“Acreditar que possa haver direitos sem deveres é levar ao maior
prejuízo a Causa da própria Liberdade...”(Desconhecido).
Os instrumentos
internacionais de proporcionar às crianças e adultos uma série de direitos, mas
as pessoas podem fazer muito mais. Percebendo que os seus direitos, uma pessoa
não pode agir contra os interesses dos outros ou restringir seus direitos. Direitos
implicam responsabilidades.
Por exemplo:
Toda criança tem o direito à educação, mas também tem o dever de ir à
escola, de estudar e respeitar professores, funcionários e zelar pelo espaço
físico do ambiente de estudo, não vandalizando e depredando-o, simplesmente
porque é público, muito pelo contrário.
Toda pessoa tem direito a cuidados de saúde, mas também tem o dever de cuidar de sua própria saúde, evitando os excessos e exposições a ambientes insalubres.
Todo mundo tem o direito de expressar suas opiniões, mas deve também,
respeitar a opinião dos outros.
Alguma vez você já pensou sobre que a vida se baseia mais no cumprimento das obrigações, do que na exigência de direitos?
À guisa de ser democrática (e antagônica à ditadura), a sociedade brasileira desenvolveu o permissivismo ao longo das últimas décadas. Comportamentos antes tidos como inaceitáveis tornaram-se moda e quase obrigatórios. Sob a mentirosa argumentação de que “democracia é onde tudo pode”, os interesseiros políticos e sociais pregaram ao povo a utópica sociedade dos direitos sem deveres. De repente, todos passaram a ter direitos, mesmo não se sabendo de onde deveriam vir os recursos para a sustentação e cumprimento desses direitos. Políticos oportunistas, ongueiros e outros exploradores passaram a usar as minorias e os desvalidos da sociedade, atribuindo-lhes direitos indevidos ou duvidosos para, em contrapartida, colher dividendos eleitorais e outros.
Por mais que se
defenda a legitimidade das cotas para os negros, índios e seus descendentes,
não há como evitar que, beneficiando-se desse favor, esses indivíduos se
tornem cidadãos de segunda classe pelo resto de suas vidas. Tudo o que se fizer
além da tolerância da união de pessoas do mesmo sexo (um direito que
elas têm) será indevido e jamais esse instituto poderá ser chamado de
“casamento”, pois este consiste na união biológica e social entre macho e
fêmea. Da mesma forma, não há porque lhes atribuir o direito de adotar
crianças, mesmo que haja dificuldade para a adoção tradicional, pois filhos não
é um direito, e toda criança tem por direito a uma formação integral, que possa
chamar a um homem de pai e a uma mulher de mãe, fora disso, fica carente esta
formação complementar das diferenças dos sexos no desenvolvimento da criança.A
gama de direitos que os interesseiros têm atribuído à população, sem dela
exigir a justa contrapartida é, sem qualquer duvida, uma temeridade.
Desde o pacto social,
os indivíduos abriram mão de direitos individuais e se comprometeram a viver
equilibradamente para poderem se proteger como conjunto social. Nos tempos mais
recentes, sonhadores, oportunistas e interesseiros têm tentado quebrar esse
pacto. Na medida em que estabelecem direitos sem as correspondentes obrigações,
estão, no mínimo, privilegiando uns e escravizando outros. É preciso readquirir
o equilíbrio ou, então, estaremos dentro do caos.
Todo cidadão, para
assim poder ser chamado, tem de ser submisso às leis legitimamente
estabelecidas, não estando portanto, ninguém acima ou abaixo delas. A nenhum
delas é dada a permissão de invadir propriedades, vandalizar bens públicos e
privados, queimar e depredar veículos, interromper o trânsito, e desrespeitar a
legislação vigente. Todos os que assim agem têm de ser, identificados,
processados e presos. Infelizmente, os governos têm sido lenientes e
admitido a desobediência civil. É preciso retomar o império da lei para
evitar que a turba exploda e a única solução seja o emprego
da força. Isso todos sabemos como começa, mas ninguém pode prever como termina,
e geralmente da pior forma possível.
A maior parte do
proselitismo político desenvolvido no Brasil, durante as últimas três ou quatro
décadas, falou em liberdades e direitos. Os mentores da redemocratização
fizeram o povo acreditar, durante muito tempo, que com democracia e liberdade
todos os problemas nacionais estariam resolvidos. As gerações que foram
surgindo cresceram sob o clima de que tínhamos um país novo, porque a ditadura
havia terminado e agora todos éramos livres e donos dos próprios narizes. O
imediatismo, a demagogia, o improviso e a sede política dos neodemocratas, muitos
deles egressos do marxismo, do maoísmo, do castrismo e de outras fracassadas
pragas que poluíram o mundo, ocuparam-se em desorganizar a sociedade, sob o
argumento de remover o entulho autoritário do Contra Golpe militar de 64.
Vindos de doces e
românticos exílios vividos na França, Estados Unidos e em outras esquinas caras
e elegantes do mundo, os sonhadores da democracia para cá trouxeram fórmulas
ilusórias, inaplicáveis à realidade nacional e, ardilosamente, conseguiram implementá-las,
para desastre de nossa sociedade.
Espalhados pelos gabinetes governamentais e políticos, partiram para
construir processos apenas pela metade, ignorando a mais básica das leis: a da
ação e reação, que, por ser natural, independe de políticos, juristas e
legisladores.
O sonho dessas
figuras, muitas delas até bem intencionadas, legou-nos o discutível Estatuto da
Criança e do Adolescente, que blinda mas não controla o menor e ainda tira as
oportunidades naturais de sucesso já provadas e comprovadas na história, e seu
encaminhamento social. Criaram leis e normas que tornaram irreal o cumprimento
da pena. Em vez de providências para recolher com dignidade os apenados, os
governos fracos e interesseiros, e com um pseudo direito humano revanchista,
ideológico e parcial, buscaram instrumentos para reduzir a pena e, com isso,
baixar a necessidade de investimentos na área. O resultado é que um condenado,
via de regra, cumpre apenas um sexto do tempo que a Justiça lhe determina e,
mesmo assim, ainda dispõe de outros tantos benefícios que escandalizam a
sociedade.
A resultado da sociedade democrática que se prega nesse país desde os anos 70 do século passado está aí:
O povo tem uma das
piores imagens que já se fez da classe política em toda a história nacional. A
criminalidade é exacerbada e, por conta da leniência das leis, um mesmo
criminosos é preso mas, dias depois, está de volta às ruas para cometer o mesmo
crime ou outro ainda pior. E o faz com requintes de perversidade e declarações
públicas de falta de arrependimento, por estar certo da impunidade e penas
brandas a qual é submetido. A família está desagregada mediante valores irreais
que a cada dia se coloca na cabeça de pais e filhos. Tudo isto pela crença
geral criada no país, têm-se como detentores de direitos, mas poucos se
sujeitam aos deveres.
Todos aqueles senhores e senhoras que, correndo atrás de votos, ofereceram à população um país só de direitos, devem ser considerados coautores dos males que hoje assolam a sociedade. Da mesma forma devem ser identificados os teóricos que aqui verberaram regras alienígenas que desagregaram o conjunto social de então, que podia ser arcaico e deficiente, mas funcionava, e traziam resultados positivos para o conjunto da sociedade. Agora deveriam ter, pelo menos, a honestidade de admitir que só democracia não é o suficiente, que só o estado de direitos sem deveres, é inviável em qualquer lugar do mundo. É preciso muito trabalho e uma nítida noção de equilíbrio entre direitos e deveres, pois sem uma verdadeira reforma de conceitos, esse país não vai a lugar algum.
DIREITOS E DEVERES PARA COM A VIDA HUMANA
Chegamos
a um estado tal de coisas, que a mera afirmação de que “não existem direitos
sem deveres que os acompanhem” é suficiente para gerar fúria, xingamentos e
pânico generalizado nos grupelhos politicamente-corretos e na esquerda em
geral.O comunista (idiota útil, não os dirigentes do partidão) almeja uma
sociedade na qual o Estado assuma todos os deveres, sobrando a ele apenas os
direitos, e é essa a tal “igualdade” que tanto amam e pregam, a ausência de
deveres com a totalidade de direitos, um discurso emocionante, mas utópico.
Não
é possível ser possuidor de um único direito, se não for capaz de assumir
deveres, a priori, o dever de respeitar os direitos dos demais, e isso nos
confere direitos naturais, enquanto seres humanos, diferente dos demais animais,
que não são capazes de assumir o dever de respeitar os direitos dos demais. Não
é possível ser possuidor do direito à sua própria vida, se não for capaz de
respeitar o direito à vida de outrem, ainda que em gestação no útero materno,
que infelizmente tornou-se o lugar mais inseguro a vida humana com a ideologia
dos direitos sobre o próprio corpo do feminismo radical e fanático.
Os
defensores do aborto (uma pauta inerentemente comunista), vulgos abortistas, em
última análise, são indivíduos desejosos por se livrar de deveres e ficar
apenas com os direitos, e neste ponto se baseia quase que exclusivamente sua
retórica: você é contra o aborto? Então você é autoritário, machista, defensor
do patriarcado, e quer obrigar as mulheres a serem mães e acabar
com seus direitos.Este “argumento” não sobrevive à racionalidade, e por isso é
usado propositalmente de maneira sentimentalista, normalmente envolvendo mais
“teatralidade” de quem o sua, do que base intelectual e factual que o suporte.
São gritos histéricos, dedos em riste, tom de voz elevado, falsa indignação
etc, enfim, 100% atuação e sentimentalismo e 0% lógica e racionalidade.
Não há desrespeito a direitos
quando se trata de estabelecer deveres, pelo contrário, há a garantia dos
direitos fundamentais da humanidade. Quando uma lei proíbe o aborto e
estabelece punições aos envolvidos em tal ato, não se trata aqui de
desrespeitar quaisquer direitos, mas de garantir o direito básico e principal e
do qual todos os demais direitos são necessariamente dependentes: o direito a
nascer, ou seja, o direito à vida, e não é o pai ou o estado que deve
determinar isto, mas o direito natural que todo ser humano e a própria
humanidade tem na sua perpetuação.
Não
há direito ao assassinato, sendo assim, proibir que se assassine um nascituro é
uma garantia ao principal direito do mesmo e o estabelecimento de um dever aos
demais seres humanos, em especial à mulher, que é quem “carrega” essa vida
dentro de si.
O direito ao “próprio corpo” não
confere o direito de assassinar, fosse assim, qualquer um poderia usar as
próprias mãos, pés etc, para assassinar terceiros a socos, pontapés e golpes
diversos, e uma vez indagado bastaria responder: “Meu corpo, Minhas Regras”;
“Uso meus braços, mãos, pernas e pés como bem entender e quem discordar é
fascista”. Porém, bastaria que retrucassem: Mas e o corpo de quem você
espancou? Essa pessoa pediu para ser espancada até a morte? Ela lhe deu
permissão para que fizesse isso? Não? Neste caso, por que seu corpo te dá
direito de desrespeitar as regras de outrem sobre o próprio corpo?
A
reação mais que esperada seria: gritos histéricos, vociferação, espumar de
ódio, apontar o dedo, chorar como um(a) compulsivo(a) irracional e vitimista.
Quando confrontado com a realidade, com a lógica e com a racionalidade, o que
sobra é essa atitude previsível e batida, a qual convence apenas outros iguais
a ele(a), e não a alguém que tem por direito pensar diferente.
Não
é possível negar a existência de um direito ao qual você precisa recorrer para
efetuar tal negação. Ou seja, não havendo como negar o direito à vida sem
possuir direito à vida (pois não possuiria nenhum outro direito, como da
liberdade de expressão, posto que qualquer um pudesse te assassinar, inclusive
como meio de censura), logo, sem recorrer a tal direito para efetuar tal
negação, entra-se em flagrante contradição e prova-se que tal direito é
existente, inegável e inalienável.Portanto, é impossível defender um direito ao
assassinato baseado no direito à vida e em quaisquer outros direitos. Portanto,
da próxima vez que um abortista te acusar de querer acabar com os direitos das
mulheres, responda-lhe (energicamente):
“NÃO! VOCÊ é um(a) defensor(a) do
direito ao assassinato de um inocente, e EU sou defensor(a) do DIREITO À VIDA”
e exija que prove o contrário, trazendo o debate para o lado racional, onde o
abortista sempre perderá.
CONCLUSÃO:
É
bem provável que esse atual estado de catástrofe social que vivemos seja o
resultado de um amplo movimento de reivindicação de direitos, sem
correspondência alguma com nenhum dever. Não é raro ouvir as pessoas clamarem
por seus direitos, sobretudo na era da informação, onde quase todo mundo sabe
de sua existência. O que não se ensinou e que infelizmente não se ensina é que DIREITOS IMPLICAM DEVERES. No
mínimo, para se bradar por algum direito, o indivíduo precisa ter o dever de
respeitar os direitos dos seus semelhantes. Também ao Estado cabe, além de
conferir direitos, o dever de ensinar a respeitá-los, cobrar e punir pelo
descumprimento A sociedade está tão mal acostumada a reclamar direitos e já não tem
mais noção alguma de seus deveres. Só sabe cobrar, e se não consegue o que
quer, toma de forma ilegal sem sentir nenhum remorso.
Mas também não dá pra culpar o nosso povo. Estes não foram sequer
instruídos quanto a isso. A escola, que se diz ambiente formador de cidadãos
não faz esse papel de passar as noções mais básicas de direitos e deveres às
nossas crianças. Não simplesmente por falha da escola, ela até tenta, mas a
legislação e o currículo escolar não permitem. Nem mesmo nossa Constituição Federal traz
ensinamentos a esse respeito. Seu título II – Dos Direitos e Garantias
Fundamentais – traz como Capítulo I o seguinte dizer: “DOS DIREITOS E DEVERES INDIVIDUAIS E
COLETIVOS“. Esse capítulo se inicia com o Art. 5º e seus
famosos 78 incisos. O difícil é você
lê-los e encontrar a descrição de deveres entre eles, como enuncia seu título.
A
falta de responsabilidade para com a prática de deveres, aliada as já citadas
falta de ética e sensibilidade para com o outro, levam a que se busque
desenfreadamente apenas a concessão de direitos, não importando o fato de se
atropelar os direitos dos outros. Isso é fácil de constatar: nas pessoas que
não respeitam uma fila, e nas que não respeitam a opinião alheia, ou até mesmo
o direito básico ao contraditório que outro tem de se expressar. São essas
pessoas as primeiras GRITAR E ESBRAVEJAR
quando se sentem feridas em seus direitos.
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