"Fides
qua indica o ato mesmo com o qual o fiel, sob a ação da graça, confia em Deus
que se revela e assume o conteúdo da revelação como verdadeiro. Fides quae
indica o conteúdo da fé que é aceito pelo fiel, as diversas verdades de fé que
são acolhidas ou cridas como uma só coisa, em um só ato". (R. Fisichella)
A Economia da
Salvação, também chamada de Economia Divina,
é
aquela parte da revelação divina na tradição cristã que lida com a criação de
Deus e a gestão do mundo, especialmente com o seu plano de salvação que continua a realizar-se de
forma concreta pelo seu corpo que é a Igreja. Do grego oikonomia (economia), literalmente, "gestão
de uma família" ou "mordomia". A palavra
Economia vem da junçao de duas palavras gregas: oikos (que significa
casa) e nomia (que
significa lei). Economia, literalmente, quer dizer a Lei da Casa, como se gere,
se cuida e se leva avante uma casa, um património, etc. A expressão Economia da Salvação
parece-nos hoje estranha, é verdade. No entanto, é uma expressão que tem um
enorme e abrangente significado que se confundiu apenas com a dimensão
financeira. Esta expressão foi usada em toda a história da Igreja,
sobretudo a partir de um teólogo do séc. III, Ireneu de Lion, para falar de
toda a história de Salvação que Deus escreveu e construiu com a
Humanidade. A
Economia da Salvação é o Projeto de Amor que o nosso Deus sonhou e construiu,
sonha e constrói com a Humanidade que é a sua casa.
Todo o Universo encontra a sua origem no Amor
Criador e Fecundo de Deus, Família de Amor! No Universo, neste pequeno canto
que é a Terra, surge uma nova Aventura: o Homem, ser pessoal e relacional,
criado e sonhado à imagem e semelhança de Deus. É belo compreendermo-nos como um
Projeto de Amor que Deus nos sonha, como chamados a nascer e a ser à sua
imagem: pessoas em comunhão de amor, únicas e originais, livres e felizes!
Deus é Pessoal e Personificada do amor relacional: três Pessoas Divinas em
Comunhão plena de Amor, Pai, Filho e Espírito Santo. Também a Humanidade é uma
comunhão de pessoas em crescimento, em construção, a caminho. A
Economia da Salvação é este Caminho que Deus percorre com a Humanidade à medida
que esta vai amadurecendo e crescendo na sua história pessoal
e comunitária de Salvação. O Espírito Santo de Deus vai convidando e
inspirando a viver em Aliança, e todo o caminho do povo de Israel é essa
consciência de uma revelação progressiva de que Deus quer fazer uma Aliança de
amor com o Homem. Abraão, Isaac, David, os Profetas. Nem o pecado, que é a
recusa a viver em Aliança e comunhão com Deus e com os irmãos, faz com que Deus
desista. Gálatas 4,4-9: “Todavia, quando chegou a plenitude dos tempos, Deus enviou seu Filho, nascido de mulher, nascido também debaixo da autoridade da Lei, para resgatar os que estavam subjugados pela Lei, a fim de que recebêssemos a adoção de filhos. E, porque sois filhos, Deus enviou o Espírito de seu Filho para habitar em vossos corações, e ele clama: “Abba, Pai!” Portanto, tu não és mais escravo, mas filho; e sendo filho, és igualmente pleno herdeiro por decreto de Deus. Zelo por uma doutrina sadia. No passado, quando não conhecíeis a Deus, éreis escravos daqueles que, por natureza, não são deuses. Agora, entretanto, que já conheceis a Deus, ou melhor, sendo conhecidos por Ele, como é que podeis pensar em retroceder a esses princípios insignificantes, fracos e pobres, aos quais de novo desejais servir? Com o Sim de Jesus de Nazaré, o Ungido pelo Espírito, que “passou fazendo
o bem, curando e libertando, porque Deus estava com ele” (Act 10, 38) Deus-Pai
dá o pleno Sim: e na Ressurreição de Jesus inaugura-se plenamente a Aliança
entre Deus e o Homem, Aliança de Salvação, Aliança de Ressurreição e Comunhão
eterna e plena no seio do Pai:
“Eis a morada de Deus entre os homens: habitará
com eles, eles serão o seu povo e o próprio Deus estará com eles…” (Apc 21, 3).
“O que vimos e ouvimos vo-lo anunciamos
também a vós…” (1Jo 1, 3).
A Economia da Salvação é este caminho de Aliança
que Deus continua a construir, hoje, com a Humanidade e com cada um de nós. Aliança
que nos conduz sempre a Jesus. É a revelação é esta
verdadeira descoberta do seu Rosto do Pai no filho pelo Espírito que nos foi
dado e do seu Projeto de amor perfeito, que se da história como caminho,
itinerário a ser acolhido e percorrido. No tempo que se chama hoje, prolonga-se
a Economia da Salvação que Deus percorre como o Emanuel, o Deus que caminha Conosco,
que abraça toda criação e toda história da Humanidade.
A ECONOMIA DA SALVAÇÃO NO MAGISTÉRIO
DA IGREJA
Ameaças de perversão para a Economia
divina
CIC§57: Esta ordem ao mesmo tempo cósmica, social
e religiosa da pluralidade das nações destina-se a limitar o orgulho de uma
humanidade decaída que unânime em sua perversidade, gostaria de construir por
si mesma sua unidade à maneira de Babel. Contudo, devido ao pecado, o
politeísmo, assim como a idolatria da nação e de seu chefe, constitui uma
contínua ameaça de perversão pagã para essa Economia provisória.
Caráter definitivo da Economia da
salvação
CIC §66: “A Economia cristã, portanto, como aliança nova e definitiva,
jamais passará, e já não há que esperar nenhuma nova revelação pública antes da
gloriosa manifestação de Nosso Senhor Jesus Cristo". Todavia,
embora a
Revelação esteja terminada, não está explicitada por
completo; caberá à fé cristã captar gradualmente todo
o seu alcance ao longo dos séculos.
Economia da criação e da salvação na
oração de Jesus
CIC§2604: A segunda oração é referida por São João
antes da ressurreição de Lázaro. A ação de graças precede o acontecimento: "Pai,
eu te dou graças por me teres ouvido", o que implica que o Pai escuta
sempre seu pedido, e Jesus logo acrescenta: "Eu sabia que sempre me
ouves". Isso implica que, de sua parte, Jesus pede de modo constante.
Dessa forma, motivada pela ação de graças, a oração de Jesus nos revela como
pedir: Antes que o dom seja feito, Jesus adere Àquele que nos dá seus dons.
O Doador é mais precioso do que o dom concedido, Ele é o "Tesouro", e
nele é que está o coração de seu Filho; o dom é dado "por acréscimo”. A
oração "sacerdotal" de Jesus ocupa um lugar único na economia da
salvação. Será meditada no final da primeira seção. Revela com efeito a oração
sempre atual de nosso Sumo Sacerdote e, ao mesmo tempo, contém o que Ele nos
ensina em nossa oração a nosso Pai, que será desenvolvida na segunda seção.
CIC §2606: Todas as misérias da humanidade de todos os
tempos, escrava do pecado e da morte, todos os pedidos e intercessões na história
da salvação estão recolhidos neste Grito do Verbo encarnado. Eis que o Pai os
acolhe e, indo além de todas as esperanças, ouve-os, ressuscitando seu Filho.
Dessa forma se realiza e se consuma o evento da oração na Economia da criação e
da salvação. Sua chave de interpretação nos é dada pelo Saltério em Cristo.
E no Hoje da Ressurreição que o Pai diz: "Tu és meu Filho, eu hoje te
gerei. Pede, e eu te darei as nações como herança, os confins da terra como
propriedade!" A Epístola aos Hebreus exprime em termos dramáticos como a
oração de Jesus opera a vitória da salvação. "É ele que, nos dias de sua
vida terrestre, apresentou pedidos e súplicas, com veemente clamor e lágrimas,
àquele que o podia salvar da morte; e foi atendido por causa de sua submissão.
E, embora fosse Filho, aprendeu, contudo, a obediência pelo sofrimento; e,
levado à perfeição, se tomou para todos os que lhe obedecem princípio de
salvação eterna" (1 Hb 5,7-9)
CIC §2746: Quando chega sua Hora, Jesus ora ao Pai. Sua oração, a mais longa
transmitida pelo Evangelho, abarca toda a economia da criação e da salvação,
como sua Morte e Ressurreição. A oração da Hora de Jesus é sempre a sua,
assim como sua Páscoa, acontecida "uma vez por todas", estará sempre
presente na Liturgia de sua Igreja.
CIC §2758: A oração da Hora de Jesus, chamada com propriedade "oração sacerdotal, recapitula
toda a Economia da criação e da salvação e inspira os grandes pedidos do "Pai-Nosso".
Economia da Lei e da graça libertadora do
coração humano
CIC §2541: A economia da lei e da graça desvia o
coração dos homens ambição e da inveja e o inicia no desejo do Sumo Bem;
instrui-o nos desejos do Espírito Santo, que sacia o coração do homem. O
Deus das promessas desde sempre advertiu o homem contra a sedução daquilo que,
desde as origens, aparece como "bom ao apetite, agradável aos olhos,
desejável para adquirir ciência" (cf. Gn 3,6).
Economia da revelação concretizada em
acontecimentos e palavras
CIC §1103: A anamnese. A celebração litúrgica refere-se
sempre às intervenções salvíficas de Deus na história. "A economia da revelação
concretiza-se por meio das ações e das palavras intimamente interligadas.As
palavras proclamam as obras e elucidam o mistério nelas contido." Na
liturgia da palavra, o Espírito Santo "recorda" à assembléia tudo o
que Cristo fez por nós. Segundo a natureza das ações litúrgicas e as
tradições rituais das Igrejas, uma celebração "faz memória" das
maravilhas de Deus em uma anamnese mais ou menos desenvolvida. O Espírito
Santo, que desperta assim a memória da Igreja, suscita então a ação de graças e
o louvor (doxologia).
Fins da Economia divina
CIC §122: Com efeito, "a Economia do Antigo
Testamento estava ordenada principalmente para preparar a vinda de Cristo,
redentor de todos". "Embora contenham também coisas imperfeitas e transitórias",
os livros do Antigo Testamento dão testemunho de toda a divina pedagogia do
amor salvífico de Deus: "Neles encontram-se sublimes ensinamentos acerca
de Deus e uma salutar sabedoria concernente à vida do homem, bem
como admiráveis tesouros de preces; nestes livros, enfim está latente o
mistério de nossa salvação"
CIC §260: O fim último de toda a Economia divina é a
entrada das criaturas na unidade perfeita da Santíssima Trindade. Mas desde já
somos chamados a ser habitados pela Santíssima Trindade: "Se alguém me ama
- diz o Senhor -, guardará a minha palavra, e meu Pai o amará e viremos a ele,
e faremos nele a nossa morada" (Jo 14,23):Ó meu Deus, Trindade que
adoro, ajudai-me a esquecer-me inteiramente para firmar-me em Vós, imóvel e
pacifica, como se a minha alma já estivesse na eternidade: que nada consiga
perturbar a minha paz nem fazer-me sair de Vós, ó meu Imutável, mas que cada
minuto me leve mais longe na profundidade do vosso Mistério! Pacificai a minha
alma! Fazei dela o vosso céu, vossa amada morada e o lugar do vosso repouso.
Que nela eu nunca vos deixe só, mas que eu esteja aí, toda inteira,
completamente vigilante na minha fé, toda adorante, toda entregue à vossa ação
criadora.
Início da Economia da salvação
CIC §56: Desfeita a unidade do gênero humano pelo pecado, Deus procura antes de tudo salvar a
humanidade passando por cada uma de suas partes. A Aliança com Noé depois do
dilúvio exprime o princípio da Economia divina para com as "nações",
isto é, para com os homens agrupados "segundo seus países, cada um segundo
sua língua, e segundo seus clãs" (Gn 10,5)
MARIA DA ECONOMIA DA SALVAÇÃO
CIC §489 Ao longo de toda a Antiga Aliança, a missão de Maria foi preparada
pela missão de santas mulheres. No princípio está Eva: a despeito de sua
desobediência, ela recebe a promessa de uma descendência que será vitoriosa
sobre o Maligno e a de ser a mãe de todos os viventes Em virtude dessa
promessa, Sara concebe um filho, apesar de sua idade avançada. Contra toda
expectativa humana, Deus escolheu o que era tido como impotente e fraco para
mostrar sua fidelidade à sua promessa: Ana, a mãe de Samuel, Débora, Rute,
Judite e Ester, e muitas outras mulheres. Maria "sobressai entre (esses)
humildes e pobres do Senhor, que dele esperam e recebem com confiança a
Salvação. Com ela, Filha de Sião por excelência, depois de uma demorada
espera da promessa, completam-se os tempos e se instaura a nova economia"
Com Maria se cumpre em plenitude as palavras do apóstolo:" O que falta às tribulações de Cristo, completo na minha carne, por seu corpo que é a Igreja." (Colossenses 1,24)
A
RESILIÊNCIA FUTURA NA ECONOMIA DA SALVAÇÃO
CIC §705 Desfigurado pelo pecado e pela morte, o homem continua sendo "à
imagem de Deus", à imagem do Filho, mas é "privado da Glória de
Deus", privado da "semelhança". A promessa feita a Abraão o
inaugura a Economia da salvação, no fim da qual o próprio Filho assumirá
"a imagem" e a restaurará na "semelhança" com o
Pai, restituindo-lhe a Glória, o Espírito "que dá a vida".
Oração e Economia da salvação
CIC §2850 O último pedido ao nosso Pai aparece também
na oração de Jesus: "Não te peço que os tires do mundo, mas que os guardes
do Maligno" (Jo 17,15). Diz respeito a cada um de nós pessoalmente, mas
somos sempre "nós" que rezamos em comunhão com toda a Igreja e pela
libertação de toda a família humana. A Oração do Senhor não cessa de
abrir-nos para as dimensões da economia da salvação. Nossa interdependência no
drama do pecado e da morte se transforma em solidariedade no Corpo de Cristo,
na "comunhão dos santos".
Toda
economia divina é "obra das Três pessoas"!
(as marcas do amor Trinitário no Pai e no Filho)
CIC §258 Toda a economia divina é obra comum das três
pessoas divinas. Pois da mesma forma que a Trindade não tem senão uma única e mesma
natureza, assim também não tem senão uma única e mesma operação. "O
Pai, o Filho e o Espírito Santo não são três princípios das criaturas, mas um
só princípio". Contudo cada pessoa divina cumpre a obra comum segundo sua propriedade
pessoal. Assim a Igreja confessa, na linha do Novo Testamento: "Um Deus e
Pai do qual são todas as coisas, um Senhor Jesus Cristo mediante o qual são
todas as coisas, um Espírito Santo em quem são todas as coisas". São
sobretudo as missões divinas da Encarnação do Filho e do dom do Espírito Santo
que manifestam as propriedades das pessoas divinas.
CIC §259 Obra ao mesmo tempo comum e pessoal, toda a
Economia divina dá a conhecer tanto a propriedade das pessoas divinas como sua
única natureza. Outrossim, toda a vida cristã é comunhão com cada uma das
pessoas divinas, sem de modo algum separá-las. Quem rende glória ao Pai o faz pelo
Filho no Espírito Santo; quem segue a Cristo, o faz porque o Pai atrai e o
Espírito o impulsiona.
CIC §1066 No Símbolo da Fé, a Igreja confessa o
mistério da Santíssima Trindade e seu "desígnio benevolente" (Ef 1,9)
sobre toda a criação: o Pai realiza o "mistério de sua vontade"
entregando seu Filho bem-amado e seu Espírito para a salvação do mundo e para a
glória de seu nome. Este é o mistério de Cristo, revelado e realizado na história segundo um
plano, uma "disposição" sabiamente ordenada que São Paulo denomina
"a realização do mistério" (Ef 3,9) e que a tradição patrística
chamará de "Economia do Verbo Encarnado" ou "a Economia da
Salvação".
A COMPREENSÃO DA FÉ PROFESSADA PARA MELHOR CRER
Os dados revelados (os
artigos da fé ou o fides quae) constituem o fundamento e a matéria prima da
Teologia.
O teólogo deve ser antes de tudo um crente, que aceita o Credo da Igreja
segundo o sentido exato das proposições dogmáticas. Os
artigos da fé não são inventados pelos teólogos, mas lhe são transmitidos pela
comunidade eclesial, que é guiada por Deus. A Teologia parte da fé e ela mesma é um ato de fé. À
Teologia pertence o crer e à teologia pertence o pensar. A ausência de um ou do
outro provocaria a dissolução da atividade teológica. Isto significa que a
teologia pressupõe um novo inicio no pensar que não e produto de nossa
reflexão, mas que nasce do encontra com a Palavra que nos precede. A Teologia chama ao
dado revelado objetivo presente na Sagrada Escritura e na Tradição Eclesial
como a expressão “depósito da fé”. O Magistério atua
como um depositário, que mantém vivo o testemunho dos apóstolos e garante a sua
integridade. A palavra apostólica
segue, portanto, viva. Este depósito da fé possui a capacidade de se proteger
contra corrupções e de se atualizar em novas situações culturais.
A fides qua como pressuposto subjetivo da Teologia
A fé pela qual cremos é no teólogo cristão a raiz de sua Teologia. A Teologia nasce como efeito de uma fé que assume o
discurso ou o proceder da razão. A
razão que é instrumento da Teologia não é carismática nem racionalista, mas uma
razão guiada pela fé. Entendemos aqui que a fé é a atitude interior e a
conduta livre, sobrenatural e razoável dos homens e mulheres que aceitaram a
revelação de Deus e tentam viver a vontade divina.A
fé, portanto, é entendida com a resposta da criatura humana a Deus que se revela
e a chama. Crer é um ato pessoal, quer dizer, algo que ocorre entre dois seres
pessoais. Deus se auto-comunica, se deixa encontrar e o
crente responde à sua chamada. Antes de crer em algo, o fiel cristão crê
em alguém.
O Concílio Vaticano II
ensina que quando Deus se revela deve-se prestar-lhe a obediência da fé (Rom.
16,26), pela qual o homem se confia livre e totalmente a Deus (se totum libere
Deo committit), prestando do Deus revelador a homenagem do entendimento e da
vontade, e assentindo voluntariamente à revelação feita por ele.
Se
olharmos o Novo Testamento veremos:
a) Nos Evangelhos Sinóticos: a fé é a resposta ao
chamado de Jesus, é um ato interior de confiança plena na pessoa e na
autoridade de Jesus, entendido como enviado de Deus e centro do Reino que chega
com ele.
b) São Paulo: destaca o fato de que
pela fé em Deus se aceita uma mensagem de vida sob Jesus Cristo, morto e
ressuscitado por nós (Cfr. Rom. 4, 25).
c) São João: a fé é um impulso
interior que leva a reconhecer livremente o caráter divino de Jesus. Não
tem uma causa externa porque é graça direta de Deus.
O Ato de fé!
A fé subjetiva contém as seguintes características:
a) É um ato de assentimento: o crente aceita
verdades e mistérios que não são tão evidentes para a razão. Pela fé cremos ser
verdadeiro o que nos foi revelado por Deus e o cremos não pela intrínseca
verdade das coisas, percebida pela luz natural da razão, mas pela autoridade do
mesmo Deus que se revela que não pode se enganar, nem nos enganar. O
aspecto intelectual da fé significa que a fé é conhecimento certo, não simples
opinião, e que não se esgota na confiança em Deus. O crente aceita e
incorpora à sua visão da realidade, verdades concretas de modo que a sua fé
possui um conteúdo preciso e certo.
b) É um livre condicionamento: pela fé o
homem se confia livre e totalmente a Deus (D.V. 5). A fé é uma opção da
vontade que se inclina para Deus e decide se entregar a Ele. Os sinais contidos
na Revelação, não impelem o homem a aceita-la necessariamente. O homem
permanece livre para responder a esses sinais.
c) É razoável: a fé supera a razão, como
a graça supera à natureza, mas não a destrói nem a ignora. “Quero
falar da doutrina de Cristo Salvador, a fim de que alguns não considerem o seu
ensinamento demasiado rude e possam suspeitar que haja uma fé carente de razão (Santo
Atanásio)”. Nesse sentido também Pascal afirmava: “Se submetemos tudo à razão,
nossa religião nada terá de misterioso nem de sobrenatural. Se são desprezados
os princípios da razão, nossa religião será absurda e ridícula”. Os crentes tem sempre razões para crer, ainda
que a fé proceda sempre de uma moção da graça.
d) É um dom gratuito e sobrenatural: “os homens não são
capazes de alcançar nenhum conhecimento salvífico sem a graça de Deus” (Cfr.
Concilio II de Orange, D. 373-378). A fé é um ato humano livre, mais só é possível
mediante uma graça aceita pela pessoa.
e) A fé é o princípio e a base do modo de viver
segundo o Evangelho (Cfr.
Rom. 6, 3-4). A fé é para vida, deve se fazer operativa e deve se realizar na
vida do crente.
O
Mistério Cristão e os dogmas da Igreja:
A religião crista é uma
religião dogmática, quer dizer, os mistérios revelados são expressos pela
Igreja em formulas de fé que traduzem as verdades divinas a linguagem humana, clara, e sem subterfúgios ambíguos. Os
dogmas são a identidade doutrinal do cristianismo. São declarações precisas
sobre a realidade sobrenatural e a confissões vivas de fé verdadeira. Os
primeiros autores cristãos aplicaram a palavra dogma aos ensinamentos e
preceitos de Jesus. Orígenes fala expressamente dos dogmas de Deus como diferentes
das opiniões humanas. O dogma cristão se apresenta basicamente como
pronunciamento eclesial sobre a verdade religiosa. Os dogmas são princípios fundamentais
que orientam o comportamento humano.O
dogma não pode ser entendido como uma opinião, ou ponto de vista. É sempre
formulado com rigor e precisão, que supõe veneração ao mistério que contem e
também respeito e consideração ao intelecto e à sensibilidade do homem que o
aceita. O dogma expressa sempre a consciência doutrinal e colegial da igreja,
encerra sempre um componente eclesial e tradicional, que não pode ser simplesmente
eliminado ou modificado ao sabor de opiniões divergentes.
O
valor das fórmulas dogmáticas:
As fórmulas dogmáticas mantêm
sempre o mesmo sentido que tinham no tempo que foram definidas pela igreja. São
como portas ou aparatos que só permitem caminhar para frente e não mais
para trás. O Concílio Vaticano I reconheceu o
desenvolvimento dogmático, mas declarou que o dogma possui seu sentido próprio
de uma vez para sempre e censuram
aqueles que se separam desse sentido, sob o pretexto de um conhecimento
superior, do progresso da ciência.
O
caráter "irreversível e irreformável do dogma" se encontra implícito na
infalibilidade da igreja "guiada pelo Espírito Santo (que não erra)"!
O Espírito Santo faz
com que a igreja participe da veracidade de Deus. Paulo VI insistiu na Encíclica Mysterium Fidei (1965) na
necessidade de se reter as expressões precisas dos dogmas fixados pela tradição
da igreja.
O
dogma nos proporciona o conhecimento certo, sem equívocos ou dúvidas sobre a
verdade revelada. É um conhecimento certo porém, imperfeito por causa dos limites
da nossa inteligência, da debilidade da linguagem humana e das circunstancias
históricas da formulação, que às vezes não nos permitem captar e entender bem
todos os aspectos de verdade que se encontram nela. “As formulas dogmáticas devem ser consideradas como respostas a
problemas precisos e é nesta perspectiva que permanecem sempre verdadeiras.”
A
interpretação dos dogmas:
Os dogmas necessitam interpretação
para que a verdade neles contida se faça mais clara e explicita à Igreja e a
todos os crentes. A interpretação dos dogmas deve responder aos seguintes princípios:
a) Integração de todos os dogmas na
totalidade da doutrina e na vida da Igreja (D.V. 8).
b) Integração de cada dogma no
conjunto de todos os demais, já que os dogmas não são compreendidos senão
a partir dos seus nexos intrínsecos e da hierarquia de verdades (U. R.
11).
c)-Compreensão analógica (como que), que
permite superar interpretações errôneas.
d) Eliminação das concepções
puramente simbólicas.
e) Idéia da interpretação como um
processo que não é meramente intelectual, que deve ser entendido como um
esforço espiritual dirigido pelo Espírito da Verdade.
O
desenvolvimento dogmático:
Os dogmas não mudam, mas se
desenvolvem. A
verdade pode se desenvolver e receber uma nova formulação. Nesse caso, a
doutrina não se corrompeu nem perdeu sua pureza evangélica. O que ocorre, é que
o implícito na doutrina se torna mais explicito. Quando, por
exemplo, a Igreja definiu os dogmas da Conceição Imaculada de Maria (1854), e
de sua Assunção ao céu (1950), não inventou novas verdades marianas, mas
declarou explicitamente aspectos que estavam contidos desde sempre no mistério
de Maria. O desenvolvimento do dogma é sintoma da vida da Igreja. O teólogo Cardeal John Newman em 1845
escreveu uma obra decisiva para explicar o desenvolvimento dogmático da Igreja,
o “Ensaio
Sobre o Desenvolvimento da Doutrina Cristã”. Nesta obra Newman
propõe sete critérios que ajudam a distinguir um desenvolvimento genuíno de um
falso:
a)
“Preservação do tipo”: conservação da formula fundamental das proporções e
da relação entre as partes e o todo.
b)
“Continuidade de princípios”: cada uma das diferentes doutrinas
representa princípios que vivem num nível mais profundo.
c)
“Poder de assimilação”: uma idéia viva demonstra sua força por sua capacidade de
penetrar a realidade, de assimilar outras idéias, de estimular o pensamento, e
desenvolver-se sem perder sua unidade interior.
d)
“Coerência lógica”:
as conclusões
dogmáticas devem ser sempre congruentes com os dados iniciais da Revelação.
e)
“Antecipação do futuro”: tendências que só mais tarde chegarão a sua
plenitude são signos do acordo do desenvolvimento posterior com a idéia
original.
f)
“Influência protetora sobre o passado”: um verdadeiro desenvolvimento
confirma os desenvolvimentos e formulações precedentes, enquanto que uma corrupção
é negadora do passado.
g) “Vigor durável”: a corrupção conduz à desintegração; o que
esse corrompe não pode durar de modo que a força vital é um critério do
desenvolvimento fiel e genuíno.
O que
é teologia? Como se faz teologia? Quais as ferramentas (método) usadas?
De modo geral, quais
os primeiros passos dados para se apropriar dos conteúdos teológicos e
elaborarmos uma autêntica teologia?
1)-Teologia – discurso(estudo)
sobre Deus e suas manifestações (economia).
2)-Teosofia – conhecimento sobre
Deus a partir da filosofia e da sabedoria comum.
3)-Teodiceia – conhecimento
de Deus a partir do problema da existência do mal (Responde a pergunta: Se
Deus é bom, porque permite o mal?).
Teologia compreende-se sob a mediação da fé:
-A fé pensada (explicada) - Nos remete a pergunta teológica de Maria para dar seu melhor assentimento: "Como de se dará, se não conheço homem algum?..."
-A fé sentida (“O ‘sensus fidei fidelis’ - sentido da fé dos fiéis) - é uma espécie de instinto espiritual que capacita o crente a julgar espontaneamente se um ensino ou prática particular está ou não em conformidade com o Evangelho e com a fé apostólica” (COMMISSÃOTEOLÓGICA INTERNACIONAL - O SENSUS FIDEI NA VIDA DA IGREJA - Nº 49).
-A fé enquanto agir: ação prática e testemunhal da "fé INTEGRAL" (social/existencial - libertadora/salvífica).
O
teólogo trabalha com a dupla dimensão da fé:
1)-Fides qua (a fé como ato livre de acolhida e vivencia da
Revelação de Deus).
2)-Fides quae (a fé como reconhecimento e adesão subjetiva a Palavra
de Deus).
O teólogo só pode pensar a fé a partir da comunidade eclesial, pois a fé
é transmitida e acolhida. Eu creio porque primeiro nós cremos!
No aprendizado da teologia o aluno deve apropria-se dos
seguintes passos inicial:
1)-Conhecer e apropria-se do conteúdo
teológico.
2)-Elaborar sínteses.
3)-Fixar na memória.
Em um segundo momento, “fazer teologia” consiste em:
Elaborar um
discurso espontâneo; e ou, elaborar um
discurso segundo as normas técnicas dos padrões
científicos, conforme as regras
internas do discurso teológico.
Para
isso, o teólogo iniciante deve:
1)-Aprender as regras internas.
2)-Compreender-lhe o significado.
3)-Apropria-se da linguagem técnica.
4)-Produzir conteúdos.
Na função aprender
teologia, o
acento cai no trabalho necessário de apropria-se dos conteúdos já elaborados,
bem como ter uma visão completa de toda a história da teologia enquanto tal. Esse trabalho demanda
tempo, pesquisa, leitura, anotações, sínteses, assimilação de ideias,
conceitos, nomes de obras e autores, etc. Devemos entender que, apesar de haver um
conteúdo, obras, e ideias, o aprendizado tem uma dinâmica própria e que toda
teologia tem seu dado cultural circunstancial e contextual, mas que de outro
modo, também faz caminho cuja característica e consequência se desenvolve de
algum modo a-posteriori, deixando marcos de referencias.
Fazer
Teologia (Fides Quae)!
Fazer teologia tem dois níveis:
1)-O nível do discurso
espontâneo que toda e qualquer pessoa pode fazer, tendo como
pressuposto a experiência empírica a partir dos dados da fé revelada, sentida e
celebrada. Tal discurso teológico parte de uma lógica não elaborada conforme o
sentido mais técnico, é a teologia popular.
2)-A outra de nível,
técnico e erudita, segue regras internas da própria natureza teológico-cientifica, de
modo mais refinado. Nesse sentido há todo um processo elaborativo, cuja
contribuição anterior das diversas áreas ajuda a compor o quadro, e a elaborar
com objetivo próprio da teologia internamente, o discurso tipicamente
teológico.
Mas uma teologia que fica apenas no discurso, pode se tornar oca, vazia.
Isso se pode dizer, sobretudo da teologia no segundo nível. A fé que é
pensada, discursiva, deve se tornar fé sentida, celebrada, rezada, enfim uma
Teologia de Joelhos como definem a teologia de Hans Urs von Balthasar. Pois, para além dos
conceitos frios, rígidos, acabados e parados do cientificismo, a teologia deve evocar
a fé enquanto celebração daquilo que se crer. Isto é, a teologia
enquanto fé celebrada deve constituir a alma da teologia enquanto corpo
pensado, analogicamente falando. E seu lugar apropriado é a comunidade
eclesial que o fim a quem se dirige todo trabalho teológico. O teólogo
mais que pensar Deus, é aquele que se sente atraído por Ele e nele, percebe-se
misticamente envolvido, como num auscultar e perscrutar de uma poesia cujos
sentimentos afloram e desabrocha em arroubos de nítido amor amante.
Celebrar
e rezar a Teologia!
A teologia pensada,
refletida, encontra seu lugar próprio na comunidade, mas uma comunidade que
celebra a fé e a vida, que faz memória. Assim, a teologia que pensa, é a teologia
que reza, que celebra. Celebrar os conteúdos da fé, enquanto discurso
teológico, teologia enquanto discurso sobre Deus implica rezar, dançar e cantar
os conteúdos cridos. No fundo o que está em jogo é a mística do
teologizar a fé, a experiência sentida, pensada. A liturgia é o coração pela
qual sentimos e rezamos aquilo que é próprio na/da teologia. Ela, a liturgia, é a
teologia rezada, celebrada. Lex orandi, lex credenti, lex
theologandi: a lei de orar é a lei de crer e de fazer teologia. (J. Libanio, A.
Murad, 2011, pág. 55).A Teologia
enquanto ciência tem sua estrutura, seu momento interno, sua natureza. A teologia
internamente possui enquanto ciência uma estrutura própria que adquiriu no
decorrer de sua história. No centro da teologia está Deus, mistério insondável.
A
teologia ao longo da história teve suas "prioridades teológicas" próprias de cada tempo!
1)-No período da Patrística a teologia se
caracterizou pela catequese, no combate às heresias, na formulação da sã
doutrina unificada, por sua piedade e perfeição cristã. Sua reflexão se fazia a
partir das categorias platônicas e neoplatônicas.
2)-Durante a Idade Média a teologia explorou
os quatros sentidos do texto bíblico e da literatura cristã: o sentido literal; o sentido alegórico; o
sentido tropológico e o sentido anagógico. A letra ensina os acontecimentos; a alegoria
o que deves crer; a moral o que deves fazer; e a anagogia para ondes caminhamos
escatologicamente. Essa dimensão sapiencial da teologia vigorou
desde a Patrística até a entrada da metafisica de Aristóteles e a
ruptura entre teologia e espiritualidade.
3)-Com os mestres da suspeitas, K. Max, Nietzsche,
Emmanuel Kant, L. Feuerbach e S. Freud, a teologia viveu momentos críticos e de
criticas. E mais ainda, com o advento da ciência moderna, sobretudo com
Copérnico, Galileu e Newton nascem os conflitos mais arraigados que criou uma
separação e feridas profundas que só no final do século XX e começo do século
XXI é que começou uma nova jornada de amizades e curas. Ciências exatas, Teologia, Filosofia, Psicologia e Sociologia são áreas do
saber humano que tratam de temáticas diferentes, com critérios diferentes, mas
com métodos de análises comuns (método científico), de modo que não se exclui
umas às outras, elas se entreajudam e se complementam mutuamente. Não são justapostas, estão em campos distintos, mas em busca de
compreensão da verdade sob aspectos e olhares diferentes, que não é o mesmo que
estar em contradição ou contrários como inimigos. Todos estes saberes têm em mãos materiais de analises diferentes que se
complementam e caminham por caminhos cuja hermenêutica e sistematização, tem
suas próprias regras de exposição e assimilação. Seus objetivos são diversos um
dos outros, enquanto ciências, mas comum enquanto experiência humana. Os interesses das
ciências humanas aparecem mais claramente vinculados com objetivo de
incrementar, ampliar a interação e a comunicação entre as pessoas dentro de um
universo de sentido. A teologia por sua vez, utiliza paradigmas
para entender a relação central entre o ser humano e auto comunicação de Deus
na história humana de modo concreto em ações e palavras. Cada qual na
busca de seus interesses pode se entregar a ideologias ou usar delas para sua
hermenêutica da realidade investigadas e para suas objetividades especificas, mas
aí é uma outra questão, esta da instrumentalização da ciência e demais saberes
como tal (que não é objeto deste estudo). Ciência exatas e
teologia estão em dois mundos de linguagem diferentes, porém, complementares na busca de respostas verdadeiras. A linguagem corriqueira, comum,
corrente, diária, lógica, metódica, pautada por regras cientifica da comunidade
cientifica é o que define o campo da ciência; na teologia a linguagem é de
outra ordem. Ela vai além da linguagem corriqueira, lógica e cientificista,
parte da narrativa histórica, poética, sapiencial e mística. Não que ela não
use dessa outra linguagem (fria, neutra, lógica) e instrumentos das ciências
como a arqueologia e a história, mas é que a teologia parte do mistério em
linguagem simbólica que transcende a própria realidade. Linguagem que dá
sentido, aquece e acalenta o coração, arde em amor, provoca fé e metanoia. Sua
linguagem enche-se de paradoxos ao exprimir realidades inexprimíveis. Eis a
natureza da linguagem teológica. A teologia enquanto
ciência do mistério situa-se no campo da fé, e por isso não pode situa-se na
ordem da objetividade expositiva, do verificável pela repetição em laboratório,
pois Deus não é objeto manipulável, observável, ela não expressa pensamentos
simplesmente e tão somente. Seu pressuposto é a fé diante da Palavra de Deus e
de sua ação no mundo e na vida. E nesse caso, sua linguagem simbólica corresponde
melhor à natureza. Ela não se enquadra como uma “ciência exata” nem muito menos
inexata, mas uma ciência cuja natureza transcendental e ao mesmo tempo imanente
que toca profundamente nossa inteligência e nossa existência dando-nos o “logos”
que não se reduz a simples logos terapia. A teologia
constitui-se em movimento de espiral. Capta determinado dado inicial, reflete
sobre ele, ampliando-o, para em momento ulterior retomá-lo, e sobre ele avançar
a reflexão.
Ao momento da
escuta a tradição chamou "auditus fidei, (ouvir a fé)" e ao momento da reflexão intellectus fidei (pensar a fé). Não se trata de dois tipos de teologia positiva e
especulativa, mas de um único processo teórico:
1)-A auditus fidei – consiste em coletar
(ouvir) o dado da tradição através do que foi exposto nas Escrituras, nos
Padres da Igreja, nos grandes teólogos, na reflexão teológica recente. A
preocupação desse momento é a descoberta dos dados, tomar conhecimento,
acumular informações.
2)-O intellectus fidei – consiste ao
contrário do momento anterior, em penetrar intelectualmente nos dados,
refletindo, pensando, ampliando a capacidade de compreensão, abrindo novos
horizontes, adaptado, atualizando o dado da revelação. Aqui
o teólogo usa sua capacidade de sistematização, de sínteses, de atualização e
de releituras reinterpretando em novos esquemas mentais, em novas matrizes. Nesse processo de realização e trabalho de teologia, Clodovis Boff,
distingue teologia de discurso religioso. A teologia é a operação teórica,
disciplinada, autorregulada, enquanto o discurso religioso realiza a mesma
operação de maneira espontânea, não controlada e regrada.
TIPOS DE SE FAZER TEOLOGIA
-Em termos gerais, a
teologia pode em sua análise partir de um princípio universal da fé, e por
dedução ir explicitando-o aplicando-o a outras realidades – é a teologia dedutiva.
-De outro modo a
teologia pode partir de perguntas e realidades que emergem da vida humana e
responder a luz da revelação – é a teologia indutiva.
Uma parte da tradição/fé para as realidades históricas; a outra parte
das realidades históricas confrontando com o dado da revelação/fé. A teologia teve e tem uma grande importância. Passou por fases e tempos.
Desde o final do século XVIII até em meados do
século XX passou por momento de ferro e fogo, tanto dentro da igreja como fora,
mediante os ventos da modernidade que vemos no quadro abaixo:
CONCLUSÃO:
A Teologia conquistou seu lugar! E hoje é respeitada enquanto ciência que
tem uma contribuição a dar para a sociedade.
-J. RATZINGER, Natura e compito della teología, Millano, 1993
-Constituição Dogmática Dei Verbum
-Concílio Vaticano I, Constituição Dogmática sobre a Fé Católica
-Comissão Teológica Internacional, Unidade da fé e pluralismo teológico,
tese 10.
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