Por Alfonso M. Bruno
O ex-frade franciscano Leonardo Boff,
depois de pendurar a batina por causa da condenação das suas teorias pela
Congregação da Doutrina da Fé (evidentemente, a regra do centralismo é aceita
nos partidos comunistas, mas não na Igreja), reencontra a honra de seus sempre
buscados holofotes e cinco minutos de glória, das manchetes europeias em
entrevista concedida a Andrea Tornielli para o jornal La Stampa, de Turim.O ex-religioso brasileiro retorna do
esquecimento em que tinha caído depois que saíram de moda tanto a atração pelos
pensamentos exóticos de matriz terceiro-mundista quanto a vigência da ortodoxia
marxista-leninista, que, após a queda do muro de Berlim, sobrevive apenas na
serra tropical de Cuba.
Leonardo Boff retorna fazendo elogios a ninguém menos que
o papa!
É uma alegria vê-lo reconciliado com
a Igreja, mas parece pouco honesta, do ponto de vista intelectual, a sua
tentativa desajeitada de contrabandear alguns aspectos do magistério de
Bergoglio para as vizinhanças da teologia da libertação! O erro do ex-frade,
que, dada a sua formação acadêmica, dificilmente foi cometido com boa fé,
pressupõe a remoção de um elemento central do ensinamento do papa, que consiste
no constante apelo à responsabilidade ética individual de cada pessoa. Isto não significa, é claro, negar a
existência e a gravidade do pecado social, que o bispo de Roma está fustigando
com grande vigor (embora, para sermos honestos, todos os seus antecessores jamais deixaram de fazê-lo também).
A linha divisória entre Boff e Bergoglio é a pretensão,
compartilhada por todos os "teólogos da libertação" é:
“de considerar irrelevante o pecado individual,
justificando-o com a injustiça das condições históricas em que ele foi cometido”.
O atual papa se posiciona em uma perspectiva exatamente
oposta e decepcionante para Boff!
Ao convidar os jovens a se rebelarem contra a injustiça,
ele o faz a partir de um exame da consciência de cada indivíduo. O pecado social,
portanto, se qualifica como o resultado de inúmeras culpas individuais, nas
quais incorre qualquer um que se recusa a assumir as suas responsabilidades
para com a sociedade humana.
De acordo com Boff e com os seus colegas, deve-se, em vez
disto, prosseguir na direção oposta:
A teologia moral se limitaria à
análise das condições sociais que, na opinião deles, coagem sempre e
necessariamente as escolhas pessoais. Se por um lado eles podem não aceitar
o marxismo na sua pretensão de reduzir toda a realidade à dimensão material, eles
acabam, por outro lado, aderindo às suas consequências, ao acreditarem que o
bem consiste na mudança revolucionária da estrutura econômica e o mal na sua
preservação. Seria moralmente correto, desta
forma, somente o compromisso revolucionário de cada um, independentemente do
seu comportamento individual: acaba-se caindo, assim, num maquiavelismo barato. A negação
da esfera espiritual, uma negação que é própria do marxismo, determina sempre a
abolição de toda distinção moral. Diante disto, as religiões, todas as
religiões, acomunadas no desprezo pelo chamado "ópio do povo",
concordaram em restabelecer a verdade, reconduzindo para dentro do homem o
conflito em que a humanidade se debate; ou seja, reconduzindo-o para a sua
consciência. Com esta base, e não com base na
cansada repetição das fórmulas marxistas que Leonardo Boff e Fidel Castro ainda
intercambiam nos seus diálogos senis, é que podemos realizar a revolução que o
mundo oprimido pela injustiça está esperando. Bergoglio convidou
os jovens de todo o mundo, no Rio de Janeiro, a se revoltarem contra a
injustiça: este apelo, sem tirar nada do seu significado espiritual, produzirá
certamente o retorno ao compromisso de uma geração que parecia
irremediavelmente afastada dele.
Em apenas um ponto Boff tem razão quando diz que:
“A devoção popular a que o papa se vincula não é
"pietismo", mas "preserva a identidade do povo" contra a
homologação forçada a que somos condenados pela especulação. Esta, juntamente
com a mobilização das consciências, constitui o outro recurso de quem não
aceita a injustiça do atual status quo: a libertação dos povos passa pela plena
reapropriação da sua identidade; quem não se reconhece numa comunidade não pode
exercitar a auto-determinação.”
Mesmo aqui, no entanto, não se pode
esquecer que o marxismo foi uma tentativa de homologação forçada, que se
manifestou também, mas não apenas, na perseguição antirreligiosa. As palavras de Boff ainda representam a evidência do poder
de convencimento próprio do magistério de Bergoglio!
Longa vida, pois, ao bispo de Roma! Viva o papa!
Fonte: Zenit
------------------------------------------------------
APOSTOLADO BERAKASH: Como você pode ver, ao contrário de outros meios midiáticos, decidimos por manter a nossa página livre de anúncios, porque geralmente, estes querem determinar os conteúdos a serem publicados. Infelizmente, os algoritmos definem quem vai ler o quê. Não buscamos aplausos, queremos é que nossos leitores estejam bem informados, vendo sempre os TRÊS LADOS da moeda para emitir seu juízo. Acreditamos que cada um de nós no Brasil, e nos demais países que nos leem, merece o acesso a conteúdo verdadeiro e com profundidade. É o que praticamos desde o início deste blog a mais de 20 anos atrás. Isso nos dá essa credibilidade que orgulhosamente a preservamos, inclusive nestes tempos tumultuados, de narrativas polarizadas e de muita Fake News. O apoio e a propaganda de vocês nossos leitores é o que garante nossa linha de conduta. A mera veiculação, ou reprodução de matérias e entrevistas deste blog não significa, necessariamente, adesão às ideias neles contidas. Tal material deve ser considerado à luz do objetivo informativo deste blog. Os comentários devem ser respeitosos e relacionados estritamente ao assunto do post. Toda polêmica desnecessária será prontamente banida. Todos as postagens e comentários são de inteira responsabilidade de seus autores e não representam necessariamente, a posição do blog. A edição deste blog se reserva o direito de excluir qualquer artigo ou comentário que julgar oportuno, sem demais explicações. Todo material produzido por este blog é de livre difusão, contanto que se remeta nossa fonte. Não somos bancados por nenhum tipo de recurso ou patrocinadores internos, ou externo ao Brasil. Este blog é independente e representamos uma alternativa concreta de comunicação. Se você gosta de nossas publicações, junte-se a nós com sua propaganda, ou doação, para que possamos crescer e fazer a comunicação dos fatos, doa a quem doer. Entre em contato conosco pelo nosso e-mail abaixo, caso queira colaborar:
filhodedeusshalom@gmail.com
Postar um comentário
Todos os comentários publicados não significam a adesão às ideias nelas contidas por parte deste apostolado, nem a garantia da ortodoxia de seus conteúdos. Conforme a lei o blog oferece o DIREITO DE RESPOSTA a quem se sentir ofendido(a), desde que a resposta não contenha palavrões e ofensas de cunho pessoal e generalizados. Os comentários serão analisados criteriosamente e poderão ser ignorados e ou, excluídos.