“Ele [Jesus] disse: Aqui estão minha mãe e meus irmãos, porque aquele
que faz a vontade de meu Pai que está nos Céus, esse é meu irmão, irmã e mãe
(Mt 12, 48-50).O que nos ensina Jesus com esta assertiva, a não ser que devemos
nos conscientizar do nosso parentesco espiritual, antes do parentesco segundo a
carne, e que Ele quer manter os homens felizes, não porque eles estejam ligados
aos justo e aos santos, através do sangue, mas porque, seguindo a sua doutrina
e os seus exemplos, assim eles se tornam seus irmanados. Por este motivo, Maria
foi mais feliz em receber a fé de Cristo do que conceber a carne de Cristo.
Pois àquela que lhe disse: Felizes as entranhas que te trouxeram e os seios que
te amamentaram! Jesus respondeu: Bem
mais felizes são aqueles que ouvem a palavra de Deus e a observam". (Lc 11,
27,28) - Santo Agostinho
A grandeza de Maria, tudo ultrapassa
Com toda a Igreja
confesso que Maria, não sendo mais que uma simples criatura saída das mãos do
Altíssimo, é menor que um átomo, ou antes, não é nada em comparação com a sua
Majestade infinita, visto que só Deus é “Aquele que é” (Ex 3,14). Por
conseguinte, este grande Senhor, sempre independente e bastando-se a si mesmo,
não teve nem tem absoluta necessidade da Santíssima Virgem para o cumprimento
dos seus desígnios e para a manifestação da sua glória. Basta lhe querer para
tudo fazer.No entanto, supostas as coisas como são, tendo Deus querido começar
e acabar as suas maiores obras pela Virgem Santíssima depois de a formar, digo
que é de crer que não mudará de procedimento em todos os séculos. Ele é Deus e
não muda nem nos seus sentimentos nem na sua conduta. Deus Pai não deu ao
mundo o seu Unigênito senão por Maria. Por mais ardentes que fossem os suspiros
dos patriarcas e as súplicas que durante quatro mil anos lhe fizeram os
profetas e os santos da Antiga Lei para obterem esse tesouro, só Maria o
mereceu. Só Ela encontrou graça diante de Deus pela força das suas orações e
pela grandeza das suas virtudes. Diz Santo Agostinho que, não sendo o mundo
digno de receber o Filho de Deus diretamente das mãos do Pai, este o deu a
Maria, para que os homens o recebessem por Ela. O Filho de Deus fez-se homem
para nos salvar, mas foi em Maria e por Maria. Deus Espírito Santo
formou Jesus Cristo em Maria, mas só depois de lhe ter pedido o consentimento
por um dos primeiros ministros de sua corte.Deus Pai, para dar a
Maria o poder de produzir o seu Filho e todos os membros do seu Corpo Místico,
comunicou-lhe a sua fecundidade, na medida em que uma simples criatura a podia
receber.Como o novo Adão ao seu paraíso terrestre, assim desceu Deus Filho ao
seio virginal de Maria para aí achar as suas delícias e operar, às escondidas,
maravilhas de graça. O Deus feito homem encontrou a sua liberdade em se ver
aprisionado no seio dela; fez brilhar a sua força, deixando-se levar por essa
jovem virgem. Achou a sua glória e a de seu Pai, escondendo os seus esplendores
a todas as criaturas da terra, para só os revelar a Maria; glorificou a sua
independência e majestade, dependendo desta amável virgem na sua concepção,
nascimento, apresentação no templo, na sua vida oculta de trinta anos e, até,
na sua morte. Maria devia assistir a essa morte, porque Jesus quis oferecer com
Ela um mesmo sacrifício e ser imolado ao Eterno Pai com seu assentimento, como
outrora Isaac também fora imolado à vontade de Deus pelo consentimento de
Abraão. Foi Ela que o amamentou, nutriu, sustentou, criou e sacrificou por nós. Ó admirável e
incompreensível dependência de um Deus! Nem o Espírito Santo a pode ocultar no
Evangelho para nos mostrar o seu valor e glória infinita, embora tenha
escondido quase todas as maravilhas operadas pela Sabedoria encarnada durante a
sua vida oculta. Jesus Cristo deu mais glória a Deus Pai pela sua submissão a
Maria durante trinta anos do que lhe teria dado se convertesse toda a terra
operando os maiores prodígios. Oh! Quão altamente glorificamos a Deus, quando
nos submetemos, para lhe agradar, à Virgem Santíssima, a exemplo de Jesus Cristo,
nosso único modelo.Se examinarmos de perto o resto da vida de Jesus, veremos
que Ele quis iniciar os seus milagres por Maria. Santificou São João no seio de
sua mãe, Santa Isabel, pela palavra de Maria. Logo que Ela falou, João ficou
santificado; e este foi o primeiro milagre de Jesus na ordem da graça. Nas
bodas de Caná, Jesus mudou a água em vinho, atendendo ao humilde pedido de sua
Mãe; e este foi o seu primeiro milagre na ordem natural. Começou e continuou os
seus milagres por Maria; por Ela os continuará até ao fim dos séculos.
São Luís Maria Grignion de
Montfort - Tratado da Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem)
Por quê Nossa Senhora é citada pouquíssimas
vezes na Sagrada Escritura, Bíblia?
Essa pergunta é bem
respondida por São Luís de Montfort. Para explicar o relativo silêncio sobre
Nossa Senhora nos Evangelhos, diz São Luís que concorreram duas razões
principalmente:
1) A humildade de
Nossa Senhora.
2) O perigo que
haveria para os primeiros cristãos de caírem em erro, julgando Nossa Senhora
uma deusa, tal era a sua grandeza.Para povos provenientes do paganismo, o perigo de imaginar Nossa Senhora
como divina era real. Por isso, para fazer a atenção dos cristãos concentrar-se
em Cristo Deus encarnado, e para evitar o perigo de idolatria, ela se ocultou e
Deus a ocultou. Entretanto, esse ocultamento é relativo, porque se se examinam
com atenção as palavras que o Evangelho diz de Maria Santíssima, fica-se bem
esclarecido sobre o valor inigualável dela.Assim, por exemplo está dito que o
anjo saudou a Virgem Maria. Ora, na Sagrada Escritura, jamais se disse coisa
semelhante de ninguém.
Os anjos, sendo
criaturas muito mais perfeitas que os homens, quando aparecem a alguém, eles,
os anjos é que são saudados, reverenciados, venerados, e não o contrário.
Abraão saudou os três anjos que lhe apareceram. O Profeta Daniel nem conseguia
ficar de pé diante do anjo que lhe apareceu. Mas o anjo Gabriel saúda Maria
Santíssima com palavras incríveis, que, se não estivessem registradas no
Evangelho de São Lucas, nunca se imaginaria que pudessem ter sido ditas por um
anjo a uma criatura simplesmente humana: "Ave, cheia de graça. O Senhor é
contigo" (Luc. I, 28).Ele a diz cheia, plena
de graça e que Deus estava com Ela. Ora, isto significa que Maria recebera
tanta graça de Deus que nela era impossível "caber", haver mais
graça. Isto é que significa plena de graça:Deus onipotente, escolheu Maria para ser a
Mãe do Verbo de Deus encarnado, Cristo.Diz São Luís de
Montfort que Deus podia dar a Maria todos os bens que quisesse. Diz ainda que
era muito justo e conveniente que Ele a criasse com o máximo de qualidades
possíveis, para que Ela estivesse, ao máximo possível para uma criatura, proporcionada
ao filho que ia ser gerado em seu seio. Que, se é natural que o filho se pareça
com a Mãe, como deveria ser perfeita aquela a quem o Verbo de Deus encarnado deveria
naturalmente se parecer?Argumenta ainda São Luís, perguntando: qual o filho
que, se pudesse, não daria à sua mãe todas as qualidades? É claro que qualquer
bom filho, se pudesse, daria à sua mãe todas as qualidades possíveis. Mas isto
ninguém pode fazer, a não ser Deus.
Cristo é por excelência o Filho Bom, e Ele é Deus. Logo, Ele poderia dar
à sua Mãe todas as qualidades possíveis. Convinha que Ele o fizesse. Logo, Ele
deu a Maria todas as qualidades possíveis num ser puramente humano. Por isso, o
anjo a disse "cheia de graça".E no nome de Maria já
há uma insinuação dessa plenitude de perfeição, pois diz São Luis, o maior
Doutor mariano: "Deus reuniu todas as águas em um lugar e as chamou de
Mária. Reuniu todas as graças numa Mulher e a chamou de Maria.No Evangelho se
mostra ainda toda a grandeza de Maria confessada pela boca de Isabel, que
pergunta a ela, quando recebeu a sua visita:"De onde me vem a dita que a Mãe de meu Senhor venha ter
comigo?"(Luc I, 43). Está no Evangelho que os protestantes, na realidade,
não aceitam: Isabel chama a Maria "a mãe de meu Senhor", a mãe de
Deus.E Isabel confessa
ainda que bastou a voz de Maria para fazer João Batista ser capaz de se alegrar
, isto é de compreender, ainda em seu seio, que ela estava recebendo a Mãe de
Deus, portando o próprio Deus em seu seio virginal.E o Evangelho demonstra a
humildade de Maria e sua grandeza, quando conta as palavras dela:"Porque Deus olhou para a baixeza de sua escrava" (humildade)(
Luc I, 48) "Grandes coisas fez em Mim Aquele que é
onipotente"(Magnanimidade) (Luc I, 49). Ela reconhece sua baixeza, e que
foi Deus que fez nela grandes coisas, que ela humildemente não conta quais
sejam. E acrescenta ainda que, por isso, "todas gerações me chamarão de
bem aventurada" (Luc I, 48).Depois, no Evangelho
de São Mateus, está dito que os magos "viram o menino com Maria sua
mãe" (Mt.II, 11).Para quem vê o Menino Jesus, Deus encarnado, nada mais
deveria ou precisaria ser lembrado. Entretanto, o Evangelho, ditado pelo
Espírito Santo, faz questão de dizer que os magos viram o Menino Deus com sua
Mãe. De tal modo ela tinha valor, que é citada ao lado de Deus: os magos vira o
Menino com sua Mãe.Porque fora profetizado por Isaías que Deus daria um sinal
para que se conhecesse o Redentor, e esse sinal era a Virgem Mãe; "Pois
por isso o mesmo Senhor vos dará este sinal: Uma Virgem conceberá e dará à luz
um filho e o seu nome será Emanuel" (Is. VII, 14).Por isso, Cristo
nasceu de uma mulher, para ficar claro e provado que Ele era um homem. E quis
nascer de uma Virgem, para que ficasse claro e provado que Ele era Deus.E o
sinal que Deus nos deu para encontrarmos a Cristo foi a Virgem Mãe, Nossa
Senhora,. Por isso não se pode encontrar a Cristo sem Maria. Mentem, pois, os
protestantes que julgam ter encontrado a Cristo sem Maria, pois se não O
encontram com Maria não é ao verdadeiro Jesus que eles encontram.Eles, os magos,
abrindo os seus tesouros deram incenso, mirra e ouro. Cristo e Maria receberam
ouro, sim. Mas, Maria, generosíssima, logo deu o ouro aos pobres, ela que era
pobre. E o que prova que ela deu o ouro recebido dos magos?Que ela logo deu o
ouro aos pobres, se prova pelo fato que, quando Ela foi apresentar o Menino
Jesus no templo, ela deu como preço de resgate um par de rolinhas, que era o
que a Lei exigia de quem fosse pobre (Luc. II, 24).Foi por meio dela que Cristo nasceu para nós. Foi por meio dela -- pelo
seus rogos, que Ele fez o seu primeiro milagre em Caná, apesar de ainda não ter
soado a hora de Ele fazer milagres. Entretanto, tal é o poder de Maria, poder
dado por Deus, que Cristo a atendeu mudando a água em vinho. Fez esse milagre
para nos mostrar que Ela é a nossa medianeira e advogada, com tal poder de
súplica sobre Ele, que ele a atende ainda que não estivesse em seus planos
fazer o que Ela pede.E Cristo a chama de
"Mulher" duas vezes: a primeira vez, em Caná da Galiléia, e a segunda
vez, no Calvário e do alto da Cruz. Na primeira vez , quando instituiu o
matrimônio e fez seu primeiro milagre na ordem da natureza. A segunda vez,
quando nos redimiu com sua morte na cruz.
E por que Jesus a chamou de "mulher"?
Os protestantes vêem nesse chamado um desprezo. Na realidade, Ele a
chamou de "Mulher" como Pilatos o chamou de o Homem : "Eis o
Homem".Cristo disse que ela
era A Mulher, aquela que fora profetizada no Gênesis quando Deus amaldiçoou a
serpente: "Porei inimizades entre ti e a mulher, entre a tua raça e a dela,
e ela mesma te esmagará a cabeça. E tu lhe armarás traições a seu
calcanhar" (Gen. III, 15). Maria é essa mulher
cujo Filho esmagaria a serpente. Deus colocou ódio entre os descendentes dessa
mulher, os filhos da Virgem Maria, que a aceitam por mãe, como Cristo disse no
Calvário, e os filhos do demônio, porque o demônio também tem "filhos”,não
fisicamente, porque ele é um anjo decaído, mas filhos "espirituais"
do diabo, que querem fazer a vontade de seu pai, o demônio.Não disse Cristo aos fariseus: "Vós tendes por pai o demônio e
quereis fazer a vontade de vosso pai" (Jo VIII, 44)?Logo, na História, há
uma luta entre os filhos da Mulher , a Virgem Maria, e os filhos do demônio, e
Nossa Senhora esmagará a cabeça do demônio, enquanto ele no decorrer da
História, continuamente suscita traições aos que são bons.O próprio Cristo,
então, a chamou de a "mulher", porque Maria era A Mulher por
excelência, aquela que fora profetizada no Gênesis. Não, a Mulher como se
tornou depois do pecado, nem mesmo a mulher "tal qual saiu das mãos de
Deus no esplendor da manhã original", como disse um poeta.( Paul Claudel)
Porque ele disse mal, disse insuficientemente, porque Maria foi não apenas Eva
restaurada, mas muito mais que Eva. Quase infinitamente mais que Eva. Maria foi
a mulher por excelência, o ser humano mais perfeito, excetuando-se a santíssima
Humanidade de Jesus Cristo, porque Cristo é Deus também, e Maria é uma simples
criatura.Noutra ocasião, do alto da Cruz, Cristo disse a Maria: "Mulher, eis
aí teu filho". "Depois, disse ao discípulo"'Filho, eis aí tua
mãe"( Jo, XIX, 26-27).Esse foi o testamento de Cristo, no Calvário:
dar-nos Maria Santíssima como nossa mãe, e dar-nos a ela como seus filhos."E
desta hora por diante, a levou o discípulo para sua casa" (Jo. XIX, 27).Desde
então, quem não toma a Maria por sua Mãe, não tem a Cristo Deus como seu Pai.
Como diz Dante de
Maria Virgem:
Vergine Madre, figlia del tuo
figlio,
Virgem Mãe, filha de teu Filho,
umile ed alta più che
creatura,
humilde e mais excelsa que qualquer criatura
termine
fisso 'etterno
Consiglio,
objetivo fixo da eterna Sabedoria,
Tu sei colei che l' umana
natura
Tu és aquela que de tal modo
nobilitasti si che il suo
fatore
enobrecestes a natureza humana,
non disdegnò di farsi sua
fatura,
que seu Criador quis fazer-se sua feitura.
Nel ventre tuo si raccese l'
anore
Em teu seio se reacendeu o amor,
per lo cui caldo, nell'etterna
pace
por cujo ardor, na eterna paz,
così è germinato questo
fiore.
assim germinou esta flor (dos anjos e dos santos no céu)
Qui se' a noi meridiana
face
Aqui és para nós cleríssima face
di cariatate, e giuso, intra i
mortali
de caridade, e lá em baixo, entre os mortais,
se' di speranza fontana
vivace.
és de esperança fonte vivaz.
Donna, sei tanto garnde e tanto
vali,
Senhora, tu és tão grande e tanto vales.
che qual vuol grazia ed a te non
ricorre,
que quem quiser graça e a ti não recorrer,
sua disianza vuol volar senz'
ali
seu desejo é o de voar sem ter asas.
La tua benignità non pur
soccorre
A tua benignidade, não só socorre
a chi domanda, ma molte
fiate
a quem pede, mas muitas vezes,
liberalmente al
dimandarpreccorre.
generosamente ao pedir precede.
In te misericordia, in te
pietate,
Em ti misericórdia, em ti piedade,
in te magnificenza, inte s' aduna
em ti magnificência, em ti se reúne
quantunque in creatura è di
bontate"
tudo quanto na criatura há de bondade"
(Dante, Paradiso.
XXXIII, 21).
E no Tratado da
Verdadeira Devoção à Santíssima Virgem, São Luís de Montfort afirma que Deus
foi permitindo que a devoção a Maria fosse lentamente desvelada até os últimos
tempos, quando Ela terá um papel extraordinário no combate ao Anticristo, pois
que no Apocalipse está escrito: "Apareceu um grande sinal no céu uma
mulher vestida de sol, com a lua debaixo de seus pés, e uma coroa de doze
estrelas sobre a sua cabeça" (Apoc. XII, 1). Visão essa que lembra muito a
imagem de Fátima da qual disseram as três crianças videntes: "Era uma
Senhora mais brilhante do que o sol", sem saber que estavam repetindo um
versículo da Sagrada Escritura: "Quem é aquela, que avança como a aurora
quando se levanta, formosa como a lua, brilhante como o sol, terrível como um
exército em ordem de batalha?" (Cant. VI, 9). E ela tem a lua, o
símbolo da mobilidade, do relativismo (brilho em relação à luz do sol) a seus
pés, representando como aquilo que é estável, como a verdade esmaga o que é móvel,
e relativo, e passageiro.Ela é representada também pisando a lua e pisando a
serpente, porque Deus , sendo ato puro, é absolutamente imutável, enquanto o
demônio se retorce, mudando sempre de querer, em seus caprichos, frutos da
mentira.E ela tem uma coroa
de doze estrelas sobre a cabeça, porque embora Maria não tenha tido jamais
nenhuma autoridade jurídica na Igreja, e jamais procurou exercer autoridade
sobre os doze Apóstolos, os doze a amavam como sua mãe e Senhora.Eis porque a
Bíblia falou pouco explicitamente sobre a Virgem, mas o que falou dela, embora
pouco , mesmo que muito falasse, é sublime e elevado. E de ninguém mais foi dito
igual.Ego ex ore Altissimi prodivi, primogenita ante omnem creaturam — “Eu saí
da boca do Altíssimo, a primogênita antes de toda a criatura” (Eclo. 24, 5).É com razão que a
Igreja põe na boca da Santíssima Virgem este elogio da divina Sabedoria: Eu saí
da boca do Altíssimo como a primogênita.Porquanto, semelhante a Jesus Cristo,
ela é verdadeiramente a Filha primogênita de Deus, na ordem da natureza, da
graça e da glória.Primogênita na ordem
da natureza, não quanto ao tempo, mas, como afirma São Bernardo, quanto à
intenção; porque o eterno Artífice, projetando a formação do universo, dirigiu
tudo, depois da sua própria glória e depois da de Jesus Cristo, para a glória
de Maria. Por isso se diz de Maria que ela não somente escolheu as coisas mais
excelentes, mas dentre as coisas mais excelentes a ótima parte; porque o Senhor
a dotou, em grau supremo, de todos os dons gerais e particulares conferidos às
demais criaturas: Optimam partem elegit.Maria é também a
primogênita de Deus na ordem da graça; porque, sendo destinada a ser Mãe de
Deus, foi, desde o primeiro instante de sua imaculada Conceição, tão
enriquecida de graças, que levava vantagem a todos os anjos e santos juntos.Nem
deixou o grande cabedal de graças desaproveitado; mas, como estivesse dotada do
uso perfeito da razão desde o seio de sua mãe, começou desde logo e continuou
sempre a fazê-lo rendoso, e mesmo, como dizem os teólogos, a duplicá-lo em cada
momento de sua longa vida.De sorte que ela pode dizer com verdade: Senhor, se não Vos amei tanto
como o mereceis, ao menos Vos amei quanto me foi possível.Se é certo, como é
certíssimo, que Deus retribuirá a cada um segundo as suas obras (Rom 2, 6),
segue-se que a Bem-aventurada Virgem é a primogênita de Deus também na ordem da
glória; gozando, em contraste dos outros Santos, uma beatitude plena e completa
sob todos os pontos de vista.“De tal modo”, diz São Basílio, “que, como o esplendor do sol, a nosso
ver, excede o brilho de todas as estrelas juntas, assim a glória da divina Mãe
é superior a de todos os Bem-aventurados”.Façamos um ato de
viva fé, e regozijemo-nos com Maria pela sua tríplice primogenitura; em seu
nome demos graças a Deus. Ao mesmo tempo congratulemo-nos conosco, porque a
grandeza de uma Mãe redunda em honra e vantagem dos filhos: Gloria filiorum
patres eorum (Prov. 17, 6).
Apesar de ser a Filha
primogênita de Deus na ordem da natureza, da graça e da glória, Maria
Santíssima é pouco, muito pouco venerada pela maior parte dos homens. Nem mesmo
faltam homens desnaturados que chegam ao excesso de blasfemar contra ela. Se
nos quisermos mostrar dignos filhos de tão grande Mãe, não basta que nos
abstenhamos de a ofender; devemos também, quanto estiver a nosso alcance,
espalhar por palavras e exemplos a sua devoção e reparar as ofensas que lhe são
feitas. Digamos-lhe, portanto, com amor:
“Gloriosíssima Virgem, Mãe de
Deus e nossa Mãe, Maria, volvei o vosso olhar piedoso a nós, pobres pecadores,
que, aflitos pelos muitos males que nos cercam na vida presente, sentimos
dilacerar-se o nosso coração ao ouvir as injúrias e blasfêmias atrozes que muitas
vezes ouvimos vomitar contra vós, ó Virgem imaculada. Oh! quanto ofendem
aquelas palavras ímpias à Majestade infinita de Deus e de seu Filho unigênito,
Jesus Cristo! Quanto provocam a sua indignação e nos fazem temer os efeitos
terríveis de sua vingança!Se com o sacrifício de nossa vida pudéssemos impedir
tantos ultrajes e blasfêmias, sacrificá-la-íamos de boa vontade, porque, ó Mãe
Santíssima, desejamos amar-vos e venerar-vos de todo o coração, já que é esta a
vontade de Deus. E porque vos amamos, faremos quanto nos for possível, para que
de todos sejais honrada e amada.Entretanto, ó Mãe piedosa, soberana consoladora
dos aflitos, aceitai este ato de reparação que vos oferecemos em nosso nome e
no de todos os nossos; também por todos aqueles que, não sabendo o que dizem, blasfemam
impiamente contra vós.Afim de que, impetrando de Deus a conversão deles,
torneis mais patente e gloriosa a vossa piedade, o vosso poder, a vossa grande
misericórdia; e eles se unam conosco para vos proclamar a bendita entre as
mulheres, a Virgem imaculada, a piedosíssima Mãe de Deus”.
Quanto a livros sobre
Nossa Senhora, recomendamos mais que todos o "Tratado da Verdadeira
Devoção à Nossa Senhora " de São Luís de Montfort.
É um livro pequeno e
fácil de ser encontrado em livrarias do Brasil. Recomendamos ainda, o Glórias de
Maria de Santo Afonso de Ligório. E ainda os escritos Marianos de São Bernardo,
que foi um grande devoto de Nossa Senhora.
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