A VERDADEIRA igreja
de Jesus não pode ser dividida em diferentes ideologias, pois a igreja de Deus
deve ser UM SÓ CORPO (Ef 4,4).
A
peregrinação dos apóstolos para formar a igreja de Deus está descrita no livro
de Atos e mostra que o próprio Deus indicou o local para formar sua igreja em
Atos 23,11: “E, na noite seguinte,
apresentando-se-lhe o SENHOR, disse: Paulo, tem ânimo! Porque, como de mim
testificaste em Jerusalém, assim importa que testifiques também em ROMA...” e o
livro de Atos só termina quando se chega ao destino que Deus quer para formar
sua igreja em Roma (ROMANA) (Atos 28,14-31). E em At 28,30 mostra que Paulo
PREGOU LIVREMENTE EM ROMA E SE ESTABELECEU. Muitos
comentam que a igreja católica foi fundada por Constantino (Imperador no ano
306), mas já existira 29 papas antes do ano 306.Pergunta que não cala: A qual
Igreja pertencia então estes 29 papas anteriores a Constantino ?
Para quem foi escrita a carta aos Romanos?
Alguns dizem que a igreja de
Romanos foi aniquilada, mas o evangelho diz que não. Se a obra é de Deus não
pode ser aniquilada At 5,39: “Se vem de Deus, não conseguireis destruí-los”. Então a
igreja de Romanos que estava no evangelho está viva até hoje!!! A maior prova
que a igreja de Romanos é a mesma Católica de hoje é que tem várias citações
provando AS LOCALIDADES QUE FAZIAM PARTE DO IMPÉRIO: Roma –
Centro do Império (Rm 15,24 e 28), Ilírico (Rm 15,19), Macedônia e Acáia (Rm
15,26), Cencréria (Rm 16,1). O evangelho mostra bem que tanto
Pedro como Paulo iniciam a igreja através dos pagãos. 1Pedro 2,10a “Vós que
outrora não éreis seu povo, mas agora sois povo de Deus”.
Qualquer outra obra que tire as pessoas desse rebanho causando facções ou
divisões não vem de Deus, e sim da carne:
Gálatas
5,19-20 “Ora, as obras da carne são estas: Imoralidade sexual, impureza,
devassidão, idolatria, feitiçaria, inimizade, CONTENDA, ciúmes, iras, INTRIGAS,
DISCÓRDIAS e FACÇÕES”.
As
facções e as discórdias geram divisões como congregações divididas em facções:
Mt 12,25: “TODO REINO INTERNAMENTE DIVIDIDO
FICARÁ DESTRUÍDO”. Mt 12,30: “Quem não está comigo é contra mim; QUEM NÃO
RECOLHE COMIGO, ESPALHA”.
Se for dividido da
igreja fundada por Cristo não faz mais parte da videira, pois foi plantada por
homens:
Quando uma igreja não é uma igreja? Esta questão gerou
várias respostas ao longo da história, dependendo da perspectiva e da avaliação
que se faz sobre certos grupos. Na ortodoxia cristã clássica, certos padrões
emergiram e definiram o que chamamos de cristianismo “católico” ou universal.
Este cristianismo universal aponta para as verdades essenciais que foram
estabelecidas historicamente nos credos ecumênicos do primeiro milênio e que
historicamente fazem parte da confissão de praticamente todas as denominações
cristãs.
Entretanto, há pelo
menos duas maneiras pelas quais um grupo religioso deixa de satisfazer os
padrões de ser uma igreja Cristã autêntica:
A primeira é quando caem num
estado de apostasia. A apostasia ocorre quando uma igreja larga suas amarras
históricas, abandona sua posição confessional histórica e degenera a um estado
no qual ou as verdades cristãs essenciais são flagrantemente negadas, ou a
negação de tais verdades é amplamente tolerada.Outro teste de apostasia
está no nível moral. A igreja torna-se apóstata “de facto” quando sanciona e
encoraja pecados graves e hediondos(Abortos, eutanásias, uniões homoafetivas, Cultura
gay,pesquisas com embriões humanos, etc) Algumas destas práticas podem hoje ser
encontradas nos controversos sistemas denominacionais, tais como no Anglicanismo, episcopalismo e o
presbiterianismo tradicionais, em que ambas se afastaram de suas amarras
confessionais históricas, bem como de suas posições confessionais sobre
questões éticas básicas.Quando
tocamos neste assunto,o que vem à mente também, são as distorções radicais em
grupos marginais, como o fenômeno Jonestown. Lá, um grupo de devotos se apegou
ao seu líder megalomaníaco, Jim Jones, e ilustrou sua devoção a um tal grau,
que se submeteram voluntariamente à orientação de Jones para tomar seu suco em
pó misturado com cianureto. Isto é um comportamento de culto extremo.O mesmo tipo de coisa poderia ser
visto entre o Ramo Davidiano, os seguidores do Pai Divino em Filadélfia e
outros grupos menores ditos Cristãos que surgiram e desapareceram ao longo da
história da igreja.Quando
olhamos para grupos como os mórmons e os testemunhas de Jeová, encontramos
elementos de verdade dentro de suas confissões. Mas, ao mesmo tempo, elas
claramente negam o que pode ser considerado historicamente como verdades
essenciais da fé cristã. Isso inclui certamente: A
negaçāo da divindade de Cristo, que é feita sem hesitação por estas seitas. Os
testemunhas de Jeová e os mórmons compartilham esta negaçāo. Embora ambos
coloquem Jesus numa posição exaltada em suas respectivas crenças, Ele não
atinge o nível de divindade. Ambos consideram a Cristo como uma criatura
exaltada. Seguindo o pensamento do antigo herege Ário, mórmons e testemunhas de
Jeová afirmam que o Novo Testamento não ensina a divindade de Cristo; em vez
disso, argumentam que o Novo Testamento ensina que Ele é o primogênito exaltado
de toda a criação. Consideram que Ele é a primeira criatura feita por Deus, a
quem depois é dado poder superior e autoridade sobre o resto da criação. Embora
Jesus ocupe uma posição exaltada em tal Cristologia sectária, ela ainda está
muito longe da ortodoxia cristã, que confessa a divindade de Cristo. Passagens
do Novo Testamento, tais como Jesus ser “gerado” e de ser Ele “o primogênito da
criação”, são indevidamente utilizadas para justificar essa definição de Cristo
como mera criatura.
Nos primeiros três
séculos de história cristã, a passagem bíblica que dominou a reflexão do
entendimento da igreja sobre Cristo foi o prólogo do Evangelho de João:
Este
prólogo contém a afirmação de Cristo ser o Verbo ou a Palavra eterna de Deus. João
declara em seu evangelho que o Verbo estava “com Deus no princípio, e era Deus.”
Este “com Deus” sugere uma distinção entre o Verbo e Deus, mas a identificação
pelo verbo de ligação “era” indica uma identidade entre o Verbo e Deus. A
maneira pela qual essa identidade é negada por mórmons, testemunhas de Jeová e
outras seitas, é pela substituição por um artigo indefinido no texto,
reinterpretando-o de forma que o Verbo seja “um deus”.A fim de arrancar essa
interpretação do texto, é preciso ter uma suposição prévia de alguma forma de
politeísmo. Tal politeísmo é totalmente estranho à teologia judaico-cristã, em
que a divindade é entendida em termos monoteístas. A ameaça das distorções do
culto é algo que a Igreja deve lutar em cada geração e em cada época.
É importante
compreender também que mesmo igrejas legítimas podem conter em si, práticas que
refletem comportamento de seitas:
Seitas
podem emergir dentro das estruturas de certas igrejas até de caráter Cristãs. Antes
de haver heresias expressamente formuladas, já alguns propagadores do evangelho
pregavam coisas um tanto heréticas. Se exagerava, por exemplo, no papel dos
anjos, ou mesmo Jesus, que era qualificado como um simples anjo. Por um
desmesurado desprezo da matéria, ou mais propriamente do corpo, alguns
ensinavam que o Senhor só havia tido corpo aparente (docetismo) ou condenavam
como pecaminoso o matrimônio(Os ditos Cristãos Cátaros) e o comer carne (como
já sucedeu com os Cristãos Judaizantes nas comunidades paulinas, 1Tim 4:3).O
judaísmo não conhecia mais que uma forma de monoteísmo: o da fé em um só e
único Deus. Jesus, plenamente imerso na tradição judaica da fé monoteísta,
havia trazido a mensagem do Pai; enquanto o Messias, se havia colocado a seu
lado como Filho e já anuncia a revelação da terceira Pessoa da Santíssima
Trindade: o Espírito Santo.
Sobre
as relações íntimas destas três pessoas a revelação ainda não estava bem
esclarecida para os primeiros Cristãos:
Eu
e o Pai somos um (Jo 8,16); o Pai é maior que eu (Mt 24,36); quando vir o
Espírito de verdade (Jo 16,13). E, ademais, o mandato de batizar, que põe aos
três em igualdade, um junto a outro (Mt 28,19). Segundo esta pregação, Jesus
ensinou a Igreja a crer em um Deus Pai, criador do céu e da terra, no Deus
Filho e no Deus Espírito Santo, no Deus uno e trino. Surgiu o problema de como
Deus é uno, sendo Deus tanto o Pai como o Filho e o Espírito Santo ? Isto passa
serem questões amplamente debatidas a partir do século II, tornando-se o centro
das controvérsias doutrinais.A primeira tentativa de explicação, fizeram os apologetas (especialmente
Tertuliano). Mantendo inquebrantável a plena divindade do Filho, não se
apartaram nem um ápice da norma da fé ortodoxa. Mas em seu empenho por
encontrar a formulação científica de sua profissão de fé, consideraram ao Filho
subordinado de algum modo ao Pai (subordinacionismo). A idéia básica da
Escritura, que sempre apresenta ao Pai como único Senhor e concessor do reino
dos céus e à vontade do Pai como a ultimamente determinante, parece que
reclamava, ao igual que certas expressões isoladas, estes conceitos monárquicos.
A fé era irreprovável, mas sua formulação explicativa defeituosa. Outros, pelo contrário, chegaram a rebaixar e negar a plena divindade do Filho
ou consideraram ao Filho como uma simples aparência do Pai (modalistas,
patripasianos). Estas heresias não tiveram grande difusão nos séculos II e III,
mas com a aparição de Ário (§ 26) constituíram uma verdadeira ameaça. Não faltaram escritores que, combatendo uma heresia manifesta em um determinado
ponto, não souberam evitar cair em erros doutrinais em outros pontos. Praxeas
(+ 217), que combateu o montanismo, difundiu por sua vez uma doutrina herética
do tipo monarquiano-patripasiana. Porém,o
maior perigo para a jovem e gentil Igreja cristã, talvez o máximo com que
jamais se havia enfrentado, foi a gnosis (ou o gnosticismo).Essencialmente se
trata de um movimento religioso pagão dos primeiros séculos de nossa era. A
gnose herético-cristã, que é a única que interessa à historia da Igreja, é só
uma parte deste vasto e complexo movimento, que no fundo não é mais que uma
mistura de religiões (sincretismo).Este sincretismo, com sua quase sempre inextrincável e confusa proliferação,
suas múltiplas variedades e sua mistura de idéias religiosas, tem sido uma das
forças determinantes da vida psíquico-espiritual da humanidade do ecumene a partir
da expedição de Alexandre Magno até ao Oriente, logo como rejeitou desde o
Oriente até o Ocidente e, novamente, como consequência da expansão do Império
romano nas antigas zonas culturais do Oriente (§ 4). Durante este processo, que
durou séculos, as religiões populares como as ideias filosóficas se penetraram mutuamente: se
intercambiaram nomes, imagens, figuras e mitos ou interpretações de origem do
cosmos, da purificação do pecado e do perdão. Tudo andava misturado e mal
interpretado pelos homens cultos, tão ascéticos como ansiosos de novidades
explicativas que lhes agradassem os ouvidos.O sincretismo, donde queira que
de uma ou outra maneira se ocupou das finalizações metafísicas, facilmente se
fez panteísta ou quando menos panteizante. Mas nos processos cósmicos descritos
o elemento panteísta não se apresentava como amorfo, senão com caráter gradual;
ao qual se aplicava tanto aos eons emanantes de dois em dois como às três
distintas classes de homens movidos pelo poder divino: gnósticos, písticos,
hílicos.Quando a gnosis trabalha con elementos cristãos, o processo de
mistificação se evidência a si mesmo na reelaboração da literatura apostólica
recebida, que "é consertada, recopilada e completada com produtos próprios"
(Schubert). E este serve tanto para a gnósis siríaca, que fez uma seleção
puramente arbitrária, como para os sistemas especulativos muito mais exigentes
(como, por exemplo, o de Basílides). Gnose
significa "conhecimento." Nos movimentos religiosos pagãos dos
séculos I e II como na heresia cristã que denominamos gnose, a palavra não
significa conhecimento em geral, senão conhecimento salvífico, conhecimento de
índole religiosa. Já Paulo se havia esforçado para que suas comunidades
construíssem sobre o primeiro fundamento da pregação um edifício mais alto, até
chegar a uma "epignosis" (conceito superior) do evangelho (Ef 1,16ss). Mas entre este conhecimento
superior estava, segundo Paulo, destinado a TODOS os cristãos, porém, no século II apareceram
dentro do cristianismo pregadores de uma nova doutrina, que afirmavam que
existia um misterioso conhecimento salvífico que era só acessível a uns poucos,
é dizer, aos "iluminados" (= gnósticos), e que esta gnose era
diferente da fé (pistis) e superior a ela 48. Em um hino gnóstico disse Jesus
ao povo: "Eu darei a conhecer o escondido do caminho santo e o chamarei
gnose."( UMA SALVAÇÃO PELA VIA DO CONHECIMENTO).Um traço característico da
gnose, que também era efetivo frente a outras religiões, consistia em não tomar
o evangelho tal como era comunicado aos demais fieis; buscavam significados
profundos, algo especial só para iniciados. E isto, por suposto, o pretendiam
desde o ponto de vista religioso, ao qual, no fundo, é tanto como dizer desde o
ponto de vista de uma doutrina redentora.
O conhecimento
misterioso — esta era sua opinião — não só obra a salvação; ele mesmo é a
própria redenção:
E
esta se verifica, de um ou outro modo, no âmbito do anímico, ainda que
primordialmente está condicionada pelo cósmico: ao proto-Deus e às forças
divinas (lumínicas) que dele dimanam se opõe à matéria, má por si. Aqui nós
falamos, pelo conseguinte, ante um conceito dualístico do mundo, tal como
claramente havia sido definido pela primeira vez por Zaratustra, a dizer, que
os gnósticos admitem junto a Deus bom e eterno a existência da matéria má,
igualmente eterna. O mal do homem consiste em que sua melhor parte se separou
da esfera do bom Deus (luz) intrincando-se na matéria.Por isso a redenção gnóstica significa
que essa melhor parte, a luminosa, seja liberada da matéria e conduzida de novo
à esfera do sumo Deus (= subida). Na gnose cristã, o papel de mediador
corresponde a um ser celeste que se chama Cristo, do qual se afirma que o bem
habitou no homem real Jesus ou tomou um corpo aparente (docetismo).
Às vezes a misteriosa doutrina redentora vem
acompanhada de ritos similares aos sacramentos:
Aqui
se faz patente a diferença entre autêntico sacramento e magia: uma misteriosa
fórmula ou cifra, por exemplo, converte ao iniciado em homem redimido aqui ou
depois de sua morte. Sobre tudo neste ponto central da doutrina cristã, no
conceito de redenção, se evidencia a grave deformação, a arbitrária e
fantástica tergiversação dos elementos cristãos adotados pela gnose. Porque do
que aqui se trata sensivelmente, como se tem dito, é que o espírito se libere
da matéria que o cerca, e não de que a alma caia interiormente livre do pecado.
Houve até trinta sistemas diferentes de gnose
paralelos à revelação Cristã:
Só
possuímos resíduos de sua literatura original; muitas coisas as sabemos
unicamente através de fontes cristãs. Ensinamentos altamente instrutivos e em
sua maior parte autênticas nos oferecem as recentes descobertas, já estudados
em parte, de Nag'Hammadi no Egito. Estas descobertas nos dão a oportunidade de
escutar aos mesmos gnósticos e comprovar o valor das exposições dos escritores
eclesiásticos ( sendo eles: Ireneu, Hipólito e Epifânio).Em todos os sistemas há pensamentos da história da revelação judeu-cristã e
elementos da filosofía da religião greco-oriental. A mistura é muito variada.
Em alguns sistemas predomina o elemento cristão, mas, como já se tem dito
antes, o principal não é a humilde aceitação do anúncio da fé, senão que sempre
vá por diante a tentativa de construir uma imagem do mundo mediante a razão,
que livremente decide.Não raras vezes a razão é substituída
pela fantasia e a extravagância (especialmente na gnosis oriental propriamente
dita). Característico é o modo e maneira como as sensíveis palavras da
Escritura são inchadas, selecionadas e misteriosamente retocadas.
Alguns gnósticos eminentes:
-Basílides, que provavelmente
ensinou na primeira metade do século II no Egito, especialmente em Alexandria.Seu discípulo foi Valentino, que deu seu nome a
uma importante seita. Nascido em Alexandria, ensinou em Roma entre 130 e 160 e
ali, por volta de 140, pretendeu a sede episcopal.Idéias mais
moderadas foram as de Bardesanes de Edessa (+ 222), que o parecer não foi
partidário incondicional do dualismo.
- De particular importância foram também, ao que
parece, os setianos (que tomam o nome de Set, o filho "bom" de Adão,
considerado como pai dos autênticos filhos de Deus). De seu círculo
procede provavelmente a mencionada coleção de Nag'Hammadi.
A gnose foi uma degradação radical da
intangível revelação religiosa de Jesus, fazendo dela uma filosofía, uma aguda
helenização do cristianismo, uma falsificação de sua essência em suma. Seu
grande êxito se deve:
1)
A seu inegável conteúdo filosófico-religioso, enormemente atraente sobre tudo
para a fantasia humana, ávida por escutar novidades.
2)
A grandiosidade de sua imagem do mundo.
3)
A sua tentativa de fazer do próprio pensamento do homem o elemento determinante
da interpretação da realidade, ainda que dentro de uma revelação.
A declarada oposição entre cristianismo e gnose se faz particularmente
aguda quando a hostilidade gnóstica contra a matéria desemboca em zelo
exagerado e nas consequentes restrições rigoristas (recusa do matrimônio, do
uso da carne e do vinho). Isto é precisamente o que encontramos em Taciano o
Assírio, apologeta (§ 14) e fundador dos "encratitas" (= os
rigorosos).
O enorme alcance deste fenômeno
comumente chamado gnose se demonstra, desde um ponto de vista totalmente
oposto, em Marcion:
Nesta gnose herética se exclui de ver de um modo desconcertante, e mais
intensamente que em qualquer outra parte, a incrível vitalidade interna do
paganismo durante os séculos II e III. Quantitativamente, os escritos heréticos
cristãos-gnósticos superam aos escritos ortodoxos. Mas muitas coisas
nelas são tão grosseiramente pagãs e contradizem tão claramente os atos e as
doutrinas cristãs fundamentais que resulta difícil compreender que semelhantes ideias
puderam fazer séria concorrência ao evangelho de Cristo. Mas isto demonstra-o
arraigadas que no solo pagão estavam então, através de mil e uma fibras, as
idéias das pessoas cultas (das que aqui principalmente se trata). No
sincretismo, principal suporte da gnose, como temos dito, sustentavam uma
espécie de crescente epidemia espiritual. Seu instrumento literário-teológico
consistia em uma exegese alegórico - fantasista, fruto da especulação da criatividade
humanaO sistema gnóstico mais cristão e ao mesmo tempo mais sério desde o ângulo
religioso e moral, e no que mais fortemente se acusou o perigo que este
movimento entranhava para a Igreja, foi a doutrina de Marcion. Seu próprio pai,
bispo de Sinope, junto ao Mar Negro, o havia excomungado. Logo, primeiramente
se refugiou (139) na comunidade de Roma, mas foi expulso dela em 144.Marción não era somente um teólogo,
senão também um político.Havia compreendido que a pura interioridade, que uma
doutrina verdadeira só para si mesma não tem suficiente efetividade. Compreende
que como todo valor que queira adquirir grandes proporções e Perdurar, a
verdade e a mensagem cristã devem apresentarem-se em uma forma clara e
eficiente; se tem de poder governar e administrar. Por isso Marcion fundou em
Roma (em 146) sua própria Igreja. Apartir do século III adquiriu uma enorme
difusão desde a Gália até o Eufrates: era uma Igreja com seus próprios bispos,
sacerdotes, templos, liturgia e inclusive mártires. Unicamente desta forma pode
a doutrina heterodoxa de Marcion constituir um sério perigo para a Igreja
Católica Apostólica Romana.Marcion defendia o isolamento parcial das idéias específicamente paulinas,
suprimindo todos aqueles elementos suspeitosos de recaída no judaísmo (no qual,
segundo sua opinião, haviam caído todos os apóstolos, a exceção do
"verdadeiro" Paulo e uma parte de Lucas). Fez que a aversão à lei
chegasse até a contradição absoluta entre o Antigo e o Novo Testamento: há duas
divindades, o Deus bom, que só sabe de amor e de misericórdia, a dizer, o Pai
de Jesus, e o Deus mal, o Deus da criação, o Deus da fé judia. Para quebrantar
o poder deste, o Deus bom enviou a Cristo em um corpo aparente para trazer-nos
a salvação, a qual só se pode conseguir pela fé no enviado.Para apoiar sua doutrina, Marcion confeccionou um Novo Testamento conforme a
suas idéias básicas (anematizou por exemplo, o princípio do Evangelho de Lucas,
a epístola aos Hebreus e as cartas pastorais). O sistema de Marcion, apesar de
seus princípios gnósticos-dualistas, era uma tentativa de salvar o cristianismo
precisamente das redes ameaçantes desta gnose. Houve outra tentativa no campo
da vida moral, empreendido por Montano (§ 17). Ambos fracassaram. A única
oposição vitoriosa foi a da Igreja, diante de tudo por haver conservado com
humildade e fidelidade a herança apostólica.Naqueles séculos, a impaciente
busca da redenção, de purificação espiritual e de conhecimento profundo sempre
constituiu no campo cristão uma intensa luta por expor a doutrina de Jesus
Cristo em sua genuína pureza. Como Marcion, também Mani, fundador do
maniqueísmo (crucificado em 276), acreditava que se havia perdido a verdadeira
doutrina de Jesus. Se considerava enviado de Jesus Cristo (O Paráclito
anunciado por este) para trazer-nos de novo, como última revelação de Deus, a
esquecida verdade de Jesus.
No conjunto dos movimentos gnósticos talvez é
este ponto o que apresenta maior perigo:
O
abuso do nome de Jesus e de sua mensagem, oferecido como interpretação mais
profunda. Também isto é aplicável ao maniqueísmo, ainda que este, por mais,
sustentar um rigoroso dualismo: a luz é a força do bem; toda matéria é mal. Por
isso se prescreve a absoluta abstinência de todo o material (carne, vinho) e se
condena o matrimônio.
O maniqueísmo teve um alcance mundial:
Havia
seguidores seus desde a África até a China. Repercussões desta religiosidade
oriental as encontramos todavia na Idade Média (os cátaros). Os hereges ensinavam doutrinas em aberta contradição com a consciência geral da
fé da Igreja apostólica Romana. Também eles sabiam perfeitamente que para o
cristianismo só podiam considerar-se como válidas, as verdades respaldadas pela
pregação apostólica. Por isso, para garantir suas novas opiniões, invocavam uma
oculta tradição apostólica. Junto com a já mencionada mutilação das Sagradas
Escrituras, criaram uma rica literatura de novos evangelhos (apócrifos) e escritos
ditos apostólicos.Ademais, dado que os gnósticos, com seu desprezo pelo
histórico, e com sua tendência à interiorização exagerada (espiritualização) e
seu docetismo, ameaçavam com liquidar a vida histórica de Jesus, a tarefa dos
adversários do gnosticismo estava já previamente traçada.A impugnação científico-literária da gnose (por exemplo, por Tertuliano),
apesar de sua grande importância, partiu sempre mais ou menos da iniciativa
privada dos respectivos escritores, a não ser que foram precisamente bispos,
como Irineu. Mais importante foi a refutação oficial da Igreja, duplamente
importante e eficaz porque se verificou em forma de positiva confissão de fé. A
peça mais essencial dela é para nós a concessão batismal oficial. A confissão
romana mais antiga que conhecemos ( 125), que corresponde mais ou menos a nossa
"confissão de fé apostólica," se opõe claramente a tentativa de
volatilizar ou espiritualizar a pessoa e a vida de Jesus: reconhece a
encarnação real de Deus na história, em Maria a Virgem, isto é, Jesus Cristo,
que padeceu e foi crucificado em um tempo concreto e determinado, "sob
Pôncio Pilatos."
Todavia mais importante foi a fixação do
cânon oficial do Novo Testamento:
Se o Antigo Testamento era o
livro sagrado da comunidade primitiva, os escritos dos apóstolos e de seus
discípulos imediatos (Marcos e Lucas), surgidos como escritos ocasionais,
ganharam uma alta consideração geral nos lugares donde não se podia (e tão logo
como não se podia) escutar a pregação dos apóstolos. As cartas de Paulo se
intercambiavam nada mais a serem escritas (Col 4,16) e chegaram a serem
colecionadas (cf. 2 Pe 3,15ss). Seu emprego no culto, por uma parte, e os
recortes da revelação, por outra (Marcion e Montano), urgiam uma fixação, tanto
mais quanto que outros escritos não autênticos (apócrifos) tratavam de
conseguir autoridade valendo-se do nome dos apóstolos.Por
diversas alusões sabemos que até o ano 200 o patrimônio neotestamentário estava
substancialmente fixado (Fragmento Muratoriano de finais do século II). Certo
que varia a ordem de sucessão, como também se citam alguns escritos não apostólicos
da Igreja primitiva umas vezes como obrigatórios e outras como discutidos. Mas
seu emprego na liturgia e seus primeiros comentários fizeram em seguida que se
destacassem definitivamente os escritos inspirados.Deste modo, Atanásio em sua 39ª
carta pascal (367), recolhe um índice de nossos vinte e sete livros do Novo Testamento.
Um Sínodo de Roma confirma este cânon no ano 387, e a ele se aderem uns anos
mais tarde os sínodos africanos de Hipona e de Cartago.
Nestes atos encontramos um caso típico de
como se formavam os dogmas no princípio:
A diversidade de opiniões no interior ou os ataques do exterior fazem
necessária uma explicação; segue uma resposta imediata da Igreja por meio de
seus pastores. A discussão posterior aclara a resposta, dando-o validade
universal. Si se logra um verdadeiro consenso, quer dizer que o magistério dos
bispos também a aprova e a resposta passa a formar parte da pregação ordinária.
Se não se logra o consenso em importantes questões doutrinarias, então o
magistério dos bispos, em comunhão com o bispo de Roma (às vezes atrás de um
considerável lapso de tempo), aclara os termos do pensamento da Igreja,
fixando-os assim definitivamente.Dado que a formação do cânon é uma decisão doutrinal intra-eclesial, a apelação
à Bíblia enquanto palavra de Deus posto por escrito implica em si mesma o
reconhecimento tanto dos dons da graça como do ministério da Igreja primitiva,
à que o Espírito Santo tem eleito como instrumentos de composição, seleção e
tradição da Escritura,Se a gênese da Sagrada Escritura
em sua forma atual não é compreensível sem a intervenção da Igreja, também sua
compreensão correta brota da fé de toda a Igreja, ao qual, por outra parte,
sempre requer um encontro pessoal com a palavra de Deus.Tanto
nos evangelhos (S. Mateus, João) como na profissão de fé se dizia expressamente
que a doutrina tinha que ser interpretada segundo os profetas e, em geral,
segundo a Escritura; a mesma profissão de fé era a norma segundo a qual devia
ser exposta a doutrina e, consequentemente, também interpretada a Escritura. A
comunhão eucarística com os sucessores dos apóstolos constituía uma garantia
especial da pureza da doutrina. Por isso se exigiu muito logo a conexão
ininterrompida dos chefes com a pregação apostólica. A ortodoxia estava
particularmente assegurada com a sucessão apostólica dos bispos.Desde o momento em que a Igreja venceu a
gnose, se fez impossível de uma vez para sempre a dissolução da religião cristã
em uma filosofia. Foi uma solução decisiva para todos os tempos.
Falando da Igreja o
Concílio Vaticano II nos ensina que:
"Esta é a ÚNICA Igreja de Cristo que no símbolo confessamos una, santa,
católica e apostólica´ (LG, 8). Esses atributos indicam os traços
essenciais, característicos, da Igreja e da sua missão, e foi Cristo que assim
o quis para ela. Sem essas quatro condições não existe a igreja de Cristo, pois
foram dadas por Ele mesmo. São essas
características da Igreja que garantem a sua credibilidade de dois mil anos, e
a certeza de sua missão divina. A unidade e unicidade da Igreja vem da
própria unidade da Trindade Santa. O único povo de Deus no Antigo Testamento
(Israel), se prolonga no único povo de Deus no Novo Testamento ( a Igreja). Cristo tem um só Corpo e uma só Esposa, daí
vem a exigência monogâmica do matrimônio cristão, que é espelho da união de
Cristo com a sua única Esposa. ´ Deste mistério, o modelo Supremo e o
princípio é a unidade de um só Deus na Trindade de Pessoas, Pai e Filho no
Espírito Santo" (UR ,2).
Jesus, com a sua cruz, reconciliou os homens todos com Deus, restabelecendo a
união de todos com o Pai em uma só ´família de Deus´(Ef 2,20). É o Espírito
Santo que realiza essa unidade, habitando em cada batizado, os une intimamente
a Cristo num só Corpo, formando um só Povo. São Clemente de Alexandria (†215)
expressou bem esse mistério dizendo: ´Que estupendo mistério! Há um único Pai do universo, um único Logos do
universo e também um único Espírito Santo, idêntico em todo lugar; há também
uma única virgem que se tornou mãe, e me agrada chamá´la Igreja´ (CIC nº 813).
São Paulo também expressa de muitas maneiras
a unidade da Igreja. Aos coríntios ele afirma:
´Por isso, se um
membro sofre, todos os membros padecem com ele; ou se um membro é honrado,
todos os membros se regozijam com ele´ (1Cor 12,26). Na Igreja portanto, não há lugar para ciúmes, competições e rivalidades, pois
formamos um só Corpo de Cristo. ´Ora vós sois o Corpo de Cristo e cada um, de
sua parte, é um dos seus membros´ (1Cor 12,27).
Aos gálatas o Apóstolo afirma a mesma
unidade, que deve vencer todas as divisões humanas, que são as piores chagas na
Igreja:
´Todos vós, com efeito, que fostes batizados em Cristo, vos vestistes de
Cristo. Não há judeu nem grego, não há escravo , não há homem nem mulher; pois
todos vós sois um só em Cristo Jesus´ (Gal 3,27- 28).
De modo muito especial é pelo Batismo e pela Eucaristia que Cristo nos faz
unidos a Ele. Pelo Batismo participamos verdadeiramente de Sua morte e
Ressurreição, de uma forma misteriosa mas real (cf Rom 6,3s); e pela Eucaristia
o Senhor nos faz participar realmente do Seu Corpo. Por ela nos tornamos
consangüíneos e concorpóreos com Jesus. Aí então somos, pelo Espírito Santo,
levados à comunhão íntima com Cristo e com todos os irmãos, formando um só
Corpo.A diversidade de membros do Corpo místico não destrói a sua unidade. É a
´unidade na diversidade´, como ensina São Paulo: ´Mas um e o mesmo Espírito
distribui todos estes dons, repartindo a cada um como lhe apraz. Porque, como o
corpo é um tendo muitos membros, e todos os membros do corpo, embora muitos
formam um só corpo, assim também é Cristo. Em um só Espírito fomos todos
batizados para formar, um só corpo...´ (1Cor 12,11-12).
São Paulo insiste neste ponto também aos
romanos:
´Pois, como em um só
corpo temos muitos membros e cada um dos nossos membros tem diferente função,
assim nós, embora sejamos muitos membros, formamos um só corpo em Cristo, e
cada um de nós é membro um do outro´ (Rom 12,4´5). Essa
maravilha de Deus para a Igreja, isto é, a ´unidade na diversidade´, tem, entre
outras vantagens, a de alimentar a caridade recíproca entre os membros do mesmo
corpo. Cada um na Igreja recebe de Deus um dom próprio que o capacita ao
serviço aos irmãos e à Igreja, de modo que ninguém se torne auto´suficiente e
possa achar que tem condições de fazer tudo sozinho, sem precisar da ajuda dos
outros. Deus fez a Igreja como uma Comunidade, uma família, onde cada um serve
e é servido pelos outros. É o que São Paulo ensina quando diz que ´cada um de
nós é membro um do outro´ (Rom 12,5). Sem
essa colaboração mútua, que faz a caridade ser exercitada e crescer, nenhuma
comunidade é forte, viva e edificante. É no somatório das riquezas que Deus deu
a cada um, que a Igreja se torna rica e salvífica para o mundo. É nesse sentido
que o Apóstolo diz aos corintios: ´Se o corpo todo fosse olho, onde estaria o
ouvido? Se fosse todo ouvido, onde estaria o olfato? ... O olho não pode dizer
à mão: ´Eu não preciso de ti ´; nem a cabeça aos pés: ´Não necessito de vós´
(1Cor 12, 17´21). É relevante perceber que o Apóstolo afirma que ´os membros
tenham o mesmo cuidado uns para com os outros´ (V.25). Ninguém na Igreja pode
querer fazer algo sozinho, de maneira auto´suficiente e presunçosa; seria a
própria negação da natureza que Deus quis para a Igreja.Quando dependemos uns dos outros para fazer a evangelização acontecer,
então somos, de fato, Igreja. Essa dependência mútua, muitas vezes difícil de
ser vivida por causa dos defeitos de cada um, exercita a humildade de cada um
dos membros. O Apóstolo pede aos romanos; ´Adiantai´vos a honrar uns aos
outros´ (Rom 12,10). ´Recomendo a todos e a cada um: não façam de si próprios
uma opinião maior do que convém´ (Rom 12,3). ´Que vossa caridade não seja
fingida´ (V.9). Nada pior para um membro do Corpo de Cristo do que a presunção;
isto é, achar´se melhor do que os outros; ou, pior ainda, ´indispensável´ para
a comunidade e o serviço da Igreja. Nada é mais importante para a Igreja do que
a sua unidade.
O Senhor, antes de
sofrer a Paixão, na sua Oração sacerdotal, rogou ao Pai com toda ênfase:
´Pai santo, guarda´os
em teu nome... a fim de que sejam um como nós´ (Jo 17,11). ´Para que todos
sejam um, assim como tu, Pai, estás em mim e eu em ti, para que também eles
estejam em nós e o mundo creia que tu me enviaste´ (V.21). É
importantíssimo notar o que Jesus diz nesta oração. Se não houver unidade entre
os que anunciam o seu nome, o mundo não poderá crer que Ele é o enviado do Pai
para salvar os homens. Unidade e conversão dos fiéis estão intimamente
relacionadas por Jesus. Por isso, como diz o Papa João Paulo II, a quebra da
unidade é o maior escândalo hoje para o cristianismo. ´Dei´lhes a glória que me
deste, para que sejam um, como nós somos um: eu neles, e tu em mim, para que
sejam perfeitos na unidade e o mundo reconheça que me enviaste e os amaste,
como amaste a mim´ (V.22´23).Não
podemos nos esquecer jamais dessa palavra do Senhor: ´para que sejam perfeitos
na unidade´. Tudo estará perdido na Igreja se a unidade não for guardada com
todo carinho. Mas ela é o fruto doce de uma comunidade humilde, simples,
serviçal, onde cada um morreu para si mesmo, sem que ninguém queira aparecer,
se exibir, e todos saibam perdoar e compreender os mais fracos. São Paulo
recomenda aos efésios ´conservar a unidade do espírito no vínculo da paz´ (Ef
4,3). Esse vínculo da paz é a caridade que é ´o vínculo da perfeição´ (Cl
3,14).
Essa era a grande
preocupação do Apóstolo: Aos efésios ele pede:
´Exorto´vos, pois ´
que leveis uma vida digna da vocação a qual fostes chamados, com toda a
humildade e amabilidade, com grandeza de alma, suportando´vos mutuamente na
caridade. Sede solícitos em conservar a unidade do Espírito pelo vínculo da
paz´ (Ef 4,1´3).
O Apóstolo é
realista; ele sabe que não é fácil a vida em comunidade, onde os defeitos de
cada um geram problemas e divisões:
Em
nome da ´unidade do Espírito´, ele suplica que os fiéis ´suportem´se
mutuamente´. Aos filipenses ele pede também: ´Tornais então completa a minha
alegria: aspirai à mesma coisa, unidos no mesmo amor; vivei em harmonia,
procurando a unidade. Nada façais por competição ou vanglória, mas, com
humildade, cada um julgue que o outro é mais importante, e não cuide somente do
que é seu, mas também do que é do outro´ (Fil 2,1´4). Essas palavras do
Apóstolo mostram bem o que fere a unidade: competições e vangloria; e dá o
remédio: humildade. Aos corintios São Paulo pede: ´Eu vos exorto, irmãos, em
nome de Nosso Senhor Jesus Cristo; guardai a concórdia uns com os outros, de
sorte que não haja divisões entre vós, sede, estreitamente unidos no mesmo
espírito e no mesmo modo de pensar´ (1Cor 1,10). Aos romanos ele insiste: ´O
Deus da perseverança e da consolação vos conceda terdes os mesmos sentimentos
uns para com os outros, a exemplo de Cristo Jesus, a fim de que, com um só
coração e uma só voz, glorifiqueis a Deus, Pai de Nosso Senhor Jesus Cristo´
(Rom 15,5).
Como poderemos
glorificar a Deus num só coração e numa só voz se as nossas almas estiverem
divididas?
As
feridas da unidade da Igreja sempre foram e sempre serão as mais dolorosas e
prejudiciais para a sua vida. Muitas separações e cismas .aconteceram por causa
dos pecados dos homens, como dizia Orígenes(184´254): ´Onde estão os pecados,
aí está a multiplicidade, aí o cisma, aí as heresias, aí as controvérsias.
Onde, porém, a virtude, aí a unidade, aí a comunhão, em força da qual os
crentes eram um só coração e uma só alma (At 4,32)´ (CIC nº 817). Talvez
ninguém melhor do que São Cipriano (†258), bispo de Cartago, tenha escrito sobre
a importância da unidade da Igreja. Nos seus escritos ele mostra como o demônio
age para dividir a Igreja. Ouçamos o que ele ensina: ´ O inimigo,
desmascarado e derrotado pela vinda de Cristo, ... trama nova emboscada para
iludir os incautos, sob o rótulo do próprio nome de cristãos. Inventa heresias
e cismas para subverter a fé, corromper a verdade e quebrar a unidade...Rouba homens da própria Igreja e os imerge,
inconscientes, em outras trevas, deixando´os pensar que se aproximam da luz e
escapam à noite do século. Continuam a se dizerem cristãos sem guardarem a boa
nova de Cristo, os seus preceitos e as suas leis! Julgam ter luz e caminham nas
trevas! O inimigo sedutor e mentiroso que, nas palavras do apóstolo, se
transforma em anjo de luz, apresentando seus ministros como ministros da
justiça, anunciando a noite como o dia, a perdição como salvação,...o
Anticristo sob o nome de Cristo, lhes escurece e frustra a verdade pela
sutileza, propondo como verdadeiras coisas ilusórias. Isto se dá, caríssimos irmãos, porque não mais se volta à origem da
verdade, não se vai mais à sua fonte, nem se guarda a doutrina do magistério
celeste´ ( Sobre a Unidade da Igreja).
E o grande bispo de
Cartago pergunta, desde o terceiro século:
´Julga conservar a fé, quem não conserva esta unidade recomendada por
Paulo? (Ef 4,4´6). Confia estar na Igreja, quem abandona a cátedra de Pedro
sobre a qual está fundada a Igreja? E continua a discorrer sobre a importância
capital da unidade da Igreja. Vale a pena ler com atenção os seus escritos de
mais de 17 séculos: ´Principalmente nós, que presidimos a Igreja como bispos,
devemos manter e defender firmemente esta unidade, dando provas da união e
indivisibilidade do episcopado...O episcopado é único e dele possui por inteiro
cada bispo a sua porção. A Igreja é uma
só, embora abranja uma multidão pelo contínuo aumento de sua fecundidade. Assim
como há uma luz nos muitos raios do sol, uma árvore em muitos ramos, um só
tronco fundamentado em raízes tenazes, muitos rios de uma única fonte, assim
também esta multidão guarda a unidade de origem, se bem que pareça dividida por
causa da inumerável profusão dos que nascem. A unidade da luz não comporta
que se separe um raio do centro solar; um ramo quebrado da árvore não cresce,
cortado da fonte o rio seca imediatamente. Do mesmo modo a Igreja do Senhor,
como luz derramada estende os seus raios em todo o mundo, e é uma única luz que
se difunde sem perder a própria unidade. Ela desdobra os ramos por toda a
terra, com grande fecundidade; estende´se ao longo dos rios, com toda
liberalidade, e no entanto é uma na cabeça, uma pela origem, uma só mãe
imensamente fecunda. Nascemos todos de seu ventre, somos nutridos com seu leite
e animados por seu espírito.´ A esposa de Cristo não pode ser adulterada, ela é incorrupta e pura, não
conhece mais que uma só casa, guarda com casto pudor a santidade do único
tálamo. Ela nos conserva para Deus, entrega ao Reino os filhos que gerou. Quem
se aparta da Igreja e se junta a uma adúltera, separa´se das promessas da
Igreja. Quem deixa a Igreja de Cristo não alcançará os prêmios de Cristo. É um
estranho, um profano, um inimigo. Não pode ter Deus por Pai quem não tem a
Igreja por mãe. Se alguém se pôde salvar dos que ficaram fora da arca de Noé,
também se salvará os que estiverem fora da Igreja. O Senhor nos admoesta e diz:
´Quem não está comigo está contra mim, e quem não ajunta comigo, dispersa´( Mt
12,30). Torna´se adversário de Cristo quem rompe a paz e a concórdia de Cristo;
aquele que noutra parte recolhe, fora da Igreja, dispersa a Igreja de Cristo.´
A Igreja católica
olha com respeito os cristãos que estão fora dos seus limites - O Catecismo nos
ensina algo muito importante sobre isso:
´Os que hoje em dia nascem em
comunidades que surgiram de tais rupturas e estão imbuídos da fé em Cristo não
podem ser arguidos de pecado de separação, e a Igreja católica os abraça com fraterna reverência e amor...
Justificados pela fé recebida no Batismo, estão incorporados em Cristo, e por
isso com razão são chamados com o nome de cristãos, e merecidamente
reconhecidos pelos filhos da igreja católica como irmãos no Senhor´ (UR,3),
(CIC nº 818). A Igreja também reconhece que: ´Muitos elementos de santificação
e de verdade existem fora dos limites visíveis da Igreja Católica´: a palavra
escrita de Deus, a vida da graça, a fé, a esperança e a caridade e outros dons
do Espírito Santo´ (UR, 3). O Catecismo
ainda afirma que: ´O Espírito Santo de Cristo serve´se dessas igrejas e
comunidades eclesiais como meios de salvação cuja força vem da plenitude da
graça e da verdade que Cristo confiou à Igreja Católica. Todos esses bens
provêm de Cristo e levam a Ele e impelem à ´unidade católica´ (LG, 8).
Essas palavras não querem de forma alguma
dizer que podemos aceitar essa triste realidade dos irmãos separados da fé
católica, ´como se tudo estivesse bem´:
Não. O verdadeiro ecumenismo nunca será uma forçada
justaposição de muitas igrejas, mas o reconhecimento de que só há uma Igreja
fundada por Jesus e que contém com garantia todo o ´depósito da fé´ e ´a
plenitude dos meios da salvação´. Infelizmente ocorreram rupturas na unidade
da Igreja. São os cismas; a quebra da comunhão com o Papa, sem que haja
necessariamente uma heresia. É a divisão do Corpo místico; é como que o
rasgar a túnica inconsútil (sem costura) de Cristo. Aquele manto que os
soldados sortearam (Mt 27,35), sem rasgá´lo, sempre foi visto pela Igreja como
um símbolo forte da unidade querida por Cristo para ela. ´Repartiram entre si
minhas vestes e sobre Meu manto lançaram a sorte´ (Sl 21,19). Essa
túnica de Cristo foi rasgada várias vezes na história da Igreja, e esses foram
os momentos de maior sofrimento para ela.No entanto,
consola´nos as palavras de Santo Hilário de Poitiers (†367):´Foi sempre privilégio da Igreja
vencer quando é ferida, progredir quando é abandonada, crescer em ciência
quando é atacada´.Foi
exatamente nos tempos de lutas contra as piores heresias, surgidas dentro da
própria Igreja, que ela desenvolveu a solidez de sua doutrina tal qual a temos
hoje e professamos no Credo. Cristo e os Apóstolos já tinham alertado os
discípulos para o perigo dos falsos doutores e falsos profetas. No Sermão da
Montanha, Jesus avisou desde cedo: ´Cuidado com os falsos profetas. Eles vêm a
vós disfarçados de ovelhas, mas por dentro são lobos arrebatadores´(Mt 7,15).Ao se despedir dos
anciãos e bispos de Éfeso, São Paulo recomendava:´Cuidai de vós mesmos
e do rebanho que o Espírito Santo vos constituiu bispos, para pastorear a
Igreja de Deus, que Ele adquiriu com o seu próprio sangue. Sei que depois da
minha partida se introduzirão entre vós lobos cruéis, que não pouparão o
rebanho. Mesmo dentre vós surgirão homens que hão de proferir doutrinas
perversas, com o intento de arrebatarem após si os discípulos. Vigiai... ´( At
20,28).Note
que São Paulo diz que é de dentro do próprio rebanho que surgirão os lobos. Com
a mesma ênfase São Pedro alertou: ´Assim como houve entre o povo falsos
profetas, assim também, haverá entre vós falsos doutores, que introduzirão
disfarçadamente seitas perniciosas´(2 Pe 2,1). É muito importante notar que
Pedro já falava das ´seitas perniciosas´, que hoje são tão abundantes.
As piores heresias
que surgiram na vida da Igreja foram enfrentadas e vencidas nos grandes Concílios(Ou
seja em unidade):
Nos
primeiros séculos a Igreja foi perturbada fortemente pelo gnosticismo dualista
que acreditava que a matéria era obra do mal e que portanto Jesus jamais
poderia ter assumido de fato um corpo humano material. Negava assim a
Encarnação e a salvação dos homens pela morte e ressurreição de Jesus. Era o
também chamado docetismo, que ensinava hereticamente que a encarnação do Verbo
tinha sido apenas aparente. Esta heresia, que penetrou na Igreja vindo da
Pérsia, foi combatida pelos próprios Apóstolos (cf Col 2,9; 1Jo 4,2; 2Jo7) e
principalmente por Santo Ireneu († 202).Talvez tenha sido a pior heresia dos
primeiros tempos. Ainda nos séculos II e III surgiram as heresias do tipo
monarquianista (adopcionismo, subordinacionismo), que negavam a Santíssima
Trindade, não aceitando as três Pessoas divinas como distintas.O Filho e o
Espírito Santo seriam apenas manifestações do próprio Pai, ou subordinadas ao
Pai, e não Pessoas igualmente divinas e distintas, na única Trindade.
Depois das heresias Trinitárias, surgiram as
heresias Cristológicas:
1´
Arianismo ´ Ário, de Alexandria († 334), defendia que Cristo era apenas uma
criatura do Pai; a maior de todas, através da qual o Pai tinha criado as
demais. Foi combatida por Santo Atanásio e condenada no primeiro Concílio da
Igreja, o de Nicéia (325), que ensinou ser Jesus ´Deus de Deus, Luz da Luz,
Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai´.
2´
Apolinarismo ´ Apolinário (300´390), bispo de Laodicéia, defendia que Cristo
não tinha uma alma humana; era Deus, mas com uma natureza humana mutilada. Foi
combatido principalmente pelos Santos Padres São Gregório de Nazianzo (329´390)
e São Gregório de Nissa (†394), segundo o princípio de que ´o que não foi
assumido pelo Verbo não foi redimido´.
3´
Macedonismo ´ Macedônio, bispo de Constantinopla, defendia que o Espírito Santo
não era Deus, mas mera criatura do Pai. Esta heresia foi condenada no Concílio
de Constantinopla II (381), que ensinou ser o Espírito Santo uma Pessoa divina.
´Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho;e
com o Pai e o Filho é adorado e glorificado´ (Símbolo
Niceno´Constantinopolitano).
4´
Nestorianismo ´ Nestório (†426), patriarca de Constantinopla, que defendia
herroneamente que em Jesus havia duas pessoas (humana e divina) e duas naturezas;
Maria seria apenas a mãe de Jesus homem, mas não Mãe de Deus (como querem os
protestantes), como se existissem dois Eu(s) em Jesus. Desde o primeiro século
os cristãos chamavam Maria de ´Theotokos´ (Mãe de Deus). Essa heresia foi
condenada no Concílio de Éfeso (431), principalmente pelo trabalho de S.Cirilo
de Alexandria(†444). O Concílio ensinou que em Jesus há uma só Pessoa (divina),
o Eu de Jesus é divino, mas há duas naturezas( humana e divina) unidas e
distintas, harmoniosamente, nesta única Pessoa, que é a do Verbo. Confirmou
firmemente a crença dos cristãos desde os primeiros século, de que Maria é a
Santa ´THEOTOKOS´.
5´
Monofisismo ´ Defendida por Êutiques de Constantinopla e Dionísio de
Alexandria, foi uma réplica exagerada ao Nestorianismo, caindo em erro oposto;
dizia que em Jesus havia apenas uma Pessoa e uma Natureza. Defendia que a
natureza divina teria absorvido a humana, e assim Jesus não seria perfeitamente
homem. Esta heresia foi condenada no Concílio de Calcedônia (451), que reafirmou
haver em Jesus uma só Pessoa (divina), mas nela há duas naturezas(divina e
humana).
6´
Monotelitismo ou Monoenergismo ´ Sérgio, patriarca de Constantinopla (sec.VII),
defendia que em Jesus havia uma só Pessoa, duas naturezas, mas uma só
vontade(´theletes´, em grego) e uma só operação. Isto também negava que Jesus
fosse perfeitamente homem. Essa heresia foi condenada no Concílio de
Constantinopla III (681); que ensinou haver em Jesus uma só Pessoa, duas
naturezas, duas vontades e operações. Isto quer dizer que Jesus é inteiramente
Deus e inteiramente homem. Na terra, quando queria agia como Deus (milagres),
mas redimiu os homens assumindo totalmente, integralmente, a natureza humana.
Diz a carta aos hebreus que Jesus:
´...passou pelas mesmas provações que nós, com exceção do pecado´(Hb 4,15).
´...em tudo semelhante aos seus irmãos´(Hb 2,17).
Aqui estão alguns
casos de cismas que ocorreram na Igreja:
1)-
No ano de 431 houve o cisma dos Nestorianos, seguidores de Nestório, bispo de
Constantinopla, que não aceitaram as decisões do Concílio de Éfeso.
2)-
Em 451 houve o cisma dos Monofisitas, que não aceitaram as decisões do Concílio
de Calcedônia sobre as duas naturezas distintas de Jesus.
3)-
Em 1054 houve o grande cisma de Miguel Cerulário e dos orientais ortodoxos;
4)-
Em 1517, o de Martinho Lutero e do Protestantismo;
5)-
Em 1534, o de Henrique VIII, rei da Inglaterra, e o Anglicanismo.
6)-
Aqui no Brasil houve o cisma em 06/07/1945 que originou as Igrejas Católicas
Brasileiras.
Nos
cismas nem sempre está presente a heresia, que é uma doutrina contrária à
verdade revelada por Deus e proposta pela Igreja. O herege é aquele que não
aceita a correção da Igreja e permanece intransigente no seu engano.É interessante
notarmos aqui uma observação de Santo Agostinho:´Não penses que as heresias são
produto de mentes obtusas. É necessário uma mente brilhante para conceber e
gerar uma heresia. Quanto maior o brilho da mente, e a confiança da Igreja ao
herege, maiores suas aberrações´.
TIPOS DE HEREGES:
1)-
Os hereges ´formais´ são os que cometem pessoalmente o pecado da heresia e do
cisma, e excluem´se da comunhão da Igreja, embora conservem o caráter batismal.
2)-
Os hereges e cismáticos ´materiais´ são os que nascem no seio de comunidades
heréticas e cismáticas mas não são autores de heresia e cisma. Esses
pertencem à comunhão imperfeita com a única Igreja de Cristo.
Muitas vezes se
pergunta sobre a salvação dos adultos que morram sem o Batismo ou morram com o
Batismo recebido fora da perfeita comunhão com a Igreja Católica ?Sabemos
que o Sacramento do Batismo é o caminho normal que Deus quis para a salvação de
todos (cf Mc 16,16). Mas, logo no início do cristianismo a Igreja reconheceu
outros meios, que são o martírio e o ´desejo explícito´ de Batismo. A partir do
século XVI a Igreja passou a admitir também o ´desejo implícito de Batismo´;
isto é: “se uma pessoa é pagã, não
recebeu o anúncio de Cristo, mas se recebeu, é dominada pela Ignorância
invencível, ou não adere a fé pelo contra testemunho dos Cristãos, mas vive de
boa fé, mesmo segundo crenças não católicas e Cristãs, e é tão dócil a Deus
que, eliminadas as condições anteriores, soubesse da necessidade do Batismo e
adesão a Cristo para a sua salvação, ela o pediria, neste caso o desejo do
Batismo está implícito na vida da pessoa e, por isso, ela pode ser salva.”
O Catecismo da Igreja
diz assim:
´Para os catecúmenos que morrem
antes de seu Batismo, seu desejo explícito de recebe´lo, juntamente com o
arrependimento dos seus pecados e com a caridade, garante´lhes a salvação que
não puderam receber pelo Sacramento´ (nº 1259). ´Todo homem que, desconhecendo o
Evangelho de Cristo e a sua Igreja, procura a verdade e prática a vontade de
Deus segundo o seu conhecimento dela, pode ser salvo. Pode´se supor que tais
pessoas teriam desejado explicitamente o batismo se tivessem tido o
conhecimento da necessidade dele´ (nº 1260). O Concílio Vaticano II confirma
essa doutrina precisamente. Diz a ´Lumen Gentium´: ´O Salvador quer que todos os homens se salvem. Aqueles, portanto, que
sem culpa ignoram o Evangelho de Cristo e sua Igreja, mas buscam a Deus de
coração sincero e tentam sob o influxo da graça cumprir por obras a sua vontade
conhecida através dos ditames da consciência, podem conseguir a salvação
eterna. A Divina Providência não nega os auxílios necessários à salvação
àqueles que sem culpa ainda não chegaram ao conhecimento expresso de Deus, e se
esforçam, não sem a divina graça, por levar uma vida reta´ (LG 16).Embora reconheça tudo
isso, a Igreja católica tem consciência de que ela possui, como disse o Papa
João Paulo II, ´por vontade expressa de Deus, a plenitude dos meios da
salvação´, ou seja ´todos os instrumentos da graça´(UR,3 e 4).Nossos
irmãos separados da fé católica que já nasceram nas igrejas ditas evangélicas
não podem ser culpados pela separação havida no passado; contudo, estão
desprovidos de muitos meios de salvação e santificação que Jesus nos deixou:
Sacramentos, devoção a Maria, aos santos, sacramentais, etc. É preciso lembrar
aqui que quando a Igreja Católica se refere às igrejas protestantes, ela pensa
naquelas tradicionais e históricas (luterana, presbiteriana, batista,
anglicana, ortodoxa, congregacionalista, etc), e não nesta multidão incontável
de seitas que se multiplicam a cada dia, de maneira incontrolável e
independente.
O ecumenismo é
buscado com as igrejas protestantes históricas; não com as seitas que se
pulverizam em divisões a cada dia mais. A ´Lumen Gentium´ deixa bem claro que:
´A
única Igreja de Cristo ... é aquela que nosso Salvador, depois da sua
Ressurreição, entregou a Pedro para apascentar e confiou a ele e aos demais
Apóstolos para propagá´la e regê´la... Esta Igreja, constituída e organizada
neste mundo como uma sociedade, subsiste na Igreja Católica governada pelo
sucessor de Pedro e pelos bispos em comunhão com ele´ (LG, 8).Diz ainda o decreto
do Concílio sobre o Ecumenismo:´Pois somente através da Igreja
católica de Cristo, auxílio geral de salvação, pode ser atingida toda a
plenitude dos meios de salvação. Cremos que o Senhor confiou todos os bens do
Novo Testamento ao único Colégio Apostólico, de que Pedro é o chefe, a fim de
constituir na terra um só Corpo de Cristo, ao qual é necessário que se
incorporem plenamente todos os que, de alguma forma, já pertencem ao Povo de
Deus´ (UR,3).
A unidade da Igreja
se revela também por vários fatores:
Doutrina, liturgia, governo, sucessão apostólica, etc. A Igreja possui
uma única doutrina, um único Credo, a profissão de uma única fé recebida dos
Apóstolos. Ninguém pode se dizer
católico se não crê nessas verdades da fé. Especialmente hoje, com o novo
Catecismo aprovado pelo Papa em 1992, ficou ainda mais claro e visível para a
Igreja no mundo todo, a mesma doutrina, tanto em termos dos dogmas quanto da
moral.A celebração
litúrgica, sobretudo dos sacramentos, é outro ponto forte de unidade da Igreja:Em
qualquer parte do planeta vivemos o mesmo Calendário Litúrgico, a mesma Missa,
as mesmas festas litúrgicas, com pequenas variações.Outro fator de unidade é a sagrada hierarquia
implantada por Jesus:A
sucessão apostólica, através do Sacramento da Ordem, garante a ordem fraterna
na Igreja e é a salvaguarda da unidade. O principal fator, a ´pedra da unidade´
é o Papa, ao qual são submissos todos os bispos, sacerdotes e leigos. Os
grandes filhos da Igreja sempre se guiaram por este lema: ´Cum Petro et sub
Petro.´ Essa providência do Senhor nunca faltou à Igreja. Já tivemos 264 Papas,
e a Igreja sempre teve a sua Cabeça Visível. É o Vigário de Cristo na terra;
ou, como disse Santa Catarina de Sena, o ´doce Cristo na terra.´Já tivemos até cerca de 50
anti´papas, papas ilegítimos,bem como papas que não honraram e não foram dígnos
do cargo,fruto das fraquezas humanas, mas não ficamos sem o Papa verdadeiro, em
que pese todos os pecados dos homens, e
nenhum deles por mais pecadores que fossem jamais revogaram, ou
questionaram um dogma sequer pronunciado pela Igreja até ele.Mateus 15,13: “Toda planta que não foi
plantada pelo meu Pai Celeste será arrancada”.Cabe a
nós cristãos incentivar a conversão; não existe cristianismo sem santidade e caridade.
Muitos acham que ser cristão é só ir à missa aos domingos, ou frequentar
cultos. Temos que ir à missa, mas imitemos os exemplos dos santos,que foram
pobres, castos e obedientes a Cristo e a Igreja, como recomenda Paulo: “ Sede
meus imitadores como eu sou de Cristo ( 1 Cor 11,1). Eles foram nosso grande
exemplo de sacerdócio real como Santa Rita de Cássia, Santo Antônio de Pádua e
São Francisco de Assis, que buscou a perfeição segundo Cristo. Mateus 19,21:
“Disse-lhe Jesus: Se queres ser perfeito, vai, vende tudo o que tens e dá-o aos
pobres, e terás um tesouro no céu; e vem, e segue-me”.
“Louvado seja Nosso Senhor Jesus Cristo!”
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