“A fim de serdes irrepreensíveis e puros, filhos de Deus íntegros no
meio de uma sociedade depravada e maliciosa, onde brilhais como luzeiros no
mundo, a ostentar a Palavra da vida!” (Filip 2,15s).
Esses homens
impiedosos e injustos usam todos os seus recursos para um fim desesperador.
Distorcem o que é verdade e injustamente transferem para a mentira a verdade de
Deus. Mentem, difamam o povo de Deus, deformam o próprio conceito de justiça
e liberdade com o intuito de suas inverdades parecerem ser verdade. Sem
dúvida alguma, Paulo conhecia bem a mente do povo helênico, a cultura na qual o
Novo Testamento foi escrito. Para Paulo a pessoa tanto impiedosa quanto injusta
em avançado grau de depravação vive sem se importar com o que faz, muito menos
com fato de que prestará contas a Deus no juízo final.Os seres humanos
depravados, que inverteram as verdades divinas pelas suas mentiras, foram
identificados por Paulo como conhecedores da revelação geral. Isso significa
que suas ações não foram por causa de ignorância da existência de Deus; pelo
contrário, até as criaturas atestam que há um Criador acima de tudo: “Pois
o que se pode conhecer sobre Deus é manifestado entre eles, porque Deus lhes
manifestou” (Rom 1,19-21). Depois de minar a verdade de Deus e de não
reconhecer a glória divina, o ser humano depravado em seu ser ficou sem Deus e
sem a verdade vivendo de ilusões, pois tudo fora de Deus é mentira e
auto-enganação. Contudo, a nossa sede ontológica de adoração e de infinito nos
levará a adorar outras coisas no lugar de Deus.
“O ser humano trocou a glória do Deus verdadeiro por deuses substitutos
que ele próprio havia feito. Colocou a vergonha no lugar da glória,
corruptibilidade no lugar da incorruptibilidade, as mentiras no lugar da
verdade” (Rom 1,25-26).
Segundo Lopes,
lesbianismo é a relação sexual entre mulher e mulher e já era uma prática “normal”
na época de Paulo, mas não como nos dias atuais. Ainda segundo Lopes (2010, p.
91), “Deus tirou o pé do breque. Entregou essas pessoas a paixões infames, e as
mulheres se entregaram ao lesbianismo”. Essa afirmação de Paulo, em 1.26, “está
enfatizando o grau superlativo da degradação. As mulheres sempre foram guardiãs
da moralidade. Quando até as mulheres se
corrompem, a cultura já chegou ao fundo do poço”, diz Lopes. (LOPES,
Hernandes Dias. Romanos: O evangelho Segundo Paulo. São Paulo: Hagnos, 2010).
A impulsionadora
ideia da separação da Igreja do Estado é colocada em prática pelo
Protestantismo da reforma, isso não significa que a Igreja deva ignorar o
Estado, nem que o Estado venha a ser um obstáculo à Igreja. É sempre desejável
que existam protocolos de cooperação entre um e outro e que exista um espaço
saudável no sentido de a Igreja se mobilizar no que diz respeito à sociedade,
no sentido de trazer para ela toda uma intervenção termos de solidariedade,
assistência social, promoção da pessoa humana, e dos valores que suportam o
pano social, até mesmo Cristo propôs esta saudável convivência decretando:
“Dai a Cesar o que é de César e a Deus o que é de Deus”(Mateus 22,21)
QUAL A SOLUÇÃO PARA ESTE CONFLITO? O TESTEMUNHO DOS
PRIMEIROS CRISTÃOS NOS SERVEM COMO A RESPOSTA PARA O ATUAL CONTEXTO:
Aristides de Atenas (+ 130) ao imperador Adriano:
“Os cristãos ó rei, vagando e
buscando, encontraram
a verdade conforme pudemos achar em seus livros, estão mais próximos que os
outros povos da verdade e do conhecimento certo, pois creem no Deus
criador do céu e da terra, naquele em quem tudo é e de quem tudo procede, que
não tem outro Deus por companheiro e do qual eles mesmos receberam os preceitos
que guardam no coração, com a esperança e expectativa do século futuro. Por
isso, não cometem adultério, não praticam a fornicação, não levantam falso
testemunho, não recusam devolver um depósito, não se apropriam do que não lhes
pertence. Honram pai e mãe, fazem bem ao próximo e, quando em juízo, julgam com
equidade. Não adoram os ídolos – semelhantes aos homens. O que não desejam lhes
façam os outros não o fazem também; não comem alimentos de sacrifícios
idolátricos, pois são puros. Exortam os que os afligem, a fim de fazê-los
amigos. Suas mulheres, ó rei, são puras como virgens, suas filhas são modestas.
Seus homens se abstém de toda união ilegítima e da impureza, esperando a
retribuição que terão no outro mundo. Aos escravos e escravas, bem como a seus filhos – se os têm –
persuadem a tornar-se cristãos, em razão do amor que lhes dedicam, e quando se
tornam, chamam-nos indistintamente irmãos. Não
adoram a deuses estranhos e vivem com humildade e mansidão, sem qualquer
mentira entre eles. Amam-se uns aos outros, não desprezam as viúvas. Protegem o
órfão dos que os tratam com violência. Possuindo bens, dão sem inveja aos que
nada possuem. Avistando o forasteiro, introduzem-no na própria casa e se
alegram por ele, como se fora verdadeiro irmão: pois se dão o apelativo de
irmãos, não segundo o corpo, mas segundo o espírito e em Deus. Se algum pobre passa
deste mundo, alguém sabendo, encarrega-se – na medida de suas forças – de
dar-lhe sepultura. Se conhecem um encarcerado ou oprimido por causa do nome do
seu Cristo, ficam solícitos a seu respeito e se possível libertam-no. Quando um
pobre ou necessitado surge entre eles e não possuem abundância de recursos para
ajudá-lo, jejuam dois ou três dias para obter o necessário para o seu sustento.
Guardam com diligência os preceitos do
seu Cristo, vivem reta e modestamente – conforme lhes ordenou o Senhor Deus.
Todas as manhãs e horas louvam e glorificam a Deus pelos benefícios recebidos,
dando graças por seu alimento e bebida. Mesmo se
acontece que um justo – entre eles – passa deste mundo, alegram-se e dão graças
a Deus, ao acompanharem o cadáver, como se emigrasse de um lugar para outro. E
assim como quando nasce um filho louvam a Deus, também se ele morre na infância
glorificam a Deus, por quem atravessou o mundo sem pecados. Mas
vendo alguém morrer na malícia e nos pecados, choram amargamente e gemem por ele,
supondo´o ir ao castigo. Tal é, ó rei, a constituição da lei dos cristãos e tal
a sua conduta” (Apologia).
Da Carta a Diogneto:
Esta Carta é um dos
mais antigos documentos que conta a vida dos primeiros cristãos; é de um autor
desconhecido, que escreveu a Diogneto; é do século II. Em seguida, temos um
trecho da Carta:
“Dai a cada um o que lhe é devido: o imposto a quem é devido; a taxa a
quem é devida; a reverência a quem é devida; a honra a quem é devida [Rom
13,7]. Os cristãos residem em sua própria pátria, mas como residentes
estrangeiros. Cumprem todos os seus deveres de cidadãos e suportam todas as
suas obrigações, mas de tudo desprendidos, como estrangeiros… Obedecem as leis
estabelecidas, e sua maneira de viver vai muito além das leis… Tão nobre é o posto que lhes foi
por Deus outorgado, que não lhes é permitido desertar” (5,5; 5,10;6,10). Os
cristãos não diferem dos demais homens pela terra, pela língua, ou pelos
costumes. Não habitam cidades próprias, não se distinguem por idiomas
estranhos, não levam vida extraordinária. Além disso, sua doutrina não
encontraram em pensamento ou cogitação de homens desorientados. Também não patrocinam,
como fazem alguns, dogmas humanos… Qualquer
terra estranha é pátria para eles; qualquer pátria, terra estranha. Tem a mesa
em comum, não o leito. Vivendo na carne, não vivem segundo a carne. Na terra
vivem, participando da cidadania do céu. Obedecem às leis, mas as ultrapassam
em sua vida. Amam a todos, sendo por todos perseguidos (…). E quando entregues
à morte, recebem a vida. Na pobreza, enriquecem a muitos; desprovido de tudo,
sobram-lhes os bens. São desprezados, mas no meio das desonras, sentem-se
glorificados. Difamados, mas justo; ultrajados, mas benditos, injuriados
prestam honra. Fazendo o bem são punidos como malfeitores; castigados,
rejubilam-se como revificados. Os judeus hostilizam-nos como alienígenas; os
gregos os perseguem, mas nenhum de seus inimigos pode dizer a causa de seu
ódio. Para resumir, numa palavra, o que é a alma no corpo, são os cristãos no
mundo: como por todos os membros do corpo está difundida a alma, assim os
cristãos, por todas as cidades do universo (…)”.
CONCLUSÃO
É prudente registrar
que a descrição dos pecados catalogados por Paulo em Romanos 1, 29-32a não deve
denotar que são mais graves em relação aos outros que não foram listados, muito
menos que devem ser interpretados como se fossem somente estes pecados que
foram condenados. Ora, qualquer pecado é pecado mortal e depravador, isto é,
qualquer pecado é um desvio de um alvo traçado por Deus, e neste sentido quem
se desviar deste alvo é tido como depravado, transgressor. Por isso, nenhum ser
humano é isento de pecado, exceto Jesus Cristo, o nosso Grande Deus (Tt 2,13). Quando
o cristão autêntico comete pecado, ele deve se sentir contrito, arrependido e
confessar perante Deus e a Igreja o seu erro, e não justifica-lo, ideologiza-lo
tentando dourar a pílula, pois esterco ou veneno por mais bem embrulhado que
venha a ser, continua sendo esterco e veneno. Em tempo de guerra, vence
quem tem a melhor estratégia. O ataque mais bem-sucedido acontece quando o adversário não
se dá conta do perigo. Aliás, o gosto
da vitória é mais requintado quando o inimigo bebe o veneno misturado no vinho.
Se alguém quisesse acabar com a soberania de um povo, de um país, talvez a
estratégia de destruição incluísse os pontos a seguir:
1. Vendar as consciências. Os meios de
comunicação ensinem que a felicidade perfeita só pode acontecer aqui e agora,
assim todos buscarão a própria felicidade – a qualquer custo – pois o que conta
é ‘gozar a vida’. E o frenesi por saciar as próprias carências sufocará a
capacidade crítica, a necessidade de lutar pela verdade verdadeira e pelas
coisas que promovam e salvem a vida. A lei do menor esforço suplantará a lei do
sacrifício justo.
2. Enfraquecer a autoridade. Dissemine-se a
desconfiança geral nos mandatários, elegendo arbitrariamente pessoas desonestas
ou de má fama publicamente conhecida. Desta forma, além de dar poder a quem não
tem poder sobre si mesmo, seus atos acabariam por legitimar o ilegítimo e
proibir o que é vital para o bem público. A autoridade dos pais sobre os filhos
seja limitada, vigiada e dissolvida. Os criminosos presos sejam protegidos
pelas grades e a sociedade fora das grades se sinta ‘ameaçada’.
3. Inverter os valores: o imoral seja moral; o que é moral
seja crime, ter fé seja cafona; fidelidade seja ‘noção subjetiva’. Egoísmo seja
chamado de ‘auto-estima’, Vaidade se chame ‘amor próprio’, Libertinagem seja
chamada de ‘liberdade’, Prostituição seja ‘meio de subsistência’, Desvio sexual
seja ‘opção livre’, demência seja modernismo. Inicie-se tal doutrinamento o
quanto antes: na escola mesmo.
4. Dessacralizar a vida. Gerar filhos seja
considerado como uma ‘produção em série’: o desejo de ‘ter’ filhos justifique a
manipulação genética (mesmo à custa da morte de embriões) e a seleção genética
não seja reconhecida como uma nova forma de descriminalização social.
Permitam-se às mães matar seus próprios filhos (indesejados), inclusive antes
de nascidos. Assim a noção de família e o respeito pelo próprio sangue darão
início à corrosão dos valores de raça, nação e humanidade. Quem se opuser seja
tachado de anti-progressista.
5. Legalizar a anarquia. Criem-se leis que
possam confundir os conceitos até então conhecidos. A liberdade religiosa seja
considerada ideologia pró-terrorismo (mesmo o terrorismo emocional). A
concepção de ‘direito humano’ proteja apenas o instinto (do prazer, do ter, do
poder), e todo aquele que opinar em contrário seja preso ou multado.
6. Sufocar o transcendente. Deus seja banido
lentamente, até que – pelo excesso de necessidades criadas no âmbito material –
ele seja considerado inútil, desnecessário, antiquado. Ou então busquem a Deus
apenas para fazê-lo ‘servo dos homens’, para doar o que os homens pedem e
condenado se não obedecê-los. Implante-se uma visão distorcida do sobrenatural.
7. Criminalizar a Igreja Católica: única sobrevivente
milenar dos desmandos dos homens. Exponham-se os pecados dos padres e
escondam-se suas virtudes. Se é pedófilo, seja dito com o título: ‘padre
católico’. Se é assassinada no Amazonas por causa social, seja chamada apenas
de ‘missionária’ (e não de freira católica).
Jesus nunca se dobrou
diante das pressões políticas de seu tempo. A força política e religiosa de seu
tempo o matou e sepultou. Mas a Força Soberana do Pai o Ressuscitou no 3º dia.
Prova de que os poderosos deste mundo têm poder limitado. “Não admires os ricos e
poderosos, são semelhantes ao gado gordo que se abate!” (Cf. Sl 48). O
Cristão consciente e o Patriota lúcido concordam que as imortais palavras do
Livro Sagrado urgem escuta em nossos dias: “a fim de serdes irrepreensíveis e
inocentes, filhos de Deus íntegros no meio de uma sociedade depravada e
maliciosa, onde brilhais como luzeiros no mundo, a ostentar a Palavra da vida!”
(Fl. 2,15s). Eis aqui a estratégia antídoto para os pontos que citei acima. Do
contrário são cegos a conduzir cegos, e já sabemos para onde todos irão, e o
recado de Nosso Senhor Jesus Cristo é claro:
“Deixai-os! Eles são guias cegos guiando cegos. Se um cego conduzir
outro cego, ambos cairão no buraco” (Mateus 15,14)
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