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Se #José teve ou não filhos próprios antes de Maria, é dogma ou questão teológica em aberto?

Written By Beraká - o blog da família on segunda-feira, 27 de junho de 2016 | 23:23






Por *Francisco José Barros Araújo 





É preciso entender que o inquestionável dogma da Virgindade Perpétua de Maria, não trata sobre José, ou seja, se o mesmo tinha ou não filhos anteriores a Maria. Este tema na teologia e na tradição é uma questão em aberto, ou seja, não se chegou ainda a um veredito definitivo por parte da Igreja. A tradição nos diz que José era já de idade avançada, quando se casou com Maria (tradição que nasce de livros apócrifos e não dos evangelhos). Por causa disso, sobretudo na Igreja Ortodoxa, já desde o Século III, nasceu a tradição segundo a qual se afirma que os "irmãos de Jesus" (Tiago, José, Simão e Judas - Veja Mateus 13,55 e Marcos 6,3), na verdade, eram filhos de um casamento de José antes de ter sido esposo de Maria. Nesse caso José teria casado com Maria depois de ter ficado viúvo. Esta tese foi defendida também por antigos pais da igreja tais como: Orígenes, Eusébio de Cesaréia, Epifânio, Ambrósio e outros, segundo a qual José era viúvo quando se casou com Maria, e os aludidos irmãos e irmãs eram filhos de seu matrimônio anterior, com uma tal Melca ou Esca, chamada por outros Salomé.Os protestantes também têm sua própria lista, é melhor chamá-la de “pretensa lista, de citações de Pais da Igreja”. Os citados quando não têm seus textos falseados são hereges que só, por isso, não merecem nenhuma atenção! Os mencionados são: Irineu, Tertuliano, Santo Eusébio, Santo Epifânio, Hegesipo, Helvídeo, Vigilâncio, Joviniano e pasmem!!! Nestório. Tertuliano primeiramente defensor assíduo da fé cristã, depois no fim da vida acaba por se tornar um herege montanista. Santo Agostinho nos informa que Tertuliano, por fim, acaba por fundar uma seita própria, e o próprio Santo Agostinho diz ter trazido de volta ao seio da Igreja seus últimos adeptos. [Os Padres da Igreja - séc I – IV / Jacques Liébaert] O «Protoevangelho de Tiago» afirma que José era originário de Belém e, antes do matrimónio com a Virgem Maria, seria casado com uma mulher com quem teve seis filhos: quatro homens (Judas, José, Tiago e Simão) e duas mulheres (Lísia e Lídia). No entanto, teria ficado viúvo muito cedo e com os filhos para educar. José era já de idade avançada, quando se casou com Maria (tradição que nasce de livros apócrifos e não dos evangelhos). Por causa disso, sobretudo na Igreja Ortodoxa, já desde o Século III, nasceu a tradição segundo a qual se afirma que os "irmãos de Jesus" (Tiago, José, Simão e Judas - Veja Mateus 13,55 e Marcos 6,3), na verdade, eram filhos de um casamento de José antes de ter sido esposo de Maria. Nesse caso José teria casado com Maria depois de ter ficado viúvo. Nos escritos dos primeiros séculos era dominante a ideia de que o pai adotivo de Jesus (São José, o justo), era já idoso quando ficou noivo de Maria. Isso tem origem sobretudo nos relatos de evangelhos apócrifos. O principal deles é o Protoevangelho de Tiago, em que um diálogo mostra São José receoso de aceitar a ideia do noivado. Viúvo e com filhos do primeiro casamento, ele temia que a grande diferença de idade entre Maria e ele o tornasse alvo da zombaria popular. Embora comunique sagradas verdades da tradição oral, esse texto apócrifo não é confiável em todo o seu conteúdo. A narrativa do “José idoso” influenciou bastante a arte cristã, como podemos ver nas numerosas imagens do santo carpinteiro com as características físicas de um avô. Ao lado dessa corrente, havia também os artistas que apresentavam São José como um jovem cheio de vitalidade. Alguns dos padres antigos se manifestaram em oposição à tese de que o padroeiro carpinteiro era velho e viúvo, e tinha filhos de seu primeiro casamento. O mais célebre deles é São Jerônimo (séc. IV e V), que defendia ainda que São José se casou virgem. No século XIII, Santo Tomás de Aquino seguiria a mesma linha de Jerônimo. Santo Epifânio de Salamina (séc. IV) não se contentou somente em descrever São José como ancião: se empolgou na narrativa e estabeleceu que ele tinha mais de 80 anos! quando ficou noivo de Maria. Os apócrifos, por sua vez, diziam que ele tinha 70 anos. A suposição de Epifânio nos parece-nos improvável, já que contraria inclusive a tradição rabínica vigente naqueles tempos: “a sabedoria dos rabinos fornecia aos pais excelentes conselhos: não era prudente casar uma jovenzinha com um velho”. Porém, em vez proteger a honra de Maria, o casamento com um homem tão velho poderia ter o efeito contrário: algumas pessoas do povo poderiam duvidar que ele fosse mesmo o pai de Jesus! É importante também, considerar que, colocando a jovem Maria sob os cuidados de um idoso, os sacerdotes do Templo estariam expondo-a ao risco de se tornar viúva em breve (o que era uma situação de grave desassistência social). Será mesmo que essa teria sido uma escolha provável e prudente?

 

 

 

Talvez o mais belo e convincente discurso a favor da juventude de São José seja aquele apresentado por um santo de nossos tempos, São Josemaria Escrivá!

 

 

 

 

Este santo fundador da Opus Dei argumenta que o apego à imagem de um José idoso é apenas um reflexo da descrença na possibilidade de um homem jovem respeitar a castidade de uma moça que vive sob seus cuidados.Se concordarmos com São Josemaría, podemos entender que a imagem do “José velho” é a única convincente para aqueles que projetam as próprias fraquezas sobre todos os demais seres humanos: “Se eu não sou capaz de agir de tal modo, então outra pessoa também não seria. Não estou de acordo com a forma clássica de representar São José como um ancião, ainda que com isso se tenha tido a boa intenção de ressaltar a perpétua virgindade de Maria. Eu imagino-o jovem, forte, talvez com alguns anos mais do que a Virgem, mas na plenitude da vida e do vigor humano. Para viver a virtude da castidade, não é preciso esperar pela velhice ou pelo termo das energias (1Coríntios 7,2: “Mas eis o que vos digo, irmãos: o tempo é breve. O que importa é que os que têm mulher vivam como se a não tivessem...” - Deus não nos propões coisas impossíveis, pois sua graça nos auxilia a viver sua proposta). A castidade nasce do amor e, para um amor limpo, nem a robustez nem a alegria da juventude representam qualquer obstáculo. Jovem era o coração e o corpo de São José quando contraiu matrimônio com Maria, quando soube do mistério da sua Maternidade divina, quando viveu junto d’Ela respeitando a integridade que Deus queria oferecer ao mundo, como um sinal mais da sua vinda às criaturas. Quem não for capaz de entender um amor assim, é porque conhece muito mal o verdadeiro amor e desconhece por completo o sentido cristão da castidade”(São Josemaría Escrivá. É Cristo que passa, 40).

 

 

 

Na literatura apócrifa encontramos respostas - José era viúvo tinha filhos?

 

 

 

No livro apócrifo da História de José o Carpinteiro”, título II encontramos que José era viúvo. Vejamos o texto:

 

 

 

2 – Havia um homem chamado José, oriundo de Belém, vila da Judeia, que é cidade do Rei Davi – Era reconhecido por sua sabedoria e pelo seu ofício de carpinteiro.

 

 

3- Este homem, José, uniu-se em santo matrimônio a uma mulher que lhe deu filhos e filhas:  quatro homens e duas mulheres, cujos nomes eram: Judas e Josetos, Tiago e Simão: suas filhas chamavam-se Lísia e Lídia.

 

 

4 – A esposa de José morreu, como é o destino de todo o homem, quando seu Filho Tiago ainda tinha pouca idade.

 

 

 

Os apócrifos falam que quando José e Maria se comprometeram a casar, Maria Santíssima tinha 12 anos e José já era velho. Maria deixava o serviço do templo por causa da primeira menstruação, e os sacerdotes lançando sortes em 12 pretendentes recai para José desposar Maria. Diz o texto evangelho apócrifo da “História de José o carpinteiro”. Capítulo IV, n 2:

 

 

2 – A sorte recaiu sobre o bom velho José, meu pai segundo a carne (Sem precisar a idade, se sabe que ele já era velho).

 

 




De acordo ainda com os apócrifos, José, já em idade avançada, uniu-se a um grupo de homens, todos descendentes de David!







O sacerdote Zacarias teria ordenado que todos os filhos da estirpe real fossem convocados para disputar o matrimónio com a Virgem Maria, futura Mãe de Jesus, à época com doze anos e que vivera nove anos no Templo de Jerusalém. Por indicação divina, estes homens castos conduziram até ao altar os seus cajados, de entre os quais Deus faria florir o do eleito. José foi o escolhido. Inicialmente hesitante devido à grande diferença de idade, foi admoestado por Zacarias a submeter-se à vontade divina, acolhendo a Virgem em sua casa. A história de Maria nos evangelhos apócrifos, textos das origens do cristianismo que não fazem  parte do Cânon da Bíblia, nos traz novidades sobre a vida dessa personagem tão cara e polêmica entre os cristãos. 




Os principais textos e evangelhos apócrifos que falam sobre Maria são: 







-O nascimento de Maria: Proto-evangelho de Tiago; 


-O nascimento de Maria: Papiro Bodmer; 


-Evangelho do Pseudo-Mateus; 


-História de José, o carpinteiro; 


-Evangelho armênio da infância; 


-Evangelho dos Hebreus; 


-Livro da infância do Salvador; 


-Pistis Sophia; 


-Aparição à Maria: Fragmentos de textos coptas; 


-Lamentação de Maria:Evangelho de Gamaliel; 


-Maria fala aos apóstolos: Evangelho de Bartolomeu; 


-Trânsito de Maria do Pseudo-Militão de Sardes; 


-Livro do descanso; 


-O evangelho secreto da Virgem Maria.






A leitura desses escritos apócrifos sobre Maria, a mãe de Jesus, é uma viagem fascinante! Quem começa não quer parar. Muitas curiosidades são sanadas ou deixadas em aberto diante das possíveis “fantasias” relatadas. Muitas tradições religiosas em relação à Maria, guardadas na memória popular e em dogmas de fé, têm suas origens nos apócrifos, assim como: 





-A palma e o véu de nossa Senhora; 


-As roupas que ela confeccionou para usar no dia de sua morte; 


-Sua assunção ao céu; 


-A consagração de Maria, e posteriormente, a consagração a Maria.


-Os títulos que Maria recebeu na ladainha dedicada a ela; 


-Os nomes de seu pai e de sua mãe (Joaquim e Ana)


-A visita que ela e Jesus receberam dos magos; 


-O parto em uma manjedoura, e a constatação de sua virgindade pós parto, etc. 






A nossa devoção Mariana é mais apócrifa que canônica! A virgindade de Maria é defendida pela quase totalidade dos apócrifos!







Segundo essa tradição, ela era virgem antes, durante e depois do parto. Ao falar da virgindade de Maria, a comunidade dos apócrifos tem intenção mais apologética que histórica. A pureza de Maria é demonstrada pela sua vida consagrada no templo de Jerusalém. Ela está sempre em contato com o sagrado. Quando Jesus nasce, a virgindade de Maria é mantida. A parteira Salomé ousou testar a sua virgindade colocando o seu dedo na “natureza de Maria” e suas mãos pegaram fogo. Assim, o teste corporal feito por Salomé comprovou a virgindade de Maria. Mais tarde, quando a gravidez de Maria é denunciada aos sacerdotes, esses confirmam a sua virgindade com outro teste comum entre os judeus, o da água amarga (Nm 5,11-31). Maria não foi culpada de adultério pelos sacerdotes. José tinha certeza que não teve nenhum relacionamento sexual com ela, portanto, ela continuava virgem. Quanto aos outros filhos de José (4 homens e 2 mulheres), os apócrifos dizem que eles eram do primeiro casamento. Logo, Maria não teve outros filhos, permaneceu virgem "até a morte! "












São Gregório de Nissa (330 — 395):










"Pois se José a tomou como sua esposa com o proposito de ter filhos, por que ela ficou pensando sobre o anuncio de sua maternidade, se ela mesma aceitou o fato de se tornar mãe de acordo com a lei da natureza? Mas assim como era necessário Guardar o corpo da "consagrada a Deus como oferenda intocada" e Espírito Santo, por esta mesma razão, ela afirma, mesmo se você é um anjo que desceu do céu e mesmo que este fenômeno está além da capacidade dos homens, no entanto, impossível para mim conhecer homem. Como devo tornar-me mãe sem conhecer homem? Pois, embora considere um José para ser meu marido, ainda assim não conhecerei homem" (Sobre a Geração de Santo Cristo, 5)






São Máximo, o Confessor (580 — 662):







"O nascimento e a adolescência daquela que concebeu e deu à luz - evento impensável, incompreensível, inefável! - ao Filho de Deus, o Verbo, Rei e Deus do Universo, já haviam sido mais maravilhosos que tudo o que se pode ver na natureza. Desde então, todos os dias de sua inteira existência, mostrou um estilo de vida superior à natureza [...] Logo, no caminho de sua fatigosa tarefa, sofreu e suportou muitas tribulações, provas, aflições e lamentos durante a Crucifixão do Senhor, alcançando uma completa vitória  e obtendo coroas de triunfo, até ao ponto de ser constituída a Rainha de todas as criaturas[...] A Virgem não só  animava e ensinava aos santos apóstolos e aos demais fiéis a ser pacientes e suportar as provas, senão que era solidária com eles em suas fadigas, lhes sustentava na pregação, estava em união espiritual com os discípulos do Senhor em suas privações e suplícios, em suas prisões[...] Depois da partida de João, o Evangelista, São Tiago, o filho de José, também chamado «irmão do Senhor», tomou a seu cuidado a santa Mãe de Cristo..." (Vida da Virgem)



 



Os irmãos de Jesus eram parentes de criação! Nem é preciso recorrer à interpretação de Jerônimo (séc.IV E.C.) que entendeu o substantivo irmão dos evangelhos canônicos como primos, parentes!








Segundo os apócrifos, José já tinha mais de 70 anos, quando se casou com Maria, uma jovem entre 14 e 15 anos. Nos diálogos que Maria tem com os apóstolos, anjos e Jesus, sempre vem ressaltado a sua condição de virgem (Lucas 1,34). As virgens são suas amigas no templo. Um grupo delas é designado para o seu cuidado na casa de José. Após a morte de Maria, são outras virgens, iguais a ela, que preparam o seu corpo e seguem o cortejo. João, aquele que recebeu o encargo de cuidar dela, levou a palma da virgindade de Maria, porque também se manteve virgem. Por isso se oferece a palma à Maria nas coroações de Nossa Senhora. Esses e tantos outros elementos nos mostram como as comunidades primitivas discutiram a questão da virgindade de Maria, bem como reafirmam as informações sobre esse tema conservadas nos evangelhos apócrifos (Não reconhecidos como Canônicos pela Igreja Católica).






Os escritores dos evangelhos tornam claro o entendimento de que os irmãos de Jesus eram filhos de José em razão de seu matrimônio anterior:







O fato de que Jesus confiou Sua mãe aos cuidados de João (João 19,26 - 27) indica que os ‘irmãos’ (e irmãs) de Jesus não eram propriamente filhos de Maria. Que eles eram mais velhos que Jesus é demonstrado pela atitude deles no seu relacionamento para com o Senhor Jesus, pois eles tentavam repreendê-lo e falavam-lhe com severidade (João 7, 3 - 4) procurando interferir em Sua conduta por outras maneiras. Tais atitudes somente seriam cabíveis a irmãos mais velhos, segundo os costumes da época, jamais por mais novos!






DADOS ARQUEOLÓGICOS:







(ossuário é do tempo de Jesus, mas a inscrição não!)







O pesquisador da Sorbonne de Paris, André Lamaire, revelou ao mundo a descoberta de um ossuário (uma caixa de ossos) do século I, na qual encontra-se a inscrição aramaica: “Ya’akov bar Yosef akhui di Yeshua” (Tiago filho de José irmão de Jesus). Seria a primeira evidência arqueológica da existência de Jesus. Que pensar sobre o assunto? Há alguma implicação para a nossa fé? Como fica a questão da virgindade de Maria, mãe de Jesus?







1   Do ponto de vista científico:






Não se pode dizer com toda certeza que se trata do Tiago, do José e do Jesus do Novo Testamento. Os próprios cientistas reconhecem que, sendo esses três nomes muito comuns no século I, feitos os cálculos de probabilidade, haveria provavelmente cerca de vinte pessoas que, naquela época, poderiam se chamar Tiago, filho de José, irmão de Jesus. Assim, nunca será possível afirmar com certeza que se trata dos personagens bíblicos!Do ponto de vista da frase em si mesma, se olharmos bem, ela é ambígua: pode significar que Tiago é filho de José e é irmão de Jesus ou pode dizer que Tiago é filho de José e que este José é irmão de Jesus. Suponhamos ainda que este Tiago seja o irmão do Senhor de que fala o Novo Testamento. Então, a inscrição está afirmando que ele é filho de José. Seria o José de Maria? Seria um outro José, parente (= irmão), também ele de Jesus? Recordemo-nos que, na linguagem bíblica, irmão não significa simplesmente filho do mesmo pai ou da mesma mãe. Então, aqui se trataria de Tiago, que é da parentela do Senhor e seu pai, como o pai de Jesus, chamava-se também José.Há, então, muita coisa que, do ponto de vista científico, é incerto e, pelo jeito, permanecerá incerto por um bom tempo.Uma comissão oficial de peritos em arqueologia sob a responsabilidade do Governo de Israel, tornou pública uma comunicação afirmando que a inscrição no ossuário não é autêntica, isto é, não é do tempo de Jesus, mas foi aberta recentemente como fraude! (https://stringfixer.com/pt/James_Ossuary). O ossuário é do século I; a inscrição, não! Portanto, nenhum problema com o dogma da virgindade de Maria!





Do ponto de vista teológico:












A única questão que pode suscitar perguntas, do ponto de vista da teologia católica, é a realidade dogmática da virgindade perpétua da Virgem Maria. É parte da fé católica que a Mãe de Jesus é perpetuamente Virgem. Isso exclui totalmente a possibilidade que a Virgem Santíssima tenha outros filhos naturais, além de Jesus. Exegeticamente, é fora de dúvida que quando o Novo Testamento fala em “irmãos de Jesus”, de modo nenhum está referindo-se aos filhos de Maria! A palavra irmãos pode indicar vários graus de parentesco. Supondo que José tenha morrido cedo (como é muito provável, já que os evangelhos não se referem mais a ele), e Maria tenha ficado sozinha (já que Jesus saiu de casa para exercer seu ministério público), era totalmente conforme aos usos judeus que a Virgem tivesse uma relação muito próxima com o clã, a família, sobretudo do marido. Por isso vemos algumas vezes, as referências aos irmãos de Jesus, com quem Maria aparece nos evangelhos. Há uma antiqüíssima tradição do século I, que já aparece no Proto-evangelho de Tiago, que afirma que José era viúvo ao casar com Maria e os irmãos de Jesus seriam filhos de José com uma primeira esposa! As Igrejas do Oriente em geral seguem esta tradição em sua ICONOGRAFIA MAIS ORTODOXA (imagem acima), quando escrevem (representam) os ícones Marianos trazendo as três estrelas (fronte e ombros), afirmando sua virgindade antes, durante e após o parto, e sem o toque de São José. Contudo, as duas opiniões são possíveis e compatíveis com a fé na virgindade de Maria, que tanto os católicos quanto os ortodoxos, apesar de serem separados, afirmam dogmaticamente, segundo a constante Tradição da Igreja. Uma coisa deve, portanto, ficar clara: a atual descoberta do ossuário de modo nenhum coloca em dúvida o problema de virgindade perpétua de Nossa Senhora! Também, deve ficar claro que tal virgindade não é uma questão sem importância para os católicos e ortodoxos: ela é parte da fé da Igreja, e isso não por horror ao sexo ou por idolatria de um hímen! Não!  A virgindade de Maria tem um profundo sentido na simbologia bíblica: ela é a imagem viva da virgem filha de Sião, o Israel fiel do Antigo Testamento; ela é também imagem vivente da Igreja, virgem e mãe! Aqui seria muito longo mostrar como isto aparece de modo belo, claro e profundo nos textos bíblicos.














Conclusão:







No entanto, que fique bem claro isso: é de fé católica a virgindade de Maria antes, durante e depois do parto (conforme Ezeq. 44,2). Somente na fé poderemos afirma-la compreender sua realidade!

















A questão verdadeira é portanto, esta: "cremos que Deus soberanamente, poderosamente, e livremente, pode ou não, intervir no mundo? Nada lhe é impossível?" Senão acreditamos, podemos dizer adeus cristianismo! Teríamos crido em vão, teríamos apostado toda nossa vida numa ilusão! 
















*Francisco José Barros Araújo – Bacharel em Teologia pela Faculdade Católica do RN, conforme diploma Nº 31.636 do Processo Nº  003/17






FONTES BIBLIOGRÁFICAS:






-ZILLES, URBANO, Evangelhos apócrifos, tradução e introdução de Urbano Zilles, coleção Teologia 17, EdiPUCRS, Porto Alegre 2004 pág. 89 -91.

 

 

 

-Apócrifos Instruções para uso. Vida e morte de José o carpinteiro, autor Alberto Elli, tradução do italiano Odalberto Domingos Casonatto, Revista Terra Santa, Jerusalém, n 4, 2012.






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6 de julho de 2016 às 13:29

No caso a virgindade de Maria é uma suposição, digo depois de ter Jesus! É essas suposições são baseadas em escritos apócrifos, que não fazem parte do cânon! Minha pergunta é! I igreja não aceita os apócrifos pq? Se falam tanto sobre os personagens bíblicos? E baseado somente nos evangelhos, não a base alguma que diga que ela continuou virgem depois do nascimento? É também não fala que os filhos são de José ou são delá também? O que nos leva a crer que o assunto é uma incógnita e não pode se ter certeza disto? Correto a não ser é claro a fé de quem disse que assim era, e de quem crê que assim é!

6 de julho de 2016 às 16:50

Prezada Micheli,

Com relação a estas suas duvidas, sugerimos a leitura de matéria já publicada no blog neste link abaixo (Copie e cole):

http://berakash.blogspot.com.br/2011/03/virgem-maria-mae-de-deus-e-mae-da.html

Shalom !!!

7 de dezembro de 2021 às 16:47

O que você tem a dizer sobre Mateus 1,25?

8 de dezembro de 2021 às 13:41

Prezado(a) protestante anônimo(a), Salve Maria, "Mãe do meu Senhor" (conforme Lucas 1,43)



Em Mateus 1,25 diz que: “Jose não a conheceu "ate" que deu à luz a seu filho Jesus. Ora, isto apenas confirma a virgindade PERPETUA DE MARIA, ou seja, virgem antes, durante e depois do parto para sempre, pois assim quis e predeterminou Deus conforme lemos em Ezequiel 44,2:“E disse-me o Senhor: Esta porta permanecerá fechada para sempre, não se abrirá; ninguém entrará por ela, porque o Senhor, o Deus de Israel passou por ela; por isso permanecerá fechada.” Por isso caro(a) protestante anônimo(a), Maria não apenas foi virgem até o nascimento de Cristo, mas permaneceu virgem ATÉ QUE subiu aos céus (ou será que conforme a sua interpretação torta e equivocada, Maria perdeu a virgindade no Céu?). Por isso não basta dizer "virgem Maria", mas a "SEMPRE virgem Maria". Logicamente, o termo "até que" pode ser usado para significar NUNCA, como neste caso até você é obrigado(a) a concordar, como provamos acima.Em Deuteronômio 7, 24 também, temos a seguinte frase: “...ninguém te poderá resistir, ATÉ QUE os tenha feito em pó." Veja novamente o uso do termo "até que" com um sentido de NUNCA, pois se os inimigos não podiam resistir antes, o que dirá quando estiverem reduzidos a pó?Outro exemplo está em II Reis 6, 23onde lê-se: " Micol, filha de Saul, não teve filhos até o dia de sua morte." Não é possível supor aqui novamente, que Micol tenha tido filhos depois da morte, cobcorda? Note que é a mesma expressão dada ao texto sobre Maria a mãe do Nosso Senhor Jesus Cristo em Mateus 1,25 - Portanto, Micol não teve filhos até a morte, E EVIDENTEMENTE NEM DEPOIS DA MORTE! Parabenizamos a você por ter vindo fazer a pergunta no lugar certo! Com Católicos! Pois para ler a Bíblia é preciso alguém que nos explique, para evitar estas confusões gramaticais que levam a erros doutrinários profundos. E esses erros ofendem a Deus e à Mãe de Deus, Maria Santíssima. Quanto aos irmãos, já é bem conhecido que em hebraico a palavra irmão significa parente próximo (primo, por exemplo, que era o caso dos "irmãos de Jesus" retratados em S. João). Pois se diz que Abraão era irmão de Lot (Gênesis 13, 8) quando na verdade, era seu tio (Gênesis 12, 4-5).Os “paxtorix” protestantes, que distorceram a expressão "até que", como vimos acima, insinuam com essa frase que logo depois do nascimento de Nosso Senhor, São José teria tido contato conjugal com Nossa Senhora, o que não é verdade. Maria, não é a regra é a exceção, em virtude de sua Maternidade divina. Detalhe: Por que Maria Santíssima na cruz não foi confiada aos cuidados deles, já que assim prevê a lei de Moises? Que irmãos desnaturados são esses que abandonam a mãe viúva em sua velhice?

Esperando ter tirado suas dúvidas, grato pela visita e volte sempre assim com boas perguntas, e terá boas respostas!

Shalom !!!


3 de abril de 2022 às 15:34

Seu argumento não faz sentido nenhum o caso de Maria é diferente ao invés de Mateus relatar que “não teve mais filhos até a sua morte”, afirma que José não a conheceu corporalmente “até que ela fez nascer ao filho dela”. Ou seja, essa restrição do relacionamento corporal não estava relacionada a todo o seu período existencial, mas somente até o momento que Jesus nascesse (“até que lhe nascesse o primogênito”).

Que o “até que” é uma prova conclusiva de que Maria teve outros filhos além de Jesus, além do fato de que o evangelista Mateus poderia perfeitamente ter escrito de forma diferente que visasse defender o dogma e não colocá-lo em dúvida, vem do fato de que em diversas outras ocasiões este mesmo termo aparece no Novo Testamento não deixando dúvidas quanto ao fato de que o “até que” marca o fim de um acontecimento para dar lugar a outro.

4 de abril de 2022 às 11:44

Prezado(a) protestante anônimo(a),

Sobre o 2º DOGMA MARIANO: “A Virgindade Perpétua” (antes, durante e após o parto).Lhe responderemos com a seguinte FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA (confira na sua bíblia protestante):






Ezequiel 44,2:“E disse-me o Senhor: ESTA PORTA PERMANECERÁ FECHADA, não se abrirá; ninguém entrará por ela, PORQUE O SENHOR, O DEUS DE ISRAEL PASSOU POR ELA; por isso permanecerá fechada!”



Dedução: Ora, se Deus teve todo este ZELOZO CUIDADO quando passou por esta porta de acesso ao santo dos santos no templo a arca da aliança que continha apenas as tábuas da lei, imagina o cuidado que Ele não teria com Maria o templo vivo de Deus e que carregava o autor da lei: Nosso Senhor Jesus Cristo!



Salve Maria a cheia da graça e a mãe do Meu Senhor!(conf. Lucas 1,43



Grato pela visita e volte sempre assim com bons questionamentos!


Shalom !!!


Anônimo
5 de junho de 2022 às 07:46

Quanto a sua outra objeção o motivo de Jesus não considerar os seus irmãos como sendo os mais aptos a cuidarem de sua mãe após a sua morte era muito simples: ele não poderia ter escolhido alguém que nem sequer cria que ele era o Filho de Deus! Como é que Jesus iria escolher alguém que nem ao menos cria nele para cuidar da sua mãe? Pois nem mesmo seus irmãos criam nele. (João 7:5-6)

Anônimo
5 de junho de 2022 às 08:04

Quanto ao seu outro argumento a citação de Abraão e de Ló está totalmente fora de contexto, eles eram irmãos em sentido figurado, como sendo “próximos”, eu também posso dizer que um amigo ou um parente próximo é “um irmão" mesmo sem ser irmão de sangue. Não tem nada a ver com uma contradição do grego ou da Septuaginta.

Anônimo
6 de junho de 2022 às 09:36

Sinceramente, nunca vi argumentação mais chula e sem-pé-e-sem-cabeça do que a deste protestante anônimo acima: Ora, a descrença dos supostos irmãos de Jesus, seria motivo para Maria ficar com eles e não o contrário, justamente para leva-los fé! Que Jesus não tinha irmãos nascidos de Maria já está mais que provado e comprovado, basta ler a bíblia, e lá está a confirmação conforme: Lucas 10.10; Mateus 10,3; Mateus 27,56 e Marcos 15,40.

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CIDADÃO DO MUNDO, NORDESTINO COM ORGULHO, Brazil
Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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