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As difíceis relações entre o Vaticano e a China – Entenda a problemática

Written By Beraká - o blog da família on sábado, 17 de outubro de 2020 | 16:47

 


 

A China de Mao, desconfiada da presença de poderes estrangeiros, decidiu nomear seus próprios bispos e expulsar missionários forasteiros, vistos como agentes "do imperialismo ocidental". A China ver na EVANGELIZAÇÃO uma ameaça a revolução Comunista, haja vista terem como exemplos históricos e concretos a derrocada do Comunismo na Polônia e na Rússia como uma intervenção direta do Papa João Paulo II. Por esta perspectiva é compreensível seus temores, pois a Igreja é muito clara em objetivos finais no processo de evangelização:

 

 

O que é Evangelizar para a Igreja?

 

 

 

“Evangelizar, para a Igreja, é levar a Boa Nova a todas as parcelas da humanidade, mas para a Igreja não se trata tanto de pregar o Evangelho a espaços geográficos cada vez mais vastos ou populações maiores em dimensões de massa, mas de chegar a atingir e como que a modificar pela força do Evangelho os critérios de julgar, os valores que contam, os centros de interesse, as linhas de pensamento, as fontes inspiradoras e os modelos de vida da humanidade, que se apresentam em contraste com a Palavra de Deus e com o desígnio da salvação.” (Evangelii Nuntiandi Nº 18-19. Papa Paulo VI)

 

 

 

Claro que este objetivo da evangelização é realmente uma ameaça a establichment Chinês. Já com relação às liberdades democráticas, religiosa, de opinião e aos direitos humanos, a China peca gravemente, pois mantém seu povo numa bolha, que não permite o contraditório e impõe uma política repressiva do pensamento único e uniforme dentro de suas fronteiras, ou seja, mantem seu povo na ilusão de uma pseudo verdade criada por eles mesmos e que não permite questionamentos. Tudo isto torna ainda mais difícil a vida dos Cristãos e Católicos na China que querem viver e expressar sua fé, tornando também, as relações diplomática com o Vaticano um verdadeiro campo minado. O empresário de meios de comunicação e ativista católico, Jimmy Lai, assinalou que o Partido Comunista Chinês quer suplantar a religião com um maior controle do governo. Lai, que mora em Hong Kong, disse que permanecerá na ilha apesar de enfrentar acusações criminais por seu apoio à democracia na ilha. O executivo foi preso em agosto, mas está em liberdade sob fiança. “Quando você se eleva acima de seus próprios interesses, encontra o sentido da vida. Você percebe que está fazendo a coisa certa, o que é maravilhoso. Isso mudou minha vida para algo diferente”, disse Jimmy Lai em uma entrevista transmitida em 5 de outubro. A entrevista foi feita por Fran Maier, pesquisador principal do Centro de Ética e Políticas Públicas e pesquisador associado principal da Universidade de Notre Dame. Foi produzido e lançado pelo Instituto de Napa, do qual Maier é membro do conselho. Lai é católico e disse que: “Durante os últimos 30 anos apoiou o movimento pró-democrático de Hong Kong, devido ao ensinamento do Senhor de que sua vida não se trata de si mesmo. A meu ver, se eu sofrer pela causa certa, isso só define a pessoa que estou me tornando. Só pode ser bom para mim ser uma pessoa melhor. Se você acredita no Senhor, se você acredita em que todo o sofrimento tem uma razão, e o Senhor está sofrendo comigo... Estou em paz com isso”. Lai havia sido preso por um grupo de quase 200 policiais em 10 de agosto, junto com pelo menos nove pessoas relacionadas ao Apple Daily, o jornal que fundou em 1995. A prisão teria sido parte de uma aparente repressão às liberdades civis na ilha. Apple Daily tem se destacado ao longo dos anos como uma publicação fortemente pró-democrática que critica o governo chinês em Pequim. Lai está solto sob fiança, mas enfrenta acusações de acordo com a nova Lei de Segurança Nacional de Hong Kong, que entrou em vigor em 1º de julho, imposta pelo Partido Comunista Chinês sem passar pela legislatura da ex-colônia britânica. De acordo com a nova lei, uma pessoa condenada por secessão, subversão, terrorismo ou conluio com forças estrangeiras receberá um mínimo de 10 anos de prisão, com possibilidade de prisão perpétua. Lai chegou a Hong Kong aos 12 anos como clandestino, sem um centavo, da China continental. Sua mãe passou os primeiros anos de vida de Lai em um campo de trabalhos forçados. Em Hong Kong, Lai percebeu a necessidade de roupas acessíveis e de qualidade para a classe média e fundou uma rede de lojas de roupas chamada Giordano's, uma empresa que o enriqueceu e lhe permitiu lançar revistas e jornais pró-democracia em Hong Kong e Taiwan.E embora seja um cidadão britânico, disse que não tem planos de deixar Hong Kong. Indicou que sua família apoia sua decisão de ficar, mas teme por sua segurança. “Se eu for, não renuncio apenas ao meu destino, renuncio a Deus, renuncio à minha religião, renuncio àquilo em que acredito”, disse. "Eu sou o que sou. Sou o que acredito. Não posso mudar isso. E se não posso mudar, tenho que aceitar meu destino com elogios", acrescentou. Lai disse que sua esposa sempre foi uma católica devota e, mesmo antes de sua conversão, ele sempre a acompanhava à igreja. No entanto, em 1997, percebeu que precisava da proteção e ajuda de um poder superior. Foi batizado e recebido na Igreja pelo Cardeal Joseph Zen, Bispo Emérito de Hong Kong. Hong Kong tem desfrutado historicamente de liberdade religiosa, ao contrário da China continental, onde crentes religiosos de todos os tipos sofrem perseguição. A Igreja Católica na China está dividida desde 1951 entre a chamada Igreja clandestina, que é perseguida e leal a Roma, e a Igreja Patriótica Chinesa, controlada pelo Estado. Lai disse que a China precisa da liderança moral do Vaticano, mas expressou decepção com as negociações da Santa Sé com o regime comunista, em particular o acordo de setembro de 2018 sobre a nomeação de bispos, que será renovado no final deste mês.O poder do Vaticano é moral e virtuoso, e não temporário, disse Lai, e deve defender os valores morais quando mais precisam.Quando o Papa e a Santa Sé silenciam sobre as ações do PCCh, “isso é muito decepcionante, muito prejudicial para um mundo que admira o Vaticano por sua liderança moral”.Lai disse que, em sua opinião, o Ocidente pensa errado ao acreditar que quanto mais ricos ficarem na China, "mais se parecerão conosco".Assinalou que os valores são importantes e que o comportamento do PCCh ameaça os valores cristãos, espalhando sua influência para esferas internacionais, como Hollywood e esportes profissionais.A pandemia de Covid-19, disse Lai, é um "evento de Pearl Harbor" para o mundo, que deve tirar o mundo da complacência. "Devemos olhar para os fatos. Devemos olhar para o que eles fizeram ao mundo, como lidam com o mundo", assinalou.“O problema que enfrentamos agora é: a China vai ser a mais poderosa, economicamente, do mundo. Agora é a hora de mudarmos a atitude da China... do contrário, eles nos transformarão na deles”, alertou.Além disso, assinalou que os líderes do Partido Comunista Chinês não querem apenas eliminar Deus, mas querem "ser" Deus!O presidente chinês, Xi Jinping, quer ser respeitado como todo-poderoso e é por isso que o Partido busca controlar a religião, indicou. Além disso, afirmou que o fato de que o PCCh queira suplantar a religião é uma "perversão moral” ...Uma vez que você não tem uma religião, pode facilmente ser ditado por sua ordem", disse. Os católicos estiveram fortemente envolvidos nos protestos pró-democracia em Hong Kong, que chegaram ao auge durante o verão de 2019."Nosso instinto nos instam a enfrentar a injustiça, o mal. Acho que isso é apenas um instinto. Sendo católico, tem o instinto de enfrentar o que está errado, porque é assim que andamos no caminho do Senhor”, observou Lai. Assim, disse que em Hong Kong e na China continental, os cristãos estão olhando para o Vaticano em busca de liderança moral.“O Vaticano só pode depender de sua virtude e poder moral para converter o povo chinês da ditadura do ateísmo. Os chineses buscam a fé, além de sua vida material. O que falta a eles não é material, porque a China certamente melhorou a riqueza e o sustento das pessoas nos últimos 40 anos. Quanto mais sucesso material têm, mais vazio sentem em seus corações ”, disse Lai.Nesse sentido, acrescentou que o vazio moral na China deve ser preenchido pelo catolicismo para ensinar às pessoas que "a vida é mais do que pão". O povo chinês, disse, "quer religião, o que eles mais querem é virtude e moral para viver uma vida significativa, que o Vaticano não está dando a eles", mas sim "está tirando deles quando se alinham com o PCCh, que os reprimiu em sua busca espiritual.Hong Kong é uma "região administrativa especial" da China, o que significa que tem seu próprio governo, mas permanece sob o controle chinês. Foi colônia britânica até 1997, quando foi devolvida à China sob o princípio de "um país, dois sistemas", o que lhe permitiu ter sua própria legislatura e sistema econômico.




Publicado originalmente em CNA. Traduzido e adaptado por Natalia Zimbrão.



 

 

Como o Papa Francisco vê a China? Isto responde o  Cardeal Parolin





 


O Cardeal Pietro Parolin, Secretário de Estado do Vaticano, assegurou recentemente que o Papa Francisco vê a China "como um grande país" e como "uma grande cultura, rica em história e sabedoria", e destacou que o acordo assinado entre ambas as partes em 2018 é principalmente um "ponto de partida". Em uma entrevista concedida ao jornal chinês ‘Global Times’, o Cardeal Parolin manifestou "os cumprimentos, os melhores desejos e orações do Papa Francisco" para "os líderes, mas também para todo o povo da China". O Purpurado recordou que, em setembro de 2018, a Santa Sé e o governo chinês assinaram "um acordo provisório sobre a nomeação de bispos na China" - "Os dois lados estão muito conscientes de que esse ato constitui o ponto de chegada de uma longa viagem, mas é, sobretudo, um ponto de partida", disse. "Os canais de comunicação estão funcionando bem. Há elementos que demonstram uma confiança crescente entre os dois lados”, acrescentou, destacando que o método do diálogo “parece positivo” e “nos dá esperança de que podemos gradualmente chegar a resultados concretos”. O Cardeal Parolin destacou que "a verdadeira natureza do diálogo" é algo que está "particularmente próximo ao coração do Papa Francisco".  - "No diálogo, nenhum dos dois lados renuncia a sua própria identidade ou o que é essencial para realizar sua própria tarefa. A China e a Santa Sé não estão discutindo teorias sobre seus respectivos sistemas, nem querem reabrir perguntas que agora já pertencem à história”, disse. "Em vez disso, estamos buscando soluções práticas para as vidas de pessoas reais que desejam praticar sua fé pacificamente e oferecer uma contribuição positiva ao seu próprio país”. O Secretário de Estado do Vaticano reconheceu que, "como geralmente acontece em temas complexos", não deveria "ser uma surpresa se há críticas, que podem surgir tanto na Igreja como na China ou em outro lugar" - "De fato, parece-me humano e cristão mostrar compreensão, atenção e respeito por aqueles que expressam essas críticas", assinalou, mas acrescentou que, "obviamente, as críticas que vêm de posições preconceituosas e que parecem buscar preservar velhos equilíbrios geopolíticos são outro assunto".  - "Para o Papa Francisco – que está muito por dentro do que tem acontecido, inclusive em um passado recente –, o principal interesse no diálogo em curso está no nível pastoral: está fazendo um grande ato de confiança e respeito pelo povo chinês e sua cultura milenar, com a esperança bem fundamentada de receber uma resposta igualmente sincera e positiva”. Um dos primeiros frutos deste diálogo, assinalou, é que "por um lado, estamos começando a superar condenações recíprocas, nos conhecemos melhor uns aos outros, nos escutamos melhor, entendemos a necessidade daqueles envolvidos no diálogo de uma forma melhor”.O Cardeal Parolin assinalou que "a Santa Sé espera que a China não tenha medo de entrar em diálogo com o resto do mundo e que as nações do mundo darão crédito às aspirações profundas do povo chinês" - "Desta forma, com todos trabalhando juntos, estou certo de que seremos capazes de superar a desconfiança e construir um mundo mais seguro e próspero", expressou, lembrando que, "nas palavras do Papa Francisco, diríamos que somente estando unidos podemos superar a globalização da indiferença, trabalhando como criativos artesãos da paz e promotores audazes da fraternidade”.

 

 

 

Vaticano responde a críticas ao acordo com a China e informa sobre cargos de bispos

 

 

 

O Vaticano respondeu a algumas críticas e preocupações em relação ao Acordo Provisório assinado com o governo comunista da China em 22 de setembro, sobre a nomeação de Bispos e divulgou a atribuição de tarefas pastorais a nove bispos, vários dos quais estavam excomungados por terem sido consagrados sem mandato pontifício e que foram acolhidos em plena comunhão eclesial pelo Papa Francisco. Através de um artigo publicado na edição de domingo, 3 de fevereiro, de L'Osservatore Romano (LOR), e divulgado pela Sala de Imprensa Santa Sé no sábado, o Vaticano disse que: Os prelados "receberam a comunicação da Santa Sé em 12 de dezembro de 2018, em Pequim, no contexto de uma cerimônia sóbria marcada por intensa comunhão eclesial e concluída com a oração do Pai-Nosso e o canto da Ave Maria com uma melodia tradicional chinesa".

 

 

Os bispos que receberam tarefas pastorais são:

 

 

-Dom Giuseppe Guo Jincai (que participou do Sínodo dos Bispos de outubro 2018 em Roma), que foi nomeado Bispo de Chengde;

 

-Dom Giuseppe Huan Bingzhang, nomeado Bispo de Shantou;

 

-Dom Giuseppe Liu Xinhong, nomeado Bispo de Anhui;

 

-Dom Giuseppe Ma Yinglin, Bispo de Kunming;

 

-Dom Giuseppe Yue Fusheng, Bispo de Heilongjiang;

 

-Dom Vincenzo Zhan Silu, Bispo de Funing / Mindong;

 

-Dom Paolo Shiyin, Bispo de Leshan.

 

 

Além deles, também receberam tarefas pastorais:

 

 

-Dom Vincenzo Guo Xijin, como Bispo Auxiliar Funing / Mindong,

 

-Dom Pietro Jianjianian Zhuang, como Bispo Emérito Shantou.

 

 

Do mesmo modo, comunicou-se que Dom Antonio Tu Shihua, poucos meses antes de sua morte em 4 de janeiro de 2017, "pediu para ser readmitido à plena comunhão com o Sucessor de Pedro, o qual o recebeu com o título de Bispo Emérito de Puqi". O artigo também afirma que "a Santa Sé continua empenhada em prosseguir o caminho do diálogo, a fim de resolver de forma gradual, com uma atitude de compreensão mútua e paciência clarividente, os vários problemas que ainda existem, começando com o reconhecimento civil do clero ‘não oficial’, para tornar a vida da Igreja Católica na China cada vez mais normal".

 



Expectativas de reconciliação




 



 

 

Além disso, LOR também publicou uma entrevista com o Cardeal Fernando Filoni, Prefeito da Congregação para a Evangelização dos Povos, que fornece respostas para algumas das preocupações e críticas levantadas por alguns membros importantes da Igreja a respeito do acordo assinado com Autoridades comunistas chinesas.O Cardeal justificou o acordo afirmando que: Na Igreja Católica na China "existe uma grande expectativa de reconciliação, de unidade, de renovação, por uma mais decisiva retomada da evangelização". Reconhecendo que: "Não podem ser ignorados os anos de conflitos e de incompreensão", o Cardeal disse que "é necessário reconstruir a confiança, talvez o aspecto mais difícil, pelas autoridades civis e religiosas encarregadas dos assuntos religiosos e entre as chamadas correntes eclesiais, oficiais e não oficiais". Sobre católicos chineses que experimentam a sensação de serem quase traídos e abandonados pela Santa Sé por causa do acordo, o Cardeal Filoni destacou que:"Devemos portanto trabalhar mais na percepção dos fiéis, muitas vezes influenciados por mensagens da mídia que não são inteiramente corretas ou equilibradas, em dificuldades em entender a discrição que envolveu o diálogo entre a Santa Sé e a República Popular da China". No entanto, "entendo os questionamentos; entendo as perplexidades; às vezes eu os compartilho. Mas eu não compartilho a atitude daqueles que, embora mantendo suas reservas legítimas, não somente não se esforçam para entender também o ponto de vista dos outros, mas acima de tudo arriscam não entrar em sintonia com a barca de Pedro. O Papa, juntamente com seus colaboradores, fez, faz e fará todo o possível para se aproximar da Igreja na China; não somos infalíveis nos modos, mas amamos verdadeiramente a Igreja e o povo chinês", expressou.O Cardeal também fez uma avaliação do projeto da Igreja Católica na China: "Eu diria que ela deve procurar ser sempre mais Igreja, ou seja, desenvolvendo-se nas direções de fé, da esperança e da caridade, trabalhando pelos jovens, pelas novas vocações, pelo ecumenismo e o diálogo inter-religioso, pela formação do clero, para socorrer as necessidades daqueles que permanecem à margem do crescimento".

 

 

 

Sobre o futuro do cristianismo na China, disse que:

 

 

"Mesmo que alguém possa ser pessimista, gostaria de dizer que a história da Igreja na China já fala por si mesma". "Sou realisticamente confiante sobre o anúncio do Evangelho. Acredito que somente a falta da verdadeira liberdade e as tentações de bem-estar podem sufocar uma boa parte dessa semente lançada já há muitos séculos". Defendeu que o acordo servirá para promover a reconciliação entre os católicos chineses: "Ninguém deve, porém, ver um inimigo no irmão reconciliado, mas um irmão por quem se alegrar. O Senhor nos conquistou com o Seu perdão" - "Somente com a contribuição de todos se pode construir a Igreja do amanhã, no respeito das liberdades, também pelas Autoridades civis, após sessenta anos de sofrimento, de divisões e de incompreensões em relação à comunidade católica. A Igreja, portanto, tem necessidade da participação livre e fecunda de todos para construir a harmonia civil, social e religiosa e para o anúncio do Evangelho", defendeu.

 

 

 

O Acordo Provisório

 

 

Em 22 de setembro, o Vaticano anunciou a assinatura do Acordo Provisório com a China para a nomeação de bispos.Graças ao acordo, dois Bispos chineses puderam participar do Sínodo da Juventude celebrado no Vaticano de 3 a 28 de outubro. Os prelados aproveitaram a oportunidade para convidar o Papa Francisco para visitar a China.Alguns manifestaram oposição ao acordo, como o Bispo Emérito de Hong Kong, Cardeal Joseph Zen Ze Kiun, que em janeiro de 2018 disse que "o Vaticano está vendendo a Igreja Católica na China".A bordo do avião no regresso de sua viagem à Letônia, Lituânia e Estônia no final de setembro do ano passado, o Papa Francisco disse aos jornalistas: "Eu sou responsável" pelo acordo; e explicou alguns detalhes das negociações.Sobre os Bispos que não estavam em comunhão com a Igreja até antes do acordo, Francisco disse que “foram estudados caso por caso. Para cada bispo fizeram um expediente e estes expedientes chegaram à minha escrivaninha. E eu fui o responsável por assinar cada caso dos bispos”. Quanto aos católicos que sempre foram fiéis a Roma, o Santo Padre os chamou de "resistência" e disse que "é verdade. Eles vão sofrer. Sempre há sofrimento em um acordo, mas eles têm muita fé". Sobre o acordo, Francisco precisou que "a coisa é feita em diálogo, mas nomeia Roma, nomeia o Papa. Isso está claro. E rezamos pelos sofrimentos de alguns que não entendem ou que têm nas costas muitos anos de clandestinidade". Em 26 de setembro, o Papa dirigiu uma mensagem aos católicos da China e à Igreja universal, na qual pediu "gestos concretos e visíveis" aos bispos que foram retirados da excomunhão. Nos últimos meses, a repressão do governo chinês contra a Igreja não parou. Em novembro, vários padres e um bispo foram presos, enquanto em alguns lugares as cruzes e outros símbolos cristãos foram destruídos. Além disso, as autoridades chinesas emitiram algumas regras que impedem, entre outras coisas, que crianças menores de 18 anos assistam aos eventos próprios do culto como a Missa.

 









Vaticano pede que China respeite consciência de sacerdotes e bispos no registro do clero

 

 

 

A Santa Sé publicou uma orientação pastoral dirigida aos sacerdotes e bispos chineses que, devido aos novos regulamentos emitidos pelo regime comunista, são obrigados a se inscrever no registro civil do clero para continuar atuando pastoralmente. "A Santa Sé continua pedindo que o registro civil do Clero ocorra com a garantia de respeitar a consciência e as profundas convicções católicas das pessoas envolvidas. De fato, somente assim, pode-se favorecer seja a unidade da Igreja seja a contribuição dos católicos ao bem da sociedade chinesa", disse o Vaticano. Nas "Orientações Pastorais para o Clero na China", o Vaticano afirma que há algum tempo "chegam à Santa Sé, da parte dos Bispos da China, pedidos de uma indicação concreta acerca do comportamento a ser assumido diante da obrigação de apresentar o pedido de registro civil" - "A esse respeito, como se sabe, muitos pastores permanecem profundamente perplexos, porque a modalidade desse registro – obrigatória segundo os novos regulamentos sobre as atividades religiosas, com pena de impossibilitar a ação pastoral do bispo ou sacerdote – envolve, quase sempre, a assinatura de um documento no qual, não obstante o compromisso assumido pelas autoridades chinesas de respeitar a doutrina católica, deve declarar que aceita, entre outras coisas, o princípio da independência, autonomia e autoadministração da Igreja na China", assinalou. O Vaticano explicou que "a complexidade da realidade chinesa e o fato de que no país parece não existir outra praxe aplicativa dos regulamentos para os assuntos religiosos tornam particularmente difícil pronunciar-se em matéria" - "A Santa Sé, por um lado, não pretende forçar a consciência de ninguém. Por outro, considera que a experiência da clandestinidade não pertence à normalidade da vida da Igreja, e que a história demonstrou que pastores e fiéis a ela recorrem somente no tormentoso desejo de manter íntegra a própria fé", assinalou. Como se sabe, antes da assinatura do acordo provisório com a China em setembro de 2018, bispos, sacerdotes e outros católicos fiéis à Igreja muitas vezes tinham que atuar na clandestinidade, devido à repressão comunista. "Por isso a Santa Sé continua pedindo que o registro civil do Clero ocorra com a garantia de respeitar a consciência e as profundas convicções católicas das pessoas envolvidas. De fato, somente assim, pode-se favorecer seja a unidade da Igreja seja a contribuição dos católicos ao bem da sociedade chinesa", indicou. O Vaticano assinalou que: "No que se refere à avaliação da eventual declaração que se deve assinar no momento do registro, em primeiro lugar é necessário considerar que a Constituição da República Popular da China declara formalmente que tutela a liberdade religiosa" - "Em segundo lugar, o Acordo Provisório de 22 de setembro de 2018, reconhecendo o papel peculiar do Sucessor de Pedro, leva logicamente a Santa Sé a entender e interpretar a ‘independência’ da Igreja Católica na China não no sentido absoluto, ou seja, como separação do Papa e da Igreja universal, mas relativo à esfera política, segundo o que acontece em todas as partes do mundo nas relações entre o Papa e uma Igreja particular ou entre Igrejas particulares" - "De resto, afirmar que a identidade católica não pode ser separada do Sucessor de Pedro não significa querer fazer de uma Igreja particular um corpo estranho à sociedade e à cultura do país onde ela vive e atua. Em terceiro lugar, o contexto atual das relações entre a China e a Santa Sé, caracterizado por um consolidado diálogo entre as duas partes, é bem diferente do contexto dos anos Cinquenta do século passado quando nasciam organismos patrióticos” - "Em quarto lugar, acrescenta-se o fato de grande importância que, no decorrer dos anos, muitos Bispos ordenados sem mandato apostólico solicitaram e receberam a reconciliação com o Sucessor de Pedro, de modo que, hoje, todos os Bispos chineses estão em comunhão com a Sé Apostólica e desejam uma integração cada vez maior com os Bispos católicos de todo o mundo". Indicou que, "diante desses fatos, é legítimo esperar um novo comportamento por parte de todos, também para enfrentar as questões práticas referentes à vida da Igreja. Da sua parte, a Santa Sé continua a dialogar com as autoridades chinesas sobre o registro civil dos Bispos e dos sacerdotes para encontrar uma fórmula que, no ato do registro, respeite não apenas as leis chinesas, mas também a doutrina católica". Nesse sentido, observou que, "se um Bispo ou um sacerdote decide se registrar civilmente, mas o texto da declaração para o registro não parece respeitoso à fé católica, ele esclarecerá por escrito durante a assinatura que faz isso sem deixar de lado a fidelidade à doutrina católica" - "Se não for possível esclarecer por escrito, o solicitante a fará verbalmente, possivelmente com a presença de uma testemunha". O Vaticano indicou que o requerente deve informar seu Bispo a intenção com a qual realizou o registro. "De fato, isso tem como único objetivo o de favorecer o bem da comunidade diocesana e o seu crescimento no espírito de unidade, assim como uma evangelização adequada às novas exigências da sociedade chinesa e a gestão responsável dos bens da Igreja", esclareceu. A Santa Sé assinalou que: "Compreende e respeita a escolha dos que, conscientemente, decidem não se registrar nas atuais condições" e que "permanece próxima a eles e pede ao Senhor que os ajude a custodiar a comunhão com os próprios irmãos na fé, mesmo diante das provas que todos deverão enfrenta". Do mesmo modo, pediu aos fiéis que compreendam "a complexidade da situação descrita acima" e acolham "com o coração a sofrida decisão tomada pelos seus pastores, qualquer que seja esta (...), abstendo--se de julgar as escolhas dos outros, custodiando o vínculo da unidade e usando misericórdia para todos" - "Em todo caso, na espera de poder chegar a um franco e construtivo diálogo entre as duas partes, como concordado, a uma modalidade de registro civil do Clero mais respeitosa da doutrina católica e, portanto, da consciência das pessoas envolvidas, a Santa Sé pede que não sejam feitas pressões intimidatórias contra as comunidades católicas ‘não oficiais’, como infelizmente já aconteceu", acrescentou.

 

 

Finalmente, o Vaticano expressou confiança de que:

 

 


Todos possam acolher "estas indicações pastorais como um instrumento para ajudar os que se encontram na situação de fazer escolhas não fáceis, para que as façam com espírito de fé e de unidade" - "Todos – Santa Sé, bispos, sacerdotes, religiosos, religiosas e fiéis leigos – são chamados a discernir a vontade de Deus com paciência e humildade neste trecho do caminho da Igreja na China, marcado por tantas esperanças, mas também por persistentes dificuldades", indicou.

 

 

 

 

FONTES DE CONSULTA:    

 

 


-https://www.acidigital.com/noticias/como-o-papa-francisco-ve-a-china-isto-diz-cardeal-parolin-55153

 



-https://www.acidigital.com/noticias/vaticano-pede-que-china-respeite-consciencia-de-sacerdotes-e-bispos-no-registro-do-clero-23470

 


-https://www.acidigital.com/noticias/vaticano-responde-a-criticas-ao-acordo-com-a-china-e-informa-sobre-cargos-de-bispos-94156

 

 



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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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