Algumas igrejas batistas dizem que elas são descendentes diretas de
certos grupos heréticos do passado. Por isso seriam as "verdadeiras
igrejas de Cristo". Pretendem, inclusive, traçar sua origem até João, o
batista. Seu principal
fundamento é um livreto de 56 páginas chamado "O Rastro de Sangue",
de autoria de J.M. Carrol, de 1931. O autor tenta provar que grupos heréticos
do passado, como os Montanistas, Novacionistas, Donatistas, Paulicianos,
Albigenses, Cátaros, Valdenses e Anabatistas eram os batistas do passado, e que
foram perseguidos pelos católicos e desapareceram.Pelo fato de não existirem qualquer evidências destas alegações, alegam
que a Igreja Católica tratou de apagar do mapa as evidências. O curioso é que
os teólogos batistas rejeitam esta idéia como absurda e infundada! Apesar disso
alguns batistas continuam a difundir tal ideia (são chamados de "batistas
lendários"), para o embaraço da maioria dos protestantes batistas.
Vamos examinar cada um destes grupos:
1)- Montanistas: rejeitavam os
segundos casamentos, mesmo após a morte do primeiro cônjuge. Negavam o perdão
dos pecados, tornando-se um movimento sem esperança.
2)- Novacianistas: diziam que nenhum
pecado deveria ser perdoado após o batismo. Também proibiam os segundos
casamentos. Novaciano proclamou a si mesmo bispo e foi excomungado.
3)- Donatistas: a verdadeira igreja
deveria ser composta apenas por eleitos e que os batismos somente eram válidos
se feitos por um donatista.
4)- Paulicianos: criam na pluralidade
de deuses, dizendo que toda matéria era má, rejeitavam o Antigo Testamento e a
encarnação, e ainda diziam que Jesus era um anjo. Não honravam a cruz por
acharem que Jesus não foi crucificado.
5)- Albigenses: criam em dois
deuses, um bom e um mal. Rejeitavam todos os sacramentos, declaravam ser pecado casar.
Eram sexualmente permissivos. A gravidez deveria ser evitada e o aborto era
encorajado.
6)- Cátaros: seguiam todas as
heresias dos albigenses.
7)- Valdenses: diziam que a Igreja
não deveria possuir bem algum e proibiam o dízimo. Curiosamente, acreditavam na
Sagrada Eucaristia e no Corpo de Cristo.
8)- Anabatistas: praticavam a
poligamia e o comunismo. Condenavam as promessas como pecaminosas. Foram
fundados por Thomas Munser em 1521. Somente este fato desbanca a alegação
batista de antiguidade.
Observando as "peculiaridades" destes grupos, porque será que
alguém ainda vai querer reclamar ser um ancestral de qualquer um deles?
Jesus prometeu que
sua Igreja iria permanecer para sempre (Mt 16,18). O que você acha, então, que
Ele esteve fazendo com Sua Igreja ao longo de todos esses séculos? Por acaso
Ele estaria brincando com Sua criação, levando-a de heresia em heresia, ora
para os montanistas, ora para os valdenses, e assim por diante? Tal pensamento
é ridículo, não é mesmo? Pois bem, Ele fez exatamente o que prometeu. Edificou
sua Igreja e a sustentará até o final dos tempos, e esta é a Santa Igreja
Católica.
Onde estão as evidências dos protestantes?
Se existissem desde o
tempo de João Batista, os livros de história especializados estariam cheios de
referências, ou pelo menos algo afim. Os escritores da época dos pais da
Igreja, os historiadores de sua época, não fazem referência alguma, mínima, sobre
esse assunto. O mais interessante, e repudiante para os protestantes, é que
estes mesmos escritos falam o nome da Igreja Católica amplamente, dezenas,
centenas de vezes. Nos escritos de Santo Agostinho, por exemplo, em quem muitos
protestantes acham que extraem suas doutrinas, a Igreja Católica é citada pelo
nome cerca de 300 vezes.Talvez a mais famosa
referência seja a da carta de Santo Inácio de Antioquia ao povo de Esmirna, no
longínquo ano de 106 d.C. Vale lembrar que Inácio era um padre apostólico, o
que significa dizer que em sua vida ele conheceu alguns apóstolos de Cristo:“Deves seguir a palavra do bispo, assim como Jesus Cristo seguiu a
palavra do Pai; siga o presbítero como a um apóstolo, respeite os diáconos como
aos mandamentos de Deus. Que nada façam à Igreja sem o conhecimento do bispo.
Que a celebração da Eucaristia seja válida quando celebrada pelo bispo ou por
quem este designar. Onde estiver o bispo, esteja o povo, assim como onde está
Jesus Cristo, está a Igreja Católica. Não é permitido casar-se ou batizar sem a
autorização do bispo; mas tudo o que ele aprovar agrada a Deus. Com isso tudo
que fizeres será valioso e uma prova contra o mal.” (Inácio de Antioquia, Carta
aos Esmirnenses, 8, 106 d.C.).
Para finalizar, somente a título de curiosidade,
citaremos alguns escritos clássicos onde a Igreja Católica é citada
nominalmente, notando que todas as datas são anteriores ao século 7 da era
Cristã:
Inácio, Carta aos
Esmirnenses 8:1-2. J65 106 DC
O Martírio de São
Policarpo 16:2. J77, 79, 80a, 81a, 155 DC
Clemente de
Alexandria, Stromateis 7:17:107:3. J435 202 DC
Cipriano, A Unidade
da Igreja Católica 4-6. J555-557 251 DC
Cipriano, Carta a
Florêncio 66:69:8. J587 254 DC
Lactâncio,
Instituições Divinas 4:30:1. *J637 304 DC
Alexandre de
Alexandria, Cartas 12. J680 324 DC
Atanásio, Carta sobre
o Concílio de Nicéia 27. J757 350 DC
Atanásio, Carta a
Serapião 1:28. J782 359 DC
Atanásio, Carta ao
Concílio de Rimini 5. J785 361 DC
Cirilo de Jerusalém,
Leituras Catequéticas 18:1. J836-*839
Dâmaso, Decreto de
Dâmaso 3. J910u 382 DC
Agostinho, Carta a
Vincente o Rogatista 93:7:23. J1422
Agostinho, Carta a
Vitalis 217:5:16. J1456 427AD
Agostinho, Com.
Salmos 88:2:14, 90:2:1. J1478-1479 418 DC
Agostinho, Sermões 2,
267:4. *J1492, *J1523 430 DC
Agostinho, Sermão aos
Catecúmenos sobre o Credo 6:14. J1535
Agostinho, A
Verdadeira Religião 7:12+. *J1548, *J1562, J1564
Agostinho, Contra a
carta de Mani 4:5. *J1580-1581
Agostinho, Instrução
Cristã 2:8:12+. *J1584, J1617
Agostinho, Batismo
4:21:28+. J1629, J1714, J1860a, J1882
Agostinho, Contra os
Pelagianos 2:3:5+. *J1892, *J1898
Vê-se continuamente
em nossos dias repetir-se a velha lenda da Inquisição como um tribunal de
padres e bispos perversos,Tal lenda talvez já seja bem conhecida por você,
contada clara na versão dos inimigos da fé, e não por historiadores imparciais.
Nela apresenta-se um tribunal tenebroso que tortura suas pobres vítimas. Por
trás dele encontrar-se-ia uma Igreja opressora das consciências e inimiga da
ciência, representada por monges ignorantes, corruptos e sádicos. Como sempre
um tribunal pernicioso, impiedoso etc, e coisa e tal.Entretanto, a
Inquisição é antes de tudo um fato histórico e deve ser tratado como tal. Sendo
assim, para não confundirmos a história com a lenda, indicaremos em linhas
gerais o que ficou conhecido como a lenda negra da Inquisição, para logo em
seguida tratarmos da História.Podemos encontrar
essa literatura tendenciosa já no século XVI, momento de ascensão do
protestantismo, e constatarmos seu crescimento com o iluminismo no século
XVIII.Contudo, é no século XIX que nos deparamos com os autores
que mais contribuíram para a estruturação e perpetuação da lenda negra: Juan
Antonio Llorente e Henry Charles Lea:Juan Antonio Llorente[1]
(1756-1823)
foi mais um daqueles sacerdotes que trocaram a fé pelos ideais do mundo
moderno. Tornando-se liberal, combateu a Igreja Católica calorosamente. Negava
o voto perpétuo das comunidades religiosas, defendia o casamento de padres e
bispos, defendia ainda – como um bom nacionalista oitocentista – que a Igreja
deveria ser dirigida pelo Governo Supremo Nacional, não sendo o clero mais que
uma categoria de funcionários públicos sem nenhuma relação como o Papa.
Embora fosse espanhol e nacionalista, colaborou com as tropas napoleônicas
invasoras e, após sua derrota, retirou-se com elas, estabelecendo-se em Paris a
partir de 1814. Apesar de suas idéias liberais havia galgado, em 1789, o posto
de Secretário Geral da Inquisição.“Al abandonarlo, recogió todos los procesos de valor inapreciables de la
Inquisición y procedió a quemar aquellos que podían ser favorables a dicha
Institución y a apartar aquellos otros que le servirían después para
utilizarlos en su Histoire critique de l’Inquisition.” (William T. Walsh.
Personajes de la Inquisición. Madrid, Espasa-Calpe, S. A., 1963, pp. 306-307). Como se vê, Llorente
visava antes à luta política que à veracidade histórica. Sabemos ainda que foi
nos documentos fornecidos por ele que a Comissão das Cortes de Espanha, em
1812, se baseou para negar a legalidade da fundação da Inquisição.O fanatismo
do padre Llorente na luta contra a Igreja Católica era tamanho, que já
sexagenário, escreveu uma obra intitulada Retrato político de los Papas, no
qual, além de enumerar uma porção de calúnias, dava crédito à lenda da papisa
Joana. Vê-se, pois, como surgem as lendas.Essas e outras exibições de Llorente
foram demais para o governo francês, que o convidou oficialmente a retirar-se
do país.
Por isso, Fernando Ayllón tem razão ao afirmar,
comentando o êxito da obra de Llorente:
“Su éxito publicitario se debió a que sus escritos fueran usados como
arma predilecta de los enemigos de España y de la Iglesia Católica por la
supuesta seriedad y objetividad del autor, características ambas de las cuales
en realidad carecía. Indubitablemente Llorente es el escritor que más ha
alimentado la leyenda negra contra el Santo Oficio y su propio país.” (Fernando
Ayllón, El Tribunal de la Inquisición; De la leyenda a la historia. Lima, Fondo
Editorial Del Congreso Del Perú, 1997, p. 18).Outro autor influente foi o protestante norte-americano
Henry Charles Lea, que dedicou grande parte de sua vida à publicação de escritos
contra a Igreja Católica[2]:Dentre seus escritos
sobre o tema Inquisição, os principais são História da Inquisição Medieval e
História da Inquisição Espanhola. Lea também se baseou em Llorente, porém, fez
um grande trabalho de pesquisa histórica, chegando a apresentar documentos inéditos.
Contudo,
seus preconceitos e suas convicções protestantes levaram-no a uma manipulação
parcial e negligente da documentação adquirida.“Les ouvrages de H.-Ch. Lea, traduits par Salomon Reinach, ont été
écrits dans un esprit voltairien, et l’auteur
n’a cessé, au long de ses livres, de s’indigner et de déplorer.” (Georges
Deromieu. L’Inquisition. Paris, Presses Universitaires De France, 1946,
Préface).Ilarino da Milano, em
sua erudita obra Eresie Medioevali, comenta que a documentação apresentada por
Lea dava a sua obra uma aparência de ciência histórica. Porém: “in
realtà il bibliofilo americano fu più controversista che storico; si mantenne
protestante avverso alla Chiesa romana nella interpretazione partigiana dei
fatti e nel tono generale, nonostante la sua sincera professione di lealtà;”
(Ilarino da Milano. Eresie Medioevali; Scritti Minori. Itália, Maggioli Editore
– Rimini, 1983, p. 444).
É interessante notar que um escritor protestante, Häbler,
é quem nos dá uma clara visão do método de Lea:
“La agrupación de la materia va toda encaminada a echar en cara a la
Inquisición un registro de crímines lo más voluminoso posible. Puesto que no
podían mantenerse en la forma en que se ha hecho hasta el presente todos los
reproches de crueldad, ansia de persecución y opresión de la inteligencia han
sido reforzados por medio de una inmensa mole de las particularidades más
triviales, etc. Todo con el objeto de que la imagine de la Inquisición
resultará lo más repugnante posible.” (F. Ayllón. op. cit. p. 25).Conhecendo essa tradição historiográfica anticatólica,
conhecemos também a origem da dita lenda negra. De modo que – precavidos contra
seus prejuízos históricos – poderemos tratar aqui de alguns fatos esquecidos,
ou melhor, propositalmente negligenciados por ela:Historicamente, a
Inquisição não pode ser considerada como a criação de um Papa, ou de uma mente
maquiavélica de pretensões despóticas. A história é muito mais complexa do que
a lenda pode imaginar.A Inquisição foi, antes de tudo, fruto da reação de uma
sociedade contra movimentos degeneradores da ordem, da moral e da cultura então
reinantes, ou seja o próprio povo Cristão da época exigia uma ação enérgica da
Igreja e do estado.A forte reação contra as heresias, que levará ao processo de
formação do Tribunal Eclesiástico, ao contrário do que alguns pensam, parte
antes do povo e do Estado que da Igreja:“O impulso para a radicalização
da atitude social contra os heréticos partiu de baixo para cima, ou seja, do
fanatismo popular que tomava corpo à medida que se cristianizava a sociedade
bárbaro-européia. Mesmo no ano de 1045,
quando foram descobertos alguns heréticos em Châlons, as autoridades
eclesiásticas recorreram aos legisladores, pois ainda não sabiam o que fazer
com eles.” (Nachman Falbel. Heresias Medievais. São Paulo, Ed. Perspectiva
S. A., 1977, p. 15).Notemos que esse autor, que julga de forma preconceituosa o povo
católico medieval, afirma que não foi a Igreja quem iniciou o movimento de
radicalização contra os hereges, mas o povo.
João Bernardino Gonzaga, ao analisar o contexto social no
qual surgiu a Inquisição, afirmou:
“No caso da Inquisição, quem a exigiu e impôs, antes da Igreja, foram os
governantes e o povo, que viam, nos hereges, rebeldes perigosos e
perturbadores. A História mostra que, muitas vezes, os populares se antecipavam às
autoridades e se encarregavam de puni-los, levando-os à fogueira.” (João B. G.
Gonzaga. A Inquisição em seu mundo. São Paulo, ed. Saraiva, 1993, p. 114).Disto decorre que a
Inquisição não é – como querem os inimigos da Igreja Católica – uma mera
invenção da Igreja, que eles erroneamente julgam tirana, mas um fruto da reação
da sociedade contra as heresias.A Igreja foi obrigada, pelo seu dever de julgar questões teológicas, a
criar um tribunal que impedisse excessos do povo e abusos do Estado.É exatamente por isso
que trataremos – dentro dos limites de nosso pequeno artigo – de duas das
principais heresias que invadiram a sociedade medieval nos séculos XII e XIII,
sem o conhecimento das quais não é possível avaliar a reação dessa sociedade
nem compreender o que foi a Inquisição.
As Heresias
Os Valdenses:
No século XII varias
heresias alarmaram a sociedade cristã. Dentre elas, as mais notáveis, devido à
penetração que tiveram na sociedade, foram: o catarismo (cujos sectários são
também conhecidos como albigenses, devido ao grande centro cátaro da cidade de Albi)
e a heresia valdense.Os valdenses, ou
pobres de Lyon, denominação conferida pelo seu fundador Pierre de Vaux (Pedro
Valdo), surgiram organizados em uma fraternidade entre os anos de 1173 e 1178. A princípio, como
nota Ilarino[3], eles permaneceram fiéis à Igreja Católica e procuraram
distinguir em suas pregações, ao contrário dos cátaros, o magistério sagrado da
má conduta de alguns de seus membros.Em 1179, no Terceiro Concílio de Latrão, o Papa Alexandre III
(1159-1181) decide que eles poderiam pregar com autorização eclesiástica
prévia. Entretanto, os valdenses passaram da crítica aos vícios de alguns
clérigos para uma negação da autoridade eclesiástica. Essa atitude levou à sua
condenação pelo Papa Lúcio III no Sínodo de Verona em 1184[4].A partir desse
momento, os valdenses assumem seu estado de rebelião contra a Igreja,
constituindo dessa forma uma nova igreja com uma estrutura própria:“Cumpriam o tríplice voto da pobreza, da castidade e da obediência aos
superiores, isto é, ao próprio Valdo, como a um encarregado de Deus,
praepositus et pontifex, e aos bispos presbíteros e diáconos por ele ordenados. As Sagradas Escrituras, que
traduziram para as línguas vulgares e que recomendavam calorosamente para
leitura, tinham o valor de norma doutrinal absoluta e de código jurídico.” (N.
Falbel. op. cit. p. 62).Os valdenses da
Lombardia, relativamente aos do Languedoc, assumiram uma oposição mais
agressiva. Segundo eles, os juramentos eram proibidos pelos evangelhos e a pena
capital não era permitida ao poder civil. Todo leigo tinha o poder de consagrar
o sacramento do altar; não aceitavam as orações pelos mortos; o Purgatório não
existia e a Igreja Romana não era a Igreja de Cristo. Evidentemente, essas
doutrinas demonstram a forte influência cátara sobre os valdenses, ao mesmo
tempo em que tornam claro o grande problema que eles representavam para a ordem
social.
O Catarismo
Problema ainda maior,
quer pelas proporções que tomou, quer pelas doutrinas estapafúrdias e
fantásticas que propagou, foi o catarismo.“Ils rejettent l’Église romaine qu’ils appelent,
nous dira plus tard Bernard Gui, «Mère des fornications, grande Babylone
prostituée, basilique du diable et synagogue de Satan». Ils nient l’incarnation
et même l’existence réelle de la Vierge Marie, dont ils font un symbole.” (G. Deromieu. op. cit. p. 2)Este ódio à Igreja e
à sua fé, que nos relata Deromieu ao citar Bernard Gui e E. AEgerter, na
realidade ultrapassa – no caso dos cátaros – o ódio à Igreja
Católica. Representa em última análise um ódio ao mundo e, como tal, combaterá
não só a Igreja, mas também toda a ordem existente. Será, portanto,
contra essa heresia e outras, defensoras de doutrinas igualmente perniciosas,
que a sociedade medieval reagirá.O catarismo dos países
ocidentais provém do bogomilismo búlgaro-constantinopolitano dos séculos XI e
XII, que é na verdade um maniqueísmo sob nova denominação.[5] Essa ligação
entre catarismo e bogomilismo é tão real e constante que, em 1167, os cátaros
organizaram um concílio em St. Félix de Caraman (Toulouse) no qual compareceu o
bispo bogomilo Niketas, vindo de Constantinopla, para unificar o dualismo das
seitas dos países ocidentais, levando-as do dualismo moderado ao dualismo
absoluto da igreja de Dragowitsa (Tracia).[6] Entretanto, tanto o dualismo
moderado quanto o absoluto partem de um mesmo princípio.“Esso prende le mosse dalla constatazione del male, del peccato, delle
difettosità esistenti negli individui, nella società, nel creato (cfr. Testi:
I, 1). L’uomo ne sente il peso e ne cerca la liberazione.” (I. Milano. op. cit.
p. 19).Para os cátaros o
mundo, ou seja, toda a realidade criada era essencialmente má. Segundo eles, o
mundo fora criado pelo deus-mal. Esse mesmo deus-mal, que eles chamavam de
Satã, haveria encarcerado os anjos do deus-bem na matéria e os induzido ao
pecado da carne por meio do qual ele continuaria a encarcerá-los.Há, portanto,
uma contradição total entre a visão de mundo cátara e a doutrina da Igreja
Católica.“O encargo de Cristo foi uma simples missão num mundo satânico, sendo
negadas a encarnação, a paixão e a ressurreição. O homem não foi criado à
imagem de Deus, mas pelo demônio. Daí o ódio dos cátaros pelo sinal da cruz que
se relacionam aos sofrimentos de Cristo e o ligam à matéria impura.” (N.
Falbel. op. cit. p. 54). A salvação para o
catarismo era a libertação da alma de seu invólucro satânico, isto é, o corpo
material impuro. Devido a essa concepção, os
cátaros viam com bons olhos o suicídio:“Além do suicídio por envenenamento ou salto num precipício, ou ainda a
pneumonia voluntariamente contraída, era comum procurar-se a morte pela fome ou
endura; deixavam de comer até se extinguir.” (N. Falbel. op. cit. p. 58).Os perfeitos, ou seja, aqueles que receberam o
consolamentum, dedicavam-se absolutamente, como indicam os historiadores, ao
proselitismo:“Eles percorriam as cidades e os
campos, pregando com a palavra e como exemplo. A finalidade dos Perfeitos era,
por um lado, engrossar as fileiras de seus adeptos e, por outro, arrebatar
seguidores da Igreja de Satã, a Igreja Católica. Daí arremeterem com violência
contra os sacramentos, as igrejas, a cruz e os cemitérios, contra o culto, as
relíquias e, enfim, contra o clero.” (N. Falbel. op. cit. p. 59 – o negrito é
nosso).Não é difícil perceber quais foram os graves problemas
trazidos por essa heresia para a sociedade. Por exemplo, os cátaros abominavam
o casamento:“O casamento era considerado um
estado satânico porque regularizava o crime da carne e tinha como conseqüência
natural a procriação. A concubina era mais aceita do que a mulher casada, fato
que levou aos cátaros a acusação de terem hábitos promíscuos.” (N. Falbel. op.
cit. pp. 55-56 – o negrito é nosso).“Deste modo, o casamento era
condenado e a destruição da família favorecida, levando assim à aceitação da
união livre e à restrição de nascimentos. Foi uma antecipação da liberdade
sexual absoluta.” (N. Falbel. op. cit. p. 56 – o negrito é nosso).
Os problemas não param por aí:
Na cerimônia do
consolamentum, o sacramento cátaro por antonomásia, o iniciado devia renunciar
a prestar juramento[7]. Essa negação de prestar qualquer juramento, como nota
N. Falbel,[8] vai diretamente contra a base das relações humanas na cristandade
medieval. Fica patente, pois, o enorme perigo que o catarismo representava para
a sociedade, visto que o cátaro não podia aceitar o juramento que significaria,
em última analise, sua inserção nessa sociedade e a aceitação de uma organização
que ele considera má e satânica.“Le sue comunità fomentarono un clima di rivolta all’autorità
ecclesiastica, in cui pullularono altri moti ereticali e reazioni politiche. Ma
i catari dotrinalmente sono opposti anque all’organizzazione imperiale e
nazionale d’un mondo che essi condonnano come cattivo; considerano le autorità
statali, anche in ragione dell’esercizio dello « jus gladii », come
rappresentanti del maligno; imperatore e re li perseguitarono como reazionari.”
(I. Milano. op. cit. p. 19 – o negrito é nosso).A revolta cátara
contra o mundo, além de se opor absolutamente à Igreja Católica, a qual afirma
que o mundo criado por Deus é bom, tinha necessariamente que se voltar contra
toda ordem que imperava nesse mundo, de modo que o Estado tornava-se também um
alvo da heresia. Isso levou, como constata Ilarino e qualquer outro historiador
sério, ao surgimento de diversos focos de revolta no seio da sociedade
medieval.Estes e outros problemas, causados pela heresia, são alguns dos
motivos que nos permitem compreender porque o povo e as autoridades laicas
anteciparam-se à Igreja, numa enérgica reação contra o perigo que os afrontava.
A Sociedade da época frente às heresias:
“D’autres « publicains » sont arrêtés à Vézelay en 1167. L’abbé demande
à la foule ce qu’il faut en faire. La foule s’écrie : « Qu’ils soient brûlés,
qu’ils soient brûlés ». (Henri Maisonneuve. L’Inquisition. Paris, ed. Desclée,
1989, p. 26). Essa atitude do povo
contra os hereges não era nada incomum. Veja-se que H. Maisonneuve nos fala de
“autres” (outros), pois já havia relatado diversos casos onde o povo e as
autoridades laicas reagiam violentamente contra os hereges. Por exemplo, em
1025, um grupo de clérigos de Orléans, defensor de doutrinas heréticas, expõe
sua doutrina diante de uma assembléia de bispos, abades e senhores presidida
pelo rei Robert.Os hereges aferram-se
às suas doutrinas, recusam submeter-se e são excomungados pelo clero. Contudo,
o castigo ordenado pelo rei é a pena da fogueira.[9] Os exemplos são diversos.
Em 1144, em Liège, alguns hereges aguardam a sentença do Tribunal. Os juízes,
esperando a conversão dos hereges acusados, conseguem a custo livrá-los do
furor do povo impaciente, que quer queimá-los.[10] Em 1163, uma dezena de hereges
provindos de Flandres estabelece-se às portas de Colônia. Como eles não
assistem aos ofícios da Igreja, seus vizinhos assustados os denunciam. As
autoridades fazem vir o monge Robert, futuro abade de Schönaugen, para discutir
com os hereges. A discussão faz-se na presença do clero e de uma parte
importante da população. O monge Robert esforça-se para trazê-los novamente à
Igreja, mas eles se recusam. As autoridades eclesiásticas os condenam como
heréticos e eles são conduzidos aos magistrados de Colônia, os quais os
condenam à fogueira.[11] Por volta de 1140, os discípulos de Pierre de Bruys,
uma seita iconoclasta, conseguem algum sucesso na região do Midi mediterrâneo.
Pedro o Venerável, abade de Cluny, chega a escrever um tratado contra eles,
chamando-os de “inimigos da cruz de Cristo”. Esses sucessos, entretanto, não
duram por muito tempo, pois o povo, cansando de suas profanações, queima-os
nesse mesmo ano.[12] No Saxe, em 1052, o Imperador Henrique III enforca muitos
hereges.[13] Em 1120, em Soissons, a multidão impaciente com o Bispo, que
demorava em justiçar alguns hereges, arranca-os de suas mãos para levá-los
imediatamente à fogueira.[14]A reação contra a
heresia ocorre de forma generalizada na cristandade medieval. Mesmo no
Languedoc, que foi sem dúvida a região onde o catarismo encontrou maior
aceitação, a população fiel, como verifica Georges Deromieu,[15] exigia uma
ação vigorosa contra ela.“Na Inglaterra, não houve meias medidas: quando um grupo de cátaros lá
desembarcou em 1160, foram todos logo presos, marcados a ferro incandescente e
expulsos da ilha. Sumariamente afastou-se pois o problema, de tal sorte que,
nesse país, inexistiram tribunais de Inquisição durante toda a Idade Média.”
(J. B. Gonzaga. op. cit. p. 95).Os casos são
numerosos, eles revelam ao mesmo tempo uma vigorosa reação da sociedade e a
atitude particular da Igreja diante da erupção de heresias. Um caso emblemático
é o do massacre de Colônia em 1145.[16] Nesse ano foram trazidos alguns hereges
diante do arcebispo de Colônia e de sua corte clerical e laica. Eles rejeitavam
os sacramentos da Eucaristia e da Penitência, rejeitavam a liturgia, a crença
no purgatório e todo alimento que provinha de um ato de acasalamento. Eles
discorriam sobre sua ação missionária e sobre seus sucessos entre monges e
clérigos. Durante três dias, eles discutiram com os católicos. Alguns abjuraram
de suas idéias e outros se negaram terminantemente a deixá-las.
Estando (e não a Igreja), sob poder das autoridades, as quais ainda não tinham
pronunciado a pena, a multidão arrombou a prisão e levou os cátaros para a
fogueira.A atitude da Igreja
em todos esses casos foi sempre de tentar converter os hereges. Por mais que os
lendólogos neguem-se a ver, foi a conversão dos hereges – e não sua condenação
à morte – o verdadeiro objetivo da Igreja. O espírito da Igreja Católica – que
a lenda insiste em apresentar como tirana – está expresso nas palavras de São
Bernardo de Claraval, referentes ao massacre de Colônia:“O povo de Colônia passou da medida. Se aprovamos seu zelo, não
aprovamos, de modo algum, o que fez, pois a fé é obra da persuasão e não
podemos impô-la.” (N. Falbel. op. cit. p. 57.)Portanto, tanto o
povo quanto o Estado reagiram vigorosamente contra a heresia. De modo que, com
o passar do tempo e o agravar do problema, a própria Igreja, fazendo jus ao seu
direito e mesmo ao seu dever de julgar em causa religiosa, procurou
regulamentar essa reação, desencadeando assim, o processo que culminou no
surgimento do Tribunal do Santo Ofício. Tal processo, que delinearemos em
linhas gerais, deixará claro qual era o verdadeiro objetivo que animava a
Igreja, mostrando como sua ação reguladora foi benéfica, inclusive ao criar a
Inquisição, que foi – como veremos – de longe, um tribunal bem menos severo que
o da Justiça civil comum.Como bem ensinou John Henry Newman:
"Aprofundar-se na história é
renunciar ao protestantismo!"
REFERÊNCIAS:
[1] Cf.
William T. Walsh. Personajes de la Inquisición. Madrid, Espasa-Calpe, S.
A., 1963.
[2] Fernado Ayllón.
El Tribunal de la Inquisición; De la leyenda a la historia. Lima, Fondo
Editorial Del Congreso Del Perú, 1997, p. 24.
[3] Ilarino da
Milano. Eresie Medioevali; Scritti Minori. Itália, Maggioli Editore – Rimini,
1983, p. 33.
[4] Nachman Falbel.
Heresias Medievais. São Paulo, Ed. Perspectiva S. A., 1977, p. 62.
[5] Nachman Falbel.
Heresias Medievais. São Paulo, Ed. Perspectiva S. A., 1977, p. 38.
[6] Ilarino da
Milano. Eresie Medioevali; Scritti Minori. Itália, Maggioli Editore – Rimini,
1983, p. 20.
[7] Nachman Falbel.
Heresias Medievais. São Paulo, Ed. Perspectiva S. A., 1977, p. 57.
[8] N. Falbel. op.
cit. p. 56.
[9] Henri
Maisonneuve. L’Inquisition. Paris, Ed. Desclée, 1989, p. 22.
[10] H. Maisonneuve. op. cit. p. 24.
[11] Idem, p. 25.
[12] Idem, p. 27.
[13] João Bernardino
G. Gonzaga. A Inquisição em seu mundo. São Paulo, Ed. Saraiva, 1993, p.
93.
[14] Idem, p. 95.
[15] Georges
Deromieu. L’Inquisition. Paris, Presses Universitaires De France, 1946, p.
10.
[16] H. Maisonneuve. op. cit. p.
24.
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Gostei muito do blog...Só queria que alguém me explicasse o motivo do Papa Francisco ter pedido perdão por todos os pecados da Igreja Católica Apostólica Romana, cometidos no decorrer da História, principalmente contra os Valdenses (pobres de Lion)...Ele fez questão de se dirigir diante do local de culto valdense e pediu perdão...Ele não fez isso somente com o Movimento "herético" de Pedro Valdo, ele pediu perdão para todos os cristãos que foram perseguidos durante o período de (Poder Temporal) da Igreja...Ou esses cristãos nunca foram heréticos, ou o Vossa Santidade o Papa Francisco é o Maior Herético de todos os Papas??!!Alguém por gentileza poderia me responder??
Catolica citado pelos pais da igreja = Universal.
Eram Gnósticos, ora. Querer a separação da instituições (Igreja e Estado) é uma coisa. Querer o total desmantelamento da estrutura social é ser tão revolucionário quanto um esquerdista.
https://espectivas.wordpress.com/2016/01/13/ctaros-albigenses-e-valdenses-eram-seitas-gnsticas/
É pelos membros da Igreja, leigos ou não, que João Paulo II ( e não o papa Francisco) pediu perdão. Isto está bem claro no texto divulgado por Novo Milênio nº 248 (Ano V, 27/03 a 02/04/2000). Aí se observa claramente que foi pedido perdão pelos pecados dos filhos da Igreja. ao afirmar que "o Papa João Paulo II pediu perdão a Deus e à humanidade por todos os erros cometidos ao longo de dois mil anos da história da Igreja Católica" - Fica-se na dúvida: pecados da Igreja como entidade ou pecado de seus filhos, maus filhos, leigos ou não, que não seguiram seus ensinamentos? Entretanto, lendo-se o texto dos pedidos de perdão feitos por João Paulo II na Missa extraordinária do dia do perdão, na Basílica de São Pedro, Vaticano, em 12/03/2000, domingo, observa-se que foi pedido perdão por atos e omissões de filhos da Igreja, não por ela, como instituição criada por Cristo. Resumindo, a Igreja somos nós os batizados, desde que unidos a Cristo através do Magistério da Igreja, nossa Mãe e Mestra. As nossas faltas, individuais, afetam o Corpo Místico de Cristo, a Igreja, mas não foi ela que as fez. A atitude muito louvável de João Paulo II parece-nos semelhante ao comportamento de um pai que vai pedir desculpas a alguém ofendido por um filho seu. Não foi o pai que agiu mal, mas ele sente-se responsável pelos desvios de conduta de seu filho, que não seguiu seus ensinamentos e conselhos. Neste sentido, relembramos as palavras de João Paulo II, que parecem exprimir a razão pela qual nosso Papa apresentou seus pedidos de perdão, tão comentados, criticados por uns e elogiados por outros: "Uma alma que se rebaixa pelo pecado arrasta consigo a Igreja e, de certa maneira, o mundo inteiro...Todo o pecado repercute com maior ou menor veemência, com maior ou menor dano, em toda a estrutura eclesial e em toda a família humana" (Ref.7, p.41-42). Se encaramos a parte humana da Igreja, então sim, poderemos dizer que é necessária uma contínua conversão do povo de Deus: "Embora sendo santa por sua incorporação em Cristo, a Igreja não se cansa de fazer penitência: ela reconhece sempre como próprios, diante de Deus e dos homens, os filhos pecadores". Sobre isto, afirma a Constituição Conciliar Lumen Gentium: “A Igreja, contendo pecadores no seu próprio seio, simultaneamente santa e sempre necessitada de purificação, exercita continuamente a penitência e a renovação." (Ref.4, p.37). À semelhança de Cristo, que tomou sobre si os nossos pecados, a Igreja assume os pecados de seus filhos, e por eles pede perdão a Deus, simples assim!
Maria José Sampaio - SP
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