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Andréia Gripp (Comuninade Católica Shalom): "Em que Deus acreditamos e anunciamos?"

Written By Beraká - o blog da família on terça-feira, 1 de março de 2022 | 09:46

 

 


 

 Por* Andréia Gripp

 


 

Você já teve a coragem de se perguntar "em que Deus tem acreditado?" 


 

 

E já perguntou, no seu trabalho, família, comunidade, em que Deus as pessoas acreditam? Parece estranho fazer essa pergunta? Mas não é! Faça a experiência e verá que a pergunta não é tão absurda quanto parece à primeira vista, e que constatará que realmente muitas vezes criamos e cultuamos um deus que nós próprios criamos, e não o Deus revelado por Jesus o Cristo que se encarnou. Sabemos que a fé, a crença em um deus, é o centro de toda religião. Como cristãos, o centro de nossa identidade deve ser a fé em Deus Pai, Filho e Espírito Santo. Não pode haver algo implícito ou reducionista da fé cristã, mas sim, a vivência ainda mais profunda e radical dela: se a fé cristã é trinitária, os cristãos não podem abrir mão de professar as três pessoas da Santíssima Trindade, sob pena de renegar-se a si mesmo. Mas, pensemos bem:

 

 

 

Será que todos os cristãos têm uma "fé trinitária?" Faça uma nova experiência, pergunte a você, e as pessoas com quem você convive:




 




 

“Quem é Deus Pai, quem é Jesus e quem é o Espírito Santo? Como eles se relacionam entre si? Como se relacionam conosco? Como agem no mundo e, qual o papel das pessoas da Santíssima Trindade na história da salvação?” - Com certeza você vai ficar espantado com as respostas e verá que muitos ainda não deixaram a fé imatura e superficial, porque simplesmente ainda não tiveram um entendimento sobre a Trindade e, portanto, também não tiveram uma experiência real com o Deus Uno e Trino. Para mudar essa situação é preciso desenvolver um discurso que nos leve a uma experiência trinitária e nos livre da tentação do individualismo e do falso racionalismo revanchista e preconceituoso, que teme fazer as perguntas para melhor crer e aderir ao imperativo da fé como fez Maria, que nos abra ao mistério do outro e nos leve a transmitir com a nossa vida e nossa história a experiência do Deus Ágape, que caminha conosco, e conosco escreve a nossa história e a história da humanidade. Isso vai além, muito além, das difíceis fórmulas filosóficas e teológicas do dogma da Trindade.

 

 



Questões fundamentais

 

 

 

A linguagem cristã sempre esteve permeada e penetrada pela revelação trinitária de Deus! Mas, como anunciar o Deus Uno e Trino no mundo plural em que vivemos hoje, onde o homem emancipado “privatizou” a fé e criou um supermercado espiritual, cheio de teísmos (crença num deus como entidade superior, sem nome e identidade), deísmos (crença num deus como arquiteto universal que põe o mundo em movimento, mas não se relaciona com ele nem se revela) e monoteísmos reducionistas (crença num único deus, um tanto despersonalizado, sem rosto, sem nome, senhor e dominador do cosmo e da história)? Hoje a pergunta fundamental a ser respondida pela nova evangelização, não é tanto o fato de Deus existir ou não, mas, “De que Deus estamos falando? O que significa para nós a existência de Deus?” Anunciamos Jesus Cristo. Mas, neste contexto plural e confuso, não podemos falar de Jesus Cristo sem o contextualizar na dinâmica da Trindade, sob o risco de não estarmos fazendo uma verdadeira evangelização. Professar a fórmula de fé de que Deus vive e se revela e pode ser experimentado e conhecido como Pai, Filho e Espírito Santo deve se verificar na realidade do homem Jesus de Nazaré, na sua encarnação, vida, morte e ressurreição, assumidas, afirmadas e confirmadas por Deus, seu Pai. “Jesus é o Filho de Deus”! Esta é a afirmação fundamental da fé cristã.

 

 


Anunciar a Trindade!

 



 


 




É impressionante perceber como muitas pessoas que se dizem católicas chegam à comunidade com um distanciamento de Deus Pai, fruto de um relacionamento superficial, com um “Deus de barba branca que mora lá no céu”. Deus Pai, para eles, é aquele Ser Supremo, onipresente, mas distante, muito distante. A pessoa do Espírito Santo é, para alguns, totalmente desconhecida (às vezes só identificada como a pomba citada no batismo de Jesus e as línguas de fogo, em Pentecostes). Para os que têm uma experiência mais carismática, é definido como aquele que nos leva a Deus, mas é, infelizmente, algumas vezes mais identificado com as sensações espirituais que concede ao orante. A presença do Espírito é fatalmente identificada com um arrepio que se sentiu na oração, uma emoção, um calor, etc. Um reducionismo infantil e insignificante do Ser e missão da Terceira Pessoa da Santíssima Trindade.






Esta realidade nos remete a uma grande responsabilidade:

 


 

 

Quando não anunciamos um Deus Trindade não somos fiéis à revelação bíblica. Corremos o risco de supervalorizar uma das pessoas da Santíssima Trindade em detrimento das outras e criar uma grande distorção na vida de fé! O Deus da Revelação, que devemos anunciar em nossa evangelização, é a Santíssima Trindade: mistério de comunidade das pessoas divinas, de salvação, de comunhão e de amor.

 

 

 

 

Para a nossa salvação!

 

 

 

 

Falar de um Deus em três pessoas só é possível pelo fato dEle ter se revelado a si mesmo como Trindade. E, Deus não se revela para nos dar informações intelectuais sobre si próprio. Ele só se revelou e se revela, falou e fala sobre si mesmo para nos salvar. Por isso, no anúncio da Boa Nova, é preciso estabelecer uma relação inseparável entre Cristologia, Trindade e Soteriologia (salvação). A Trindade é mistério, e mistério de salvação para nós. - “O mistério de Deus em si mesmo e o mistério da nossa vida em graça são um só e mesmo mistério. Deus não é outra coisa senão aquilo que Ele revela no seu agir em favor de nós, embora o que podemos perceber do seu agir por nós não esgote aquilo que Ele é em si mesmo” (afirmam os teólogos Maria Clara Bingemer e Vitor Galdino, no livro “O Deus Trindade: A vida no coração do Mundo”).

 

 

 

Como sabemos que isso é verdade?

 



 


 



Lendo a Bíblia, escutando a Igreja e estando atentos à experiência de Deus em nós e nas outras pessoas. Porque o Espírito Santo nos diz e ensina a dizer Abbá, Pai (Rm 8, 15; Gl 4,6) e Jesus é o Senhor (1Cor 12,3). É o Espírito Santo quem nos leva à experiência e ao conhecimento de Deus-Pai e Deus-Filho. É no e pelo Espírito que podemos refletir sobre essa experiência de chamar Deus de Pai e Jesus de Senhor. É no e pelo Espírito que podemos transmiti-la aos outros de maneira coerente e inteligível nas nossas ações evangelizadoras.

 


 

 

A força do testemunho!

 

 








 

Segundo teólogos, filósofos, e sociólogos, vivemos num tempo marcado pela “crise da modernidade” (ou pós-moderno, como alguns chamam).Mas o que significa isso? Bem, para entender esse termo, é preciso saber que a modernidade foi o período histórico em que a concepção do mundo passou de teocêntrica (Deus no centro de todas as coisas) para antropocêntrica (tendo o homem como sujeito de todas as coisas, e a medida de si mesmo).Foram séculos de história da humanidade marcados pela supervalorização da razão em detrimento da emoção e do espiritual, fundamentado no cogito de René Descartes: penso, logo existo. É a partir dessa época histórica que a ciência se emancipa da teologia e passa a combatê-la. Essa autonomia humana (ou do sujeito como se diz na filosofia) é como um novo ressurgir da tentação de Adão, que queria ser como Deus, distanciou o homem de seu criador e criou grandes dificuldades para a evangelização, e precisamos pedir uma sabedoria para saber lidar com isto. Bem, a crise da modernidade chega com a crise do racionalismo e, como que numa reação, com a supervalorização das emoções, do subjetivismo, do espiritualismo. Se por um lado podemos nos alegrar com o total fracasso da afirmação nefasta de Nietzsche (aquele que afirmou que Deus morreu), por outro nos assustamos com o crescimento de seitas e correntes filosóficas da Nova Era, que igualmente ao racionalismo, afastam o homem do verdadeiro Deus, o Deus-Trindade, que se relaciona comigo pessoalmente e por mim se encarnou, morreu e ressuscitou.No mundo pós-moderno a afetividade está supervalorizada e a subjetividade impera e reina, colocando graves questões para a fé trinitária,pois se vai substituindo o Deus Trinitário, bíblico, pelo Deus light. O Deus bíblico impulsiona o ser humano a ser sujeito transformador da história, enquanto o Deus light não o questiona, é inebriante e o faz experimentar sensações que “elevam” a alma.

 

 




 




Resta-nos responder à pergunta: O que é para o mundo hoje a existência de Deus? Faz alguma diferença?



 

Se esta pergunta for feita a várias pessoas numa rua de um grande centro urbano, haverá muitas respostas diferentes. No ambiente em que vivemos, sem sombra de dúvidas, será o que nós, cristãos, conseguirmos transmitir com a nossa vida. Não conhecemos Deus através de fórmulas teológicas, nem podemos transmiti-lo desta forma, também. Por isso, se queremos realmente evangelizar, precisamos converter a nossa práxis. O que significa isso? Significa que precisamos fazer as obras de Deus (Jo 3,21. 6,28. 7,17). Afirma a teóloga Maria Clara Bingemer: “Se é o Espírito do próprio Deus que está em nós, e se nos deixamos mover e guiar por ele, tudo que fizermos será obra Dele em nós e estaremos espalhando pelo mundo as marcas do próprio Deus que age por meio de nós. Nosso encontro com Deus é um acontecimento radical. Só podemos nos relacionar, pensar e falar sobre Ele, deixando-nos surpreender e questionar radicalmente por Ele...”continua a teóloga. Para que esse encontro aconteça, faz-se necessário acolher humildemente, na fé, na escuta, a Revelação Divina, na qual Deus se aproxima de nós e apresenta seu Mistério de Pai, Filho e Espírito Santo, de forma transformadora e comprometida com a nossa história e, a partir dela, com a história da humanidade.



 

 

*Andréia Gripp - Missionária da Comunidade Católica Shalom











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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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