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A misericórdia de Deus na vida de Paulo e nos seus escritos

Written By Beraká - o blog da família on segunda-feira, 27 de junho de 2016 | 17:35






A Palavra de Deus por excelência é Jesus Cristo, e isto a Igreja sempre teve presente consigo durante a sua jornada terrena. O Logos encarna-se no seio virginal de Maria, a Palavra faz-se carne, como nos relata o Apóstolo João (cf. Jo 1,14). Este maravilhoso acontecimento dá um novo rumo à humanidade e a transforma, ainda que em sua fragilidade. Mesmo em nossa fragilidade, mesmo com os nossos pecados, em nossa miséria incomensurável, ainda que estejamos no maior dos abismos, Deus se inclina e nos olha com misericórdia; Ele desce aos abismos, se rebaixa à nossa condição humana para resgatar-nos. E triste é ver que muitos o renegam!Muitos não se deixam amar por Deus.E assim, São Paulo continua sua exortação aos Tessalonicenses, no capítulo 2, versículos 13 a 20, do qual falaremos hoje. Escreve: “Agradecemos a Deus sem cessar, por que, ao receberdes a palavra de Deus que ouvistes de nós, vós a recebestes não como palavra humana, mas como o que ela de fato é: palavra de Deus, que age em vós que acreditais” (v. 13). Acreditar na Palavra de Deus! Eis uma das questões mais difíceis do homem moderno compreender. Às vezes nos perguntamo: por que tantas pessoas, mesmo católicos, muitas vezes não querem seguir a Palavra de Deus? E a resposta é que, não obstante recorrer a Deus nos momentos de aflição e necessidade, no momento de vivenciar as leis e os mandamentos, todos correm, todos se fecham em seus individualismos e fazem-se deuses de  seus mundos.De fato, o cristão é chamado a experimentar Deus não apenas em seus momentos de misericórdia, mas também nos mandamentos que fazem parte da caminhada, e nos ajudam a enfrentar as dificuldades que surgem no decorrer desta caminhada.Também torna-se necessário que os pastores conduzam seu rebanho na sã doutrina, não ensinando ideologias particulares, como convier a cada um; mas que assumam seu papel. Que saibam viver a radicalidade do Evangelho, anunciando aquilo que a Santa Igreja, em comunhão com os Sucessores dos Apóstolos, transmitiu nestes vinte e um séculos. Nem a vida nem a morte podiam separar a Paulo do amor de Cristo. Por isso, dois mil anos depois do início de sua peregrinação terrena, a monumental obra apostólica do Apóstolo das Gentes continua viva e produzindo abundantes frutos para a Igreja.





A vocação é um dom concedido liberalmente por Deus. E, por vezes, compraz-se o Senhor em chamar alguém aparentemente contrário à missão para a qual Ele o destina, a fim de manifestar com maior fulgor o poder de Sua Graça e a gratuidade do Seu chamado. Nesses casos, apesar dos aparentes paradoxos e à revelia do próprio interessado, cujas aspirações parecem entrar em choque com os desígnios Divinos, o Senhor vai preparando os caminhos, servindo-Se até dos próprios obstáculos para fazer cumprir sua Santa Vontade.

O Jovem fariseu de Tarso


Nada parecia indicar que aquele jovenzinho de rosto vivo e inteligente, de nome Saulo, viesse a transformar-se num intrépido defensor de Jesus Cristo. Nascido em Tarso, na Cilícia, no seio de uma família judaica, o pequeno Saulo esteve, desde muito cedo, sujeito a duas fortes influências que pesariam grandemente na formação de seu caráter.De um lado, as convicções religiosas que aprendera de seus pais não tardaram em fazer dele um autêntico fariseu, apegado às tradições, anelante pela chegada de um Messias vitorioso e libertador do povo eleito, então submetido ao jugo estrangeiro, e zeloso cumpridor da Lei até em suas mínimas prescrições.De outro lado, o ambiente de sua cidade natal marcou profundamente a personalidade do jovem fariseu. Tarso - metrópole grega, súdita do Império Romano - tornarase, por sua localização privilegiada, um dos centros de comércio mais importantes daquele tempo. Regurgitava de gente, proveniente das nações mais diversas, cujas línguas e costumes misturavam-se sob o fator preponderante da cultura helênica. A Providência começava a preparar o jovem fariseu para sua futura missão de Apóstolo das Gentes.


Discípulo de Gamaliel


Apenas saído da adolescência, Saulo abandonou sua pátria para instalar-se na cidade-berço da religião de seus antepassados: Jerusalém. Ali tornou-se assíduo estudioso das Escrituras, instruído pelo douto Gamaliel, um dos mais destacados membros do Sinédrio. Também aqui podemos notar a mão de Deus intervindo em sua vida, pois o conhecimento dos Livros Sagrados, que adquiriu ao longo desses anos, servir-lhe-ia mais tarde para abrir seus horizontes a respeito da realidade messiânica de Jesus Cristo.Entretanto, se Saulo progredia a passos rápidos nas doutrinas farisaicas, sob o olhar vigilante de Gamaliel, em nada pareceu assimilar a prudência que caracterizava seu mestre, sempre cauto em seus juízos e comedido nas apreciações. Pelo contrário, o jovem aluno dava mostras de um exaltado fanatismo religioso, como ele mesmo confessaria em sua epístola aos Gálatas: "Avantajava-me no judaísmo a muitos dos meus companheiros de idade e nação, extremamente zeloso das tradições de meus pais" (Gl 1, 14).No interior do discípulo de Gamaliel latejava um coração sincero, à procura da verdade. Buscava-a ardorosamente, desejoso de alcançar o pleno conhecimento dela. Não sabia que o termo desses seus anseios encontravase nAquele que, de Si mesmo, dissera: "Eu sou o Caminho, a Verdade e a Vida; ninguém vem ao Pai senão por Mim" (Jo 14, 6).Sim, Saulo não poderia chegar ao Pai, Suprema Verdade, sem passar por Jesus, o Mediador entre Deus e os homens. A afirmação proferida pelo Divino Mestre, momentos antes de Sua Paixão, ele a veria cumprir-se em sua vida, ainda que contra a sua vontade e apesar de suas relutâncias. E a ocasião se haveria de apresentar justamente quando as convicções de Saulo, chocadas ante o Cristianismo que surgia, haviam-se convertido em ódio profundo contra este.


Encontro de Saulo com o Cristianismo


Saulo passara alguns anos fora de Jerusalém, que coincidiram com o período da vida pública de Jesus. Quando voltou, verificou uma grande mudança. A Cidade Santa não era a mesma que ele conhecera em seus tempos de estudante: após a tragédia da Paixão, pesava sobre a consciência do povo e, sobretudo, das autoridades a figura ensangüentada da Vítima do Gólgota, que eles em vão procuravam lançar no esquecimento. E mais: os discípulos daquele Homem não temiam pregar sua doutrina no próprio Templo, proclamando que esse Jesus a quem haviam matado ressuscitara dos mortos (cf. At 3, 11ss.).Tais acontecimentos não podiam deixar indiferente um fariseu convicto como Saulo. Não compreendia que aqueles simples galileus se levantassem impunemente contra a religião de seus antepassados, arrastando atrás de si tamanha multidão de seguidores. Sua irritação chegou ao auge quando, estando na sinagoga chamada dos Libertos, onde semanalmente se reuniam judeus de todas as comunidades da Diáspora, deparou- se com um jovem chamado Estêvão, que anunciava denodadamente as glórias do Crucificado.Momentos mais tarde, tendo sido apresentado Estêvão ao tribunal do Grande Conselho, Saulo escutou atentamente o longo discurso no qual este demonstrou, por meio de exemplos históricos e de profecias, ser Jesus o Messias esperado. O jovem fariseu sentia-se incomodado: as palavras de Estêvão eram tão inspiradas e convincentes, que não se lhe podia resistir (Cf. At 6, 10); de outro lado, a imagem desse Jesus Nazareno, que ele não conhecera, parecia perseguilo, e constantemente via-se obrigado a ouvir falar a respeito, de tal modo os seus adeptos se espalhavam por Jerusalém. Duro lhe era recalcitrar contra o aguilhão (cf. At 26, 14). E, entretanto, Saulo recalcitrava!Indignado diante da coragem de Estêvão, aprovou entusiasticamente sua morte (cf. At 8, 1) e considerou como uma honra a missão de custodiar os mantos dos apedrejadores, uma vez que sua idade não lhe permitia levantar a mão contra o condenado.


Surge Saulo o perseguidor dos cristãos


A partir daquele dia, o exaltado discípulo de Gamaliel não pôs mais freio à sua fúria. Acreditando "que devia fazer a maior oposição ao nome de Jesus de Nazaré" (At 26, 9), entrava nas casas dos fiéis e arrancava delas homens e mulheres para entregálos à prisão (cf. At 8, 3); chegava a maltratá-los para obrigá-los a blasfemar (cf. At 26, 11). Não contente com devastar apenas a Igreja de Jerusalém, foi apresentar-se ao príncipe dos sacerdotes, pedindo-lhe cartas para as sinagogas de Damasco, com o fim de prender, nessa cidade, todos os que se proclamassem seguidores da nova doutrina (cf. At 9, 2).Mas, esse Jesus a quem ele teimava em perseguir (At 9, 5), viria a atravessar- Se de novo em seu caminho, desta vez de modo definitivo e eficaz.


No caminho de Damasco


Podemos imaginar a ânsia do jovem Saulo ao aproximar-se de Damasco, antegozando a hora de saciar sua cólera no cumprimento da missão que se propunha. Mas eis que, subitamente, uma luz fulgurante vinda do Céu envolveu-o e a seus companheiros, derrubando-o do cavalo. Ali, caído por terra e cegado pelo resplendor dos raios divinos, o orgulhoso fariseu não pôde mais resistir ao poder de Cristo e declarou-se vencido: "Senhor, que queres que eu faça?" (At 9, 6).De perseguidor que era, poucos instantes antes, passava a servo fiel, pronto para obedecer aos mandatos do Divino Perseguido. Quanta glória para o Crucificado! Por um simples toque de Sua graça, transformara em Seu Apóstolo um dos mais ferventes discípulos daqueles que haviam sido seus principais contendores, durante sua vida pública.Ajudado por seus companheiros, Saulo ergueu-se do chão. Entretanto, mais do que levantar-se do solo, surgiu em sua alma "o homem novo, criado à imagem de Deus, em verdadeira justiça e santidade" (Ef 4, 24). O blasfemador de outrora permaneceria para sempre prostrado num amoroso reconhecimento de sua derrota: "Jesus Cristo veio a este mundo para salvar os pecadores, dos quais sou eu o primeiro. Se encontrei misericórdia, foi para que em mim primeiro Jesus Cristo manifestasse toda a sua magnanimidade e eu servisse de exemplo para todos os que, a seguir, nEle crerem, para a vida eterna" (I Tm 1, 15-16).


Pela graça e misericórdia de Deus,Saulo converte-se em Paulo



Com a mesma radicalidade com que outrora se apegara ao judaísmo, Saulo abraçava agora a Igreja de Cristo. A graça respeitara a natureza, conservando as características próprias de sua personalidade que viriam mais tarde a contribuir na formação da escola paulina de vida espiritual. A partir desse momento, o Saulo convertido, o novo Paulo, só se moveria por um único ideal, que tomava todas as fímbrias de sua alma e dava verdadeiro sentido à sua existência: "Quanto a mim, não pretendo, jamais, gloriar-me, a não ser na cruz de Nosso Senhor Jesus Cristo, pela qual o mundo está crucificado para mim, e eu para o mundo" (Gl 6, 14).Doravante essa Cruz - na qual Paulo não apenas considerava os sofrimentos do Salvador, mas via, sobretudo, os esplendores da Ressurreição - seria para ele o rumo de sua vida, a luz dos seus passos, a fortaleza de sua virtude, o seu único motivo de glória. Esse amor, que num instante operara a sua transformação, o impelia agora a falar, a pregar, a percorrer os confins do mundo a fim de conquistar almas para Cristo, arrancando-lhe, do fundo do coração, este gemido: "Ai de mim se eu não evangelizar!" (I Cor 9, 16).Por esse amor estava disposto a enfrentar todas as tribulações, a suportar os piores tormentos, fossem de ordem natural, como também os de ordem moral: "Muitas vezes vi a morte de perto. Cinco vezes recebi dos judeus os quarenta açoites, menos um. Três vezes fui flagelado com varas. Uma vez apedrejado. Três vezes naufraguei, uma noite e um dia passei no abismo. Viagens sem conta, exposto a perigos nos rios, perigos de salteadores, perigos da parte de meus concidadãos, perigos da parte dos pagãos, perigos na cidade, perigos no deserto, perigos no mar, perigos entre falsos irmãos! Trabalhos e fadigas, repetidas vigílias, com fome e sede, freqüentes jejuns, frio e nudez! Além de outras coisas, a minha preocupação cotidiana, a solicitude por todas as igrejas!" (II Cor 11, 23-28).Ele havia se proposto, antes de tudo, à glorificação de Jesus Cristo e da Sua Igreja, e isto constituía para ele o suco essencial, o norte de sua vida. A este respeito comenta São João Crisóstomo: "Cada dia ele subia mais alto e se tornava mais ardente, cada dia lutava com energia sempre nova contra os perigos que o ameaçavam. [...] Realmente, no meio das insídias dos inimigos, conquistava contínuas vitórias, triunfando de todos os seus assaltos. E em toda parte, flagelado, coberto de injúrias e maldições, como se desfilasse num cortejo triunfal, erguendo numerosos troféus, gloriava-se e dava graças a Deus, dizendo: ‘Graças sejam dadas a Deus que nos fez sempre triunfar' (II Cor 2, 14)."



Apóstolo das Gentes


Assim, pouco a pouco, por meio de suas viagens apostólicas e das numerosas cartas através das quais sustentava na Fé seus filhos espirituais, Paulo ia assentando os fundamentos da Esposa Mística de Cristo. Nem mesmo internamente havia de lhe faltar adversários: por vezes, entre os próprios cristãos, surgiam conceitos errôneos, como o de querer obrigar os pagãos convertidos a praticar os costumes da Lei Mosaica. A esse respeito Paulo levou sua ousadia até o ponto de discutir com o próprio Apóstolo Pedro, "resistindo-lhe francamente, porque era censurável" (Gl 2, 11).Pedro aceitou com humildade o ponto de vista de Paulo e apressou-se em colocá-lo em prática. Mas os cristãos que haviam espalhado suas idéias pelas igrejas da Galácia não o imitaram, acrescentando ainda que a justificação provinha estritamente do cumprimento da Lei. Nada poderia ser tão nocivo para a Igreja nascente do que tais enganos, e Paulo logo o percebeu. Decidiu deixar por escrito toda a doutrina sobre esse ponto, e o fez com tanta segurança e clareza que deduz-se têla recebido dos lábios do próprio Jesus.Assim, a epístola dirigida aos Gálatas é um escrito polêmico, sem receios de apresentar a verdade tal como ela é: "Ó insensatos gálatas! Quem vos fascinou a vós, ante cujos olhos foi apresentada a imagem de Jesus Cristo crucificado? [...] Todos os que se apóiam nas práticas legais estão sob um regime de maldição" (Gl 3, 1.10). E pouco antes, afirmava: "Nós cremos em Jesus Cristo, e tiramos assim a nossa justificação da fé em Cristo, e não pela prática da lei" (Gl 2, 16).


São Paulo e os gregos


Se Paulo teve de enfrentar oposições dentro de seu próprio povo, viuse também contestado pelos gregos, que apresentavam objeções de teor completamente diferente, mas não menos perigosas. A Grécia, principal centro da cultura naqueles tempos, orgulhava-se da fama de seus pensadores e de ser o berço da filosofia. Ora, a palavra e a pregação trazidas por Paulo, "longe estavam da eloqüência persuasiva da sabedoria" (I Cor 2, 4), como ele mesmo afirmava.Assim, não raras vezes tornavase ele alvo do desprezo ou objeto de vergonha para os convertidos. Ele pouco se importava com as ofensas feitas à sua pessoa, mas receava que seus discípulos fizessem eco a idéias tão vãs ou viessem a sucumbir, por medo das humilhações. Por isso, escrevia ele aos fiéis de Corinto, cidade onde principalmente essas falsas doutrinas haviam encontrado aceitação: "A linguagem da Cruz é loucura para os que se perdem, mas para os que foram salvos, para nós, é uma força divina" (I Cor 1, 18).Não era esse, porém, o pior dos obstáculos encontrados por Paulo na Grécia. Afundados na devassidão e na desordem moral, os gregos haviam elaborado, ao longo dos tempos, uma justificativa para os seus maus costumes, negando a ressurreição dos mortos. Alguns mesmo, como Epicuro de Samos (†270 a.C.), chegaram a afirmar que a alma humana é material e mortal.No próprio Evangelho percebemos lampejos dessa candente temática quando os saduceus - que, por influência helênica, não acreditavam na ressurreição - se aproximaram de Jesus para pô-lo a prova, mediante uma pergunta capciosa (cf. Lc 20, 27-39). A discussão, como vemos, vinha de longa data e se erguia como principal empecilho para o desenvolvimento do apostolado paulino.Talvez Paulo, em seus tempos de fervor fariseu, já tivera de enfrentar os mesmos saduceus a esse propósito. gora, porém, como cristão, possuía o argumento da Ressurreição de Cristo e contava com o poderoso auxílio da graça.


Grande Apóstolo da Ressurreição



As dúvidas expostas pelos gregos, quando não a oposição aberta, servirlhe- iam de estímulo para aprofundarse mais na doutrina da ressurreição e deixá-la explicitada para os séculos futuros. Assim escreveu ele aos coríntios: "Ora, se se prega que Jesus ressuscitou dentre os mortos, como dizem alguns de vós que não há ressurreição? Se não há ressurreição dos mortos, nem Cristo ressuscitou. Se Cristo não ressuscitou, é vã a nossa pregação, e também é vã a vossa fé. [...] Se é só para esta vida que temos colocado a nossa esperança em Cristo, somos, de todos os homens, os mais dignos de lástima. Mas não! Cristo ressuscitou dentre os mortos como primícias dos que morreram!" (I Cor 15, 12-14; 19-20).Custoso era, para aqueles gregos de vida desregrada, ter de assimilar esses princípios. Aceitando a ressurreição da carne, ver-se-iam forçosamente convidados a uma mudança de costumes e a abraçarem um modo de pensar e de comportar-se condizente com essa esperança. Mas até mesmo suas relutâncias contribuiriam para o bem, como afirma o próprio Paulo: "Oportet et haereses inter vos esse" (I Cor 11, 19) - é necessário que haja partidos, ou heresias, entre vós. Impelido pelas circunstâncias, Paulo se transforma no grande Apóstolo da Ressurreição.



Cordeiro e leão ao mesmo tempo



Nem tudo, porém, eram combates para o incansável Paulo. Se face ao erro e à falta de fé ele mostrava todo o seu ardor combativo e sua intransigência, em relação aos bons deixava entrever um fundo de alma extremamente afetuoso e compassivo, ordenado segundo a caridade de Cristo. Nesta admirável conjugação de virtudes, na aparência opostas, Paulo assemelhava-se ao Divino Mestre, sempre disposto a perdoar ou pronto a repreender, a ser Cordeiro e Leão ao mesmo tempo.Em sua carta aos fiéis de Filipos, que se inquietavam por seus sofrimentos e suas necessidades, assim escreve: "Deus me é testemunha da ternura que vos consagro a todos, pelo entranhado amor de Jesus Cristo!" (Fil 1, 8). E ainda, aos mesmos gálatas, que antes invectivara a respeito de seus desvios, escrevia mais adiante: "Filhinhos meus, por quem de novo sinto dores de parto, até que Cristo seja formado em vós, quem me dera estar agora convosco" (Gl 4, 19).


São Paulo, segundo Bossuet


Difícil é exaltar o Apóstolo das Gentes em espaço tão exíguo. A pluralidade estonteante de seus feitos, o poder de sua voz e o alcance de sua ação apostólica, cujos frutos até hoje alimentam a Igreja, deixam em embaraço qualquer escritor. Por isso recorremos à incomparável eloqüência de Bossuet, que assim descreveu o ímpeto da pregação do Apóstolo:


"Este homem, ignorante na arte do bem-falar, de locução rude e de acento estrangeiro, chegará à esmerada Grécia, mãe de filósofos e oradores, e, apesar da resistência mundana, fundará mais igrejas do que Platão teve discípulos. Pregará a Jesus em Atenas, e o mais sábio dos oradores passará do Areópago para a escola deste bárbaro. Continuará mais adiante em suas conquistas, e abaterá aos pés do Senhor a majestade das águias romanas na pessoa de um prócônsul, e fará tremer em seus tribunais os juízes diante dos quais fora citado. Roma ouvirá sua voz, e um dia aquela velha mestra sentir-se-á mais honrada com uma só carta do estilo bárbaro de São Paulo, dirigida a seus cidadãos, do que por todas as famosas arengas que outro dia escutara de Cícero."



A prisão em Jerusalém



Sim, Roma, haveria de ouvir sua pregação e suas ruas calçadas de grandes pedras seriam pisadas pelos pés do Apóstolo. Esses pés, entretanto, arrastariam pesadas correntes que lhe tolheriam a liberdade dos movimentos. Acusado pelo ódio de seus concidadãos, por causa de sua fidelidade a Cristo, Paulo fora entregue à justiça romana. Se seu corpo suportava as cadeias e os grilhões, sua alma sentia pesar sobre si o suave jugo de Cristo. Prisioneiro do Espírito (cf. At 20, 22), Paulo recebera, à noite, esta revelação: "Coragem! Deste testemunho de Mim em Jerusalém, assim importa também que o dês em Roma" (At 23, 11).Obediente à inspiração recebida, Paulo exclamará no tribunal do governador Festo: "Estou perante o tribunal de César. É lá que devo ser julgado. [...] Apelo para César!" (At 25, 10-11). Querendo desfazer-se de caso tão complicado, que envolvia assuntos da religião judaica, Festo apressou- se em satisfazer o desejo do preso, mandando-o para Roma, algemado e sob a guarda do centurião Júlio.


O primeiro período de pregação em Roma


Durante a viagem, Paulo não perdia a oportunidade de anunciar o Evangelho em todos os lugares por onde passava. Após várias dificuldades ao longo da travessia e enfrentar um naufrágio, fez escala em Siracusa, na Sicília, e dali foi conduzido a Reggio (cf. At 28, 12-13).Uma vez chegado à capital do Império e instalado em prisão domiciliar, Paulo realizava um anseio que havia tempos acalentava no coração, como ele mesmo o expressara aos cristãos de Roma: "Daí o ardente desejo que eu sinto de vos anunciar o Evangelho também a vós, que habitais em Roma" (Rm 1, 15). Dois anos haveria de durar seu doloroso cativeiro, mas ele, como afirma São João Crisóstomo, "considerava como brinquedo de criança os mil suplícios, os tormentos e a própria morte, desde que pudesse sofrer alguma coisa por Cristo". Aproveitou o tempo para pregar o Reino de Deus (cf. At 28, 31), escrever numerosas cartas às comunidades da Grécia e da Ásia, as chamadas Epístolas do cativeiro.Mas a Providência pedia de seu Apóstolo ainda mais alguns anos de abnegação e fadigas, a ele que suspirava pela morte, considerando-a um lucro para ganhar a Cristo (cf. Fl 1, 21).


Novas viagens e retorno à capital do Império


Libertado por um decreto jurídico, Paulo ainda visitaria Creta, Espanha e novamente as conhecidas igrejas da Ásia Menor, pelas quais tanto se dedicara. Afinal voltaria a Roma para onde se sentia atraído, talvez por um secreto pressentimento da proximidade da "coroa da justiça" (II Tm 4, 8) que ali o aguardava.Sobre o trono dos césares sentavase então o terrível Nero, cuja crueldade, aliada a um orgulho patológico, já fizera sua fama. Era conhecido o ódio que votava aos cristãos, e Paulo não passou despercebido à perspicácia dos espiões do tirano.Acusado como chefe da seita, foi preso pela polícia imperial e lançado no Cárcere Mamertino, onde, segundo uma antiga tradição, já se encontrava Pedro. Nesse escuro subterrâneo, de estreitas dimensões e teto baixo, o Pontífice da Igreja de Cristo e o Apóstolo das Gentes estiveram acorrentados a uma mesma coluna. Assim, unidos numa mesma Fé e esperança, estavam ambos amarrados pelas cadeias do amor ao Rochedo, que é Cristo (cf. I Cor 10, 4).


O martírio de São Paulo


Chegou por fim o dia em que Paulo deveria "ser imolado" (II Tm 4, 6). Para ele a morte pouco significava, pois já se achava morto para o pecado e vivo para Deus (cf. Rm 6, 11). Uma entranhada e exclusiva união o ligavam a seu Senhor. Não era ele mesmo que vivia, mas sim Cristo quem nele habitava (cf. Gl 2, 20) e operava.Condenado à morte, Paulo, por ser cidadão romano, não podia, como Pedro, sofrer a pena ignominiosa da crucifixão, mas sim a da decapitação, e esta devia dar-se fora dos muros da cidade. Conduzido por um grupo de soldados, o Apóstolo arrastou seus pesados grilhões ao longo da Via Ostiense e, depois, pela Via Laurentina, até alcançar um distante vale, conhecido pelo nome de Aquæ Salviæ.Ali, entre a vegetação daquela região pantanosa, o sublime imitador de Jesus Cristo selava seu testemunho com o próprio sangue. Sua cabeça, ao cair no solo sob o golpe fatal da espada, saltou três vezes, fazendo brotar em cada um dos pontos uma fonte de água borbulhante. Este fato, se não comprovado pela História, baseia- se numa piedosa tradição confirmada pelo nome de Tre Fontane, que ostenta o mosteiro trapista construído naquele local.


"Combati o bom combate"


Paulo morrera, mas sua monumental obra apostólica, fundamentada na caridade que consumira sua vida, continuava viva e produziria ao longo dos tempos abundantes frutos para a Igreja. Até o último alento, sua vida não fora senão uma grande luta. Luta de entusiasmo e de entrega, de desprendimento e de heroísmo; luta para levar o Evangelho a todas as gentes, confiando sempre na benevolência de Cristo.Os piores vagalhões da vida não puderam atingir o seu tabernáculo interior. Sua firmeza, semelhante à imobilidade de um rochedo batido pelas ondas do mar, mantinhase inalterável em meio às maiores angústias e agonias, certo de que nem a vida nem a morte o poderiam separar do amor de Cristo (cf. Rm 8, 38-39).E uma vez concluído o combate, percorrida toda a sua carreira e chegado ao termo de sua peregrinação terrena (cf. II Tm 4, 7), o Apóstolo apareceu ante o olhar admirado da humanidade, em toda a sua estatura de gigante da Fé, transmitindo para os séculos futuros esta mensagem: "Por ora subsistem a fé, a esperança e a caridade - as três. Porém, a maior delas é a caridade. A caridade jamais acabará!" (I Cor 13, 13.8).Estando preso em Roma, o incansável Apóstolo não deixou de pregar, e obteve a conversão de incontáveis almas. Posto em liberdade no início do ano 64, dirigiu-se à Espanha e à Ásia. Retornando a Roma, foi preso novamente, desta vez com São Pedro.Ficaram eles na prisão mais antiga de Roma, o Cárcere Mamertino, local impregnado de bênçãos, que comove a quantos por lá passam. Com efeito, como não se impressionar ao contemplar, logo nos primeiros degraus da estreita escada que leva ao calabouço, a marca do rosto do Príncipe dos Apóstolos, milagrosamente impressa na parede de pedra? E que emoção ao ver no canto da cela a fonte que brotou do solo, possibilitando aos Apóstolos batizarem os próprios carcereiros, convertidos pelo seu exemplo e pregação!No final de sua heróica vida, pôde o Apóstolo das Gentes cantar este hino de triunfo do varão que sente a consciência limpa na hora do encontro com o Supremo Juiz: "Combati o bom combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. Resta-me agora receber a coroa da justiça, que o Senhor, justo Juiz, me dará naquele dia, e não somente a mim, mas a todos aqueles que aguardam com amor a sua aparição".Grandiosa foi sua vida, tal será também sua morte. Sendo cidadão romano, São Paulo não podia ser crucificado. Foi, assim, decapitado pela espada, no ano 67. Conta-nos a tradição que sua cabeça, rolando ao solo, saltou três vezes e fez brotar três fontes que podem ser vistas ainda hoje na Igreja de San Paolo alle Tre Fontane, na via d'Ostia, em Roma. 



PRÓLOGO AO COMENTÁRIO ÀS EPÍSTOLAS DE SÃO PAULO POR TOMÁS DE AQUINO:


"Vai, porque este é para mim um vaso de eleição, para levar o meu nome diante das gentes, dos reis, e dos filhos de Israel".Atos 9, 15


O bem aventurado Paulo, que é chamado nestas palavras de "vaso de eleição", foi como o vaso de que se fala no Eclesiástico:


"Como um vaso de ouro maciço, ornamentado de toda pedra preciosa". Ecles. 50, 10 


Paulo foi vaso de ouro por causa do fulgor da sabedoria, maciço pela virtude do amor, ornamentado de toda pedra preciosa pelas diversas virtudes que estas significam. E tal como ele próprio era, assim também ele ensinou aos demais. Ensinou excelentissimamente os mistérios da divindade, que pertencem à sabedoria, coisa manifesta pelo que está dito na Primeira Epístola aos Coríntios:


"É a sabedoria que nós pregamos entre os perfeitos". I Cor. 2, 6


Paulo também recomendou excelentissimamente a caridade, conforme lemos no décimo terceiro capítulo da Primeira Epístola aos Coríntios:


"Ainda que eu fale a língua dos anjos e dos homens, ainda que eu tivesse o dom da profecia e conhecesse todos os mistérios e toda a ciência, ainda que eu distribuísse todos os meus bens, ainda que entregasse o meu corpo para ser queimado, se não tivesse caridade, nada disto me aproveitaria. A caridade nunca há de acabar, a maior de todas (as virtudes) é a caridade". I Cor. 13, 1-13


Paulo instruíu também os homens sobre as diversas virtudes, como é evidente na Epístola aos Colossenses:


"Como escolhidos de Deus, santos e amados, revesti-vos de entranhas de misericórdia, de benignidade, de humildade, de modéstia, de paciência, sofrendo-vos uns aos outros e perdoando-vos mutuamente, assim como o Senhor vos perdoou a vós. Sobretudo tende caridade, que é o vínculo da perfeição, e triunfe em vossos corações a paz de Cristo". Col. 3, 12-14


Este vaso foi destinado a um nobre uso. Era um vaso que deveria levar, conforme diz o livro de Atos, "o nome divino", nome que era necessário levar porque estava distante dos homens por causa do pecado e da obscuridade da inteligência. Por isso, assim como os anjos nos trazem as iluminações divinas por estarmos distantes de Deus, assim também os Apóstolos nos trouxeram a doutrina de Cristo. E assim como no Velho Testamento, depois da Lei de Moisés, liam-se os profetas, que traziam ao povo a doutrina da Lei, assim também no Novo Testamento, depois do Evangelho, lê-se a doutrina dos Apóstolos, os quais trouxeram aos fiéis aquilo que ouviram do Senhor.


O bem aventurado Paulo, portanto, levou o nome de Cristo, em seu corpo primeiro, imitando sua vida e sua paixão, e também em seus lábios, pois em suas epístolas nomeia freqüentissimamente a Cristo. Pode, por isto mesmo, ser significado pela pomba, a qual, diz o livro de Gênesis, após o dilúvio:


"veio até a arca trazendo um ramo de oliveira em sua boca". Gen. 8,11


Como a oliveira significa a misericórdia, corretamente pelo ramo de oliveira podemos entender o nome de Jesus Cristo, o qual também significa a misericórdia porque, segundo diz o Evangelho de Mateus:


"será chamado de Jesus, porque salvará o seu povo de seus pecados". Mt. 1, 21


Paulo trouxe este ramo verdejante de folhas até a arca, isto é, a Igreja, quando lhe manifestou de múltiplos modos sua virtude e seu significado, mostrando-lhe a graça e a misericórdia de Cristo. E por isso, assim como entre as escrituras do Velho Testamento os Salmos são maximamente freqüentados pela Igreja, assim também no Novo Testamento são freqüentadas as Epístolas de São Paulo, pois em ambas estas escrituras praticamente está contida toda a doutrina teológica. A matéria das Epístolas de São Paulo é, de fato, o nome de Cristo, que é a plenitude deste vaso, porque todo o seu ensinamento é sobre a doutrina de Cristo. Escreveu Paulo catorze epístolas das quais nove ensinam a Igreja dos Gentios (Romanos, Coríntios 1 e 2, Gálatas, Efésios, Filipenses, Colossenses, Tessalonicenses 1 e 2); quatro os prelados e os príncipes da Igreja, isto é, os reis (Timóteo 1 e 2, Tito e Filêmon); e uma o povo de Israel, isto é, a Epístola aos Hebreus.


Toda a sua doutrina é sobre a graça de Cristo, que pode ser considerada de três modos:


1)- De um primeiro modo, na medida em que está na própria cabeça (do Corpo Místico que é e Igreja), isto é, em Cristo, e é deste modo que ela é tratada na Epístola aos Hebreus.


2)- De um segundo modo, na medida em que está nos membros principais do Corpo Místico, e é deste modo que ela é tratada nas Epístolas que se dirigem aos prelados.


3)- De um terceiro modo, na medida em que está no próprio Corpo Místico, que é a Igreja, e é assim que é tratada nas Epístolas que são dirigidas aos gentios.


Cada uma destas epístolas pode ser distinguida do seguinte modo, segundo que a própria graça de Cristo pode ser considerada de três modos. De um primeiro modo, em si mesma, e é deste modo que é tratada na Epístola aos Romanos. De um segundo modo, na medida em que está nos sacramentos da graça, e é assim que é tratada nas duas Epístolas aos Coríntios, na primeira das quais trata-se dos próprios sacramentos, e na segunda da dignidade dos seus ministros. E na Epístola aos Gálatas, na qual são excluídos os sacramentos supérfluos contra aqueles que queriam acrescentar aos novos sacramentos também os antigos. De um terceiro modo, a graça de Cristo pode ser considerada segundo o efeito da unidade que ela produz na Igreja. O Apóstolo trata, portanto, primeiramente da instituição da unidade da Igreja na Epístola aos Efésios. Trata, em seguida, de sua confirmação e adiantamento na Epístola aos Filipenses. Em terceiro lugar, de sua defesa contra os erros na Epístola aos Colossenses; contra as perseguições presentes na Primeira aos Tessalonicenses e contra as futuras, principalmente aquelas que hão de vir no tempo do Anticristo, na Segunda aos Tessalonicenses.


Quanto aos prelados, Paulo instrui tanto os prelados espirituais quanto os temporais. Na Primeira a Timóteo instrui os prelados espirituais sobre a instituição, a instrução e o governo da unidade da Igreja. Na Segunda a Timóteo, sobre a firmeza contra os perseguidores. Na Epístola a Tito, instrui-os sobre a sua defesa contra os hereges. Quanto aos senhores temporais, instruíu-os na Epístola a Filêmon. Fica evidente, deste modo, a razão da distinção e da ordem de todas estas Epístolas. Na carta aos Efésios, o Apóstolo Paulo nos ensina: “mas Deus que é rico em misericórdia, por causa de seu grande amor com que nos amou, quando ainda estávamos mortos em nossos delitos, nos deu vida juntamente com Cristo (pela graça sois salvos), e nos ressuscitou juntos, e nos fez assentar nos lugares celestiais com Cristo Jesus, para que nos séculos vindouros Ele possa mostrar a suprema riqueza da sua graça, em bondade para conosco em Cristo Jesus” ( Efésios  2, 4-6). 


A misericórdia do Senhor o alcançou de tal maneira que houve uma genuína conversão em seu modo de agir com os cristãos. O Senhor o designou e o convocou para o ministério, “a ele, que em tempos passados foi, blasfemo, perseguidor e insolente; contudo, Jesus foi misericordioso com ele, porquanto fez o que fez por ignorância e incredulidade.” I Tm 1.12-14.


Quando a misericórdia do Senhor nos alcança, deixamos de ser ignorantes, pois misericórdia nada mais é do que: compaixão solícita pela desgraça alheia, piedade, perdão, sentimento benévolo pelo sofrimento do outro. Aquilo que ignorávamos antes passa a ser algo aprendido e a ignorância é deixada de lado.


Paulo se considerava o pior dos pecadores e declarava que: “Cristo Jesus veio ao mundo para salvar os pecadores, dos quais ele era o pior.” I Tm 1-15.


Após ter sido alcançado pela benevolência e pelo favor imerecido de Deus, Paulo se transformou: 


“Mas, pela graça de Deus, sou o que sou. E a sua graça para comigo não foi inútil; antes, trabalhei mais do que todos eles; todavia, não eu, mas a graça de Deus que vive em mim.” I Co 15-10.


Deixemos a Misericórdia de Deus conduzir nossa vida e de nossos irmãos e irmãs.


“Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo”
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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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