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O abuso dos "dons extraordinários" de forma ordinária e os riscos da #banalização dos carismas

Written By Beraká - o blog da família on terça-feira, 4 de janeiro de 2022 | 16:37




 

Para sermos justos e fiéis aos fatos históricos, temos que citar algo que ocorreu antes que o pentecostalismo virasse modinha entre os irmãos separados: em 1901, o Papa Leão XIII dedicou o século XX ao Espírito Santo e entoou em nome de toda Igreja o hino "Veni Creator Spiritus". Antes disso, Leão XIII já havia publicado em 1897 a encíclica "Divinum lllud Múnus", pedindo ao clero que transmitisse ao povo a doutrina sobre o Espírito Santo e incitando todos os fiéis a orarem pedindo a Sua vinda. Alguns autores creditam essas ações do Papa à influência da beata Elena Guerra, conhecida como "Apóstola do Espírito Santo". O respeitável teólogo Dom Estêvão Bettencourt dizia que o "surgimento do pentecostalismo na Igreja contemporânea foi uma resposta dada a esse apelo papal." Tal resposta teria sido dada em primeiro lugar, ainda que de modo imperfeito e inconsciente, pelos protestantes pentecostais, que depois influenciaram os católicos (fonte: Pergunte e Responderemos Nº 532).Para Dom Estêvão, muito mais do que um movimento de origem protestante, “a RCC é a expressão, na Igreja Católica, de um movimento desencadeado pelo Papa Leão XIII”. Faz muito sentido! Mas é questionável se ao falar do Espírito Santo, o Papa Leão XIII quisera pedir carismas extraordinários! A prática de carismas extraordinários – dom de profecia, de curas etc. – é um ponto essencial da identidade da RCC. Esse movimento tem o mérito de confrontar a "mentalidade cientificista" do nosso tempo, colocando em evidência a ação milagrosa de Deus. O cientificismo e o racionalismo têm a pretensão de favorecer a razão, mas na verdade a bloqueiam e a reduzem. Este que vos escreve neste apostolado Berakash, é fruto da RCC, e tenho visto verdadeiras e genuínas conversões ao longo deste tempo. Porém, é inegável que em alguns grupos da RCC, há muita auto-sugestão. As pessoas querem ser “especiais”, veem outros manifestando dons carismáticos e desejam fazer o mesmo (por vã curiosidade, vaidade ou presunção). E ficam forçando a barra para se sentirem místicos, profetas, tomados pelo “pudê de Deuzo” - Na longa convivência com amigos carismáticos, pude notar que muitos deles confundem dons naturais (ordinários) com dons sobrenaturais (extraordinários). Por exemplo: ao meditar sobre as coisas de Deus, é comum que na mente surja alguma imagem consoladora ou edificante. Aí a criatura logo acha que teve uma “revelação”. Certamente, o Espírito Santo age quando voltamos o pensamento para Deus, e nos sugere imagens e conceitos, mas isso nem sempre é a manifestação de um dom extraordinário, muito menos é revelação. Muita gente foi ensinada (incluindo a mim), e crê que, com a Renovação Carismática, os dons extraordinários deixaram de ser exclusividade dos santos, para serem distribuídos pelo Espírito a todos aleatória e indistintamente. Mas será que a tradição e Sagrado Magistério nos ensina assim? Bem, de modo muito pontual e raro, é bem verdade que muitos de nós, ainda que não sejamos efetivamente santos, já tivemos alguma experiência espiritual de caráter extraordinário, seja por meio de sonhos premonitórios, visões, curas milagrosas, entre outros. Porém, tenho percebido que a MANIFESTAÇÃO GENUINA e AUTÊNTICA desses dons parece-me ocorrer a pouquíssimas pessoas dentro e fora da RCC. A grande verdade é que não há fórmulas para aprender a ser místico, pois é dom gratuito de Deus! A RCC não tem como fazer com que TODOS os católicos recebam dons extraordinários! Pois o Espírito Santo sopra onde, quando e como quer (conf. João 3,8). E muitas pessoas realmente recebem os seus dons sendo ou não da RCC, mas em especial, vemos esta manifestação naqueles(as) que possuem uma vida experimentada na caridade, oração e mortificação. Porém, ao valorizar e dar espaço à manifestação dos dons carismáticos, a RCC acaba por colocar estas pessoas em evidência, muitas vezes de forma não muito prudente e equilibrada. No Evangelho, há uma passagem que mostra que mesmo os Apóstolos foram incapazes de curar um menino, pois, mesmo tendo recebido de Cristo esse poder, não estavam se dedicando suficientemente à oração e ao jejum (Mt 17,14-20). Já em outros que não pertenciam ao grupo dos apóstolos, estes dons extraordinários estavam acontecendo (Marcos 9,38). Ou seja, a Bíblia e a Tradição da Igreja sempre ensinaram que os dons extraordinários se manifestam em almas dóceis à condução do Espírito Santo. Sim, é realmente belo quando vemos os dons extraordinários de Deus se manifestando por meio de nossos irmãos! Não podemos colocar isso em dúvida! Por isso, devemos ser gratos à RCC, que valoriza e traz à tona esse aspecto da fé católica. É necessário ter abertura para reconhecer os dons carismáticos, mas também prudência para não os confundir com fenômenos meramente psicológicos.


 

 





APROFUNDAMENTO TEOLÓGICO: Os dons “ordinários” são mais importantes do que os “dons extraordinários” do Espírito Santo!



 

 



 



1 Coríntios 13,1-2: “Ainda que eu falasse línguas, as dos homens e as dos anjos, se eu não tivesse o amor, seria como um bronze que soa ou como um címbalo que tine. 2 Ainda que eu tivesse o dom da profecia, o conhecimento de todos os mistérios e de toda a ciência, ainda que tivesse toda a fé, a ponto de transportar montanhas, se não tivesse o amor, eu nada seria.

 

 

 

Inicialmente, irei expor o que são tais dons ordinários e os dons extraordinários. De fato, teólogos distinguem os dons e operações do Espírito em ordinários e extraordinários:

 

 

 

1) Os dons comuns do Espírito (ordinários), são denominados tanto a crentes quanto a descrentes. É certo que o Espírito também influencia a mente dos ímpios no que se diz às convicções comuns de pecado, gratidão, aflições da alma e coisas tais como estas. Porém, há dons do Espírito Santo restritos aos santos, como a fé e o amor salvífico, por exemplo.

 

 







2) Os dons extraordinários do Espírito (como dons de línguas, profecias, milagres, etc) são assim chamados por que não são concedidos no curso ordinário da providência divina, naquela maneira ordinária de Deus se relacionar providencialmente com seus filhos, mas sim em ocasiões especiais e distintas, como aos profetas e apóstolos, capacitando-os a revelar o propósito e vontade de Deus antes que o cânon da Escritura estivesse completo. Também, foram concedidos na igreja primitiva, para fundá-la, estabelecê-la e expandi-la no mundo. No entanto, estes dons do Espírito são aqueles que sempre estiveram presentes, em todas as épocas, e são geralmente manifestados na convicção da proclamação do evangelho e posterior conversão, e também, destinados à edificação dos santos e para o bem de toda Igreja.

 

 



ATENÇÃO! importante notar a distinção entre alguns pontos abordados acima!

 

 

 

-Alguns dos dons ordinários (como a fé, esperança, caridade), Deus concede à sua Igreja em todas as eras, mas somente aos que abraçaram a fé Cristã, e não a todos! Porém, alguns dons extraordinários foram manifestos entre os ímpios com um propósito definido! Vemos isto em Mateus 7,22-23, que nos diz: “Muitos me dirão naquele dia: Senhor, Senhor, não foi em teu nome que profetizamos e em teu nome expulsamos demônios e em teu nome que fizemos muitos milagres? Então eu lhes declararei: Nunca vos conheci. Apartai-vos de mim, vós que praticais a iniquidade!”

 

 

 

-Embora os dons extraordinários do Espírito Santo tenham sido, de fato, grandes privilégios dados por Deus, é importante ressaltar que a graça do amor no coração é de longe o mais excelente privilégio, pois constrói uma índole verdadeiramente cristã, incita seus exercícios graciosos, torna o coração e a natureza do homem excelentes, dentre outros. A partir disto, vemos que os dons extraordinários não são inerentes à excelência da natureza de um homem. Tais dons não são qualidades do coração ou da natureza do homem regenerado, como referenciais de graça e  santidade! Por mais que comumente os que possuíam tais dons extraordinários fossem alguns até pessoas santas, tal santidade não existia em outros por possuírem tais dons, como vimos acima. Eram coisas excepcionais e não inerentes ao homem. São realmente extraordinários, mas não fazem daqueles que o possuem, pessoas extraordinariamente Santas!  A muitos Santos em vida, Deus não concedeu dons extraordinários, mas apenas os dons Ordinários, e nem por isso deixaram de ser santos(as)!

 

 

-Configurarmo-nos a Cristo consiste muito mais em ordinariamente, termos o mesmo Espírito, a mesma mente, o mesmo amor e andar como Cristo, do que a manifestação de dons extraordinários! A vivencia dos dons ordinários torna o homem muito mais semelhante a Cristo do que se vivesse a manifestar dons extraordinários de forma espetacular! Nas escrituras se percebe que os dons extraordinários foram concedidos também a ímpios (como Balaão, Saul e a Judas Iscariotes, por exemplo). Por outro lado, a Graça de Deus é um dom do Espírito Santo peculiar aos santos, e tal bênção é reservada apenas a eles, de modo que os sinais da salvação não são os dons extraordinários, e sim os dons ordinários do Espírito Santo (conf. Efésios2,8-10). Isto mostra o quão estes dons são infinitamente mais importantes que aqueles, pois carregam consigo a vida eterna. Além disso, é na santidade que consiste a mais alta felicidade humana, e não na realização de feitos miraculosos!

 

 

ATENÇÃO! A finalidade PRINCIPAL dos dons extraordinários era promover a propagação e o estabelecimento do evangelho no mundo!

 

 

 

Como já foi mencionado anteriormente, o fim do evangelho é converter os homens para servir à Deus. Desta forma, o propósito de todos os dons extraordinários era a conversão dos pecadores, já a edificação dos santos em tal santidade é fruto das influências ordinárias do Espírito Santo. Sem os dons ordinários, os dons extraordinários jamais poderiam gerar benefícios, pelo contrário, agravariam com o risco da condenação daqueles que os possuíssem, pois a quem muito foi dado, muito será cobrado!

 

 

Precisamos hoje destinar nossos olhares e corações aos dons ordinários do Espírito Santo de Deus!

 

 

Hoje vemos uma proliferação dentro e fora da Igreja Católica de pessoas a que se atribuem detentoras de dons extraordinários e fazem uso destes para promoverem a si mesmos, dando a si um tom de santidade, comunhão com Deus e retidão de vida. Atentemos a isto: os dons extraordinários possuía e possui um propósito: o de espalhar e confirmar a veracidade do evangelho enquanto o cânon (as Escrituras Sagradas) ainda não estava concluído, capacitando os profetas e apóstolos a levarem a verdade sobre Deus e seu plano de salvação ao povo alvo de sua misericórdia! Hoje, temos a bíblia consolidada e o propósito de tais dons extraordinários já não são tão relevantes e necessários como antes, pois o próprio Cristo disse a Tome: “Bem aventurados são aqueles que não viram, mas creram” (João 20,29). Porém, os dons ordinários do Espírito (conforme Romanos 2,6-8;I Cor 13,13;Efe 4,11: Isa 11,1-3; 61,1-3;) que nos santificam e edificam a Igreja, a estes sim, devemos dar maior importância e valor, e sermos eternamente gratos a Deus por Ele ter nos concedido tais dons.

 

 



OS DONS EXTRAORDINÁRIOS DO ESPIRITO SANTO








 


A Bíblia em 1 Coríntios 12, 7-11, Efésios 4,11-12 e 1 Pedro 4, 10-11 revela-nos que o Espírito do Senhor concede aos crentes algumas habilidades sobrenaturais para que a igreja possa cumprir a sua missão no mundo até a volta de Jesus Cristo. A relação dos dons espirituais extraordinários é enorme (1 Cor 12, 4-11. 28-30; Rom. 12, 6-8; Ef. 4,11; 1 Pe. 4, 9-10): profecia, ensino, cura, hospitalidade, milagres, sabedoria, socorro, generosidade, etc. Dentre os dons extraordinários, existiu um grupo de dons especiais que foram destinados a autenticar diante dos judeus incrédulos a nova mensagem vinda da parte de Deus – o evangelho de Cristo. Chamados de dons extraordinários, os dons de milagres, cura, exorcismo, profecia, línguas e interpretação foram concedidos aos apóstolos e outras poucas pessoas próximas dos discípulos e apóstolos. Esses sinais especiais atestavam a pregação da nova mensagem e removiam qualquer pretexto de dúvida ou incredulidade de quem estava ouvindo. Foi exatamente o que aconteceu com João Batista quando encarcerado e em momento de dúvida e angústia, foi confortado por Jesus quando mandou lhe dizer: "Ide, e anunciai a João Batista as coisas que ouvis e vedes: os cegos vêem, e os coxos andam; os leprosos são limpos, e os surdos ouvem; os mortos são ressuscitados, e aos pobres é anunciado o evangelho." (Mat. 11, 4-5). Por isso, Paulo foi capaz de afirmar: "Porque o nosso evangelho não foi a vós somente em palavras, mas também em poder, e no Espírito Santo..." (1 Tess. 1,5). Esse poder foi manifestado freqüentemente através dos apóstolos quando muitos eram curados de suas enfermidades, ressuscitados e libertos da opressão e possessão demoníaca. O evangelho, as boas novas, era algo novo, uma mensagem nova para aquele povo que não reconheceram o Seu Messias e ainda não tinham o Novo Testamento na forma Canônica e pronta que temos hoje. A confiança dava-se na palavra falada dos apóstolos (a verdade proclamada), no testemunho de vida, e através de sinais e maravilhas operadas por Deus através deles. Em Atos 5,12 lemos que "muitos sinais e prodígios eram feitos entre o povo pelas mãos dos apóstolos" e quando questionado sobre sua autoridade apostólica, Paulo responde que "os sinais de meu apostolado foram manifestados entre vós com toda a paciência, por sinais, prodígios e maravilhas." (2 Cor 12,12). Portanto, no meio deles, da igreja e do povo em geral, Deus estava confirmando o ministério dos apóstolos, validando suas pregações e ensinamentos através dos sinais, dos milagres, curas e expulsão de demônios. Podemos então, concluir claramente que Deus destinou esses dons aos apóstolos e a poucas outras pessoas no início da igreja, e não a todos ou a quem quisesse, pois em Atos 8,13-23 - Simão o mago, mesmo depois de ter crido, queria comprar estes dons dos apóstolos oferecendo-lhes dinheiro:



"...O próprio Simão também creu e foi batizado, e seguia Filipe por toda parte, observando maravilhado os grandes sinais e milagres que eram realizados. Os apóstolos em Jerusalém, ouvindo que Samaria havia aceitado a palavra de Deus, enviaram para lá Pedro e João. Estes, ao chegarem, oraram para que eles recebessem o Espírito Santo, pois o Espírito ainda não havia descido sobre nenhum deles; tinham apenas sido batizados em nome do Senhor Jesus. Então Pedro e João lhes impuseram as mãos, e eles receberam o Espírito Santo. Vendo Simão que o Espírito era dado com a imposição das mãos dos apóstolos, ofereceu-lhes dinheiro e disse: “Dêem-me também este poder, para que a pessoa sobre quem eu puser as mãos receba o Espírito Santo”.  Pedro respondeu: “Pereça com você o seu dinheiro! Você pensa que pode comprar o dom de Deus com dinheiro? Você não tem parte nem direito algum neste ministério, porque o seu coração não é reto diante de Deus. Arrependa-se dessa maldade e ore ao Senhor. Talvez ele lhe perdoe tal pensamento do seu coração, pois vejo que você está cheio de amargura e preso pelo pecado...”



 

(foto reprodução - página: O Catequista)

 




Se esses dons, os extraordinários, não são mais tão necessários como no início do Cristianismo, então alguns questionamentos bastantes pertinentes são: Deus cura hoje? E como Ele o faz? Ele ainda opera milagres em nossos dias?

 

 

 

A nossa resposta é um firme, forte e convicto sim! Nós não podemos restringir ou anular a soberania de Deus, que é o mesmo de ontem, hoje e sempre! (conf. Heb 13,8) - Nós Católicos, não cremos que já cessaram os dons extraordinários, mas não os vemos nos moldes como muitos ditos pentecostais de linha protestante os manifestam! Deus pode ainda sim, por exemplo, de acordo com a sua soberania, atender positivamente a oração de uma comunidade local, de uma família e curar uma pessoa de alguma doença letal, ou suprir de forma sobrenatural alguma necessidade material. Tendo isso em mente partiremos agora para uma breve descrição de cada dom extraordinário:

 



 

O dom de Profecias:

 

 

 

As profecias podem ter caráter Divino, meramente humano e até diabólico. Exemplos claros do primeiro aspecto da profecia podem ser vistos em toda a Bíblia. No A. T. os profetas anunciaram muitas ações ou fatos que se concretizaram. No N. T. encontramos Ágabo alertando a igreja que um período de escassez, marcado por uma grande fome, se aproximava (At. 11, 28). Os apóstolos registraram os eventos que antecedem e envolvem o retorno de Cristo, ou seja, aqueles em que os Cristãos ainda aguardam seu cumprimento profético. O profeta falava inspirado diretamente pelo Senhor. Esse dom era imprescindível e vital antes das Escrituras do Novo Testamento. Após o cânon, as Escrituras reconhecidas de origem apostólica, passaram a ser lidas e recebidas pelas congregações como a autorizada Palavra de Deus. 









As profecias humanas são de caráter psicológico, são genéricas,  e até ajudam, mas não tem a potência divina de provocar a "santa inquietação" visando a conversão. Já a de caráter diabólico, geralmente tem um alvo determinado, expõem, depreciam, diminuem, acusam e julgam antecipadamente aqueles(as) que são seus alvos; não provocam conversão, mas mal estar e muitas vezes afastamento comunitário.



 

 


 




O dom de Línguas e de Interpretação:

 

 

 

A Bíblia registra que a manifestação primária desse dom ocorreu durante a festa de Pentecostes (At. 2, 1-13). Claramente nos é revelado que a natureza dessas manifestações em Pentecostes era em idiomas. Ininteligível para quem falava (a não ser que o mesmo tivesse também o dom de interpretação), mas perfeitamente inteligível para quem era originário ou educado naquele idioma. Os pentecostais protestantes e carismáticos Católicos se dividem quanto à interpretação da natureza desse dom. Alguns então, para corroborar outra interpretação sobre a natureza das línguas não ser de idiomas humanos, e sim linguagens celestiais ou angelicais, afirmam que somente nesse episódio se tratou de idiomas, sendo todos os outros eventos subseqüentes se tratar de linguagem celestial.

 

 



Será que aconteceu também entre os anjos alguma Babel? Se a linguagem é angelical ela é única ou de vários "idiomas" angelicais?

 

 

 

Nas Escrituras não existe uma única passagem relacionada aos anjos se expressando oralmente onde não seja entendida sua linguagem pelos homens! Até mesmos os Serafins, que estão diante do trono de Deus, foram perfeitamente compreendidos pelo profeta Isaías (Is. 6, 3- 7). Trata-se de um erro exegético usar da linguagem de 1 Cor 13,1 (Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, e não tivesse amor, seria como o metal que soa ou como o sino que tine), para justificar a existência de uma linguagem própria dos anjos, ou então deveríamos fazer o mesmo com Lucas 19,40 insinuando uma linguagem das Pedras? Línguas dos anjos são uma forma de adoração encontrada no Judaísmo do período do Segundo Templo.  Na Bíblia hebraica, o conceito é desconhecido, pois os anjos só falam em línguas humanas.  Nos Manuscritos do Mar Morto o conceito aparece no conjunto de hinos para os sacrifícios do sábado. Posteriormente, em Alexandria, um conceito relacionado aparece entre os membros femininos das sinagogas judaicas therapeutae. O texto principal é o Testamento de Jó (apócrifo) 48:1-50. É possível que a menção a "língua dos anjos" na Primeira Epístola aos Coríntios capítulo 13 é uma referência à influência de Alexandria, no culto em Corinto. Os dons de interpretação seguem a mesma lógica dos dons de línguas. São habilidades especiais concedidas pelo Espírito para interpretar na linguagem local dos ouvintes aquilo que está sendo pronunciado pelo dom de línguas, é desta forma que pensa Santo Agostinho (Doutor da Igreja – 354 + 430):




"O dom de línguas concedido aos apóstolos no Pentecostes se tratava da capacidade sobrenatural de falar línguas estrangeiras. Demonstra que, no período apostólico, o Espírito operava “sensíveis milagres... para serem credenciais da fé rudimentar” (Contra os Donatistas: Sobre o Batismo, III:16).

 



Agostinho reforça o dom de línguas como idiomas naturais:






"Eram línguas que os discípulos não tinham aprendido. E, na pregação posterior, o evangelho corria através de todas as línguas” - (Epístola de São João, Homilia VI:10)

 

 

 

"Nos primeiros tempos, o Espírito Santo descia sobre os fiéis e estes falavam em línguas, sem as ter aprendido conforme o Espírito lhes dava a falar. Foram sinais oportuno para esse tempo... o sinal dado passou depois"(Comentário da Primeira Carta de São João, Tratado IV, 10).

 

 







Quando São Francisco Xavier, acompanhado somente de Vaz Fernandes, entrou nas terras do desconhecido reino de Travancor, a população correu a cercá-lo, não para o massacrar, como haviam feito a outros missionários cristãos anteriormente, mas sim para o ver e ouvir em sua própria língua! A língua daqueles povos não tem semelhança nenhuma com a dos países já percorridos pelo nosso Santo; é uma língua inteiramente nova para ele, e contudo fala de Deus àquele povo que o cerca e o povo compreende-o, batem as palmas e aplaudem diante das verdades que ouvem! E Xavier também, compreende o que aquela gente lhe diz, e estabelecem-se desde logo entre eles relações de afeto e longa discussão que maravilha a todos!São Francisco Xavier de forma extraordinária, fala aquela língua bárbara e pronuncia-a como se fosse um nativo de Travancor! Exprime-se com a mesma facilidade como se falasse o português ou o francês! Era porque o ilustre apóstolo estava sendo "guiado pelo Espírito Santo" como predissera, cinquenta anos antes, o santo mártir Pedro da Covilhã, e o Espírito Santo o favorecia com todos os seus dons, como prova incontestável da sua presença. Tinham visto São Francisco Xavier profetizar e operar admiráveis milagres; porém agora o vem manifestando o dom de FALAR EM LÍNGUAS. Para toda a parte para onde vá daqui em diante, os povos o compreenderão e ele também os compreenderá; e no seu entender, o compreendê-los e ser compreendido, era o mesmo que ter já feito uma conquista para Jesus Cristo e para a sua Igreja! No vídeo abaixo dos Carismáticos com  São João Paulo II, vemos uma "autêntica manifestação do dom línguas", que se manifesta e cessa sem a coordenação humana:





 

 

 

Os dons de milagres, prodígios e sinais:






 



 

Não esquecer nunca que todos estes dons tem uma finalidade no plano de Deus! Antes de pedir sua manifestação (principalmente entre os que já creem) pergunte-se qual a finalidade? De uma forma geral, todos os dons extraordinários são considerados sinais e prodígios, mas podemos agrupar aqui o dom de curar milagrosamente, de repreender e expulsar demônios e de ressuscitar os mortos, como foi o caso de Paulo ao ressuscitar Êutico. Já está posto que esses dons serviram para confirmar o testemunho dos apóstolos e daqueles seguidores mais próximos e ainda fracos na fé. Em muitas igrejas atuais existem ministérios de curas e de libertação espiritual, focadas no exorcismo. Embora um verdadeiro Cristão não possa ser possuído por nenhum tipo de demônio, pode sim, ser oprimido por ele sob a permissão e por algum propósito divino. É preciso atentar pata este fato: Estabelecida a igreja pelo fundamento dos apóstolos, passa a ser agora a pregação do evangelho a melhor maneira para se libertar do espírito e príncipe deste mundo, ou seja, o demônio.  Quando o pecador recebe o evangelho e crê em sua mensagem, é batizado e confirmado na fé de Cristo, ele é perdoado de todos os seus pecados bem como do jugo de Satanás. Para um possesso ser liberto hoje ele precisa crer no evangelho de Jesus Cristo e qualquer verdadeiro Cristão pode conduzi-lo a Cristo pela pregação e testemunho de vida, sendo hoje o segundo mais relevante que milagres e prodígios.

 

 






CARISMAS ORDINÁRIOS E EXTRAORDINÁRIOS NO MAGISTÉRIO DA IGREJA

 

 

 

I - Carisma dos leigos

 




 


 




§910 Os leigos podem também sentir-se chamados ou vir a ser chamados para colaborar com os próprios pastores no serviço da comunidade eclesial, para o crescimento e a vida da mesma, exercendo ministérios bem diversificados, segundo a graça e os carismas que o Senhor quiser depositar neles."

 

 

 

§951 A comunhão dos carismas. Na comunhão da Igreja, o Espirito Santo" distribui também entre os fiéis de todas as ordens as graças especiais" para a edificação da Igreja. Ora, "cada um recebe o dom de manifestar o Espírito para a utilidade de todos" (1Cor 12,7).

 

 

§801 É neste sentido que se faz sempre necessário o discernimento dos carismas. Nenhum carisma dispensa da reverência e da submissão aos Pastores da Igreja. "A eles em especial cabe não extinguir o Espírito, mas provar as coisas e ficar com o que é bom", a fim de que todos os carismas cooperem, em sua diversidade e complementaridade, para o "bem comum" (1Cor 12,7).

 

 

§800 Os carismas devem ser acolhidos com reconhecimento por aquele que os recebe, mas também por todos os membros da Igreja, pois são uma maravilhosa riqueza de graça para a vitalidade apostólica e para a santidade de todo o Corpo de Cristo, contanto que se trate de dons que provenham verdadeiramente do Espírito Santo e que sejam exercidos de maneira plenamente conforme aos impulsos autênticos deste mesmo Espírito, isto é, segundo a caridade, verdadeira medida dos carismas.

 

 

§809 A Igreja é o Templo do Espírito Santo O Espírito é como a alma do Corpo Místico, princípio de sua vida, da unidade na diversidade e da riqueza de seus dons e carismas.

 

 

 

§1508 O Espírito Santo dá a algumas pessoas um carisma especial de cura para manifestar a força da graça do ressuscitado. Todavia, mesmo as orações mais intensas não conseguem obter a cura de todas as doenças. Por isso, São Paulo deve aprender do Senhor que "basta-te a minha graça, pois é na fraqueza que minha força manifesta todo o seu poder" (2Cor 12,9), e que os sofrimentos que temos de suportar podem ter como sentido "completar na minha carne o que falta às tribulações de Cristo por seu corpo, que é a Igreja" (Cl 1,24).

 

 

 

§2003 A graça é antes de tudo e principalmente o dom do Espírito que nos justifica e nos santifica. Mas a graça compreende igualmente os dons que o Espírito nos concede, para nos a associar à sua obra, para nos tornar capazes de colaborar com a salvação dos outros e com o crescimento do corpo de Cristo, a Igreja. São as graças sacramentais dons próprios dos diferentes sacramentos. São, além disso, as graças especiais, chamadas também "carismas", segundo a palavra grega empregada por S. Paulo e que significa favor, dom gratuito, benefício. Seja qual for seu caráter, às vezes extraordinário, como o dom dos milagres ou das línguas, os carismas se ordenam à graça santificante e têm como meta o bem comum da Igreja. Acham-se a serviço da caridade, que edifica a Igreja.

 

 

 

§2024 A graça santificante nos faz "agradáveis a Deus". Os carismas, graças especiais do Espírito Santo, são ordenados à graça santificante e têm como alvo o bem comum da Igreja. Deus opera também por graças atuais múltiplas, que se distinguem da graça habitual, permanente em nós.

 

 

 

§2684 Na comunhão dos santos, desenvolveram-se, ao longo da história das Igrejas, diversas espiritualidades. O carisma pessoal de uma testemunha do Amor de Deus aos homens pôde ser transmitido, como "o espírito" de Elias a Eliseu" e a João Batista, para que alguns discípulos tenham parte nesse espirito. Há uma espiritualidade igualmente na confluência de outras correntes, litúrgicas e teológicas, atestando a inculturação da fé num meio humano e em sua história. As espiritualidades cristãs participam da tradição viva da oração e são guias indispensáveis para os fiéis, refletindo, em sua rica diversidade, a pura e única Luz do Espírito Santo.O Espírito é de fato o lugar dos santos, e o santo é para o Espírito um lugar próprio, pois se oferece para habitar com Deus e é chamado seu templo.

 

 

 

II - Significação e fim do carisma

 

 

 

§799 Quer extraordinários quer simples e humildes, os carismas são graças do Espírito Santo que, direta ou indiretamente, têm urna utilidade eclesial, pois são ordenados à edificação da Igreja, ao bem dos homens e às necessidades do mundo.

 

 

 

§800 Os carismas devem ser acolhidos com reconhecimento por aquele que os recebe, mas também por todos os membros da Igreja, pois são uma maravilhosa riqueza de graça para a vitalidade apostólica e para a santidade de todo o Corpo de Cristo, contanto que se trate de dons que provenham verdadeiramente do Espírito Santo e que sejam exercidos de maneira plenamente conforme aos impulsos autênticos deste mesmo Espírito, isto é, segundo a caridade, verdadeira medida dos carismas.

 

 

 

§2003 A graça é antes de tudo e principalmente o dom do Espírito que nos justifica e nos santifica. Mas a graça compreende igualmente os dons que o Espírito nos concede, para nos a associar à sua obra, para nos tornar capazes de colaborar com a salvação dos outros e com o crescimento do corpo de Cristo, a Igreja. São as graças sacramentais dons próprios dos diferentes sacramentos. São, além disso, as graças especiais, chamadas também "carismas", segundo a palavra grega empregada por S. Paulo e que significa favor, dom gratuito, benefício. Seja qual for seu caráter, às vezes extraordinário, como o dom dos milagres ou das línguas, os carismas se ordenam à graça santificante e têm como meta o bem comum da Igreja. Acham-se a serviço da caridade, que edifica a Igreja.

 

 

 

 

RESUMO DO Documento 53 da CNBB: ORIENTAÇÕES PASTORAIS SOBRE A RCC - Série Azul"

 



 




 



Em várias oportunidades, no decorrer dos últimos anos, a Renovação carismática católica tem merecido a atenção de nossos bispos.A 32ª Assembléia geral da CNBB, em abril de 1994, começou a estudar um projeto de orientações pastorais sobre a Renovação carismática católica, elaborado após ampla consulta a todas as dioceses do País.Dado o acúmulo de trabalhos, a Assembléia não pôde concluir o estudo, delegando à presidência, comissão episcopal de pastoral e ao conselho permanente o prosseguimento do mesmo até sua aprovação final. Uma nova comissão episcopal foi constituída e retomou o trabalho em diálogo com a Comissão Nacional da RCC e com bispos e padres a ela mais ligados. Outras colaborações foram igualmente pedida e recebidas. A partir de tudo isso, a comissão elaborou um novo texto enviado à Presidência e CEP e por elas cuidadosamente estudado. As sugestões apresentadas levaram a comissão a reelaborar o texto, resultando numa segunda redação significativamente modificada. Enviado previamente a todos os membros do Conselho Permanente, o texto foi reescrito a partir das indicações feitas. Foi, portanto, uma terceira redação do texto que o Conselho discutiu, modificou e votou em sua reunião de novembro deste ano, aprovando-o por unanimidade de seus membros.É o resultado desse longo e cuidadoso trabalho que a CNBB entrega, agora, às Igrejas particulares rogando a Maria, Mãe da Igreja, possam estas orientações pastorais contribuir para o crescimento da comunhão e do ardor missionário de nossas comunidades, dos membros da RCC e de todos fiéis.

 

 

 

A) A Igreja particular

 

 

 

16 - O Concílio Vaticano II ensina que a Igreja Particular é uma porção do Povo de Deus, confiada a um Bispo para que a pastoreie com a cooperação do presbitério e dos diáconos. Nela verdadeiramente reside e opera a Una, santa, católica e apostólica Igreja de Cristo (cf. CD 11).

 

 

 

18 - A liberdade associativa dos fiéis é reconhecida e garantida pelo direito canônico e deve ser exercida na comunhão eclesial. O papa João Paulo II, na sua Exortação apostólica Christifideles Laici (n. 30), aponta critérios fundamentais para o discernimento de toda e qualquer associação dos fiéis leigos na Igreja, que podem ser aplicados a todos os grupos eclesiais:

 

  • primado dado à vocação de cada cristão à santidade, favorecendo e encorajando "uma unidade íntima entre a vida prática dos membros e a própria fé" (AA, 19); 

 

 

  • responsabilidade em professar a fé católica, no seu conteúdo integral, acolhendo e professando a verdade sobre Cristo, sobre a Igreja e sobre a pessoa humana;

     

 

  • O testemunho de uma comunhão sólida com o papa e com o bispo, e na "estima recíproca de todas as formas de apostolado da Igreja" (AA, 23);

     

 

  • A conformidade e a participação na finalidade apostólica da Igreja, que é a evangelização e santificação dos homens... de modo a permear de espírito evangélico as várias comunidades e os vários ambientes (cf. AA 20);

     

 

  • O empenho de uma presença na sociedade humana a serviço da dignidade integral da pessoa humana, mediante a participação e solidariedade, para construir condições mais justas e fraternas no seio da sociedade.

 

 

 

B) Leitura e Interpretação da Bíblia



 

 








 

33 - A Palavra de Deus é a própria presença do Deus que fala: "Escrutai as Escrituras... elas dão testemunho de mim" (Jo 5,39). Cristo, Evangelho vivo do Pai, não só é o centro da Bíblia, mas também seu intérprete (cf. Lc. 24,13 - 35). A "Igreja venera as divinas Escrituras como o próprio Corpo do Senhor" (DV, 21). E não apenas transmite a Palavra de Deus, mas também a interpreta (cf. PCB, 127).34 - A Bíblia manifesta o Plano salvífico de Deus de modo unitário. Por isso, não se podem utilizar textos ou palavras, sem referência ao contexto e ao conjunto da Bíblia (cf. PCB, 142).

 



35 - Para não prejudicar uma reta leitura da Bíblia, é preciso estar atentos para não cair, entre outros, nos seguintes perigos:






1º) O fundamentalismo
, que é fixar-se apenas no que as palavras dizem "materialmente" sem respeitar o contexto nem a contribuição das ciências bíblicas;





2º) O intimismo, que é interpretar a Bíblia de modo subjetivo, e até mágico, fazendo o texto dizer o que não era intenção dos autores sagrados. Sobre isso, sigam-se as orientações do Magistério, especialmente o recente documento da Pontifícia comissão bíblica sobre a "interpretação da Bíblia na Igreja."



 

36 - É urgente a formação doutrinal de todos os fiéis, seja para o natural dinamismo da fé, seja para iluminar com critérios evangélicos os graves e complexos problemas do mundo contemporâneo (ChL, 60). Dê-se especial importância a formação bíblica, que ofereça sólidos princípios de interpretação.

 

 





C) Questões particulares

 



54 - Alguns temas necessitam de maior aprofundamento teológico, diálogo eclesial e orientação pastoral, tais como: Batismo no Espírito Santo, dons e carismas, dom da cura, orar e falar em línguas, profecia, repouso no Espírito, poder do mal e exorcismo.

 



55 - A palavra "batismo" significa tradicionalmente o sacramento da iniciação cristã. Por isso, será melhor evitar o uso da expressão "batismo no Espírito", ambígua, por sugerir uma espécie de sacramento. Poderão ser usados termos como "efusão do Espírito Santo", "derramamento do Espírito Santo". Do mesmo modo, não se utilize o termo "confirmação" para não confundir com o sacramento da Crisma (Cf. Comissão episcopal de doutrina - Comunicado mensal, Dez de 1993, 2217).





56 - Dons e carismas: O grande dom, que deve ser por todos desejado, é o da caridade: "Aspirai aos dons mais altos. Aliás, passo a indicar-vos um caminho que ultrapassa a todos..." (1 Cor. 12,31 - 13,13). "A caridade é o primeiro dom e o mais necessário, pelo qual amamos a Deus acima de tudo e o próximo por causa dele" (LG, 42).



57 - "O Espírito Santo unifica a Igreja na comunhão e no ministério. Dota-a e dirige-a mediante os diversos dons hierárquicos e carismáticos" (LG, 4). O Espírito opera "pelas múltiplas graças especiais, chamadas de carismas, através das quais torna os fiéis aptos e prontos a tomarem sobre si os vários trabalhos e ofícios que contribuem para a renovação e maior incremento da Igreja" (Catecismo da Igreja católica, 798). Os carismas devem ser recebidos com gratidão e consolação. E não devem ser temerariamente pedidos nem se ter a presunção de possuí-los (cf. LG 12).



58 - Haja muito discernimento na identificação de carismas e dons extraordinários. Diante das pessoas que teriam carismas especiais, o juízo sobre sua autenticidade e seu ordenado exercício compete aos pastores da Igreja. A eles em especial cabe não extinguir o Espírito, mas provar as coisas para ficar com o que é bom (cfr. 1 Tes. 5,12.19.21). Assim, também no que se refere aos carismas, a RCC se atenha rigorosamente às orientações do bispo diocesano.



59 - Dom da cura: O Senhor dá a algumas pessoas um carisma especial de cura, para manifestar a força da graça do Ressuscitado. No entanto, as orações mais intensas não conseguem obter a cura de todas as doenças. São Paulo aprende do Senhor que "basta minha graça, pois é na fraqueza que minha força manifesta todo seu poder" (2 Cor. 12, 9), e que os sofrimentos que temos que superar podem ter como sentido "completar na minha carne o que falta às tribulações de Cristo pelo seu corpo, que é a Igreja" (Cl. 1,24).

 



60 - Ao implorar a cura, nos encontros da RCC ou em outras celebrações, não se adote qualquer atitude que possa resvalar para um espírito milagreiro e mágico, estranho à prática da Igreja Católica (cf. Eclo 38, 11-12).



61 - Nas celebrações com doentes, não se usem gestos que dão a falsa impressão de um gesto sacramental coletivo ou que uma espécie de "fluido espiritual" viesse a operar curas.






62 - O Óleo dos Enfermos 
não deve ser usado fora da celebração do Sacramento. Para não criar confusão na mente dos fiéis, quem não é sacerdote não faça uso do óleo em bênção de doentes, mas use apenas o Ritual de Bênçãos oficial da Igreja.



*(ATENÇÃO!):63 - Orar e falar em línguas: O destinatário da "ORAÇÃO" em línguas é o próprio Deus, por ser uma atitude da pessoa absorvida em conversa particular com Deus. E o destinatário do "FALAR" em línguas é a comunidade. O apóstolo Paulo ensina: "Numa assembleia prefiro "FALAR" cinco palavras com a minha inteligência para instruir também aos outros, a "FALAR" dez mil palavras em línguas" (1 Cor 14,19). Como é difícil discernir, na prática, entre inspiração do Espírito Santo e os apelos do animador do grupo reunido, "não se incentive" a chamada "ORAÇÃO" em línguas, e nunca se FALE (profetize) em línguas sem que haja interprete.



64 - Dom da profecia: Na Bíblia, profeta é o que fala em nome de Deus. Significa, pois, um evangelizador. É a comunicação de assuntos espirituais aos participantes de reuniões comunitárias, aos quais se dirigem palavras de exortação e encorajamento. "Aquele que profetiza, fala aos homens: edifica, consola, exorta" (1 Cor. 14,3). É um dom para o bem da comunidade e não tem em vista adivinhações futuras.



65 - Haja grande discernimento quanto ao dom da profecia, eliminando qualquer dependência mágica e até supersticiosa.



66 - Em Assembléias, grupos de oração, retiros e outras reuniões evite-se a prática do assim chamado "repouso no Espírito". Essa prática exige maior aprofundamento, estudo e discernimento.



67 - Poder do mal e exorcismo: Cristo venceu o demônio e todo o espírito do mal. Nem tudo se pode atribuir ao demônio, esquecendo-se o jogo das causas segundas e outros fatores psicológicos e até patológicos.



68 - Quanto ao "poder do mal", não se exagere a sua importância. E não se presuma ter o poder de "expulsar" demônios. O exorcismo só pode ser exercido de acordo com o que estabelece o código de Direito canônico (Cân. 1172). Por isso, seja afastada a prática, onde houver, do Exorcismo exercido por conta própria.

 




 

 

*Obs.: Para ver o Documento 53 na íntegra, CLIC,OU copie e cole o link abaixo:

 

 

 

http://berakash.blogspot.com/2010/11/orientacoes-pastorais-sobre-rcc.html

 

 

 












 

BIBLIOGRAFIA

 



-FOULKES, F. Efésios – Introdução e comentário. 2. ed. São Paulo: Mundo Cristão, 1993.

 

 

-ICE, T., DEAN, R, Jr. Triunfando na Batalha. 1. ed. Porto Alegre: Chamada da Meia Noite, 1995.

 

 

-LLOYD-JONES, D. M. O Comportamento cristão – Exposição de Romanos capítulo 12. São Paulo: Editora PES.

 

 

-MACARTHUR, J. F, Jr. Os carismáticos. 5. ed. São José dos Campos: Editora FIEL, 2002.

 

 

-MENEZES, H. Milagres e Sinais Realizados Através dos Crentes, desde Atos até Apocalipse.

 

 

-Jonathan Edwards - "Charity and its Fruits" –

 

 

-MORRIS, L. I Coríntios – Introdução e comentário. 1. ed. São Paulo: Mundo Cristão, 1992.

 

 

-NICODEMUS, A. Martyn Lloyd-Jones, John Stott, e 1 Co 12.13: O Debate sobre o Batismo com o Espírito Santo.

 

 

-CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA – ED. VATICANA

 

 

-DOC. 53 DA CNBB (Série Azul)



https://pt.wikipedia.org/wiki/L%C3%ADnguas_dos_anjos

 

 

 







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Anônimo
19 de agosto de 2022 às 19:40

excelentes e oportunos esclarecimentos! pena que poucos sabem disso.

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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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