Por *Francisco José Barros
Araújo
É preciso entender que o inquestionável dogma da
Virgindade Perpétua de Maria, não trata sobre José, ou seja, se o mesmo tinha
ou não filhos anteriores a Maria. Este tema na teologia e na tradição é uma questão em aberto, ou
seja, não se chegou ainda a um veredito definitivo por parte da Igreja.
A tradição nos diz que José era já de idade avançada, quando se casou com Maria
(tradição que nasce de livros apócrifos e não dos evangelhos). Por causa disso,
sobretudo na Igreja Ortodoxa, já desde o Século III, nasceu a tradição segundo
a qual se afirma que os "irmãos de Jesus" (Tiago, José, Simão e Judas
- Veja Mateus 13,55 e Marcos 6,3), na verdade, eram filhos de um casamento de
José antes de ter sido esposo de Maria. Nesse caso José teria casado com Maria
depois de ter ficado viúvo. Esta tese foi defendida também por antigos pais da
igreja tais como: Orígenes, Eusébio de Cesaréia, Epifânio, Ambrósio e outros, segundo
a qual José era viúvo quando se casou com Maria, e os aludidos irmãos e irmãs
eram filhos de seu matrimônio anterior, com uma tal Melca ou Esca, chamada por
outros Salomé.Os
protestantes também têm sua própria lista, é melhor chamá-la de “pretensa
lista, de citações de Pais da Igreja”. Os citados quando não têm seus
textos falseados são hereges que só, por isso, não merecem nenhuma atenção! Os
mencionados são: Irineu, Tertuliano, Santo Eusébio, Santo Epifânio, Hegesipo,
Helvídeo, Vigilâncio, Joviniano e pasmem!!! Nestório. Tertuliano primeiramente
defensor assíduo da fé cristã, depois no fim da vida acaba por se tornar um herege
montanista. Santo Agostinho nos informa que Tertuliano, por fim, acaba
por fundar uma seita própria, e o próprio Santo Agostinho diz ter trazido de
volta ao seio da Igreja seus últimos adeptos. [Os Padres da Igreja - séc I – IV
/ Jacques Liébaert]
O «Protoevangelho de Tiago» afirma que José era originário de
Belém e, antes do matrimónio com a Virgem Maria, seria casado com uma mulher
com quem teve seis filhos: quatro homens (Judas, José, Tiago e Simão) e duas
mulheres (Lísia e Lídia). No entanto, teria ficado viúvo muito cedo e com os
filhos para educar. José era já de idade avançada, quando se casou com Maria (tradição que nasce de livros apócrifos e não dos
evangelhos). Por causa disso, sobretudo na Igreja Ortodoxa, já desde o
Século III, nasceu a tradição segundo a qual se afirma que os "irmãos de
Jesus" (Tiago, José, Simão e Judas - Veja Mateus
13,55 e Marcos 6,3), na verdade, eram filhos de um casamento de José antes de
ter sido esposo de Maria. Nesse caso José teria casado com Maria depois
de ter ficado viúvo. Nos escritos dos primeiros séculos
era dominante a ideia de que o pai adotivo de Jesus (São José, o justo), era já
idoso quando ficou noivo de Maria. Isso tem origem sobretudo nos relatos de
evangelhos apócrifos. O principal deles é o Protoevangelho de Tiago, em que um
diálogo mostra São José receoso de aceitar a ideia do noivado. Viúvo e
com filhos do primeiro casamento, ele temia que a grande diferença de idade
entre Maria e ele o tornasse alvo da zombaria popular. Embora comunique
sagradas verdades da tradição oral, esse texto apócrifo não é confiável em todo
o seu conteúdo. A narrativa do “José idoso” influenciou
bastante a arte cristã, como podemos ver nas numerosas imagens do santo
carpinteiro com as características físicas de um avô. Ao lado dessa
corrente, havia também os artistas que apresentavam São José como um jovem
cheio de vitalidade. Alguns dos padres antigos se
manifestaram em oposição à tese de que o padroeiro carpinteiro era velho e
viúvo, e tinha filhos de seu primeiro casamento. O mais célebre deles é São
Jerônimo (séc. IV e V), que defendia ainda que São José se casou virgem. No
século XIII, Santo Tomás de Aquino seguiria a mesma linha de Jerônimo. Santo
Epifânio de Salamina (séc. IV) não se contentou somente em descrever São José
como ancião: se empolgou na narrativa e estabeleceu que ele tinha mais de 80
anos! quando ficou noivo de Maria. Os apócrifos, por
sua vez, diziam que ele tinha 70 anos. A suposição de Epifânio nos parece-nos
improvável, já que contraria inclusive a tradição rabínica vigente naqueles
tempos: “a sabedoria dos rabinos fornecia aos pais excelentes conselhos: não
era prudente casar uma jovenzinha com um velho”. Porém, em vez proteger a honra
de Maria, o casamento com um homem tão velho poderia ter o efeito contrário:
algumas pessoas do povo poderiam duvidar que ele fosse mesmo o pai de Jesus! É
importante também, considerar que, colocando a jovem Maria sob os cuidados de
um idoso, os sacerdotes do Templo estariam expondo-a ao risco de se tornar
viúva em breve (o que era uma situação de grave desassistência social). Será
mesmo que essa teria sido uma escolha provável e prudente?
Talvez o mais belo e
convincente discurso a favor da juventude de São José seja aquele
apresentado por um santo de nossos tempos, São Josemaria Escrivá!
Este santo fundador da
Opus Dei argumenta que o apego à imagem de um José
idoso é apenas um reflexo da descrença na possibilidade de um homem jovem
respeitar a castidade de uma moça que vive sob seus cuidados.Se
concordarmos com São Josemaría, podemos entender que a imagem do “José velho” é
a única convincente para aqueles que projetam as próprias fraquezas sobre todos
os demais seres humanos: “Se eu não sou capaz de agir
de tal modo, então outra pessoa também não seria. Não estou de acordo
com a forma clássica de representar São José como um ancião, ainda que com isso
se tenha tido a boa intenção de ressaltar a perpétua virgindade de Maria. Eu imagino-o jovem, forte, talvez com alguns anos mais do que
a Virgem, mas na plenitude da vida e do vigor humano. Para viver a virtude da
castidade, não é preciso esperar pela velhice ou pelo termo das energias (1Coríntios
7,2: “Mas eis o que vos digo, irmãos: o tempo é breve. O que importa é que os
que têm mulher vivam como se a não tivessem...” - Deus não nos propões coisas
impossíveis, pois sua graça nos auxilia a viver sua proposta). A castidade
nasce do amor e, para um amor limpo, nem a robustez nem a alegria da juventude
representam qualquer obstáculo. Jovem era o coração e o corpo de São
José quando contraiu matrimônio com Maria, quando soube do mistério da sua
Maternidade divina, quando viveu junto d’Ela respeitando a integridade que Deus
queria oferecer ao mundo, como um sinal mais da sua vinda às criaturas. Quem não for capaz de entender um amor assim, é porque
conhece muito mal o verdadeiro amor e desconhece por completo o sentido cristão
da castidade”(São Josemaría Escrivá. É Cristo que passa, 40).
Na literatura apócrifa encontramos respostas - José
era viúvo tinha filhos?
No livro apócrifo da História de José o Carpinteiro”, título
II encontramos que José era viúvo. Vejamos o texto:
2 – Havia um homem
chamado José, oriundo de Belém, vila da Judeia, que é cidade do Rei Davi – Era
reconhecido por sua sabedoria e pelo seu ofício de carpinteiro.
3- Este homem, José,
uniu-se em santo matrimônio a uma mulher que lhe deu filhos e filhas: quatro homens e duas
mulheres, cujos nomes eram: Judas e Josetos, Tiago e Simão: suas filhas
chamavam-se Lísia e Lídia.
4 – A esposa de José
morreu, como é o destino de todo o homem, quando seu Filho Tiago ainda tinha
pouca idade.
Os apócrifos falam que
quando José e Maria se comprometeram a casar, Maria Santíssima tinha 12 anos e
José já era velho. Maria deixava o serviço do templo por causa da primeira
menstruação, e os sacerdotes lançando sortes em 12 pretendentes recai para José
desposar Maria. Diz o texto evangelho apócrifo da “História
de José o carpinteiro”. Capítulo IV, n 2:
2 – A sorte recaiu sobre
o bom velho José, meu pai segundo a carne (Sem precisar a idade, se sabe que ele
já era velho).
De acordo ainda com os apócrifos,
José, já em idade avançada, uniu-se a um grupo de homens, todos descendentes de
David!
O sacerdote Zacarias teria ordenado que
todos os filhos da estirpe real fossem convocados para disputar o matrimónio
com a Virgem Maria, futura Mãe de Jesus, à época com doze anos e que vivera nove
anos no Templo de Jerusalém. Por indicação divina, estes homens castos
conduziram até ao altar os seus cajados, de entre os quais Deus faria florir o
do eleito. José foi o escolhido. Inicialmente hesitante devido à grande diferença
de idade, foi admoestado por Zacarias a submeter-se à vontade divina, acolhendo
a Virgem em sua casa. A
história de Maria nos evangelhos apócrifos, textos das origens do cristianismo
que não fazem parte do Cânon da Bíblia,
nos traz novidades sobre a vida dessa personagem tão cara e polêmica entre os
cristãos.
Os principais textos e evangelhos
apócrifos que falam sobre Maria são:
-O
nascimento de Maria: Proto-evangelho de Tiago;
-O nascimento de Maria: Papiro
Bodmer;
-Evangelho do Pseudo-Mateus;
-História de José, o carpinteiro;
-Evangelho
armênio da infância;
-Evangelho dos Hebreus;
-Livro da infância do Salvador;
-Pistis Sophia;
-Aparição à Maria: Fragmentos de textos coptas;
-Lamentação de
Maria:Evangelho de Gamaliel;
-Maria fala aos apóstolos: Evangelho de
Bartolomeu;
-Trânsito de Maria do Pseudo-Militão de Sardes;
-Livro do descanso;
-O
evangelho secreto da Virgem Maria.
A
leitura desses escritos apócrifos sobre Maria, a mãe de Jesus, é uma viagem
fascinante! Quem começa não quer parar. Muitas curiosidades são sanadas ou
deixadas em aberto diante das possíveis “fantasias” relatadas. Muitas tradições
religiosas em relação à Maria, guardadas na memória popular e em dogmas de fé,
têm suas origens nos apócrifos, assim como:
-A palma e o véu de nossa Senhora;
-As roupas que ela confeccionou para
usar no dia de sua morte;
-Sua assunção ao céu;
-A consagração de
Maria, e posteriormente, a consagração a Maria.
-Os títulos que Maria recebeu na ladainha dedicada a ela;
-Os nomes de seu
pai e de sua mãe (Joaquim e Ana)
-A visita que ela e Jesus receberam dos magos;
-O parto em uma
manjedoura, e a constatação de sua virgindade pós parto, etc.
A nossa devoção Mariana é mais apócrifa que
canônica! A virgindade de Maria é defendida pela quase totalidade dos apócrifos!
Segundo
essa tradição, ela era virgem antes, durante e depois do parto. Ao falar da
virgindade de Maria, a comunidade dos apócrifos tem intenção mais apologética
que histórica. A pureza de Maria é demonstrada pela sua vida consagrada no
templo de Jerusalém. Ela está sempre em contato com o sagrado. Quando Jesus
nasce, a virgindade de Maria é mantida. A parteira Salomé ousou testar a sua
virgindade colocando o seu dedo na “natureza de Maria” e suas mãos pegaram
fogo. Assim, o teste corporal feito por Salomé comprovou a virgindade de Maria.
Mais tarde, quando a gravidez de Maria é denunciada aos sacerdotes, esses
confirmam a sua virgindade com outro teste comum entre os judeus, o da água
amarga (Nm 5,11-31). Maria não foi culpada de adultério pelos sacerdotes. José
tinha certeza que não teve nenhum relacionamento sexual com ela, portanto, ela
continuava virgem. Quanto aos outros filhos de José (4 homens e 2 mulheres), os
apócrifos dizem que eles eram do primeiro casamento. Logo, Maria não teve
outros filhos, permaneceu virgem "até a morte! "
São Gregório de Nissa (330 — 395):
"Pois se José a tomou como sua esposa com o
proposito de ter filhos, por que ela
ficou pensando sobre o anuncio de sua maternidade, se ela mesma aceitou o fato
de se tornar mãe de acordo com a lei da natureza? Mas assim como era
necessário Guardar o corpo da "consagrada a Deus como oferenda intocada" e
Espírito Santo, por esta mesma razão, ela afirma, mesmo se você é um anjo que
desceu do céu e mesmo que este fenômeno está além da capacidade dos homens, no
entanto, impossível para mim conhecer homem. Como devo tornar-me mãe sem conhecer homem? Pois, embora considere
um José para ser meu marido, ainda assim não conhecerei homem"
(Sobre a Geração de Santo Cristo, 5)
São Máximo, o Confessor (580 — 662):
"O nascimento e a adolescência daquela que
concebeu e deu à luz - evento impensável, incompreensível, inefável! - ao Filho
de Deus, o Verbo, Rei e Deus do Universo, já haviam sido mais maravilhosos que
tudo o que se pode ver na natureza. Desde então, todos os dias de sua inteira
existência, mostrou um estilo de vida superior à natureza [...] Logo, no
caminho de sua fatigosa tarefa, sofreu e suportou muitas tribulações, provas,
aflições e lamentos durante a Crucifixão do Senhor, alcançando uma completa
vitória e obtendo coroas de triunfo, até ao ponto de ser constituída a
Rainha de todas as criaturas[...] A Virgem não só animava e ensinava aos
santos apóstolos e aos demais fiéis a ser pacientes e suportar as provas, senão
que era solidária com eles em suas fadigas, lhes sustentava na pregação, estava
em união espiritual com os discípulos do Senhor em suas privações e suplícios,
em suas prisões[...] Depois da partida de João, o Evangelista, São Tiago, o
filho de José, também chamado «irmão do Senhor», tomou a seu cuidado a santa
Mãe de Cristo..." (Vida da Virgem)
Os irmãos de Jesus eram parentes de
criação! Nem é preciso recorrer à interpretação de Jerônimo (séc.IV E.C.) que
entendeu o substantivo irmão dos evangelhos canônicos como primos, parentes!
Segundo os apócrifos, José já tinha mais de 70 anos, quando se
casou com Maria, uma jovem entre 14 e 15 anos. Nos diálogos que Maria tem com
os apóstolos, anjos e Jesus, sempre vem ressaltado a sua condição de virgem (Lucas 1,34). As
virgens são suas amigas no templo. Um grupo delas é designado para o seu
cuidado na casa de José. Após a morte de Maria, são outras virgens, iguais a
ela, que preparam o seu corpo e seguem o cortejo. João, aquele que recebeu o
encargo de cuidar dela, levou a palma da virgindade de Maria, porque também se
manteve virgem. Por isso se oferece a palma à Maria nas coroações de Nossa
Senhora. Esses e tantos outros elementos nos mostram como as comunidades primitivas discutiram a questão da virgindade de Maria, bem como reafirmam as informações
sobre esse tema conservadas nos evangelhos apócrifos (Não reconhecidos como Canônicos pela Igreja Católica).
Os
escritores dos evangelhos tornam claro o entendimento de que os irmãos de Jesus
eram filhos de José em razão de seu matrimônio anterior:
O fato de que Jesus confiou Sua mãe aos cuidados
de João (João 19,26 - 27) indica que os ‘irmãos’ (e irmãs) de Jesus não
eram propriamente filhos de Maria. Que eles eram mais velhos que Jesus é
demonstrado pela atitude deles no seu relacionamento para com o Senhor Jesus, pois eles
tentavam repreendê-lo e falavam-lhe com severidade (João 7, 3 - 4) procurando
interferir em Sua conduta por outras maneiras. Tais atitudes somente seriam
cabíveis a irmãos mais velhos, segundo os costumes da época, jamais por mais novos!
(ossuário é do tempo de Jesus, mas a inscrição não!)
O
pesquisador da Sorbonne de Paris, André Lamaire, revelou ao mundo a descoberta
de um ossuário (uma caixa de ossos) do século I, na qual encontra-se a inscrição
aramaica: “Ya’akov bar Yosef akhui di Yeshua” (Tiago filho de José irmão de
Jesus). Seria a primeira evidência arqueológica da existência de Jesus.
Que pensar sobre o assunto? Há alguma implicação para a nossa fé? Como fica a
questão da virgindade de Maria, mãe de Jesus?
1 Do ponto de vista
científico:
Não
se pode dizer com toda certeza que se trata do Tiago, do José e do Jesus do
Novo Testamento. Os próprios cientistas reconhecem que, sendo esses três nomes
muito comuns no século I, feitos os cálculos de probabilidade, haveria
provavelmente cerca de vinte pessoas que, naquela época, poderiam se chamar
Tiago, filho de José, irmão de Jesus. Assim, nunca será possível afirmar com
certeza que se trata dos personagens bíblicos!Do ponto de vista da frase em si
mesma, se olharmos bem, ela é ambígua: pode significar que Tiago é filho de
José e é irmão de Jesus ou pode dizer que Tiago é filho de José e que este José
é irmão de Jesus. Suponhamos
ainda que este Tiago seja o irmão do Senhor de que fala o Novo Testamento.
Então, a inscrição está afirmando que ele é filho de José. Seria o José de
Maria? Seria um outro José, parente (= irmão), também ele de Jesus?
Recordemo-nos que, na linguagem bíblica, irmão não significa simplesmente filho
do mesmo pai ou da mesma mãe. Então, aqui se trataria de Tiago, que é da
parentela do Senhor e seu pai, como o pai de Jesus, chamava-se também José.Há,
então, muita coisa que, do ponto de vista científico, é incerto e, pelo jeito,
permanecerá incerto por um bom tempo.Uma comissão oficial de peritos em arqueologia sob a responsabilidade do Governo de Israel, tornou pública uma comunicação afirmando que a inscrição no ossuário não é autêntica, isto é, não é do tempo de Jesus, mas foi aberta recentemente como fraude! (https://stringfixer.com/pt/James_Ossuary). O ossuário é do século I; a inscrição, não! Portanto, nenhum problema com o dogma da virgindade de Maria!
Do ponto de vista teológico:
A única questão que pode suscitar perguntas, do ponto de vista da
teologia católica, é a realidade dogmática da virgindade perpétua da Virgem
Maria. É parte da fé católica que a Mãe de Jesus é perpetuamente Virgem. Isso
exclui totalmente a possibilidade que a Virgem Santíssima tenha outros filhos
naturais, além de Jesus. Exegeticamente,
é fora de dúvida que quando o Novo Testamento fala em “irmãos de Jesus”, de
modo nenhum está referindo-se aos filhos de Maria! A palavra irmãos pode
indicar vários graus de parentesco. Supondo que José tenha morrido cedo (como é
muito provável, já que os evangelhos não se referem mais a ele), e Maria tenha
ficado sozinha (já que Jesus saiu de casa para exercer seu ministério público),
era totalmente conforme aos usos judeus que a Virgem tivesse uma relação muito
próxima com o clã, a família, sobretudo do marido. Por isso vemos algumas vezes, as referências aos irmãos de Jesus, com quem Maria aparece nos evangelhos. Há uma
antiqüíssima tradição do século I, que já aparece no Proto-evangelho de Tiago,
que afirma que José era viúvo ao casar com Maria e os irmãos de Jesus seriam
filhos de José com uma primeira esposa! As Igrejas do Oriente em geral seguem
esta tradição em sua ICONOGRAFIA MAIS ORTODOXA (imagem acima), quando escrevem (representam) os ícones Marianos trazendo as três estrelas (fronte e ombros), afirmando sua virgindade antes, durante e após o parto, e sem o toque de São José. Contudo, as duas opiniões são possíveis e compatíveis com a fé
na virgindade de Maria, que tanto os católicos quanto os ortodoxos, apesar de serem separados, afirmam
dogmaticamente, segundo a constante Tradição da Igreja. Uma coisa deve, portanto, ficar
clara: a atual descoberta do ossuário de modo nenhum coloca em dúvida o problema de virgindade
perpétua de Nossa Senhora! Também, deve ficar claro que tal virgindade não é uma
questão sem importância para os católicos e ortodoxos: ela é parte da fé da
Igreja, e isso não por horror ao sexo ou por idolatria de um hímen! Não! A
virgindade de Maria tem um profundo sentido na simbologia bíblica: ela é a
imagem viva da virgem filha de Sião, o Israel fiel do Antigo Testamento; ela é
também imagem vivente da Igreja, virgem e mãe! Aqui seria muito longo mostrar
como isto aparece de modo belo, claro e profundo nos textos bíblicos.
No
entanto, que fique bem claro isso: é de fé católica a virgindade de Maria
antes, durante e depois do parto (conforme Ezeq. 44,2). Somente na fé poderemos afirma-la compreender
sua realidade!
A questão verdadeira é portanto, esta: "cremos que Deus soberanamente, poderosamente, e livremente, pode ou não, intervir no mundo? Nada lhe é impossível?" Senão acreditamos, podemos dizer adeus cristianismo! Teríamos crido em vão, teríamos apostado toda nossa vida numa ilusão!
*Francisco José Barros
Araújo – Bacharel em Teologia pela Faculdade Católica do RN, conforme diploma
Nº 31.636 do Processo Nº 003/17
FONTES BIBLIOGRÁFICAS:
-ZILLES, URBANO,
Evangelhos apócrifos, tradução e introdução de Urbano Zilles, coleção Teologia
17, EdiPUCRS, Porto Alegre 2004 pág. 89 -91.
-Apócrifos Instruções
para uso. Vida e morte de José o carpinteiro, autor Alberto Elli, tradução do
italiano Odalberto Domingos Casonatto, Revista Terra Santa, Jerusalém, n 4,
2012.
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No caso a virgindade de Maria é uma suposição, digo depois de ter Jesus! É essas suposições são baseadas em escritos apócrifos, que não fazem parte do cânon! Minha pergunta é! I igreja não aceita os apócrifos pq? Se falam tanto sobre os personagens bíblicos? E baseado somente nos evangelhos, não a base alguma que diga que ela continuou virgem depois do nascimento? É também não fala que os filhos são de José ou são delá também? O que nos leva a crer que o assunto é uma incógnita e não pode se ter certeza disto? Correto a não ser é claro a fé de quem disse que assim era, e de quem crê que assim é!
Prezada Micheli,
Com relação a estas suas duvidas, sugerimos a leitura de matéria já publicada no blog neste link abaixo (Copie e cole):
http://berakash.blogspot.com.br/2011/03/virgem-maria-mae-de-deus-e-mae-da.html
Shalom !!!
O que você tem a dizer sobre Mateus 1,25?
Prezado(a) protestante anônimo(a), Salve Maria, "Mãe do meu Senhor" (conforme Lucas 1,43)
Em Mateus 1,25 diz que: “Jose não a conheceu "ate" que deu à luz a seu filho Jesus. Ora, isto apenas confirma a virgindade PERPETUA DE MARIA, ou seja, virgem antes, durante e depois do parto para sempre, pois assim quis e predeterminou Deus conforme lemos em Ezequiel 44,2:“E disse-me o Senhor: Esta porta permanecerá fechada para sempre, não se abrirá; ninguém entrará por ela, porque o Senhor, o Deus de Israel passou por ela; por isso permanecerá fechada.” Por isso caro(a) protestante anônimo(a), Maria não apenas foi virgem até o nascimento de Cristo, mas permaneceu virgem ATÉ QUE subiu aos céus (ou será que conforme a sua interpretação torta e equivocada, Maria perdeu a virgindade no Céu?). Por isso não basta dizer "virgem Maria", mas a "SEMPRE virgem Maria". Logicamente, o termo "até que" pode ser usado para significar NUNCA, como neste caso até você é obrigado(a) a concordar, como provamos acima.Em Deuteronômio 7, 24 também, temos a seguinte frase: “...ninguém te poderá resistir, ATÉ QUE os tenha feito em pó." Veja novamente o uso do termo "até que" com um sentido de NUNCA, pois se os inimigos não podiam resistir antes, o que dirá quando estiverem reduzidos a pó?Outro exemplo está em II Reis 6, 23onde lê-se: " Micol, filha de Saul, não teve filhos até o dia de sua morte." Não é possível supor aqui novamente, que Micol tenha tido filhos depois da morte, cobcorda? Note que é a mesma expressão dada ao texto sobre Maria a mãe do Nosso Senhor Jesus Cristo em Mateus 1,25 - Portanto, Micol não teve filhos até a morte, E EVIDENTEMENTE NEM DEPOIS DA MORTE! Parabenizamos a você por ter vindo fazer a pergunta no lugar certo! Com Católicos! Pois para ler a Bíblia é preciso alguém que nos explique, para evitar estas confusões gramaticais que levam a erros doutrinários profundos. E esses erros ofendem a Deus e à Mãe de Deus, Maria Santíssima. Quanto aos irmãos, já é bem conhecido que em hebraico a palavra irmão significa parente próximo (primo, por exemplo, que era o caso dos "irmãos de Jesus" retratados em S. João). Pois se diz que Abraão era irmão de Lot (Gênesis 13, 8) quando na verdade, era seu tio (Gênesis 12, 4-5).Os “paxtorix” protestantes, que distorceram a expressão "até que", como vimos acima, insinuam com essa frase que logo depois do nascimento de Nosso Senhor, São José teria tido contato conjugal com Nossa Senhora, o que não é verdade. Maria, não é a regra é a exceção, em virtude de sua Maternidade divina. Detalhe: Por que Maria Santíssima na cruz não foi confiada aos cuidados deles, já que assim prevê a lei de Moises? Que irmãos desnaturados são esses que abandonam a mãe viúva em sua velhice?
Esperando ter tirado suas dúvidas, grato pela visita e volte sempre assim com boas perguntas, e terá boas respostas!
Shalom !!!
Seu argumento não faz sentido nenhum o caso de Maria é diferente ao invés de Mateus relatar que “não teve mais filhos até a sua morte”, afirma que José não a conheceu corporalmente “até que ela fez nascer ao filho dela”. Ou seja, essa restrição do relacionamento corporal não estava relacionada a todo o seu período existencial, mas somente até o momento que Jesus nascesse (“até que lhe nascesse o primogênito”).
Que o “até que” é uma prova conclusiva de que Maria teve outros filhos além de Jesus, além do fato de que o evangelista Mateus poderia perfeitamente ter escrito de forma diferente que visasse defender o dogma e não colocá-lo em dúvida, vem do fato de que em diversas outras ocasiões este mesmo termo aparece no Novo Testamento não deixando dúvidas quanto ao fato de que o “até que” marca o fim de um acontecimento para dar lugar a outro.
Prezado(a) protestante anônimo(a),
Sobre o 2º DOGMA MARIANO: “A Virgindade Perpétua” (antes, durante e após o parto).Lhe responderemos com a seguinte FUNDAMENTAÇÃO BÍBLICA (confira na sua bíblia protestante):
Ezequiel 44,2:“E disse-me o Senhor: ESTA PORTA PERMANECERÁ FECHADA, não se abrirá; ninguém entrará por ela, PORQUE O SENHOR, O DEUS DE ISRAEL PASSOU POR ELA; por isso permanecerá fechada!”
Dedução: Ora, se Deus teve todo este ZELOZO CUIDADO quando passou por esta porta de acesso ao santo dos santos no templo a arca da aliança que continha apenas as tábuas da lei, imagina o cuidado que Ele não teria com Maria o templo vivo de Deus e que carregava o autor da lei: Nosso Senhor Jesus Cristo!
Salve Maria a cheia da graça e a mãe do Meu Senhor!(conf. Lucas 1,43
Grato pela visita e volte sempre assim com bons questionamentos!
Shalom !!!
Quanto a sua outra objeção o motivo de Jesus não considerar os seus irmãos como sendo os mais aptos a cuidarem de sua mãe após a sua morte era muito simples: ele não poderia ter escolhido alguém que nem sequer cria que ele era o Filho de Deus! Como é que Jesus iria escolher alguém que nem ao menos cria nele para cuidar da sua mãe? Pois nem mesmo seus irmãos criam nele. (João 7:5-6)
Quanto ao seu outro argumento a citação de Abraão e de Ló está totalmente fora de contexto, eles eram irmãos em sentido figurado, como sendo “próximos”, eu também posso dizer que um amigo ou um parente próximo é “um irmão" mesmo sem ser irmão de sangue. Não tem nada a ver com uma contradição do grego ou da Septuaginta.
Sinceramente, nunca vi argumentação mais chula e sem-pé-e-sem-cabeça do que a deste protestante anônimo acima: Ora, a descrença dos supostos irmãos de Jesus, seria motivo para Maria ficar com eles e não o contrário, justamente para leva-los fé! Que Jesus não tinha irmãos nascidos de Maria já está mais que provado e comprovado, basta ler a bíblia, e lá está a confirmação conforme: Lucas 10.10; Mateus 10,3; Mateus 27,56 e Marcos 15,40.
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