(Alegoria ao Bom Governo - afresco de Ambrogio Lorenzetti: 1338-1339 - Capa da D.S.I)
O tema dos afrescos na obra acima, são os bons e maus Governo e os seus
efeitos sobre a vida das cidades e vilas. A alegoria do Bom Governo é
construída a partir de três faixas horizontais. Em primeiro plano as figuras de
Siena contemporânea estão representadas. Atrás destas, em um palco, há figuras
alegóricas em dois grupos, que representam o bom governo. Os dois grupos estão ligados pela procissão
dos conselheiros. A faixa superior indica a esfera celestial com os flutuantes
fantasmas das virtudes. O homem
entronizado no lado direito da faixa do meio representa a cidade de Siena e
encarna o bom governo. Em torno de sua cabeça quatro
letras C S C V (Commune Saenorum Civitatis Virginis) explicam a sua
identidade. A seus pés as duas crianças
são os filhos de Remus, Ascius e Senius, os fundadores do Siena de acordo com
as lendas romanas. Em ambos os lados Siena as virtudes do bom governo são
representados por seis, figuras femininas imponentes coroadas: Paz, fortaleza e
prudência no lado esquerdo, magnanimidade, Temperança e Justiça à direita. Na extrema esquerda do afresco, a figura da
Justiça é repetida, e vemos como ela
equilibra a balança pela sabedoria. Abaixo do afresco está assinatura do
pintor: AMBROSIUS laurentii DE senis HIC pinxit UTRINQUE.
Em nossa era,
verifica-se uma preocupação constante: como alcançar uma sociedade
perfeita?
Fala-se muito de
ordem, leis e direitos, mas a resposta não se restringe a isso. A solução
encontra-se em algo muito mais profundo, régio e elevado, que bem podemos
chamar de fonte da qual emanam todas as perfeições: A Santa Igreja Católica
Apostólica e Romana. A sociedade pode
ser comparada a uma enorme construção. Para a edificação de um castelo, por
exemplo, é necessário, mais que majestosas torres e altaneiras muralhas ou
elegantes escadarias e magníficos salões, é necessário um sólido fundamento.
Sem este, de nada valerá a construção, pois, na primeira tempestade, tudo
desmoronará e se reduzirá a um amontoado pedras. Tendo uma base forte, o
castelo atravessa os séculos, incólume a chuvas e intempéries. Estas só
contribuirão para torná-lo mais belo, pois dar-lhe-ão a glória de ter resistido
às piores situações. Ora, a sociedade tem como fundamento a Igreja
Católica. Podemos contemplar, no passado, o esplendor e grandeza em todos os
campos nos quais ela penetrou. Em contrapartida, encontramos nos dias atuais
apenas os restos dessa civilização luminosa, pois ela ruiu quando seu
fundamento lhe foi tirado. Tal realidade, muito esquecida na sociedade em que
vivemos, merece grande importância. Numa época como a
nossa, em que as pessoas, guiadas pelo egoísmo e por falsas doutrinas,
afastam-se da Religião, é difícil ter uma noção exata de como foi a Idade Média
, que foi parte deste alicerce no qual vive o mundo de hoje. Durante três
séculos, a Igreja teve inteiro domínio sobre os povos do continente europeu e,
sem dúvida, foi este “o período mais fecundo e sob muitos aspectos, mais
harmonioso de todos os que a Europa conheceu até os nossos dias. Saindo das
trevas invernais da época bárbara, a humanidade cristã viveu a sua primavera”.A
Igreja converteu aqueles bárbaros germanos em filhos de Deus e deles fez uma
brilhante civilização. A sociedade era totalmente penetrada pela Fé e o Estado
tinha a obrigação, antes de tudo, de prestar honra à Igreja, dar-lhe proteção e
apoio.
Assim descreve o Papa Leão XIII a luminosa
Cristandade Medieval:
Tempo houve em que a filosofia do Evangelho governava os Estados. Nessa
época, a influência da sabedoria cristã e sua virtude divina penetravam as
leis, as instituições, os costumes dos povos, todas as categorias e todas as
relações da sociedade civil. Então a religião instituída por Nosso Senhor Jesus
Cristo, solidamente estabelecida no grau de dignidade que lhe é devido, em toda
parte era florescente, graças ao favor dos Príncipes e à proteção legítima dos
Magistrados. Então o Sacerdócio e o Império estavam ligados entre si por uma
feliz concórdia e pela permuta amistosa de bons ofícios.
A hierarquia eclesiástica compunha-se de três
graus:
-O Sumo Pontífice
-Os bispos
-Os
párocos. A esta categoria, “por causa de sua condição sacral, era tida como a
mais importante das classes sociais. Além de sua missão própria que é de salvar
as almas, tinha sob sua responsabilidade duas atividades: a educação e a saúde
pública”.
Desta forma, todo o povo era orientado e auxiliado
pelo próprio clero. O desempenho do ensino era administrado por sacerdotes e
bispos, e os nobres necessitavam de uma licença eclesiástica para lecionar,
pois o ensino dizia respeito à ortodoxia e para isso era preciso estar sob a
vigilância do clero.
Notando
a importância de saber ler e escrever, não só para os trabalhos habituais mas,
especialmente, para a difusão da Religião, a Igreja desenvolveu uma forma de
alfabetizar a todos através das passagens bíblicas. O mito de que a Idade Média
foi a era do atraso no que diz respeito aos estudos fica desmascarado, pois foi
também neste período que se desenvolveu o livro, instrumento de cultura que
substituiu os pergaminhos; bem como os estudos aprofundados de filosofia e
teologia na Escolástica.
Além disso, todas as decisões eram resolvidas
pelo soberano, que baseava-se na doutrina católica exposta claramente pela
lógica cristã como nos explica Woods:
Se a Idade Média tivesse sido realmente um período em que as questões
eram resolvidas pelo mero recurso aos argumentos de autoridade, esse rigor no
estudo da lógica formal não faria sentido. O empenho com que se ministrava essa
disciplina revela, pelo contrário, uma civilização que almejava compreender e
persuadir. Para esse fim os professores procuravam alunos capazes de detectar
as falácias lógicas e de formular argumentos logicamente sólidos. Foi a Idade
da Escolástica.
Quanto à saúde
pública, sabe-se que a Igreja foi solícita em atender as necessidades dos
enfermos, auxiliando-os não somente no campo espiritual, através dos
Sacramentos, como também no campo físico:
Erigindo hospitais atenciosamente
cuidados por religiosos, os quais dedicavam-se aos doentes com esmero e
verdadeira caridade. De tal forma isto sucedeu que não somente o mundo cristão
foi modificado, mas todo o comportamento global. Compreendendo que servir o
próximo é servir a Deus, as ordens hospitaleiras atendiam os doentes, quem quer
que fosse, de todos os lugares, sem exceção. Inclusive, foi esta “uma das razões
que haviam levado os cristãos da Idade Média a chamar ‘Hospedagem de Deus’ ou
‘Casa de Deus’ não às igrejas, mas aos lugares onde se acolhiam e tratavam,
gratuitamente, pobres, doentes, miseráveis”, comenta a historiadora Régine
Pernoud, fazendo alusão ao vocábulo francês hôtel-Dieu, hospital.
Foi com os tesouros de dinheiro dados à Igreja,
pela caridade, que se pôde estender, pelo continente europeu, uma notável
rede de hospitais!
Tais frutos dependiam do fato de a Igreja estar cercada de prestígio
pelo Estado e pelos poderosos de então, dando-lhe os meios de exercer uma grande
ação. Encontrando o apoio do Estado, a Igreja pôde atuar em todos os campos: Impulsionou as ciências e o progresso técnico, aperfeiçoou as relações
internacionais entre os estados, aboliu a escravidão, fez avançar no progresso
social, elevou a condição da mulher, de tal modo que, no século XIV, a Europa
havia ultrapassado de muito todos os outros continentes. Além dos deveres e
direitos individuais, os medievais preocupavam-se mais com o bem comum do que
com o próprio. Considerando-se ligado aos outros pela mesma Fé, o homem
medieval sentia intensamente que tinha deveres para com a sociedade. Mais do
que um meio indispensável para ganhar a vida, o trabalho tinha um valor
altíssimo, pois criava condições para a prática das virtudes. Tanto os
camponeses como o carpinteiro ou o padeiro executavam, com suas simples
atividades, uma obra piedosa, pois operavam visando o bem alheio, e assim,
preparavam-se para o Céu. A disposição do grupo de trabalhadores trazia a marca
cristã da caridade fraterna. Havia muitas confrarias ou irmandades, ou seja,
pessoas que trabalhavam juntas em convivência fraterna, como os arquitetos, os
escultores, pedreiros, aparelhadores e amassadores de cal, para construir
catedrais ou casas paroquiais. Joalheiros, curtidores, vendedores de peles e
alfaiates reuniam-se e ofereciam à catedral um vitral que trazia embaixo uma
vinheta, designando as ocupações de seu estado, feito por eles mesmos em louvor
ao seu santo padroeiro ou à Virgem Mãe de Deus. Assim o trabalho, sob o olhar
de Deus, se enobrecia.
“Assim
na Terra como no Céu”: o Reinado de Cristo na Terra!
Sabemos que a vida
nesta Terra diferencia-se profundamente da vida eterna, porém não são dois
planos separados um do outro. Pelo contrário, possuem eles uma íntima relação:“Assim como a Escola Militar é o caminho para a carreira das armas, ou o
noviciado é o caminho para o definitivo ingresso numa Ordem Religiosa, assim a
terra é o caminho para o Céu”.O anseio pela
felicidade leva o homem a procurar na vida presente algum resquício do Reino
que os espera no Céu. O próprio Nosso Senhor Jesus Cristo nos ensinou a pedir
ao Pai Celeste: “Venha a nós o vosso Reino” (Mt 6, 10). Esta súplica, rezada
todos os dias, há mais de dois mil anos Igreja Militante, roga que o Reino de
Deus se estabeleça o quanto antes entre nós.Porém, como seria isso possível
tendo o próprio Nosso Senhor Jesus Cristo afirmado não ser deste mundo o seu
Reino? (Cf. Jo 18, 36). Será uma contradição? Ou teria ensinado a pedir algo
impossível de se alcançar?
De fato, como nos explica São Tomás, Nosso Senhor
Jesus Cristo disse:
“O meu reino não é deste mundo”, e não “o meu Reino não está neste
mundo”, ou seja, está neste mundo com a humanidade regenerada pela graça e não
é um reino comum aos reis da Terra, mas, um reino divino, pois o seu poder vem
do Céu. “É o reino da virtude, é o reino da santidade, é o reino do Evangelho”,
que só se “torna efetivo na terra, individual e social, quando os homens, no
íntimo de sua alma, como em suas ações, e as sociedades em suas instituições,
leis, costumes, manifestações culturais e artísticas, se conformam com a lei de
Cristo”.
O Reino de Deus se realiza na sua plenitude no
outro mundo!
Mas para todos nós ele começa a se
realizar em estado germinativo já neste mundo. Tal como em um noviciado, já se
pratica a vida religiosa, embora em estado preparatório; e em uma escola
militar um jovem se prepara para o Exército, vivendo a própria vida militar. E
a Santa Igreja Católica já é neste mundo uma imagem, e mais do que isto, uma verdadeira
antecipação do Céu. Para o futuro, portanto, estão reservadas maravilhas jamais
verificadas na História. A este mundo controverso, violento, que parece
caminhar de paroxismo em paroxismo, sucederá uma nova era na qual florescerá a
verdadeira sociedade cristã, ainda mais harmoniosa e bela que a sociedade
medieval, pois terá a unção do perdão divino, única solução — mas quão eficaz! — para os desregramentos
humanos. Sob a égide desse perdão e alicerçada na Igreja, a sociedade, será
verdadeiro espelho da fisionomia de Cristo, em que serão reunidas “todas as
coisas, as que estão nos Céus e as que estão na Terra” (Ef I, 10).
A civilização cristã é o protótipo da
sociedade perfeita?
Sim!!! Se Jesus
Cristo é o verdadeiro ideal de perfeição de todos os homens, uma sociedade que
aplique todas as Suas leis tem de ser uma sociedade perfeita, a cultura e a
civilização nascidas da Igreja de Cristo tem de ser forçosamente, não só a
melhor civilização, mas, a única verdadeira!
Dí-lo o Santo Pontífice Pio X:
"Não há verdadeira civilização sem civilização moral, e não há
verdadeira civilização moral senão com a Religião verdadeira". (Carta ao
Episcopado Francês, de 28-VIII-1910, sobre "Le Sillon").
A ação da Igreja sobre os homens é só individual?
Não, Ela forma também
povos, culturas, civilizações.
Por quê?
Porque Deus criou o
homem naturalmente sociável, e quis que os homens, em sociedade, trabalhassem
uns pela santificação dos outros.
Os demais homens nos influenciam?
Sim. Temos todos,
pela própria pressão do instinto de sociabilidade, a tendência a comunicar em
certa medida nossas ideias aos outros, e, em certa medida, em receber a
influência deles. Isto se pode afirmar nas relações de indivíduo a indivíduo, e
do indivíduo com a sociedade.
As leis, costumes, culturas nos influenciam?
Os ambientes, as
leis, as instituições em que vivemos exercem efeito sobre nós, têm sobre nós
uma ação pedagógica. Resistir inteiramente ao ambiente ruim, cuja influência
nos penetra até por osmose e como que pela pele, é obra de alta e árdua
virtude. E por isto os primitivos cristãos não foram mais admiráveis
enfrentando as feras do Coliseu, do que mantendo íntegro seu espírito católico
embora vivessem no seio de uma sociedade pagã.
A cultura e a civilização são meios que Deus também
pode usar como salvação da alma?
Sim. A cultura e a
civilização são fortíssimos meios para agir sobre as almas. Agir para a sua
ruína, quando a cultura e a civilização são pagãs. Para a sua edificação e sua
salvação, quando são católicas. Por isso, a Igreja não pode desinteressar-se em
produzir uma cultura e uma civilização, e se contentar em agir sobre cada alma
a título meramente individual.
Todo cristão é um foco de Civilização Cristã?
Sim. Toda a alma
sobre a qual a Igreja age, e que corresponde generosamente a tal ação, é como
que um foco ou uma semente da civilização cristã, que ela expande ativa e
energicamente em torno de si. A virtude transparece e contagia. Contagiando,
propaga-se. Agindo e propagando-se tende a transformar-se em cultura e
civilização católica.
A Igreja pode não produzir uma Civilização e uma
cultura católicas?
Não. O próprio da
Igreja é de produzir uma cultura e uma civilização cristã. É de produzir todos
os seus frutos numa atmosfera social plenamente católica.
Deve-se desejar a Civilização Cristã?
Sim. O católico
deve aspirar a uma civilização católica como o homem encarcerado num
subterrâneo deseja o ar livre, e o pássaro aprisionado anseia por recuperar os
espaços infinitos do Céu.
Qual é, em resumo, o ideal católico hoje?
E é esta nossa
finalidade, nosso grande ideal. Caminhamos para a civilização católica que
poderá nascer dos escombros do mundo de hoje, como dos escombros do mundo
romano nasceu a civilização medieval. Caminhamos para a conquista deste ideal,
com a coragem, a perseverança, a resolução de enfrentar e vencer todos os
obstáculos, com que os Cruzados marcharam para Jerusalém. Porque, se nossos
maiores no passado, souberam morrer para reconquistar o sepulcro de Cristo,
como não queremos nós filhos da Igreja como eles lutar e morrer para restaurar
algo que vale infinitamente mais do que o preciosíssimo sepulcro do Salvador,
isto é, seu reinado sobre as almas e as sociedades, que Ele criou e salvou para
O amarem eternamente?
A Igreja católica vive várias tensões devido a sua
natureza própria de uma realidade sociológica e teologal, respondendo
simultaneamente às necessidades e conjunturas históricas culturais e à intenção
de Jesus expressa por sua vida, mensagem e práticas!
A esperança de uma sociedade mais justa combinada com a preguiça, a
falta de espírito comunitário, e alguns oportunistas que vêem no Estado uma
fonte de dinheiro e poder, cobrem a sociedade aberta com uma sombra de
totalitarismo.Todos nós, em algum nível, ansiamos por uma sociedade perfeita.
Para o personagem autista de Dustin Hoffman em Rain Man, ela era uma vida
perfeitamente coreografada e cronometrada em um asilo de luxo, onde cada dia da
semana e hora do dia se tornavam perfeitamente previsíveis. O tipo de autista
retratado apresentava inteligência e um rígido padrão de comportamento, e não
estava muito distante das pessoas “normais”. Para satisfazer este sonho das pessoas de viver em uma sociedade em que
todos os seus problemas são resolvidos por alguém que não elas mesmas, temos o
totalitarismo, que é o sistema político baseado na extensão do Estado a todos
os níveis e aspectos da sociedade. Na visão socialista gramsciana, o partido é
o sucessor do príncipe de Maquiavel e é por meio dele que se deve conquistar o
poder estatal, que atingirá o seu ápice quando não houver separação entre o
partido e o Estado e entre este e a sociedade.O totalitarismo é
caracterizado por um partido de massa, processo de decisão centralizado no
diretório nacional não eleito pelo povo, aparelho estatal ocupado por membros
do partido, culto à personalidade do líder, propaganda estatal intensa, censura
aos meios de comunicação, paranóia social, entre outros.
Os totalitarismos clássicos são o nazista e o
comunista!
A versão tupiniquim atual desta utopia
salvadora é o petismo. Um partido de massa fundado sobre o corporativismo das
relações de trabalho, ideologicamente sustentado no socialismo, feminismo e
anti-racismo, e com apoio da igreja da teologia da libertação, além, é claro,
da geração 68, que se inspirava na velha revolução cubana.Confesso que a
justiça social é um lindo sonho, é um delírio do qual políticos corporativistas
sabem se servir muito bem. Ninguém gosta de ver crianças mendigando pelas
calçadas, famílias embaixo de viadutos, e é fácil sucumbir à tentação de
soluções imediatistas como o bolsa família, e outros benefícios Sociais que paralisaram
o país, pois de onde se tira e não se coloca, um dia falta, e faltou mesmo.
MODELO DE IGREJA HIERÁRQUICA
Em que consiste?
Consiste numa
percepção do ser interno da Igreja e de sua missão a partir da autoridade
constitutiva da hierarquia. A Igreja se estrutura de cima para baixo, de
maneira vertical, sem naturalmente negar a necessidade de uma vida interna de
comunidade e de missão. A coesão interna é vista desde a instituição e a
autoridade que a representa.A preocupação central da unidade conduz a uma
insistência na atuação das autoridades, guardiães da ortodoxia – isto é da
permanência inalterada das verdades reveladas dogmáticas e morais –, das
práticas sacramentais, dos ministérios sobretudo ordenados e de sua forma
organizativa desde os órgãos centrais até as instituições menores locais.A
dupla vigilância da verdade e da disciplina eclesiástica é exercida com
constância e competência pelas instâncias institucionais, sobretudo romanas,
que estão a serviço do ministério petrino. A Igreja entende-se como uma “sociedade
perfeita”, de natureza original e única, dotada de todos os elementos
necessários e suficientes para cumprir sua missão visível e institucional
através dos tempos e lugares, como um corpo social.
Suas raízes históricas e constituição
Tal concepção
firmou-se a partir do século XI, mas lança raízes no IV para o V século. No
centro desse modelo está o poder do Bispo de Roma. Santo Agostinho está na sua
origem sob o aspecto teológico. Em tensão com a crise donatista, enfatiza uma
compreensão institucional e hierárquica da Igreja e de todo o Ocidente.
A teologia da história no livro "a Cidade de Deus" influenciará fortemente a Idade Média!
O poder romano foi
crescendo desde os papas dos séc. IV/V através das tensões com os concílios e
das lendas do Papa S. Silvestre e da "Doação de Constantino".
Gregório Magno (590-604) tem importância nesse processo, como o verdadeiro
primeiro papa medieval. A Igreja mantém estreita união com o Estado de modo que
no Ocidente ser cidadão era ser cristão, católico e romano. Tal modelo tem
repercussões na liturgia, no canto gregoriano, na prática da confissão
individual, no rigorismo da moral sexual. A partir de Gregório VII (séc. XI)
esse modelo se fortalece, ao estender o Papa pelo "Dictatus papae"
seu poder sobre todo o mundo com competência ilimitada. A centralização, o
legalismo da igreja e sua ciência do direito canônico, a politização através do
poder eclesiástico e seu domínio sobre todo o mundo, a militarização com a
"guerra santa", a clericalização com um clero celibatário vão
configurando-o. Ele encontra em Tomás de Aquino a grande síntese teológica.No século XVI, em reação à teologia dos reformadores elabora-se uma
eclesiologia fortemente calcada na visibilidade. A posição de S. Roberto
Bellarmino (1542-1621) tornou-se paradigmática ao frisar os aspectos visíveis
da Igreja. “Para que alguém possa ser declarado membro dessa Igreja verdadeira,
da qual falam as Escrituras, não pensamos que dele se peça nenhuma virtude
interior. Basta a profissão exterior de fé e de comunhão dos sacramentos, coisa
que o próprio sentido pode constatar. A Igreja é uma comunidade de homens tão
visíveis e palpáveis quanto a comunidade do Povo Romano ou o Reino de França ou
a República de Veneza”.O Concílio Vaticano
I (1870) desenrola-se num contexto tenso de violentos ataques à Igreja católica
hierárquica com a conseqüente postura defensiva e restauradora. Por razões
históricas, o Concílio não conseguiu levar a cabo toda a tarefa que se
propusera e termina por tratar unilateralmente do poder papal, separado do
conjunto da Igreja. Define o Primado do Romano Pontífice e a sua
infalibilidade. Pio XII termina esse ciclo, insistindo no aspecto de que o
Corpo Místico de Cristo se identifica com a Igreja Católica Romana.
Tensão entre Igreja universal e
particular
A tensão entre
Igreja universal e particular se vive nesse modelo sob a forma de submissão das
igrejas particulares à Igreja de Roma. Gregório VII já se atribuíra o título de
"universalis pontifex" e de "universalis ecclesiae
episcopus", gerando a impressão de Roma ser realmente a Igreja universal e
as igrejas particulares subordinadas a ela.O próprio Paulo VI assina os
documentos do Concílio com o título de "episcopus ecclesiae
catholicae". Esse título permite um duplo sentido. Num primeiro sentido,
vale de todo bispo. Assim um bispo de uma diocese é bispo da igreja católica,
situada na cidade ou região de que é bispo. Ou pode significar que o Papa é o
único bispo da Igreja católica, isto é universal. Essa concepção de que o Bispo
de Roma é na prática o Bispo da Igreja universal teve conseqüências para o
ministério episcopal em toda a Igreja católica.Como a Igreja de
Roma, sobretudo a partir de Gregório VII, se atribuiu títulos como "caput,
mater, fons, origo, fundamentum. basis et cardo totius ecclesiae" (cabeça,
mãe, fonte, origem, fundamento, base e núcleo de toda Igreja"). Ora esses
são atributos universais.O primado de jurisdição, definido no Concílio Vaticano
I, funcionou na prática como a universalização do modelo da Igreja de Roma de
forma positiva, gerando a unidade em torno do pontífice.
Pio X exprimiu de maneira clara essa consciência, ao afirmar
que a vida dos fiéis na Igreja dependia e se originava da hierarquia. Esta
estabelecia as verdadeiras balizas dentro das quais os leigos se situavam e se
entendiam:
“Só na hierarquia reside o direito e a autoridade de orientar e
dirigir...O dever da multidão é deixar-se governar e seguir com obediência a
direção dos que a regem”.
Foi necessário
esperar o Concílio Vaticano II para que esse modelo fosse usurpado no sentido
hegeliano de ir para a frente, retendo os elementos válidos e fundamentais e negando
outros, para alcançar um modelo estranho e diferente a tradição dos apóstolos:
o modelo de Igreja como Povo de Deus
A virada copernicana: Do Teocentrismo absoluto, para o Antropocentrismo relativo!
É sabido que o
esquema sobre a Igreja, preparado pela Comissão Teológica pré-conciliar e
proposto ao plenário do Concílio, foi acremente criticado pelos Padres
Conciliares, terminando por sua rejeição como um todo. E elaborou-se então um
novo esquema. E em dado momento houve uma votação decisiva que foi a inversão
da ordem de dois capítulos. O capítulo da hierarquia precedia ao dos leigos.
Criou-se então um capítulo prévio aos dois dedicado ao Povo de Deus em que
hierarquia e leigos foram contemplados na sua unidade anterior. Não se tratava
de algo puramente redacional, mas teológico-simbólico. Primeiro o Povo de Deus
que se constitui pelo batismo, primeiro o sacerdócio comum dos fiéis, também
ele fundado no batismo. A seu serviço está a hierarquia!
Modelo de serviço para o Povo de Deus: "Serva dos servos de Deus!"
Ele se caracteriza
pela base laical e colegial, como aparece na Lumen gentium. A Igreja é laical
no sentido de ser povo de Deus.No centro da vida da Igreja está o batismo que
nos faz todos membros iguais de um mesmo Povo de Deus. Sobre tal igualdade
fundamental e após ela, virão as diferenças de ministérios e carismas.Não é a hierarquia que nos constitui cristãos, mas o nascimento pelo
batismo. A autonomia do batizado não significa independência nem rebelião.
Ninguém é independente de ninguém. Todos temos laços de relação que nos fazem
mutuamente dependentes.O caráter de graça sacramental do poder na Igreja não o
torna absoluto, antes obriga o ministro à consciência de que o recebeu como
graça a serviço de todo o corpo. Ele não é dono da graça que sempre é de Deus.O
batismo na Igreja nos confere direitos e deveres seja qual for o ofício ou
cargo que exercemos.
O DIÁLOGO É NOVO NOME DA CARIDADE!
Onde há tais
relações não existem poderes absolutos, já que o poder se defronta com o limite
imposto pelos direitos e liberdade dos outros, concedidos por Deus pela graça
batismal.A base laical da Igreja abre-nos novos horizontes para pensar a
relação entre os fiéis numa igualdade fundamental. E quando emergem as
diferenças por causa dos ministérios e carismas, estas são pensadas em função,
ao serviço da igualdade fundamental batismal. Destaque-se que a parte canônica
e legislativa da Igreja ainda não contempla esse modelo de Povo de Deus aqui
retratado.
Relação
entre Igreja universal e particular
Para responder a
mudança na relação entre Igreja universal e particular, que no modelo
hierárquico era de dependência, o Concílio Vaticano II introduz a categoria
"colegialidade". É uma conseqüência da base laical da Igreja. Se o
ser e agir na Igreja parte da igualdade fundamental do batismo, segue-se que
todos são responsáveis por tudo e isso se exprime na colegialidade. O Concílio a
tratou no último nível da hierarquia da Igreja: a colegialidade dos bispos com
o papa, cabeça do colégio. Nesse nível existem várias instituições que permitem
sua concretização prática: as conferências regionais e nacionais anteriormente
existentes em muitos lugares e a instituição do Sínodo dos Bispos, criada depois
do concílio.Para que o modelo Povo de Deus se realize, é necessário que tal
colegialidade afete os três centros da Igreja – Roma, diocese e paróquia –
entre si, encontrando formas de participação. E dentro de cada centro as
relações também devem fazer-se em base à igualdade batismal e à colegialidade
de responsabilidade. Em vez da cabeça de qualquer menor centro eclesial decidir
por ela, sentem-se corresponsáveis por tais decisões os outros membros da
comunidade. Todos são Povo de Deus!.
A construção desse modelo pede que a participação
nasça no interior das comunidades menores para ir subindo aos níveis mais altos
de poder!
Tal modelo não contradiz o modelo
anterior no seu elemento fundamental. Pois os ministérios que se recebem no
interior do Povo de Deus não são conferidos pela vontade popular, mas pela
graça de Deus, transmitida na ordenação para os ministérios ministeriais. A Igreja universal é a comunhão de todas as igrejas particulares entre
si e com a Igreja particular de Roma. Cada igreja particular realiza a
totalidade da Igreja católica. Mas ela não é pensável fora da comunhão com as
outras igrejas. A Igreja universal não pode existir em si mesma, mas somente
nas igrejas particulares. Ela é o sacramento universal da salvação, continuando
na história a presença universal salvífica de Jesus Cristo. E o realiza na
mediação das igrejas particulares. A Igreja universal é a expressão da unidade
do plano salvador universal de Deus que se concretiza no tempo e espaço das
igrejas particulares. A Igreja de Roma é sinal e tem um serviço especial a esta
universalidade.
Relações no interior do Povo de Deus
Nesse modelo o
leigo assume mais plenamente sua autonomia e cidadania na condição de batizado.
Não se contrapõe ao clero, porque todos partem da mesma base comum.
Reconhecem-se diferentes serviços no interior da Igreja. O Espírito Santo está
tanto presente no leigo com sua graça e despertando carismas quanto no clero no
cumprimento de seu ministério. Não pode haver contradição no interior do
Espírito Santo. Toda tensão vem da imperfeição de nossa compreensão e do pecado
de nossa sede de poder. O caminho será o reconhecimento da liberdade do
Espírito, o diálogo entre todos, a responsabilidade pela totalidade da Igreja.
Nosso
Senhor Jesus Cristo nos recomendou que tivéssemos linguagem franca, sem
fraudes, ao nos dizer:
"Que vosso falar seja sim, sim; não, não. Porque tudo o que passar
disso provém do mal" (Mateus 5, 37)
E o Espírito Santo condenou a
linguagem dupla, enganadora!
“Todo pecador se dá a conhecer pela duplicidade de sua língua” (Ecle 5,
11).”
"Maldito o homem de coração duplo, cujos lábios são criminosos, e cujas
mãos fazem o mal, e do pecador que anda sobre a terra por dois caminhos”(Ecle 2,
14).
Ora alguns teólogos(não todos), durante o Concílio
Vaticano II adotou uma linguagem ambígua, uma língua dupla e, por vezes, até
polissêmica!
Daí as várias interpretações e leituras
que ele causou, a ponto de Bento XVI garantir que dele ainda não foi dada a
interpretação legítima oficial, que continua ainda sendo meditada e aprofundada
até os dias de hoje. É conhecida a confissão feita por um perito conciliar de
que estes teólogos adotariam uma linguagem "diplomática" da qual,
depois, tirariam as conseqüências que lhes conviesse. E foi o que aconteceu. A
linguagem dupla, ambígua e capciosa destes Teólogos acabaram se impondo em
alguns documentos do Vaticano II, dividindo os católicos em inúmeros grupos,
cada um dando uma interpretação diversa da doutrina conciliar. Alguns defendem
a letra do concílio, outros, o espírito do Concílio. É o próprio Padre
J.B.Libânio que confessa sobre o linguajar do Vaticano II:
"A
linguagem é a grande via dos equívocos!"
Isso é verdade,
quando se usa uma linguagem dupla, condenada por Deus, pela honestidade e pelo
bom senso. E Padre Libânio se alegra com essa duplicidade de linguagem que
permitiu enganar os Bispos ingênuos. Onde, em que seminário, teria se formado
esse herege modernista que se alegra em constatar a língua dupla do Vaticano
II?Razão teve, então, o perito modernista Yves Congar ao dizer que o
Vaticano II teve papel idêntico que os Estados Gerais da Revolução Francesa, em
1789, que liquidou o poder do Rei da França, preparando seu futuro
guilhotinamento. O Concílio Vaticano II, se deixar levar não pela letra, mas
por este tal fantasiosos espírito do concílio, e por uma ambígua doutrina da
Colegialidade, prepara o destronamento do Papa.
Os teólogos modernistas infiltrados no Vaticano
II lançaram as bases ambíguas e movediças de uma Nova Igreja igualitária e
democrática!
"Comunitária", como
gosta de proclamar desinibidamente o novo clero, ansioso por ter sogra. O
Concílio lançou as bases de uma igreja nova diametralmente oposta ao que
é a Igreja católica Apostólica Romana. Daí, Padre JB Libânio falar em uma eclesiológica“revolução copernicana”realizada pelo Vaticano II. Copernicânica,
sim, porque trocou o centro da Igreja! Antes o centro era Cristo e o
ensinamento do Papa. Agora, na Nova
Igreja Soviética, o centro é os líderes modernistas e o Povo manipulado por
eles.
Padre Libânio repele a Igreja de sempre, a
Igreja hierárquica, e propõe uma Nova Igreja igualitária, soviética, inspirada
na ambigüidade do Vaticano II. Escreveu ele:
"Pio X exprimiu de maneira clara essa consciência, ao afirmar que a
vida dos fiéis na Igreja dependia e se originava da hierarquia. Esta
estabelecia as verdadeiras balizas dentro das quais os leigos se situavam e se
entendiam. Só na hierarquia reside o direito e a autoridade de orientar e
dirigir [...]. O dever da multidão é deixar-se governar e seguir com obediência
a direção dos que a regem” [2- Pio X, Encíclica Vehementer, 11 de fevereiro de
1906].
"Foi
necessário esperar o Concílio Vaticano II para que esse modelo fosse superado
no sentido hegeliano de ir para a frente, retendo os elementos válidos e
fundamentais e negando sua negatividade para alcançar um modelo mais rico e
integrado: o modelo Povo de Deus".
Habemus confitentem reum! Temos a confissão do
próprio réu! Padre Libânio confessa que o Vaticano II permitiu criar
hegelianamente, dialeticamente, um novo modelo de Igreja!
Os
teólogos do Vaticano II criaram uma Nova Igreja: a Igreja do POVO DE DEUS, que
é hegelianamente oposta à Igreja Católica Apostólica Romana, fundada por
Cristo, sobre Pedro.Duas Igrejas metafísica e teologicamente opostas como tese
e antítese.Quem é católico não pode aceitar essa Nova Igreja igualitária,
comunitária, soviética,anti-Papal, anti-Romana proposta por Padre J.B. Libânio.Se no protestantismo, conforme seus reformadores, foi preciso nascer Lutero e somente a partir de 1545 para o Espírito Santo que estava dormindo, começasse a atuar.Na Igreja católica, foi mais longe ainda, ou seja, tivemos que esperar o nascimento do padre Libânio e o fim do Concílio Vaticano II em 1965, para que o Espírito Santo visse tão somente a partir dai, atuar na Igreja.A Igreja dai para trás, conforme o entendimento infalível deste padre, não teve o auxílio do Espírito santo! Quer dizer então que o ensino anterior ao vaticano II levou os católicos para o inferno, o atual vai levar todos para o céu...
Como
nasceu a "nova noção soviética de igreja", no Vaticano II?
Libânio explica o seu nascimento no seguinte
parágrafo:
"É sabido que o esquema
sobre a Igreja, preparado pela Comissão Teológica pré-conciliar e proposto ao
plenário do Concílio, foi acremente criticado pelos Padres Conciliares,
terminando por sua rejeição como um todo. E
elaborou-se então um novo esquema. E em dado momento houve uma votação decisiva
que foi a inversão da ordem de dois capítulos. O capítulo da hierarquia
precedia ao dos leigos. Criou-se então um capítulo prévio aos dois dedicado ao
Povo de Deus em que hierarquia e leigos foram contemplados na sua unidade
anterior. Não se tratava de algo puramente redacional, mas teológico-simbólico.
Primeiro o Povo de Deus que se constitui pelo batismo, primeiro o sacerdócio
comum dos fiéis, também ele fundado no batismo. A seu serviço está a
hierarquia. Está jogada a grande cartada eclesiológica. Estabelece-se a
base laical da Igreja".
A nova terminologia teológica de "Igreja,
Povo de Deus" foi lançada, foi "jogada" como isca venenosa para
introduzir sub-repticiamente a falsa noção de que, sendo todos batizados
fundamentalmente, são completamente iguais na Igreja!
O que passa por cima cinicamente da desigualdade estabelecida por
Cristo, pelo Sacramento da Ordem, entre Apóstolos, Sacerdotes e simples batizados,
leigos.O Bispo é batizado. Mas é também sagrado Bispo. O Papa é também
batizado. Mas é o sucessor de Pedro, Sumo Pontífice, soberano da Igreja, mestre
infalível de todos os católicos Cardeais, Patriarcas, Bispos, Sacerdotes,
Religiosos, e leigos.Essa acentuação deformante da igualdade fundamental de
todos os batizados, omite fraudulentamente a verdade que há outras diferenças
sacramentais que diferenciam os batizados.Essa noção de igreja como Povo de Deus é popularesca, democratizante,
igualitária e sovietizante (comunitária). Os modernistas falam em Igreja
comunitária, mas ensinam, na verdade, uma igreja soviética e sovietizante, onde
todos seriam completamente iguais, e na qual a autoridade fosse apenas serviço ao
POVO, ditado calro pelos seus infalíveis e poderosos dirigentes.Para padre Libânio
a Igreja nascida do Concílio é antes de tudo colegial. Nem o Papa manda na
Igreja sem os bispos, nem o Bispo na diocese sem os padres, nem o pároco na
paróquia sem os leigos, ou seja, é casa da mãe Joana, onde todo mundo entra e
todo mundo manda, e ninguém sabe mais a quem obedecer.A Nova Igreja é
participativa, devendo ser em tudo colegiada, tomando-se as decisões
igualitariamente, subindo o poder da base para ao alto.
Eis o que diz o próprio "infalível
modernista" Padre Libânio:
“O Concílio a tratou no último
nível da hierarquia da Igreja: a colegialidade dos bispos com o papa, cabeça do
colégio. Nesse nível existem várias instituições que permitem sua concretização
prática: as conferências regionais e nacionais anteriormente existentes em
muitos lugares e a instituição do Sínodo dos Bispos, criada depois do concílio.
Para que o modelo Povo de Deus se realize,
é necessário que tal colegialidade afete os três centros da Igreja – Roma,
diocese e paróquia – entre si, encontrando formas de participação. E dentro de
cada centro as relações também devem fazer-se em base à igualdade batismal e à
colegialidade de responsabilidade. Em vez da cabeça de qualquer menor centro
eclesial decidir por ela, sentem-se corresponsáveis por tais decisões os outros
membros da comunidade. Todos são Povo de Deus”.
O "infalível" Padre Libânio demonstra que enquanto a
Igreja Católica, a Igreja de sempre, era Papal, monárquica, a Nova Igreja
conciliar é Colegial...
Enquanto a Igreja
Católica Apostólica Romana é hierárquica, a Nova Igreja Conciliar é
democrática, niveladora e igualitária. É laical. Enquanto a Igreja Católica
Apostólica Romana veio do alto, dos Céus, fundada por Cristo, a Nova Igreja
Conciliar vem das bases, do Povo, e por isso ela foi chamada de Igreja Povo de
Deus. Já não é mais Deus que nos diz e revela a verdade, mas o povo democraticamente baseados em seus impulsos e sentimentos.
Dessa forma vejamos as diferenças ente estes dois
modelos de Igreja:
1)- A Igreja
Católica Apostólica Romana é de origem divina!
-A Nova Igreja do
Padre Líbânio e CIA LTDA é meramente humana. É popular e democrática! A verdade, a moral e a justiça se decide por voto popular, preferencialmente "progressista".
2)- A Igreja
Católica Apostólica Romana é fundamentada na autoridade Petrina
-A Nova Igreja do
Padre Líbânio e CIA LTDA é fundamentada no serviço, pouco se importando se este
serviço fere o magistério da Igreja.
3)- A Igreja
Católica Apostólica Romana é teocêntrica, ou seja, é Deus, sua santíssima vontade e seu plano de Salvação que estão no centro!
-A Nova Igreja do
Padre Líbânio e CIA LTDA é antropocêntrica, é a vontade, instintos e sentimentos humanos que estão no centro e decidem o que é verdadeiro e retamente moral: Sinto, logo é verdadeiro!
4)- A Igreja
Católica Apostólica Romana busca a glória de Deus, a santificação e a salvação
das almas.
-A Nova Igreja do
Padre Líbânio, juntamente com Igreja Boffenta e CIA LTDA , busca servir o Homem, servir a Humanidade em seus instintos mais primitivos! Não é transedente, é meramente humana e terrena. Trata apenas de
comida, luta de classes, reforma agrária, de favela, metrô, de eleições, carnaval, Cristoteca, rede de esgoto, ecologia, menos em dar o verdadeiro alimento, e
preocupar-se com a salvação das almas.
5)- A Igreja
Católica Apostólica Romana é imutável, dogmática e pregadora da Verdade
imutável, por isso, ela é missionária da Verdade!
A Nova Igreja do
Padre Líbânio e CIA LTDA, é ecumênica e anti-dogmática, amoral e relativista!
6)- A Igreja
Católica Apostólica Romana excomunga as heresias e os hereges.
-A Nova Igreja do
Padre Líbânio e CIA LTDA , aplaude toda heresia e dialoga com todos os hereges,
perseguindo e excluindo os que são fiéis à doutrina de sempre.
7)- A Igreja
Católica Apostólica Romana é imutável em sua doutrina e em sua lei moral.
-A Nova Igreja do
Padre Líbânio e CIA LTDA é evolucionista na doutrina e relativista na moral.
8)- A Igreja
Católica Apostólica Romana exige que se pratiquem os mandamentos e que se viva
na virtude e na caridade.
-A Nova Igreja do
Padre Líbânio e CIA LTDA, é laxista na
moral, tudo permitindo, e quer ser apenas uma ONG filantrópica, proclamando-se
a Igreja do Amor incestuoso, pedófilo,entre homens e animais, pessoas do mesmo
sexo,adultério duplamente consentido, etc... entendido como bem supremo fazer
apenas o bem material.
9)- A Igreja
Católica Apostólica Romana tem uma liturgia divina imutável em sua essência,
que renova o Sacrifício do Calvário.
-A Nova Igreja do
Padre Líbânio e CIA LTDA, fabricou uma liturgia sacrílega que tornou o santo sacrifício da Missa em um show de pirotecnias, onde se esquece do sacrifício e só lembra a ressurreição.
10)- A Igreja
Católica Apostólica Romana tem seu coração no Santíssimo Sacramento, onde Jesus
Cristo, Deus e Homem, está realmente presente com seu Corpo, Sangue, Alma e
Divindade.
-A Nova Igreja do Padre Líbânio e CIA LTDA,
declara pela boca de certos teólogos que “é preciso tirar o Faraó que está no
sacrário” (Padre Maurice Zundel), ou “esquecer o Deus de Belém” (Padre José
Bedin), ou se declara “atéia daquele Velho barbudo que mora lá em cima” (Ex
Frei Boff).
Em sua herética conclusão, Padre
J.B. Libânio repele a Igreja Católica Apostólica Romana, aquela que como Cristo
é sempre a mesma, ontem, hoje e sempre, para pedir que se instale a Nova Igreja
Conciliar:
“Depois do Concílio Vaticano II já não tem sentido manter o modelo
hierárquico, mas sim construir o modelo Povo de Deus” e que se deveria
“construir o modelo Povo de Deus, cuja base última é laical-batismal e
colegial-ministerial”.
É entre
essas duas Igrejas que os católicos, hoje, devem fazer a sua escolha:
Ou continuar fiéis à
Igreja Católica Apostólica Romana fundada por Cristo sobre Pedro, aceitando o
Papa, os dogmas e a lei imutável de Deus, ou a Nova Igreja do Padre Líbânio e
CIA LTDA, aquela que tem língua dupla, própria de satanás, e não do Espírito Santo!
A história da
eclesiologia, como diria Congar, ou a história teológica da Igreja Católica,
como gosta de dizer o contemporâneo Ghislain Lafont, enumera de forma
sistemática cinco modelos:
1)- O modelo
institucional.
2)- O modelo da
comunhão.
3)- O modelo
sacramental.
4)- O modelo
profético.
5)- E o modelo
diaconal.
.
Com efeito, desde o
fim da Idade Média até meados do nosso século, a Igreja católica deu
indiscutível prioridade ao modelo institucional. Dizemos prioridade porque, na
realidade, nunca, num dado momento da história, a Igreja se esgota numa única
forma de se compreender. Contudo, é fácil determinar, sobretudo em
certas épocas, o modelo dominante ou pelo menos aquele que as autoridades da
Igreja impõem a todo o povo fiel.
O
modelo aqui estudado caracteriza-se pela preocupação excessiva, e por vezes
distorcida, que se deu à visibilidade da Igreja!
Se o importante na Igreja são as suas
instituições, tudo deve ser feito para aumentar, engrandecer e prestigiar essas
instituições.Rapidamente se cai nos vícios das grandezas, dos triunfalismos,
das honrarias. É evidente que este modelo também trouxe vantagens consideráveis
à expansão do Corpo de Cristo. De outro modo, não se explica a sua permanência
e domínio durante mais de 400 anos. Antes de interrogarmos a história com o fim
de conhecermos a origem deste modelo, avancemos, desde já, uma definição do
modelo proposto, ou seja, como é que a Igreja se define a ela mesma segundo o
modelo institucional. A Igreja define-se como uma «sociedade perfeita». A partir
desta definição, a Igreja foi descrita com analogias tomadas das sociedades
civis e não a partir do Novo Testamento. Ao considerar-se como sociedade, a
Igreja vai pôr em destaque a estrutura de governo, como elemento formal dessa
sociedade. Daí a predominância da noção de hierarquia neste modelo
institucional.
Por
outro lado, ao dizer-se «sociedade perfeita» a Igreja não queria dizer que não
tinha nada a aprender da história, mas que é ela A PORTADORA DA BOA
NOTÍCIA! afinal Cristo não disse IDE E SEDE EVANGELIZADOS, mas o contrário!
E sob nenhum
título, estava subordinada a alguma sociedade, qualquer que ela fosse. Em
resumo, a Igreja dizia possuir a verdade sobre tudo o que toca a vida do homem.
Este modelo eclesial atingiu o seu apogeu doutrinal no Concílio Vaticano I
(1869). Eis o que foi possível escrever há cerca de um século:“A Igreja de Cristo não é uma comunidade de iguais na qual todos os
crentes tivessem os mesmos direitos. Mas é uma sociedade de desiguais, não só
porque entre os crentes uns são clérigos e outros leigos, mas também porque de
maneira especial na Igreja reside o poder que vem de Deus pelo qual a uns é
dado santificar, ensinar, governar e a outros não”» .Se o
institucionalismo se acentua na Igreja, a partir do fim da Idade Média, a
origem histórica do modelo institucional pode talvez datar-se da famosa bula
Unam Sanctam, imposta por Bonifácio VIII à cristandade. do séc. XIV (18 de
Novembro de 1302). O modelo institucional foi codificado por Torquemada (1468)
e pelo cardeal Caietano (1534), que defendiam a monarquia papal contra as
posições democráticas e conciliares de João de Paris. Os Papas do Renascimento
e a criação da cúria romana em 1542 (Paulo IIl), acentuam a centralização e a
imposição de um único modelo. E, tudo isto, contra o pluralismo ainda vigente,
em parte, ao longo do séc. XVI.
O Concílio de Trento faz obra de legislação que
irá modelar, até aos mais pequenos detalhes, a vida da Igreja universal durante
quatro longos séculos!
Inácio de Loiola, que
difunde a imagem da igreja ordenada como um exército, transporta para a prática
militante esse modelo institucional. Deste modo, o projeto da “Cidade de Deus”
que agia sobretudo ao nível da utopia é socializado e historicizado pelos
“comandos” da Companhia de Jesus. Até ao fim do séc. XVI ainda há quem disputa
e conteste a imposição dum único modelo para a Igreja. Estamos na época das
grandes controvérsias. Mas, em 1572 Stapleton, já pode afirmar: em
matéria de fé, não é o que se diz que importa, mas quem o diz.Na Espanha, com
Francisco de Vitória e depois com Francisco Suarez que afirmava que a igreja
visível é o corpo político ou moral daqueles que professam a fé em Cristo. João
de S. Tomás (1644) estabelece um primeiro tratado sobre a Igreja que passa a
funcionar como apologética.Na Itália, este modelo receberá grandes apoios em S.
Roberto Belarmino e em S. Carlos Borromeu. Inicia-se a expansão da Igreja
católica, apostólica, romana, que havia de conhecer o seu apogeu no fim do
século passado.
A Igreja é uma sociedade ou organização, em tudo
semelhante às outras sociedades!
Mas Cristo
interveio no princípio como fundador, o que dá superioridade a esta sociedade
sobre todas as outras. O Espírito intervém como garantia da autoridade exercida
no interior deste sistema. A instituição tem qualidade supra-terrestre.A
Igreja, na sua acepção mais geral, é uma sociedade estabelecida por Jesus
Cristo, a qual, governada por certas autoridades, e especialmente pela do Sumo
Pontífice, sucessor de S. Pedro, tem por objeto dar ao verdadeiro Deus o
verdadeiro serviço em vista da salvação eterna das almas lhes confiadas. Se a obra de
extrema sacralização dum Mário Cappelari (1799), futuro Gregório XVI, não é
seguida por todos, mesmo em Roma, não há dúvida que todo o século XIX prepara o
apogeu doutrinal que convergiu para a definição de infalibilidade em 1869. É a
afirmação máxima do modelo institucional. Se tantas forças, no interior da
Igreja, se reuniram e se puseram ao serviço deste modelo institucional, é
porque ele deu boas provas na evangelização que a Igreja se propunha.
Convém então, salientar alguns dos aspectos positivos
deste modelo eclesiológico, necessário para aquele contexto!
-A
doutrina codificada, com muita clareza, pelo Concílio de Trento, vai ser o
instrumento principal de difusão duma Igreja institucional, que, assim, diz a
cada fiel o que deve crer, o que deve fazer, e até o que deve pensar.
-Isto
trará uma grande coesão à vida da Igreja, a ponto de a sua disciplina interna,
o seu espírito de corpo serem invejados por vários estadistas e pensadores ao
longo dos tempos.
-Um alto grau de fidelidade à instituição permitirá a
expansão mundial do cristianismo, como aconteceu desde a Reforma até ao fim da
segunda guerra mundial.
-Além de que, centralização hierárquica permitiu
que as igrejas locais resistissem à corrente absolutista dos Estados modernos.
Doutrina bem definida, zelo e disciplina, santidade e heroísmo, concorreram para que o modelo institucional dominasse a vida da Igreja nos últimos quatro séculos!
Este glorioso passado continua a atrair alguns cristãos de hoje, como se
constata hoje nos movimentos Conservadores e tradicionalistas. Este modelo
impôs-se tão fortemente na catequese, na pregação e nos documentos oficiais da
Igreja, que muitos cristãos pensam que a Igreja foi sempre assim. Muitos dos
que pertencem a grupos carismáticos mal sabem que, há 100, ou mesmo 50 anos,
esses grupos não poderiam existir no seio da Igreja.
Com efeito, os aspectos humanos falhos deste modelo são muitos!
-As bases deste
modelo na Escritura e na Tradição primitiva da Igreja são poucas. Aí, a Igreja
nunca é apresentada como sociedade única fortemente estruturada.
-O espírito
profético é recusado, acentuando-se o juridissismo que exagera o lugar da lei e da
autoridade na vida da comunidade.
-O clericalismo, isto é, a predominância dos
clérigos sobre o povo de Deus desenvolve-se a ponto de asfixiar as liberdades
mínimas de convivência eclesial.
-A teologia é reduzida ao silêncio, uma vez que
a doutrina se basta a si mesma.
-Como a experiência histórica o mostrou, este
modelo tornou impraticável qualquer diálogo ecuménico, ou relações dos cristãos
com outras religiões.
Segundo o modelo
clássico, a Igreja ensina, santifica e governa! Em cada tempo por
inspiração do Espírito Santo, o motor da Igreja, ela tem de procurar formas de
organização que não sejam obstáculo ao desenvolvimento de sua missão:
Evangelizar e ser luz para os povos, apontando Cristo como Caminho de vida, libertação e Salvação!
REFERÊNCIAS BIBLIOGRAFICAS:
-CONGAR, Yves.
L´Église de St. Augustin à l´époque moderne. Paris: Cerf, 1970.
-RIGAL, J. Découvrir
l´Église: initiation à l´ecclésiologie. Paris: DDB, 2000.
-LIBANIO, João
Batista. Elaboração do conceito Igreja particular. In: LIBANIO, J. B.; GOETH,
V. et alii, Igreja Particular. VI Semana de Reflexão Teológica. São Paulo:
Loyola, 1974, p. 17-59.
-Pio X, Encíclica
Vehementer, 11 de fevereiro de 1906.
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