição, era incapaz de conhecer a vontade do Pai a seu respeito. LB parece conceber uma teologia que os Apóstolos e discípulos de Jesus passaram por um profundo processo evolutivo na compreensão da natureza e da missão de seu Mestre. Para eles a gloriosa ressurreição do Senhor significou de fato uma total reviravolta em suas concepções. Os dois discípulos de Emaús, que, como os demais (cf. At. 1,6), tinham posto em Jesus suas ilusões messiânicas terrenas, receberam esta enérgica repreensão de Jesus Ressuscitado: “O insensatos e lentos de coração para crer tudo o que os profetas anunciaram! Não era preciso que o Cristo sofresse tudo isso e entrasse em sua glória?” E, continua a informação do evangelista, “começando por Moisés e por todos os Profetas, (Jesus) interpretou-lhes em todas as Escrituras o que a ele dizia respeito” (Lc 24,25-27). E aos Apóstolos o Senhor Glorificado se dirigiu nestes termos: “São estas as palavras que eu vos falei, estando ainda convosco: era preciso que se cumprisse tudo o que está escrito sobre mim na Lei de Moisés, nos Profetas e nos Salmos”. E continua o evangelista: “Então (Jesus) abriu-lhes a mente para que entendessem as Escrituras” (Lc 24, 44-45). Foi também para isso que Jesus lhes prometeu o Espírito Santo: “Ele vos conduzirá à verdade plena” (Jo 16,13); “sereis revestidos da força do Alto” (Lc 24,29; At 1,4-5). E no dia de Pentecostes Jesus “derramou” sobre eles a luz divina (At 2,33) e eles começaram a entender teologia. Mas é necessário distinguir claramente entre este processo evolutivo dos seguidores de Jesus e o tipo de conhecimento que o próprio Jesus foi adquirindo em sua vida terrestre antes de sua glorificação. LB supõe constantemente que Jesus, antes da ressurreição, estava sujeito às mesmas limitações dos Apóstolos e que até viveu profundamente afetado pelas falsas concepções de uma imaginada mentalidade escatológica e apocalíptica de seu ambiente e tempo. Não se pode igualar Jesus com os Apóstolos. A diferença é profunda e incomensurável. 




Jesus histórico é de fato e historicamente “o Verbo que se fez carne e habitou entre nós” (Jo 1,14)



 

Não podemos simplesmente desconhecer a inaudita graça da “união hipostática” no Jesus histórico pré-pascal, que faz dele um ser totalmente diferente dos Apóstolos. A maneira como LB imagina a lenta “divinização” de Jesus ou, como ele prefere, sua “plena hominização” (cf. Libertador pp. 268-274), significa pura e simplesmente a negação do dogma da união hipostática. Nem devemos esquecer o que aconteceu com o Jesus histórico logo depois do batismo, “como Deus o ungiu com o Espírito Santo e com poder” (At 10,36; ct. Mt 3,16). Se os Apóstolos ou as primeiras comunidades cristãs, por terem testemunhado a Ressurreição e recebido o Espírito Santo, eram tão capazes de fazer teologia e interpretar os fatos da vida de Jesus à luz do plano eterno do Pai, por que não podemos admitir idêntica ou maior capacidade em Jesus, hipostaticamente unido ao Verbo, especialmente ungido pelo Espírito Santo e intimamente identificado com o Pai? Se o Paulo histórico podia ser “arrebatado até o paraíso, ouvir palavras inefáveis” e “receber revelações extraordinárias” (cf. 2Cr 12, 1-7), que motivos haveria para negar ao Jesus histórico conhecimentos verdadeiramente “teológicos” e “revelados”, sobretudo quando ele mesmo afirma que os recebeu? “Não falo por mim mesmo, mas o Pai, que me enviou, me prescreveu o que devo dizer e de que falar” (Jo 12,49). Se já antes da Ressurreição, o Pai revelava aos infantes os mistérios do Reino (cf. Mt. 11,25; 13,11), por que o divino Infante Jesus não podia receber revelações do Pai?

 




4. Em sua obra anterior Libertador (de 1972), na p. 128, LB examina os textos segundo os quais Jesus profetizou seus sofrimentos (Mc 8,31; 9,31; 10,32-34 par.) e assume a morte sobre si como sacrifício para a redenção dos homens (Mc 10,45; Lc 22,19s; Mt 26,26.28). 




Já que tais profecias supõem um conhecimento bastante pormenorizado da paixão e ressurreição, conclui LB: “parece que, realmente, são vaticinia ex eventu, formuladas posteriormente com o fito de dar sentido ao problema teológico contido na pergunta: Se Deus se manifestou estar do lado de Cristo pela ressurreição, por que não manifestou isso antes?”(em Paixão p. 63 LB repete esta tese). LB insiste particularmente em Mc 10,45 (“… para dar a sua vida pela redenção de muitos”) e afirma que esta formulação “foi colocada na boca de Jesus pela comunidade” (por quem e por que? L.B. não tem as respostas), já que o texto paralelo de Lucas não possui caráter soteriológico. LB passa então aos importantes textos eucarísticos (1 Cr 11,27-26; Mc 14,22-25; Lc 22,15-20; Mt 26,26-29), para dizer que, “parece, supõem uma teologia e uma práxis eucarística da Igreja primitiva”. Admite como “jesuânicas” (vocábulo por ele usado para textos considerados autênticos do próprio Jesus histórico) apenas as palavras referidas por Lc 22,15-19a.29, por terem um caráter escatológico (e não soteriológico, conceito que para LB que não cabe no divino Salvador… ). E por isso, segundo o texto lucano, a última ceia tem um sentido escatológico para significar “a antecipação da festa no Reino de Deus que Cristo quis celebrar com seus amigos mais íntimos antes que irrompesse a nova ordem” (p.129). Pois, e isso, sim, é, para LB, histórico e autêntico: Jesus vivia no ambiente apocalíptico e escatológico da época e acreditava firmemente que o Reino iria irromper em sua vida (p. 129).Mas segundo LB a última ceia como momento da instituição da Eucaristia, com sentido soteriológico, de fato não aconteceu antes da morte de Jesus. Houve apenas uma ceia, como tantas tinha havido antes, mas que agora veio a ser a última, com sentido simbólico escatológico. O próprio Jesus, nesta última ceia, ainda não sabia que iria morrer ou que “devia” morrer. Ele ainda desconhecia o plano de Deus.

 



5. Para entender a consciência de Jesus, LB confere extrema importância às últimas palavras de Jesus moribundo registradas por Mc 15,34: “Meu Deus, meu Deus, por que me abandonaste?” 




Aliás, seriam, segundo LB, as únicas palavras historicamente garantidas de Jesus na cruz (p. 58) e seu último grito. Ele chega a escrever: “A cristologia e o tema da consciência messiânica de Jesus e de seu caminho concreto deve, ao nosso modo de ver, ser pensado a partir de Mc 15,34” (Paixão p. 69).

 



Contava Jesus com a morte PROFETICAMENTE violenta?

 




Segundo LB em Libertador p. 129, Jesus tinha a consciência de ser o instrumento determinante para a vinda total do Reino. Embora intimamente unido à vontade do Pai, Jesus podia ser tentado “e não sabia exatamente que futuro lhe estaria reservado. No ambiente apocalíptico da época, dentro do qual Cristo mesmo se situa, acreditava-se que o Reino iria irromper após uma renhida luta entre as forças do mal e do bem”. Jesus quer cumprir a vontade do Pai, “que ele não conhece exatamente até o fim”. Ele “entrevia a possibilidade da morte, mas não tinha a certeza absoluta dela. O brado derradeiro, no alto da cruz: “Meu Deus, meu Deus por que me abandonaste?” (Mc 15,34) pressupõe a fé e a esperança inabaláveis de que Deus não iria deixá-la morrer, mas que, mesmo no último instante, iria enfim salvá-la. Agora, porém, na cruz, sabe com toda a certeza: Deus quer que ele seja fiel até o fim com a morte” (p. 130).

 



Em Paixão p. 68, LB comenta: 




“Aqui estamos diante da máxima tentação suportada e vivida por Jesus; poderíamos formulá-la assim: Será que não terá sido em vão todo o meu compromisso? Será que o Reino não virá? Será que terá sido tudo uma doce ilusão? Não haverá um derradeiro sentido para o drama humano? Será que não sou eu o Messias? As representações que Jesus se fizera, homem que era, se desmantelaram completamente. Encontra-se nu, desarmado, totalmente vazio diante do Mistério”.




 

Depois, na p. 69, LB pergunta: “Como Jesus interpretou sua morte?” 




responde: “Como resultou dos textos referidos acima, nenhum deles goza de autenticidade jesuânica (afirmação baseada em quais evidências? Apenas na achologia Boffenta?) suficiente para nos abrir a porta da consciência e ciência prévia acerca da sua morte próxima. Somos da opinião que Jesus, somente no alto da cruz, deu-se conta de que seu fim realmente estava próximo e que podia realmente morrer. Então num grande grito externa seu profundo desamparo, quase diríamos decepção, e se entrega ao Meu Deus”: Depois da tentativa de reconstruir o caminho do Jesus histórico (aliás de valor “precário, hipotético e caduco”, como ele mesmo reconhece na p. 73), LB torna a interrogar na p. 82: “Que sentido Jesus deu à sua morte?” Já sabemos que o forte de Jesus não era a teologia. LB acaba respondendo com H. Kessler (apelando para a falácia do argumento da autoridade) que, garante LB, “diz com acerto”: “Com toda a probabilidade a pesquisa atual neo-testamentária pode dizer: Jesus não entendeu sua morte como sacrifício expiatório, nem como satisfação, nem como resgate. Nem estava em sua intenção precisamente mediante sua morte redimir os homens”.

 




Como velho professor de teologia dogmática só posso dar à teologia de Jesus (diga-se: achologia) imaginada por LB, a nota zero!

 



Em resumo: Jesus só tinha a consciência de ser o instrumento determinante para a irrupção iminente do Reino (“Jesus viveu a efervescência da irrupção iminente”, p. 71). Reino que ele, como vítima também ele das concepções escatológico-apocalípticas de seu tempo, imaginava que iria irromper em seus dias. Mas na cruz perdeu também esta consciência, aliás bem equivocada, que merece nota insuficiente. Esta insistência na equivocada expectativa do Jesus histórico de presenciar ele mesmo a irrupção escatológica ou apocalíptica do Reino, merece uma observação crítica





Em 1979 o estudioso Jean Carmignac, altamente especializado principalmente nos manuscritos de Qumram, publicou sua interessante pesquisa Le Mirage de l’Eschatologie, com o subtítulo: “Royauté, Régne et Royaume de Dieu… sans Eschatologie” (Editora Letouzey et Ané, Paris). 





Desde 1955 ele vem estudando esta temática. Sua bibliografia pesquisada abrange 466 obras!




-Na primeira parte (pp. 13-130) estuda um por um todos os textos neo-testamentários que se referem ao Reino de Deus, para ver exatamente em que sentido se emprega cada vez a palavra “basiléia”, que pode significar “realeza”, “reinado” e “reino”.Mostra a grande originalidade de Jesus. 




-Na segunda parte (pp, 131-201) investiga a questão da “escatologia”. Depois de reunir “os delitos da escatologia” (cap. XV), estuda no cap. XVI “a formação de um erro: Reimarus, Strauss, Reuss, Renan”; no cap. XVII descreve “o sucesso de um erro: Johann Weiss e Loisy”; no cap. XVIII analisa “o triunfo de um erro: Albert Schweitzer”; no cap. XIX vem “a lógica de um erro: Rudolf Bultmann”; segue, então o cap. XX, “a volta de um erro: Charles-Harold Dodd”; no cap. XXI vem “a libertação de um erro: Karl. Barth”; para apresentar, no cap. XXII, “o balanço de um erro”; por fim, no cap. XXIII, considera “objeções e conclusões”. O resultado é verdadeiramente espetacular. O autor descobre que todo discurso teológico sobre a Escatologia, com o qual o próprio Jesus histórico estaria profundamente envolvido, não passa de uma verdadeira “miragem”. Mostra que nem o AT, nem os Padres da Igreja, nem os teólogos até o início do séc. XIX sentiram a necessidade deste funesto conceito. O termo “escatologia” foi cunhado em 1804 por K. S. Bretschneider. Lá por 1890 Loisy e Johann Weiss identificam o Reino de Deus e o Fim do Mundo, o que levou A. Schweitzer a confundir Reino de Deus com Escatologia.O “Messianismo”, que se relaciona com a vinda e a atividade do Messias, não tem nada a ver com o Fim do Mundo nem deve ser confundido com Escatologia. A “Apocalíptica” é simplesmente um gênero literário que descreve o futuro com a ajuda de revelações mais ou menos simbólicas, sem relação com a Escatologia. Um amálgama progressivo combina a noção da “basiléia touthéou” com a do Fim do Mundo, depois a noção do Fim do Mundo com a Escatologia, de modo que pouco a pouco se chegou a confundir Reinado ou Reino de Deus e a Escatologia e assim a adulterar completamente nas noções. Na p. 191 s escreve Jean Carmignac: 




“Num século que se honra de ter desenvolvido o espírito critico, a Teologia deu um exemplo de verdadeiro espírito não-crítico. Pois as faltas de raciocínio acentuadas nesta obra, as deformações de textos, as petições de princípio ou os círculos viciosos, tudo isso é praticado em pleno dia pelos teólogos mais ilustres ou mais influentes… sem provocar enérgicas refutações. O mundo teológico se comportou, sobre este ponto, como se estivesse anestesiado por uma “moda” onipotente. No meu conhecimento, ninguém se assustou de ver evocar tão frequentemente uma Escatologia da qual o NT jamais fala; ninguém se inquietou para conhecer a data de nascimento deste conceito, nem para estudar suas diversas deformações. Se quiséssemos assinalar todos os autores que, de um ou outro modo, repetem “o Reinado de Deus é o Reino de Deus” ou “o Reino de Deus é o Reinado de Deus”, seria necessário citar quase todos, a começar por Harnack: “Das Reich Gottes ist Gottesherrschaft, gewiss”. Até mesmo os trabalhos mais meticulosos (os de Bultmann) foram realizados a partir de vagas noções correntes, sem séria verificação. Tudo isso é na mesma proporção mais assombroso considerando tantos cursos de universidades. Tantas teses de doutorado, tantos artigos de revistas consagrados à Escatologia! A Escatologia se transformou numa espécie de mito, que chegou a conquistar até os espíritos mais eminentes”.




Escatologia (do grego antigo εσχατος, "último", mais o sufixo -λόγια, "estudo")

 







 

É uma parte da teologia e filosofia que trata dos últimos eventos na história do mundo ou do destino final do gênero humano, comumente denominado como fim do mundo. Em muitas religiões, o fim do mundo é um evento futuro profetizado no texto sagrado ou na mitologia. De forma ampla, escatologia costuma relacionar-se com conceitos tais como Messias ou Era Messiânica, a pós-vida, e a alma. Jesus Cristo, conforme registrado nos Evangelhos de Mateus, capítulos 24 e 25, Marcos, capítulo 13 e Lucas, capítulo 21, teceu considerações extensas sobre aquilo que ensinou ser a sua próxima vinda ou "parúsia" bem como o "fim do mundo". No entanto, afirmou que mais ninguém além de Deus sabia quando isso viria a acontecer. As palavras gregas syntéleia e aión que dão origem à expressão fim do mundo em algumas traduções da Bíblia, são no entanto vertidas por outras expressões por diferentes tradutores. Tomando como exemplo o versículo de Mateus 24:3, Versão Corrigida e Fiel, reza: "E, estando assentado no Monte das Oliveiras, chegaram-se a ele os seus discípulos em particular, dizendo: Dize-nos, quando serão essas coisas, e que sinal haverá da tua vinda e do fim do mundo?" Assim, para muitos comentadores bíblicos, esta expressão permite conceber um fim definitivo para o planeta Terra, junto com todo o seu conteúdo. Em contraste, para vários outros, o que realmente chegará ao fim é uma "era" e não a terra literal e seus habitantes, visto que aión é diferente de kósmos, palavra que em geral designa o mundo da humanidade. Também, as palavras "conclusão", "consumação" ou "terminação" são traduções mais precisas da palavra grega syntéleia, que é diferente de telos, usualmente traduzida por fim ou fim completo. Alguns cristãos no Século I d.C. acreditavam que o fim do mundo ou das eras, como consequência da segunda vinda de Cristo, ocorreria durante as suas vidas. À base dos conselhos que o apóstolo Paulo deu aos cristãos em Tessalônica, percebe-se que alguns argumentavam que a volta de Jesus era iminente e que tais especuladores pregavam ativamente essa sua teoria. Parece que alguns até mesmo usavam isso como desculpa para não trabalhar para o seu próprio sustento. O apóstolo Paulo alertou então: "Agora, irmãos, quanto à vinda de nosso Senhor Jesus Cristo e ao nosso encontro com ele, pedimos a vocês o seguinte: não se deixem perturbar tão facilmente! Nem se assustem, como se o Dia do Senhor estivesse para chegar logo, mesmo que isso esteja sendo veiculado por alguma suposta inspiração, palavra, ou carta atribuída a nós." (II Tessalonicenses 2:1–2) - Bíblia Pastoral da Editora São Paulo, 1993 - No entanto, alguns anos mais tarde, a carta atribuída ao Apóstolo Pedro, continha o seguinte alerta: "Amados, esta é, agora, a segunda epístola que vos escrevo; em ambas, procuro despertar com lembranças a vossa mente esclarecida, para que vos recordeis das palavras que, anteriormente, foram ditas pelos santos profetas, bem como do mandamento do Senhor e Salvador, ensinado pelos vossos apóstolos, tendo em conta, antes de tudo, que, nos últimos dias, virão escarnecedores com os seus escárnios, andando segundo as próprias paixões e dizendo: Onde está a promessa da sua vinda? Porque, desde que os pais dormiram, todas as coisas permanecem como desde o princípio da criação." (II Pedro 3:1–4), Versão Revista e Atualizada - As palavras concludentes do último livro da Bíblia, Revelação ou Apocalipse, expressam a esperança cristã da vinda de Cristo e da consequente consumação dos tempos, com as seguintes palavras: "Aquele que atesta essas coisas, diz: 'Sim! Venho muito em breve.' Amém! Vem, Senhor Jesus!" (Apocalipse 22:20) - Bíblia de Jerusalém, nova edição revista e ampliada, 2002. Com base nesta esperança do segundo advento de Jesus Cristo, várias denominações cristãs vieram a desenvolver os seus conceitos, sendo que alguns deles são divergentes, conforme se poderá observar na análise comparativa das suas doutrinas. 



Existem pelo menos três grandes correntes de interpretação das profecias bíblicas escatológicas dentro do cristianismo: 




1.        Preterismo: as profecias se cumpriram no passado, tendo pouca ou nenhuma relevância na vida dos seres humanos. 



2.      Futurismo: o cumprimento se dará num futuro distante, sem que as pessoas saibam quando, como e o que realmente acontecerá. 



3.Historicismo: os eventos proféticos, descritos literal ou simbolicamente, ocorrem com o passar do tempo e são históricos, podendo ser interpretados de expressões-chave contidas na profecia. 




Em 130 d.C. Justino, o Mártir, acreditava que Deus estaria a atrasar o fim do mundo porque desejava que o Cristianismo se tornasse uma religião mundial  




Por volta do Século III a maioria dos professos cristãos acreditava que o fim dos tempos ocorreria depois de suas mortes. Em 250 d.C. Cipriano, Bispo de Cartago, escreveu que os pecados dos cristãos eram um prelúdio e prova de que o fim dos tempos estava próximo. Alguns, recorrendo às Tradições Judaicas, fixaram o fim das eras na Sexta Idade do Mundo. Usando este sistema, o fim foi anunciado para 202 d.C. mas, quando esta data passou, foi fixada uma nova data. Na época de Clóvis I, considerado o fundador da França e que se converteu ao catolicismo após ser entronizado como rei em 481 d.C., alguns escritores católicos haviam apresentado a ideia de que o ano 500 d.C marcaria o fim do mundo. Depois de 500 d.C., a importância e a expectativa da vinda do fim do mundo ou das eras como parte dos fundamentos do Cristianismo foi marginalizada e gradualmente abandonada. Apesar disso, surgiu um temporário reavivamento dos temores relacionados com o fim dos tempos com a aproximação do milésimo ano do nascimento de Cristo. Muitos acreditavam na iminência do fim do mundo ao se aproximar o ano 1000. Segundo consta, as atividades artísticas e culturais nos mosteiros da Europa praticamente cessaram. Eric Russell observou no seu livro "Astrology and Prediction": "'Em vista da proximidade do fim do mundo’ era uma expressão muito comum nos testamentos validados durante a segunda metade do Século X." Para muitos católicos hoje em dia, expressões tais como "Juízo Final", "Dia do Juízo" ou "fim do mundo" suscitam visões dum ajuste de contas final e da destruição da Terra. Sob o cabeçalho "Fim do Mundo", o conceituado "Dictionnaire de Théologie Catholique" (Dicionário de Teologia Católica), declara: "A Igreja Católica crê e ensina que o mundo atual, assim como Deus o fez e assim como é, não durará para sempre. Todas as criaturas visíveis feitas por Deus no decorrer das eras[...] deixarão de existir e serão transformadas numa nova criação." Também, o católico "Dictionary of Biblical Theology" (Dicionário de Teologia Bíblica) exalta a criação como "a bondade de Deus", e, como "uma verdadeira obra de arte", mas prossegue descrevendo como os elementos literais, físicos, experimentarão uma "total inversão, mediante uma súbita volta ao caos". No entanto, muitos outros católicos rejeitam a idéia do "fim do mundo", sendo que para eles, a expressão apenas indica um estado de mudança das atuais condições do mundo para condições novas, tal como o mundo já teria sofrido outras metamorfoses no passado. Interpretam a passagem do Evangelho de João, no capítulo 14, versículo 12: "Em verdade, em verdade vos digo: aquele que crê em mim fará também as obras que eu faço, e fará ainda maiores do que estas, porque vou para junto do Pai." como um sinal de constante desenvolvimento e aperfeiçoamento infinito do homem. O que diz o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica  Ver artigo principal: Doutrina da Igreja Católica A escatologia preocupa-se mais com o fim do mundo e com o destino coletivo da humanidade do que com o destino individual das almas após a sua morte. Acerca disso, o Compêndio do Catecismo da Igreja Católica (CCIC) ensina que ocorrerá um Juízo final nos últimos momentos que precedem ao fim do mundo, "do qual só Deus conhece o dia e a hora" - Mesmo antes disso, Jesus Cristo, que também "verdadeiramente ressuscitou dos mortos e vive para sempre", ressuscitará toda a humanidade, dando, mais concretamente, uma nova vida, mas desta vez imortal, para todos os corpos que pereceram. Neste momento, todas as almas, quer estejam no Céu, no Purgatório ou no Inferno, regressarão definitivamente aos seus novos corpos. Assim sendo, toda a humanidade reunir-se-á diante de Deus, mais concretamente de Jesus, que irá regressar triunfalmente à terra "como juiz dos vivos e dos mortos". Ele confirmará o julgamento realizado nos inúmeros juízos particulares e permitirá consequentemente que o corpo ressuscitado possa "participar na retribuição que a alma teve no juízo particular". Esta retribuição consiste na "vida bem-aventurada" e santa (para os que estão no Céu ou no Purgatório) ou "na condenação eterna" (para os que estão no Inferno). 





Depois do juízo final, dá-se finalmente o fim do mundo. O antigo mundo, que foi criado no início por Deus, é "libertado da escravidão" do pecado e transformado nos "«novos céus e na nova terra» (2 Ped 3,13)". 





Neste novo estado de coisas, é também "alcançada a plenitude do Reino de Deus, ou seja, a realização definitiva do desígnio salvífico de Deus de «recapitular em Cristo todas as coisas, as do céu e as da terra» (Ef 1,10)". Nesse misterioso Reino, onde o mal é inexistente, os santos (ou salvos) gozarão a sua felicidade eterna e "Deus será «tudo em todos» (1 Cor 15,28), na vida eterna", formando assim uma grande família e comunhão de amor. Os condenados ou ímpios (maus) viverão para sempre no "fogo eterno" e afastados do Reino de Deus.




Fonte: https://pt.wikipedia.org/wiki/Escatologia

 



6. Pela importância que têm os textos eucarísticos para a autoconsciência de Jesus, será necessário examinar o que a este respeito ensina LB em sua obra Paixão. 





Ele se refere a estes textos nas pp. 47-49, 65 e 97-98:

 




a) Nas pp. 47-49, LB sustenta que: “tudo indica que o texto atual foi introduzido de fora para dentro do relato da paixão” (p. 46), elaborado independentemente deste relato e em ambiente helenístico. O fato de aparecer agora no contexto da paixão lhe dá um “marco teológico e não-histórico”. Como Jesus tomou muitas ceias com seus discípulos e outros, comendo pão e bebendo vinho, assim também a “última ceia” podia muito bem ser “como outra refeição qualquer”, mas que agora, de fato, seria a última, sem a intenção, porém, de relacioná-la com a ceia pascal judia (achologia que carece de fundamentação). De acordo com os textos que temos, nesta última ceia há dois elementos comuns: a idéia da aliança e a da entrega sacrifical. LB admite que a idéia da aliança se com pagina bem com a atuação do Jesus histórico (por causa do tema escatológico, com o. qual Jesus se identificara). Mas, insiste LB, “o tema sacrifical dificilmente pode ser atribuído a Jesus” (p. 48). O sentido fundamental da ação da entregar o pão e de estender o vinho é apenas este: “sinal simbólico da irrupção iminente do Reino”. Era esta, naquela noite, a obsessão de Jesus com sua “mentalidade escatológica”. O sentido sacrifical da última ceia é um acréscimo posterior feito pela comunidade. Pois o próprio Jesus nem sabia que sua morte teria um sentido de sacrifício pela redenção dos homens…(achologia que carece de fundamentação). Neste contexto afirma LB como bom católico: “Cristo institui a eucaristia como sacramento” (p. 49). Esta instituição, contudo, “deve ser compreendida no contexto de todo o ministério de Jesus Cristo; não pode ser reduzida apenas a gestos e a palavras do Jesus de Nazaré ao tempo em que vivia entre nós”. E depois assevera: “A eucaristia como sacramento nasce da totalidade do evento Jesus Cristo... nasce da atividade do Jesus ressuscitado e da ação de seu espírito que moveram os Apóstolos a refazerem sempre de novo a ceia do Senhor e a repetirem seus gestos e suas palavras, dando-lhes um sentido sacrifical, eclesiológico, sentido este inscrito dentro do contexto, de continuidade da história e da missão da Igreja missionária pelo mundo”. Portanto, conclui LB, “os textos eucarísticos haviam já elaborado esta teologia sacrifica!” e, por isso, foram depois inseridos nos relates da paixão (achologia que carece de fundamentação). 



 

b) Na p. 65, LB comenta Mc 10,45: “O Filho do Homem não veio para ser servido, mas para servir e dar a sua vida em redenção de muitos (todos)”. Declara que este texto tem o seu Sitz im Leben num contexto eucarístico das comunidades primitivas, no qual “se elaborou a temática do sacrifício”. E como tal “não seria jesuânico” (achologia que carece de fundamentação).Foi a reflexão sobre Is 53 (do Servo Sofredor; na p. 79 informa: “não parece que Jesus se tenha considerado Servo sofredor”) que permitiu aos cristãos ler sacrificialmente a norte de Cristo. Foi nesta linha que eles interpretaram os gestos de Jesus na ceia de despedida, já que “após a morte e ressurreição entenderam que aquilo significava realmente um sacrifício a Deus”. Mas o próprio Jesus não sabia nada disso (?). Por esta razão as palavras atribuídas a Jesus em Mc 10,45 “não seriam palavras jesuânicas, mas teologia já bem elaborada das comunidades primitivas, em contexto eucarístico”.Jesus mesmo, pois, antes de sua glorificação, era, como os Apóstolos, incapaz de fazer reflexões “teológicas” sobre o verdadeira sentido de sua morte. Nem mesmo estava em condições de instituir a Eucaristia (achologia que carece de fundamentação). 




 








c) Nas pp. 97-99, LB volta ao conjunto dos textos eucarísticos,incluindo agora Jo 6,51-58, que é “uma meditação posterior, por volta do ano 100”; e afirma: “Nenhuma destas versões parece provir do Jesus histórico”. Persiste em conceder que Jesus de fato celebrou uma ceia com os seus, mas repete que não podemos saber o que Jesus então disse, já que as palavras que lhe são atribuídas “surgiram pelo menos dez anos após a última ceia e a morte do Senhor”, refletindo as diferentes liturgias então celebradas nas várias comunidades (apesar da historicidade dos 4 evangelhos sinóticos?). Foi apenas então que as comunidades cristãs compreenderam o alcance soteriológico sacrifical da vida e dos gestos de Jesus.



 








7. Estamos, na verdade, diante de concepções peregrinas que não soam como doutrina católica. Suas afirmações causam estranheza até mesmo em teólogos protestantes, como Harvie Conn e Richard Sturz, que acabam de publicar uma obra, Teologia da Libertação (Editora Mundo Cristão, São Paulo 1984), na qual criticam fortemente as posições de LB. Na p. 90 escrevem: “Mais que tudo, parece que Boff sofre a influência do protestantismo contemporâneo. Nomes e conceitos como os de Bultmann, Tillich, Barth, Moltmann e Pannenberg, junto com Kaesemann e Bonhoefter aparecem com frequência nos seus escritos. Há uma porção de influências em termos filosóficos sobre Boff que vem dos protestantes: o liberalismo moderno de Harnack, o existencialismo de Barth e Tillich, o conceito de esperança e história de Pannenberg e Moltmann e, sobreutdo, a evolução hegeliana de Teilhard de Chardin”. Nem é de estranhar que os conceitos de LB causassem inquietações no ambiente católico. Em fins de dezembro de 1979, os jornais noticiaram amplamente o “caso Boff” e o “processo” que então lhe moviam por parte da Congregação para a Doutrina da Fé sobre sua cristologia. O próprio LB escreveu depois um artigo (“Aclarações acerca de alguns temas da Teologia”) publicado na revista Grande Sinal, de junho de 1982, pp. 357-369. Depois ficamos sabendo que se tratava de “aclarações” feitas a pedido da Santa Sé. Neste artigo de consenso, LB se refere também às questões relacionadas com a Eucaristia. Releva que a dimensão histórica da instituição da Eucaristia não tem muita importância já que – escreve agora LB no citado artigo – os textos eucarísticos “possuem um caráter historicamente fidedigno”, por causa de seu caráter tradicional acentuado por 1 Cr 11,23 (“recebi do Senhor o que vos transmiti: na noite em que foi entregue, o Senhor Jesus… “).LB recorda ainda que tanto os Sinóticos como Paulo “indicam com toda certeza a ocasião histórica em que Jesus pronunciou as palavras eucarísticas”. E esclarece que, “apesar de seu caráter litúrgico-cultural, o valor histórico dos textos não pode ser negado” (como ele negara), pois, “fundamenta-se em sua procedência de testemunhas qualificadas, a saber, dos próprios participantes da última Ceia de Jesus antes de sua morte” (p. 367). Aqui o tom e a argumentação são radicalmente diferentes dos modos de falar e da maneira de argumentar que encontramos nos dois livros que estamos estudando. Neste artigo, LB chega a sustentar que, apesar de serem conservadas em duas tradições litúrgicas diferentes (a de Jerusalém e a de Antioquia), “as diferenças existentes são mínimas”.afirma categoricamente: “O cerne essencial se reporta ao Jesus histórico” (p. 367). Excelente!O artigo, porém, está escondido numa revista de secundária importância, num fascículo inteiramente dedicado à louvação do “mais fecundo e completo teólogo” (veja o título do artigo que começa na p. 331. Entrementes, os dois citados livros continuam à venda em todo o Brasil (sem as correções de LB supra citadas). A obra Jesus Cristo Libertador já está na 9ª edição, publicada um ano depois da “retractatio”, sem nenhuma correção, incutindo em nossos seminaristas e agentes de pastoral a convicção de que o Jesus histórico, na última ceia, apenas quis antecipar com seus amigos a festa do Reino de Deus e que os textos eucarísticos não são “jesuânicos” (passe o horrível neologismo), mas uma produção da comunidade cristã primitiva. Sem falar do livro Paixão, de Cristo – Paixão do Mundo, que continua inalterado nas mãos de seminaristas e recomendado por professores de Teologia. E protegido por poderosos anjos da guarda.

 







*D.Fr. Boaventura Kloppenburg, O.F.M - Doutor em Teologia, exerceu até 1971 intensa atividade de magistério em Petrópolis (Convento do Sagrado Coração de Jesus e sede do Teologado Franciscano) e de pregação no Brasil inteiro. Dedicou-se especialmente, na área pastoral, ao esclarecimento do público a respeito do espiritismo e da maçonaria; resultaram destas campanhas obras notáveis referentes ao espiritismo, à reencarnação e à maçonaria. Dom Boaventura foi também perito teólogo do Concílio do Vaticano II, cuja história minuciosamente documentada ele publicou em cinco volumes. Desde 1971, foi Reitor do Instituto Teológico Pastoral do CELAM em Medellin (Colômbia), onde exerceu o magistério e escreveu obras teológicas. Em 1982 foi nomeado Bispo Auxiliar da Arquidiocese de Salvador (BA). (N. da R.)

 





 

A TRINDADE  No Antigo Testamento:














Alguns são de opinião que o Antigo Testamento não contém quaisquer indicações da Trindade, mas isso não é verdade! É mais correto dizer que o Antigo Testamento não contém uma revelação completa da existência trinitária de Deus em relação ao Novo Testamento.Que o Deus Trino está presente no A.T. é inquestionável! Só cego para não querer ver! 











Há passagens que indicam claramente que existe mais de uma pessoa na divindade única, como por exemplo:






-Naquelas em que Deus fala de si mesmo no plural (Gn 1,26; 11,7)




-Quando o Anjo do Senhor é apresentado como uma pessoa divina, recebendo adoração (Gen 18,1-13; Jz 13,20-22); 




-E também nas passagens em que se personifica a Palavra ou Sabedoria de Deus (Sl 33,4-6; Prov 8,12-31). 






Em alguns casos menciona-se mais de uma pessoa: 






Isaias 6,8: "Então ouvi a voz do Senhor, conclamando: Quem enviarei? Quem irá por NÓS? E eu respondi: Eis-me aqui. Envia-me!"







Compare agora a passagem acima com Hebreus 10,5-9:





"Por isso, quando Cristo veio ao mundo, proclamou: Sacrifício e oferta não quiseste, mas um corpo me destes; de holocausto e ofertas pelo pecado não te agradaste. Então, Eu disse: Aqui estou, no Livro está escrito a meu respeito; vim para fazer a tua vontade, ó Deus. Havendo declarado em primeiro lugar: Sacrifícios, ofertas, holocaustos e ofertas pelo pecado não quiseste, tampouco deles te agradaste”, os quais foram realizados conforme a Lei. Então, completou: Aqui estou; vim para fazer a tua vontade. E assim, Ele cancela o primeiro padrão, para estabelecer o segundo."






Em outros, Deus fala acerca do Messias e do Espírito Santo, ou o Messias fala de Deus e do Espírito (Isa 48,16; 61,1; 63,9-10). Desse modo, o Antigo Testamento contém uma ainda obscura antecipação da revelação da Trindade, que no Novo Testamento aparece plenamente desenvolvida!







A TRINDADE revelada no Novo Testamento:














É perfeitamente natural que as provas neotestamentárias sejam ainda mais claras que as do Velho Testamento, uma vez que o Novo registra a encarnação do Filho de Deus e o derramamento do Espírito Santo, a terceira pessoa da Trindade! Há diversas passagens em que as três pessoas são expressamente mencionadas, como:




-Em relação ao batismo de Jesus (Lc 3.21,22); 




-No discurso de despedida de Jesus (Jo 14,16); 




-Na Grande Comissão (Mt 28,19); 




-Na bênção apostólica (2Co 13,13), 




-E também em passagens como estas: Lucas 1,35; 1Coríntios 12,4-6; 1Pedro 1,2.





O Novo Testamento oferece a revelação clara do Deus que envia seu Filho ao mundo (Jo 3.16; Gl 4.4; Hb 1.6; 1Jo 4.9); e os dois, Pai e Filho, enviam o Espírito Santo (Jo 14.26; 15.26; 16.7; Gl 4.6). Encontramos o Pai dirigindo-se ao Filho (Mc 1.11; Lc 3.22), o Filho se comunicando com o Pai (Mt 11.25,26; 26.39; Jo 11.41; 12.27,28) e o Espírito Santo orando a Deus nos corações dos crentes (Rm 8.26).Dessa maneira, as pessoas da Trindade se perfilam melhor em nosso entendimento.







Comparação da TRINDADE UNA E SANTA, entre o Antigo e o Novo Testamentos:






-No Antigo Testamento Deus é apresentado como o Redentor e Salvador do seu povo (Jó 19.25; Sl 19.14; 78.35; 106.21; Is 41.14; 43.3,11,14; 47.4; 49.7,26; 60.16; Jr 14.3; 50.14; Os 13.3).




-No Novo Testamento o Filho de Deus claramente se destaca nessa obra (Mt 1.21; Lc 1.76-79; Jo 4.42; At 5.3; Gl 3.13; 4.5; Fp 3.30; Tt 2.13,14).





-No Antigo Iaveh habita no meio de Israel e nos corações dos que o temem (Sl 74.2; 135.21; Is 8.18; 57.15; Ez 43.7-9; Jl 3.17,21; Zc 2.10,11). 




-No Novo o Espírito Santo é quem habita nos crentes (At 2.4; Rm 8.9,11; 1Co 3.16; Gl 4.6; Ef 2.22; Tg 4.5).







CONCEITOS ERRADOS E INCOMPREENDIDOS SOBRE A TRINDADE UNA E SANTA:







Na Igreja Cristã Primitiva algumas heresias apresentaram as três pessoas da Trindade como sendo três deuses, outras um só Deus e uma só Pessoa(Persona).Os sabelianos do  sec III da era Cristã, negaram a existência das três pessoas na divindade, e afirmaram que Deus se revelou como Pai na criação e na transmissão da lei, como Filho na encarnação e como Espírito na regeneração e santificação. As três pessoas eram reduzidas em uma SÓ PESSOA E NATUREZA (o dogma verdadeiro é: Uma só Natureza divina em três pessoas distintas: Pai, Filho e Esp. Santo).







AS HERESIAS CRISTOLÓGICAS (QUE NEGAVAM A DIVINDADE DE CRISTO):







Jesus é Deus e afirma em  João 10,30: “Eu e o Pai somos um!” Em um primeiro olhar, isto pode não parecer uma afirmação de Jesus em ser Deus. Entretanto, perceba a reação dos judeus a Sua afirmação: “Os judeus responderam, dizendo-lhe: Não te apedrejamos por alguma obra boa, mas pela blasfêmia; porque, sendo tu homem, te fazes Deus a ti mesmo” (João 10:33).





Os judeus compreenderam perfeitamente a afirmação de Jesus como uma declaração em ser Deus!





Nos versículos seguintes Jesus não corrige os judeus dizendo: “Eu não afirmei ser Deus" -  Isto indica que Jesus realmente estava dizendo que era Deus ao declarar: “Eu e o Pai somos um” (João 10,30).








João 8,58 nos dá outro exemplo:






“Disse-lhes Jesus: Em verdade, em verdade vos digo que antes que Abraão existisse, eu sou.” Mais uma vez, em resposta, os judeus tomaram pedras em uma tentativa de apedrejar Jesus (João 8,59). Por que os judeus iriam querer apedrejar Jesus se Ele não tivesse dito algo que criam ser uma blasfêmia, ou seja, uma afirmação em ser Deus? João 1,1 diz que “o Verbo era Deus.” João 1,14 diz que “o Verbo se fez carne.” Isto claramente indica que Jesus é Deus em carne. Atos 20,28 nos diz: “...Olhai, pois, por vós, e por todo o rebanho sobre que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para apascentardes a igreja de Deus, que ele resgatou com seu próprio sangue.” - Quem comprou a igreja com Seu próprio sangue? Jesus Cristo. Atos 20,28 declara que Deus comprou a igreja com Seu próprio sangue. Portanto, Jesus é Deus! Tomé, o discípulo, prostrado em adoração, declarou a respeito de Jesus: “Senhor meu, e Deus meu!” (João 20,28). Jesus não o corrige, e se deixa ser adorado. Tito 2,13 nos encoraja a esperar pela volta de nosso Deus e Salvador, Jesus Cristo (veja também II Pedro 1,1).






Nas Escrituras, várias vezes Jesus recebe adoração (Mateus 2,11; 14,33; 28,9-17; Lucas 24,52; João 9,38):






Ele nunca reprova as pessoas quando recebe adoração. Se Jesus não é Deus, Ele teria dito às pessoas para não ser adorado, assim como fez o anjo em Apocalipse. Há muitos outros versículos e passagens das Escrituras que atestam a favor da divindade de Jesus. A razão mais importante para Jesus ser Deus é que se Ele não o fosse, Sua morte não teria sido suficiente para pagar a pena pelos pecados do mundo inteiro (I João 2,2).Somente um Deus infinito poderia pagar preço tão infinito. Somente Deus poderia carregar os pecados do mundo (II Coríntios 5,21), morrer e ressuscitar, provando Sua vitória sobre o pecado e a morte.






SOBRE A ENCARNAÇÃO DE CRISTO: "VERDADEIRO DEUS E VERDADEIRO HOMEM!"






A doutrina cristã da encarnação é o ensinamento que Jesus, que é a segunda pessoa da Trindade, adicionou a si mesmo uma natureza humana, e se tornou um homem. A Bíblia diz que Jesus é Deus encarnado: "No princípio era o Verbo, e o Verbo estava com Deus, e o Verbo era Deus.....E o Verbo se fez carne, e habitou entre nós..." (João 1,1-14); "E porque nele habita corporalmente toda a plenitude da divindade,"(Col 2,9). Jesus, portanto, tem duas naturezas: Ele é 100% Deus e 100% homem. Jesus é completamente humano, mas Ele também é completamente Deus!








JESUS REVELADO COMO 100% DEUS ENCARNADO:














-Ele é adorado (Mt 2,2-11; 14,33; 28,9)



-As pessoas oram pra Ele como Deus (Atos 7,59; 1 Cor 1,2)



-Ele é chamado de Deus (João 20,28; Hb 1,8)



-Ele é chamado de Filho de Deus (Marcos 1,1)



-Ele não tem pecado (1 Pe 2,22; Heb 4,15)



-Ele sabia de todas as coisas (João 21,17)



-Ele dá a vida eterna (João 10,28)



-Toda a plenitude da divindade habita n'Ele (Col 2,9)

    





JESUS PLENAMENTE 100% HUMANO:






-Ele orava ao Pai (João 17,1)



-Ele foi chamado de homem (Marcos 15,39; João 19,5)



-Ele foi tentado (Mt 4,1)



-Ele cresceu em sabedoria humana(Lucas 2,52)



-Ele humanamente morreu (Rm 5,8)



-Ele teve um corpo de carne e ossos (Lucas 24,39)



Como homem, Jesus precisava rezar. Quando Ele orava, Ele não estava rezando para Si mesmo! Mas,  para Deus Pai!









A DIVINDADE DA PESSOA DO ESPÍRITO SANTO:






Existem 3 características que são ÚNICAS e EXCLUVISAS de Deus:





1)-ONISCIÊNCIA (sabe tudo) - Ele sabe de todas as coisas, pois Por meio Dele as coisas foram criadas.





2)-ONIPRESENÇA (está em todo lugar) - O E.S. é ONIPRESENTE , pois Ele está em todos os lugares, e Ele mora (residência fixa) em todos os que crêem em Deus e em Jesus Cristo, e Nele E.S., E ao mesmo tempo Ele estava em Paulo, que era pregava o evangelho aos gentios, e também estava em Pedro, que pregava o Evangelho aos Judeus, e a Bíblia diz algumas vezes, que: foram “cheios do Espírito Santo”, e pregavam o Evangelho no mesmo período, já que Paulo pregava nas sinagogas e depois de expulso das sinagogas se dirigia aos gentios, vemos isso claramente em Atos dos Apóstolos. O E.S. conheça as necessidades de todos, pois intercede POR nós com gemidos inexprimíveis.O E.S. é Deus, pois Ele existe antes da criação, (Gênesis 1), Ele é pré-existente, Só Deus é pré-existente, sendo assim Ele É Deus. O texto sagrado diz que o “Espírito de Deus” pairava sobre a face das águas.



3)-ONIPOTÊNCIA (pode tudo): Diz a palavra que a Deus nada é impossível!






PERGUNTAS QUE NÃO QUEREM CALAR: 






-Se o E.S. não é Deus, porque o ÚNICO pecado que não é perdoado é blasfêmia contra o E.S. (Mt 12,32; Mc 3,29; Lc 12,10) ???




-Se o E.S. não é Deus, porque a Bíblia afirma no Antigo Testamento que Moisés, Davi, Saul, Alias, Samuel e outros foram cheios do Espírito Santo? Outras versões usam Espírito de Deus ou Espírito do Senhor, e o termo que é usado no hebraico (huach) foi traduzido para Paracletos ou Pneumatos, que é um referência ao clara os Espírito Santo, e todos os hebraístas dizem que é a mesma coisa! 



-Se o E.S. não é Deus porque a Bíblia lhe dá tanta ênfase, principalmente no N.T.? Somente o termo E.S. aparece 93 vezes na Bíblia, além dos termos Espírito do Senhor (75) e Espírito de Deus (92). Além de referências implícitas acerca do E.S.



-Se o E.S. não é Deus, porque Jesus nos ensina em Mateus 28,19 a Irmos batizar, as pessoas em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo? Jesus disse que o mandamento é amar a deus acima de todas as coisas, e o mesmo Jesus, disse que Ele (Jesus) e o E.S. nessa declaração tem o mesmo poder que Deus (YHWH), pois é “em nome do” E.S. que se batiza!



- Se o E.S não é Deus, por que Jesus disse que o Pai, lhes enviaria outro Consolador, que o termo “outro” aqui significa “igual a mim”, com os mesmos “poderes”, a mesma divindade, a mesma essência!






Ou o Pai, Jesus e o E.S. são uma ÚNICA pessoa, ou somos os maiores idólatras da FACE da Terra, que o próprio Deus Pai condena veementemente em TODA a Bíblia! E sendo assim NINGUÉM absolutamente NINGUÉM, é nascido do Espírito, como Jesus ensinou (Quem não nascer da água e do Espírito NÃO verá a Deus). Sendo assim continuamos mortos em nossos pecados e delitos, somos cegos condutores de cegos (como Paulo ensina, e critica os fariseus de sua época). Sendo assim, sequer podemos afirmar que Deus existe, já que a Biblia diz que o espírito inspirou os profetas, e usou Reis para abençoar e derribar os povos,não poderíamos também, afirmar que a Biblia diz a verdade sobre quem é Deus.






AS 07 principais HERESIAS CRISTOLÓGICAS (QUE NEGAM A DIVINDADE DE CRISTO):






1) Docetismo: dizia que Jesus não tinha um corpo real;



2) Adocionismo: dizia que Jesus era filho adotivo de Deus;



3) Arianismo: dizia que Jesus era inferior ao Pai;



4) Apolinarismo: dizia que Jesus não tinha alma humana;



5) Nestorianismo: dizia que, em Jesus, havia duas pessoas;



6) Monofisismo: dizia que Cristo tinha uma só natureza;



7) Monotelismo: dizia que Jesus não tinha vontade humana, ou o “querer humano”.







DESDOBRAMENTO (EXPLICANDO A ORIGEM E NATUREZA DESTAS HERESIAS):







1) Docetismo: dizia que Jesus não teve corpo real - O docetismo surgiu no final do primeiro século. Ensinava que Jesus não teve um corpo real, mas um corpo aparente. Cristo teria descido do Céu e passado pelo seio de Maria, sem que tivesse recebido a mínima partícula de corpo de mãe. Por isso, Jesus parecia um homem, mas não o era. Segundo essa doutrina, a morte e ressurreição do Senhor teriam sido também “aparentes”, uma vez que seu corpo não era real.Os docetas acreditavam no Mistério da encarnação de Jesus e na Virgindade de Maria, mas eram “moralistas”. Para eles, o corpo humano estava intimamente ligado ao pecado. Era coisa indigna do filho de Deus.






2) Adocionismo (Heresia defendida por muitos membros da TEOLOGIA DA LIBERTAÇÃO, entre eles Leonardo Boff): Esta heresia defendia que Jesus era filho adotivo de Deus - Paulo de Samósata, bispo de Antioquia ensinou uma heresia chamada adocionismo. Para ele, Jesus não passava de um ser humano. Deus teria iluminado Jesus de maneira extraordinária. Então, Jesus foi sendo aperfeiçoado progressivamente até atingir o grau da divindade. Aí Cristo se tornou Filho de Deus. Mas Filho de Deus por “adoção”, não por natureza. Para os adocionistas, Cristo não teve uma existência eterna como o Pai. Ele começou a existir. Nessa ocasião, o Papa São Félix escreveu o seguinte: “Nossa fé na Encarnação é a que nos transmitiram os apóstolos. Cremos que Jesus Cristo, nascido da Virgem Maria, é o Verbo, o Filho eterno de Deus. E não um simples homem elevado por Deus a semelhante honra, e diferente de Deus. O Verbo, Deus Perfeito, fez-se homem perfeito, ao encarnar-se no seio da Virgem.”




3) Arianismo: ensinava que Jesus era inferior ao Pai. O “arianismo” surgiu no ano 318, fundado por Ario, sacerdote de Alexandria. Ensinava que Jesus era “semelhante” ao Pai, e não Deus como o Pai, pois Cristo havia dito: ” O Pai é maior do que eu” (Jo 14, 28). Ário interpretou essas e outras frases de maneira absoluta, e fora do seu contexto bíblico. Na verdade, Cristo disse: “O Pai é maior do que eu”. Mas Ele estava referindo-se à sua condição humana, como “servidor” do Pai na Redenção da humanidade. Não fazendo essa distinção, Ário passou a ensinar que Jesus era uma criatura, e não Deus, como o Pai Criador. Tal seita espalhou-se rapidamente, até mesmo entre padres e bispos. Santo Atanásio foi o primeiro a defender a fé cristã. Isso aconteceu no ano 325, no concílio de Nicéia (1º Concílio Ecumênico). O Concílio acrescentou, ao símbolo dos Apóstolos, algumas afirmações sobre a divindade de Cristo. Declarou que Jesus é: “Deus de Deus, Luz da Luz,Deus verdadeiro de Deus verdadeiro,gerado, não criado, consubstancial ao Pai.Por Ele todas as coisas foram feitas,E, por nós, homens, e por nossa salvação, desceu dos Céus.” Vimos aí uma palavra muito importante na profissão da nossa fé. É a palavra grega “oμooυσιoζ” (omooúsius), que significa “consubstancial”.Quer dizer que Jesus tem a mesma substância divina do Pai, o mesmo Ser do Pai, a mesma natureza divina. É Deus como o Pai. O evangelho afirma: “No princípio era o Verbo e o Verbo estava em Deus.E o Verbo era Deus. Tudo foi feito por meio d’Ele e sem Ele nada foi feito de tudo o que existe”. (Jo 1,1-3).O arianismo foi uma das piores heresias enfrentadas pela igreja!De fato, se Cristo não fosse Deus, a sua morte na cruz não teria poder de salvar a humanidade, pois só Deus pode nos salvar! Ainda hoje temos algumas seitas modernas que negam a divindade de Jesus.






4)- Apolinarismo: dizia que Jesus não teve alma humana - No início do século quarto, em Laodicéia, na Ásia Menor, o bispo Apolinário, ensinava que Jesus Cristo não possuía alma racional humana.A Pessoa divina do Filho de Deus supria a falta de uma alma humana em Jesus Cristo. Apolinário era moralista, como os docetas. Dizia que a alma humana era pecaminosa. E Jesus, por ser filho de Deus, era impecável. Por isso, não podia ter alma humana. Esta viria a “manchar” a divindade de Cristo. O primeiro a denunciar tal heresia foi Santo Atanásio, seguido por São Basílio e pelo Papa São Dâmaso. A seita foi condenada no concílio de Constantinopla, em 381 (2º concílio ecumênico).Nesse concílio, Atanásio disse a famosa frase: “Ubi Petrus, ibi Ecclesia”, isto é, “Onde está Pedro, aí está a Igreja”.







5) Nestorianismo (heresia muito presente em algumas CORRENTES PROTESTANTES): Defendiam que em Cristo havia duas pessoas - De 422 a 432, Nestório foi bispo de Constantinopla. Dado que a fé Cristã afirmar em Jesus duas naturezas (humana e divina), ele achou que em Cristo havia também duas pessoas: uma Pessoa humana unida à Pessoa divina. Segundo seu pensamento, umas coisas eram feitas por Jesus-Deus e outras por Jesus-Homem. Partindo daí, Nestório passou a ensinar que Maria não seria Mãe de Deus, mas apenas Mãe de Jesus-Homem. Contra essa heresia, levantou-se São Cirilo, bispo de Alexandria. O erro estava nisto: Jesus tem duas naturezas, mas uma só pessoa. A natureza humana é assumida pela Pessoa Divina do Filho de Deus. Essa união chama-se união “hipostática”. O sujeito ou agente da ação é a pessoa, não a natureza. O assassino não pode falar: “Não fui eu quem matei; foi minha natureza, ou minha mão”. Por isso, podemos dizer: “Deus encarnou-se totalmente em  no útero de Maria,nasceu em Belém; Deus morreu na Cruz”.É claro que Deus nasceu ou morreu enquanto homem, pois enquanto Deus não podia falecer nem morrer. Igualmente se diz: Maria é a mãe de Deus segundo a sua humanidade. Maria não é Mãe do Pai Eterno, mas do Filho de Deus.No concílio de Éfeso, 431 (3º concílio Ecumênico), a Igreja declarou que Maria é a Mãe de Deus, porque é Mãe de Jesus Cristo que é Deus. Afirmou também:“Maria é Mãe de Deus, não porque Jesus tivesse tirado dela a sua natureza divina, mas porque é dela que Jesus formou o seu corpo sagrado, dotado de uma alma racional”. Ao Papa São Celestino atribui-se a introdução da segunda parte da ave-maria, isto é: “Santa Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte!”



6) Monofisimo: dizia que, em Cristo, havia uma só natureza Eutiques, monge de Constantinopla, ensinava que, em Jesus, a natureza divina “absorvia a natureza humana. Era como se Jesus tivesse só a natureza divina. Sua heresia chamou-se monofisismo, que significa uma só natureza. Vem de “μoυoζ” (mono=um) e de “φυσιζ” (phisis), que significa uma só natureza. Para o monofisismo, em Cristo existia somente a natureza divina. Portanto, negava o valor e a autenticidade dos atos humanos de Jesus cristo. Em 450, reuniram-se 600 bispos no concílio de Calcedônia (4º Concílio Ecumênico), em que ficou definido que, em Cristo, há uma só Pessoa, na qual existem duas naturezas “sem confusão e sem mudança, sem divisão e sem separação”. O concílio de Calcedônia definiu: “Jesus Cristo é perfeito em divindade e perfeito em humanidade, verdadeiramente Deus e verdadeiramente homem, composto de uma alma racional e de um corpo, consubstancial a nós segundo a humanidade, semelhante a nós em tudo, com exceção do pecado (Hb 4,15), gerado do Pai, é antes de todos os séculos segundo a sua divindade, e nesses últimos dias, para nós e para nossa salvação, nascido da Virgem Maria, Mãe de Deus, segundo a humanidade.”






7) Monotelismo: Afirmava que em Cristo havia uma só vontade: O monotelismo, também chamado monotelitismo, foi ensinado pelo Patriarca Sérgio. Vem de “μoυoζ” (mono= um) e de “τελησιζ”, que significa vontade. Portanto, o monotelismo significa “uma só vontade”. Ensinava que, em Cristo, havia somente a vontade divina. Desaparecia, assim, o “querer humano” de Jesus. Sérgio, bispo de Constantinopla, quis encontrar uma fórmula de reconciliação entre os monofisistas (que afirmavam haver uma só natureza em Cristo) e os católicos fiéis (que afirmavam haver duas naturezas em Cristo). Então disse que, em Cristo havia duas naturezas, mas uma só vontade. Tal doutrina pareceu ser uma fórmula de intermediária entre os contrários. Então, o imperador, Heráclito, decretou o monotelismo “doutrina oficial do Estado”. Quem não aceitasse seria punido. O Papa são Martinho foi a primeira vítima. Em 19-6-649, embarcava prisioneiro para Constantinopla. Algemado e com vestes reduzidas, foi conduzidos pelas ruas da cidade, sob vaia dos monotelistas. Em março de 655 seguiu para o exílio, na ilha de Quersoneso, por ordem do Imperador constante II. Aí veio a falecer, no mesmo ano, tendo passado frio e fome. Em 681, com o terceiro concílio de Constantinopla, foi encerrada a questão. Era o Papa Santo Agaton. Ficou definido dogmaticamente que:"Jesus tem vontade divina e a vontade humana, tal qual o Papa São Martinho havia ensinado no Sínodo de Latrão, no ano 649". Ora, sobre a vontade divina de Deus isto é fácil de entender, pois se o desejo de Deus já "É". Se não existisse a vontade humana, todo e qualquer desejo de Jesus se realizaria imediatamente (porque para Deus nada é impossível) mas, quando essa vontade era meramente humana, não passava de um desejo meramente humano, como o nosso, que fica apenas no desejo. Exemplo: Mateus 23,37: “Ó Jerusalém, Jerusalém, que assassinas os profetas e apedrejas os que te são enviados! Quantas vezes Eu quis reunir os teus filhos, como a galinha acolhe os seus pintinhos debaixo das suas asas, mas vós não o aceitastes..."












Adaptação de: Revista Communio - Vol. IV, ano IV, N°19, jan./fev.1985.p.5-24







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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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