O poder da música
"O rock é uma expressão
básica das paixões que, em grandes plateias, pode assumir características de
culto ou até de adoração, contrários ao cristianismo."(Cardeal Joseph
Ratzinger, Papa Bento XVI)
É muito comum
encontrar pais que não se importam que seus filhos passem horas ouvindo Rock a
todo volume, porque consideram que "não há mal nenhum nisso".Eles, quando eram
moços, se acostumaram (ou viciaram) a ouvir talvez músicas românticas ou
canções sensuais de jazz. Tocavam-nas quando seus filhos eram pequenos. Agora,
os jovens cresceram e inconscientemente tiraram as consequências dos princípios
musicais e educativos que receberam: ouvem apenas Rock.Do romantismo sentimental ao Rock
frenético, passando pela etapa intermediária do jazz sensual, há uma lógica
coerente que a alma percorre, ainda que inconscientemente.
O próprio Rock
registra, com maior velocidade porém, estas mesmas etapas em seu caminho. Tendo
começado com músicas e letras sentimentais, logo chegou ao frenesi e ao abismo
do mal.Não é por acaso que a canção considerada o "hino oficial" do
Rock - "Stairway to Heaven" - passa também, por essas fases:
sentimental, sensual, frenética. (Outras razões houve para designar-se essa
canção como o "hino" do Rock. Nós as examinaremos mais adiante).É também comum
encontrar jovens que, informados do que significam as letras das canções que
ouvem, afirmam que não entendem suas letras, que se interessam apenas pelo
ritmo ou, bem raro, pela "melodia".Não se apercebem de que a música tem profundos efeitos na
alma humana.É evidente que ao
ouvir ou ler esta afirmação eles a põem em dúvida. Entretanto, reconhecem que o
Rock os entusiasma e os deixa euforicamente excitados.Têm que reconhecer também que há
músicas próprias a filmes de terror, que inclinam a alma para o medo do
desconhecido. Que há outras que são compatíveis com cenas amorosas e
sentimentais. Não poderão negar que certas músicas produzem melancolia e
tristeza, outras despertam alegria, outras ainda entusiasmo.
A música, portanto, é criadora de estados de alma, os
quais fazem nascer idéias correlatas em nossas mentes!
Quem permite que uma
música crie em sua alma um estado de melancolia e tristeza naturalmente terá
tendências à tristeza e à melancolia, por isso mesmo, idéias melancólicas,
tristes e pessimistas.Fica então patente
que uma canção, por si só, sem levar em conta a sua letra, cria estados de
ânimo e suscita idéias.Tinham pois muita razão os filósofos gregos ao darem à
música um importante papel na educação e formação dos jovens.Aristóteles prevenia
que "pelo ritmo e pela melodia nasce uma grande variedade de
sentimentos" e que "a música pode ajudar na formação do caráter"
e que "se pode distinguir os gêneros musicais por sua repercussão sobre o
caráter.Tal gênero, por
exemplo, leva à melancolia, tais outros sugerem o desânimo ou domínio de si
mesmo, o entusiasmo ou alguma outra disposição já mencionada.(Citação de Aristóteles - apud W. Matt - Le Rock'n Roll, instrument de
Revolution et de subversion culturelle - Ed St. Raphael Sherbrooke, Quebec,
1981 pag. 6)
Platão é ainda mais claro sobre a música:
No diálogo República, ele adverte
que a música forma ou deforma os, caracteres de modo tanto mais profundo e
perigoso quanto mais inadvertido.
A maior parte das
pessoas não percebe que a música tem o poder de mudar o coração dos homens, e
que assim, pouco a pouco, molda a sua mentalidade. Mudando as mentalidades, a
música termina por transformar os costumes, o que determina a mudança das leis
e das próprias instituições.Por isto dizia Platão que é possível conquistar ou revolucionar uma
cidade pela mudança de sua música."Toda inovação musical é
prenhe de perigos para a cidade inteira"... "não se pode alterar os
modos musicais sem alterar, ao mesmo tempo, as leis fundamentais do
Estado". (Platão, República, Livro III).Para Platão, a
educação musical é a mais poderosa, porque permite introduzir na alma da
criança, desde a mais tenra infância, o amor à beleza e à virtude.A pessoa bem educada
musicalmente mais facilmente perceberia a beleza e a harmonia. E como não há
amor sem ódio, ela também odiaria o feio e o mal.
E pergunta Platão:
"Não saberá (tal pessoa)
louvar o que é bom, receber o bem com deleite e, acolhendo-o na alma, nutrir-se
dele e fazer-se um homem de bem, ao mesmo tempo que detesta e repele o feio
desde criança, mesmo antes de poder raciocinar? E assim quando chegar a razão,
a pessoa educada por essa forma a reconhecerá e acolherá como uma velha
amiga". (Platão, República, Livro III)
Bem educados
musicalmente, continua Platão, os jovens crescerão numa terra salubre, sem
perder um só dos eflúvios de beleza que cheguem aos seus olhos e ouvidos,
procedentes de todas as partes, como se uma aura vivificadora os trouxesse de
regiões mais puras, induzindo nossos cidadãos, desde a infância a imitar a
idéia do belo, a amá-la e a sintonizar com ela. (Platão, idem, ibidem.)Por isso, conclui
Platão, não se deveria permitir que os artistas exibam "as formas do
vício, da intemperança, da vileza ou da indecência, na escultura, na edificação
e nas outras artes criadoras."Não admitiremos que nossos
guardiães cresçam rodeados de imagens de depravação moral, alimentando-se, por
assim dizer, de uma erva má que houvesse nascido aqui e ali, em pequenas
quantidades, mas dia após dia, de modo a introduzirem, sem se aperceber disso,
uma enorme fonte de corrupção em suas almas". (Platão, idem, ibidem). Platão insiste no
poder insinuante da música de agir sem ser percebida, a ponto de conseguir destruir
ou revolucionar uma sociedade."pois é aí que a ilegalidade
se insinua mais facilmente, sem ser percebida...sob forma de recreação, à
primeira vista inofensiva. Nem, a princípio, causa
dano algum, mas esse espírito de licença depois de encontrar um abrigo, vai-se
introduzindo imperceptivelmente nos usos e costumes; e daí passa, já
fortalecido, para os contratos entre os cidadãos, e após os contratos, invade
as leis e constituições, com maior impudência, até que, ó Sócrates, transforma
toda, a vida privada e pública". (Platão, República, Livro III).É tão verdadeira essa análise do grande filósofo grego,
que ela se aplica perfeitamente ao que aconteceu com os costumes de nossa
sociedade.Até parece tratar-se
de um autor atual descrevendo o que ocorre em nosso tempo.Portanto, a música
pode ter um salutar efeito formador ou pode ser destruidora.Evidentemente, como é
mais fácil destruir do que construir, os efeitos da música daninha são mais
rápidos e eficazes que os da boa música.A corrupção estética
e moral, embora degrau por degrau, vai mais rapidamente até os mais profundos
abismos, do que a virtude em sua ascenção até os píncaros do heroísmo e da
santidade.Nesse trabalho de deformação e corrupção feito também
através da música, no século XX, devemos salientar o papel do liberalismo que
considera tudo pelo lado positivo e que, por isso, julga que nada deve ser
proibido.O liberalismo é a
"tolerância institucionalizada não só em certos casas ditas de
"tolerância" como na própria sociedade. O liberalismo é o sistema da
"tolerância".Por isso, os pais liberais permitem que os filhos tudo
ouçam, sem qualquer restrição.
Ora, à força de tudo ouvir,
acaba-se por tudo aceitar, à força de tudo aceitar, acaba-se por tudo
aprovar". (in Walter Matt, op. cit., pag. 22-23, nota 17 do tradutor,
parodiando palavras de Santo Agostinho).A aceitação do mal, a
convivência com ele, leva o liberalismo, no fim, a aprovar todo vício, todo
crime, todo absurdo, toda monstruosidade.Foi assim que a arte
moderna ajudou a deformar o século XX. É assim que o Rock dominou a juventude
mundial de nossos dias. Se há 50 anos tivessem dito que os netos dos fãs de
Frank Sinatra iam ser entusiastas do "Black Sabbath" ou do grupo
"Possessed", ninguém acreditaria. Mas, como a decaída se deu, degrau
por degrau, até o abismo, todo o liberalismo aprovou - Porque:"Vice is a monster of so frightfull mein As to be hated needs but to be seen Yet seen too
oft, familiar with his face We first endure, then pity, teh embrace" (Alexander
Pope) - ("O vício é um monstro de
aspecto tão horrível que basta vê-lo para detestá-lo Mas olhá-lo por demais
acostuma-nos com seu rosto Tolera do inicialmente, em seguida nos dá pena por
fim se o abraça".)
Esse foi o caminho da
juventude face ao vício e à música no século XX
Música: Símbolos - Idéias e Moralidade?
Para confirmar o que
dissemos - que a música transmite idéias - queremos citar um especialista bem
conhecido, o maestro Koelreutter, que em comentário feito sobre a
"Chacone" de Bach, na Rádio Cultura Fm de São Paulo, em agosto de
1993, declarou:"A música transmite
manifestações espirituais. A música é uma linguagem e, como linguagem ela é um
meio de transmissão. Ela transmite alguma coisa: uma mensagem, uma informação,
e assim por diante. Eu diria então que a música é uma linguagem que entre
outras coisas, é capaz de transmitir manifestações espirituais."Toda arte utiliza
símbolos para exprimir idéias. A música é uma arte e exprime idéias através de
símbolos sonoros.Ora, todo símbolo, embora objetivo, é ambíguo.A serpente é símbolo
do demônio, mas foi também símbolo de Cristo quando Moisés ergueu sua imagem de
serpente de bronze num madeiro para curar os judeus picados por cobras no
deserto.Ela é símbolo de
astúcia maligna e de prudência santa. ("Sede mansos como as pombas e
prudentes como as serpentes").A pomba é símbolo de mansidão e
também de estultície, diz a Escritura. (Sof III,1). Se as coisas criadas
contém símbolos ambíguos, a própria palavra, embora deva ser objetiva, também
pode ser deturpada em seu significado.Por isso, embora a
literatura seja a arte mais objetiva, quantas interpretações diversas são dadas
aos mais claros textos! Os símbolos sonoros ou musicais são os mais ambíguos e
menos claros de todos.A música é, pois, a mais subjetiva das artes. Daí o romantismo
subjetivista considerar que a música era arte mais romantizável.Por outro lado, a
música pode ser considerada, ao mesmo tempo, a arte mais elevada e a mais
baixa.A mais elevada, porque
ela consegue criar estados de alma que a própria palavra tem dificuldade de
expressar.
A música é a arte que mais se acerca do inefável, isto é, de Deus!
Entretanto, apesar de
atingir os cumes do inefável, a música é também a arte mais baixa, no sentido
em que ela atinge mesmo os que não têm cultura (os selvagens), mesmo os que
ainda não têm o uso da razão (os bebês são acalentados e se acalmam com canções
de ninar), mesmo os que perderam o uso da razão (consta que os loucos se
acalmam ao ouvir música clássica).Consta ainda que até
mesmo os animais são influenciados pela música.É ela a única arte
que pode atingi-los, porque o ritmo e os sons melodiosos (proporcionados)
repercutem favoravelmente no sistema nervoso deles. [Lemos algures que foram
feitas experiências com vacas em estábulos.Quando se tocava
Vivaldi elas davam mais leite. Quando se tocava Rock "escondiam o
leite". Tivemos notícia também que o Rock deixava furiosos os tubarões
vivendo em grandes aquários e que a música clássica os acalmava.O mesmo teria sido
verificado com os loucos.E um sacerdote nos
contou que ao tocarem Rock para selvagens africanos, eles perguntaram porque se
estavam chamando os maus espíritos...]Se a música cria
estados de alma, e ela é a mais ambígua das artes, é lógico e natural que os
seus autores tenham procurado tornar mais objetivo o que queriam dizer por meio
dela, colocando letras em suas canções.Uma das funções da
letra numa canção é esta: fixar de modo mais claro e objetivo o que os ambíguos
símbolos musicais insinuaram. Daí a essencial importância da letra para se
entender objetivamente uma canção.Quando alguém afirma
- como no caso do Rock - que aprecia uma canção mas que não dá importância a
letra, até mesmo porque não a entende, a pessoa não fica eximida dos efeitos
das idéias expressas pela letra da canção, porque a melodia diz vagamente o que
a letra expressa.Do mesmo modo, quem toma um veneno, embora não conheça ou não entenda a
sua fórmula, morre do mesmo jeito. Morre sem ter compreendido, mas morre.Quem recusa conhecer
os efeitos danosos que a droga produz no cérebro, e a toma, sofre do mesmo modo
os efeitos danosos da droga ingerida.Assim também quem
escuta o Rock apenas pela "melodia" ou pelo ritmo, acaba tendo sua
mentalidade transformada, e, sem ter entendido ou aprovado as letras das
canções de Rock, acaba tendo exatamente as idéias que elas expressam, de tal
modo os símbolos musicais falam e ensinam o mesmo que dizem as letras das
canções.Uma canção triste tem que ter uma
letra triste. Uma canção militar tem que ter letra heróica. Por isso uma música
rebelde tornará o jovem rebelde, ainda que ele não compreenda que a letra da
canção mande que ele se revolte contra os pais, professores e autoridades.Uma música diabólica
tornará o ouvinte que a escuta com prazer, satânico.Ainda que ele não
entenda que a letra mande adorar o diabo, ele blasfermará contra Deus, na
primeira oportunidade que lhe ocorrer.Consideremos outro
aspecto da questão. O liberalismo subjetivista dominante no mundo de hoje não
acredita que haja beleza objetiva. Tudo é questão de gosto pessoal. "Belo
é aquilo que eu acho belo", dizem todos. Esse pensamento decorre do
subjetivismo liberal face à verdade.Para o liberalismo
subjetivista não existe verdade nem bem objetivos. O que vale é a opinião de
cada sujeito, não o conceito certo e objetivo do que as coisas são.Daí, o liberalismo
ter criado o reino do "eu acho". Hoje, cada um acha "que algo é
certo ou errado, bom ou mau, justo ou injusto. No século XX - como nos
hospícios - cada um é livre de pensar o que quiser de si, dos outros e de tudo.
Pode achar que é Napoleão, que o sol é escuro, que o fogo não queima, que a
verdade não existe, ou que o Rock é belo.
Consequentemente, para o liberalismo não existe beleza
objetiva, o que vale é gosto pessoal !
As coisas então não
seriam objetivamente belas. O belo dependeria do gosto de cada um e, por isso,
algo poderia ser, ao mesmo tempo, belo e feio. É belo para um, é feio para
outro.Evidentemente essas
loucuras contrariam tudo o que a filosofia e o bom senso afirmam. Contrariam
mesmo os princípios fundamentais do pensamento humano:“O princípio de identidade (o ser é o que é); e o princípio de não
contradição (uma coisa não pode ser e não ser, ao mesmo tempo, sob o mesmo
aspecto). Se algo é belo, então não é feio.” Foram os gregos os
primeiros a demonstrar que a beleza material é matemática, pois depende de
medidas proporcionais.Uma coisa é materialmente bela quando suas várias medidas
formam uma proporção a/b=c/d.E uma proporção não
depende de opinião de ninguém. Ou é certa, ou é errada. Ou é proporção, ou não
é.Por isso, ou uma
coisa é bela (tem proporções) ou não é, independentemente do gosto que se tenha
por ela. Quem gosta de algo desproporcionado, tem mau gosto. E o mau gosto não
gera beleza.Mais tarde, os grandes filósofos escolásticos explicitaram
o que é a beleza em si mesma:
"Beleza é o resplendor da
forma sobre as partes proporcionadas e determinadas da matéria". (Santo
Alberto Magno)
"Beleza é o bem claramente
conhecido". (São Tomas de Aquino)
Beleza é o esplendor da verdade,
diziam os medievais. "Splendor veritatis, pulchritudo".
A música tem por fim
- como todas as artes - levar o homem a compreender uma verdade e amar o bem
que esta verdade afirma. Desse modo a música - como toda a arte - transmite
idéias e faz amar algo.
A música transmite idéias por três modos:
a) Pelos seus
símbolos sonoros.
b) Pelos estados de
espírito que suscita, os quais gerarão idéias.
c) Pelas letras
colocadas nas canções para exprimir mais objetiva e claramente o que os sons
simbolizam.
É esta capacidade de
transmitir idéias que levou todos os movimentos históricos a se exprimirem com
músicas. A Revolução Francesa, por exemplo, exprimiu seus ideais na
"Marselhesa". Não se venha dizer
que isto que afirmamos é pura teoria. São os próprios líderes do Rock que
confessam isto mesmo.
Vejam-se alguns testemunhos:
-A famosa - e
autorizada no tema - revista Rolling Stones afirmou:"Compreendemos
que a música era a cola que grudava uma geração e que através da música
comunicavam-se idéias sobre relações, sobre valores sociais, ética política e a
maneira com queríamos conduzir nossas vidas". (O Estado de S. Paulo,
Caderno 2, ano VII, no. 1940 1-VI-92 - o sublinhado é nosso).
-E Mick Jagger, líder dos Rolling Stones declarou:"Nós trabalhamos sempre para
dirigir o pensamento e a vontade das pessoas, e a maior parte dos outros grupos
faz outro tanto". (Apud Pe Jean Paul Regimbal e outros - Le Rock'n Roll
viol de conscience par les messages subliminaux - Editions St. Raphael
Sherbrooke, Quebec 1983, pag. 18 - o sublinhado é nosso)
-E os Beatles disseram:"Nossa música é capaz de
causar uma instabilidade emocional, um comportamento patológico, até mesmo a
revolta e a revolução".
-E Jimmy Hendrix,
famoso roqueiro que morreu por efeito das drogas, asseverou que a música Rock
tem um efeito ainda mais profundo:"É possível hipnotizar as
pessoas através da música; e, quando se atinge as pessoas no ponto mais fraco,
podemos pregar ao seu subconsciente tudo o que queremos dizer..." (Apud
Luc Adrian - Hard Rock, la danza del diablo - Revista Jesus Cristus - No. 26
março/abril 1993 - pag. 8)
-E Graham Nash, por
sua vez, confirma o que dissemos com as seguintes palavras:"A música pop é um meio de
comunicação que condiciona o pensamento das pessoas que a ouvem. Eu creio
também que os músicos, por meio desta música, gozam de uma vantagem fantástica.
Nós podemos dirigir o mundo... temos à nossa disposição o poder necessário".
(Apud Pe. J. P. Regimbal, op. cit., pag. 18)
Além de comunicar
idéias, a música, ao criar estados de espírito nos ouvintes, inclina-os a agir
de certo modo!
Por isso há músicas que, dando ânimo, incitam a pessoa que as
ouve a lutar contra as más tendências existentes em todo homem. Outras há,
porém, que criam estados de espírito tendentes ao vício. Que haja sons e
músicas sensuais é tão real quanto que existam sons e músicas que suscitam
alegria ou terror.Por isso também, a música pode levar a vício e pecados ou
então encaminhar para a virtude.A música realmente
bela deve encaminhar para o bem e para a virtude. Como poderia ser de outro
modo, se a beleza é o bem claramente conhecido? Como poderia ser diferente, se
em Deus, Verdade e Beleza são a mesma coisa?Com razão pois,
Platão dizia que a criança educada a amar boa música tenderia a praticar as
virtudes, porque a beleza e a virtude são como duas irmãs que se estimam e que
gostam de estar juntas.Um dos maiores pecados do Romantismo foi o de recusar
aceitar a existência da verdade objetiva e querer uma arte que apenas
agradasse.Ele separou a beleza
da verdade, assim como aceitou a separação da beleza e da moral feita pelo
Renascimento. Para o romântico só é belo o que agrada. Só o que agrada é belo.
Sem relação desse agrado com o bem e com a verdade.Ora, aquilo que simplesmente agrada, divorciado da verdade e do bem, é o
pecado. Todo vício agrada. O que o torna o vício é ser contra a razão e contra
o bem da virtude.O romantismo, buscando
apenas o agradável, se constitui num pecado. Educados pelo
liberalismo e pelo romantismo a só buscarem o agradável, os homens do século XX
passaram do agradável puramente sentimental, ao agradável sensual, para enfim
mergulharem aberta e confessadamente no sexualismo, e, deste, na frustação, no
tédio, no mistério, no horror e no satanismo.Também o Rock seguiu
esse caminho do sentimentalismo ao sexualismo até o satanismo.Com efeito, as primeiras canções em ritmo de Rock eram sentimentais.
Depois, chegaram à adoração do diabo.Que o Rock além de
infundir idéias excita ao pecado é fato reconhecido do modo mais aberto e
escandaloso por seu líderes mais cotados.
-O empresário dos
Rolling Stones declara com cinismo:"A música pop é sexo; aos
adolescentes, é preciso encher-lhes a cara com sexo". (Apud Walter Matt,
op. cit., pag. 15)
-E Sara Davidson
confessa: "A sexualidade, eis o fundo da língua e da gíria do Rock".
( idem, op. cit. pag. 16)
-E Mick Jagger: "A música Rock é o sexo e é necessário assestá-lo à ilharga dos jovens.
Meu auditório, eu consigo seduzi-lo, exatamente como um artista de
strip-tease". (Apud Mons. R. Williamson - rev. Semper, no. 2, pag.23)
-E Alice Cooper:"Meu público quer ser
tratado por mim como um criminoso sexual trata sua vítima... A relação entre eu
e meus ouvintes é altamente sexual. Dominar um público desta maneira é uma
experiência poderosa e satisfatória".
De fato, o que se vê
nos festivais e concertos de Rock é um espetáculo orgiástico, com atos sexuais
e libidinosos, nudismo, frenesi, taras, tudo explícita e cinicamente praticado
em público.As letras das canções
de Rock são cinicamente pornográficas. Nelas se encontram palavrões brutais,
imagens obscenas, incitamento ao pecado. As canções do conjunto Guns n'Roses e
as de Jimmy Hendrix, só para citar exemplos, estão cheias dessa sordice.Não só se excita ao
sexo, mas se prega descaradamente o uso de tóxicos. É sabido que grande número
de artistas de Rock é viciado em drogas, e que bom número deles morreu por seus
efeitos.
E na canção My Michelle dos mesmos Guns n'Roses
se pode ler:
"Seu papai trabalha na indústria pornô
agora que a mamãezinha não está por perto
ela costumava amar sua heroína
mas agora ela está embaixo da terra
então você fica fora de casa até tarde da noite
e consegue sua coca de graça".
(Revista citada da Abril Cultural, pag. 24)
É bem conhecido que a
canção "Bridge over trouble water" cantada por Elvis Presley fazia
referência ao uso de drogas falando da "silver girl" (garota de
prata), expressão que foi anexada ao jargão roqueiro para designar a agulha
hipodérmica usada para injetar cocaína na veia.Não há dúvida pois
que o Rock é uma das causas responsáveis pela atual degeneração da juventude em
todo o mundo."Ninguém pode dizer que a influência
do Rock'n Roll foi sadia e positiva! Ele é como um tocador de flauta mágica
encantada, pervertido, conduzindo toda uma geração à sua auto destruição"
(Pat Boonem , The roots of Rock'n Roll). O Rock'n Roll
portanto difunde idéias, suscita comportamentos imorais e prega a rebelião. Por
isso ele se constitui numa verdadeira ação revolucionária que alcançou um
efeito mais profundo do que o de qualquer ideologia totalitária, do nazismo ao
comunismo.
"Eu me sinto espiritualizado
em cena. Tomai-nos por políticos do erotismo. Interesso-me por tudo o que tinha
a ver com a revolta, a desordem, o caos, sobretudo a atividade que não possui
qualquer sentido". (Jim Morrison, cantor e líder roqueiro encontrado morto
em sua banheira, provavelmente por overdose").
Rock e Revolução
Políticos do
erotismo, arautos da desordem e do caos, propugnadores da ação sem qualquer
sentido. Rebeldes contra a sabedoria e a lei. Apóstolos da irracionalidade e do
desespero. Tais se confessam os líderes do movimento Rock.Enganam-se os que
julgam que o Rock foi apenas uma revolução musical. Ele foi mais. Foi uma
revolução cultural que se estendeu das modas à religião, do gosto ao
comportamento social.Neste final do século
XX, século que assistiu o nascer, o triunfo e o desmoronamento
surpreendentemente rápido e imprevisto de tantas ideologias revolucionárias, do
nazismo ao comunismo - uma revolução se mantém e aparece como triunfante. Ela
impôs uma nova "arte", uma nova moda. Ela quer a libertação de todas
as leis, regulamentos e normas sociais.Ela se impõe à sociedade liberal, querendo que ela se
torne libertária.Ela exige o
permissivismo. Contra tudo o que é refinado e aristocrático, ela ostenta a
preferência pelo que é sujo, prosaico, baixo, vulgar ou grosseiro. Ela faz
apanágio da obcenidade e da depravação. Radicalmente imoral, exige a liberação
das drogas, além de sexo livre e público. Defende taras e perversões.Quer o absurdo e preconiza a
abolição da racionalidade. Naquilo que a arte moderna fracassou, o Rock obteve
êxito; torna o feio, o nojento e o monstro admiráveis.Pior que as
ideologias totalitárias que ofereciam a esperança insana de construir um
paraíso quiliástico ou utópico na terra, em que não haveria males nem misérias,
a revolução do Rock promete apenas frustração, desespero, suicídio, loucura e
inferno. E, apesar disso, essa revolução que propõe o quiliasma do horror
triunfa."Mistura de ritmos e de gêneros musicais, de sons e tradições, a
música corre mais depressa que os homens; ela conseguiu realizar a verdadeira
revolução deste século" (...). Ela é, ao mesmo tempo, o espelho e o
instrumento de uma transformação política e cultural sem igual na
história." (Le Nouvel Observateur no. 1441, 18-24, junho de 1992, artigo
de Elizabeth Schemla - La Révolution Musique, pag. 4).Os próprios expoentes
do movimento Rock proclamam que realizaram mais do que uma simples inovação em
matéria musical: desencadearamm uma avalanche revolucionária."É necessário
que nos levantemos em plena rua este é o tempo de revolução violenta"
(Rolling Stones)."O Rock marcou o
início da revolução. Nós fundamos uma nova vida política com um estilo de vida
psicodélico. A nossa maneira de viver, o nosso ácido (droga), as nossas
vestimentas "freaky", a nossa música Rock, aí está a verdadeira
revolução". (Jerry Rubin).
O tristemente conhecido líder dos Beatles, John
Lenon, declarou:
"Eu não gosto de
ouvir dizer que os Rolling Stones são como revolucionários e nós, os Beatles,
não somos. Se os Stones o fossem, ou o forem, também os Beatles o seriam de
fato". (Apud Mons. R. Williamson - rev. Semper, no. 2, pag. 23).
O Rock é de fato
sintoma e fator gerador da revolução (L. Bernstein), é "espelho e
instrumento de transformação política e cultural, sem igual na história".
(Elizabeth Schemla - Le Nouvel Observateur)
Note-se a
correspondência dessas opiniões:
a) o Rock é sintoma e
espelho da mentalidade que nasceu do liberalismo;
b) é fator gerador e
instrumento de revolução.
Com efeito ele é
espelho e sintoma, porque expressa as tendências libertárias, igualitárias,
irracionais e anárquicas que o liberalismo e o romantismo punham como ideal a
atingir.O liberalismo e sua
expressão artística, o romantismo, semearam os ideais falsos cujos frutos o
Rock cultiva e colhe.O liberalismo
desejava que o homem fosse absolutamente livre de toda coerção de lei,
regulamento, disciplina e até de regras de etiqueta. Os pais que tinham essa
mentalidade liberal e romântica nela educaram os seus filhos, que
coerentemente, levaram essas idéias às sua consequências lógicas. O jovem
roqueiro, totalmente revoltado, radicalmente anárquico, absolutamente livre,
realiza o ideal libertário de seus progenitores.O romantismo defendia
o sentimento contra a razão, que ele considerava enganadora. Negava, com o
liberalismo, a existência da verdade objetiva, e punha o sentimento como valor
supremo. Naturalmente, isso o levou a buscar sensações cada vez mais violentas.
No Rock, o sensualismo, semeado pelo romantismo, chega ao ápice. O Rock quer o
gozo de qualquer prazer, em grau máximo, sem nenhum controle. Ele quer a droga,
seja como fonte de prazer, seja como meio de anular e destruir a razão e a
visão racional do mundo.O que Platão dissera
sobre o poder da música no diálogo República, nós o vimos realizado em nosso
século.É portanto natural
que nas letras das canções de Rock se explicitem as idéias revolucionárias que
suas músicas expressam através dos símbolos sonoros.
Na canção "Ângela", Lenon pede igualdade como valor mais
alto, negado aos homens de hoje:
"Eles te deram a luz solar.
Eles te deram o mar.
Eles te deram tudo,
Menos a chave da cadeia.
Eles te deram café.
Eles te deram chá.
Eles te deram tudo,
Veja-se como o "inocente" líder dos Beatles
incita os filhos dos liberais à revolta contra a família e a escola:
"Nascemos numa prisão (a família)
Crescemos numa prisão.
Mandados para uma prisão chamada colégio.
Choramos numa prisão.
Amamos uma prisão.
Sonhamos numa prisão.
como tolos
Trabalhamos numa prisão
Vivemos numa prisão
"Nós vemos o
sexo, o Rock'n Roll e a droga, como fazendo parte de uma conspiração comunista
para conquistar a América... Nós combinamos a juventude, a música, o sexo, as
drogas e a revolta, tudo isto fazemos coincidir com a traição, de modo a formar
um todo coerente, uma frente inexpugnável". (Apud. Mons. R. Williamson,
revista Semper no. 2, pag. 23).O ódio à autoridade e
o amor a rebelião pregado nas canções de Rock têm como primeiras vítimas os
pais e os mestres dos jovens roqueiros. Em casa, eles se revoltam contra a
autoridade do "velho" e da "velha". Na escola (prisão),
subvertem toda a ordem, desacatando professores e diretores. Quantas tragédias
familiares não tiveram raiz nos discos de Rock que os pais permitiam que seus
filhos - mimados e "inocentes" - ouvissem. Em São Paulo, houve casos
de um jovem que matou toda a família depois de, ouvir Rock no mais alto volume
de seus aparelhos de som.
Veja-se agora o que
prega a canção "The end" do conjunto Doors de Jim Morrison, um
revoltado contra a autoridade de seu pai:
"Cavalgue a serpente, cavalgue a serpente
O matador acordou antes da aurora,
calçou suas botas.
Colheu um rosto da antiga galeria
e seguiu pelo corredor.
Foi até o quarto onde morava sua irmã,
e então fez uma visita a seu irmão,
e então seguiu pelo corredor
e chegou a uma porta
e olhou para dentro
"Pai?"
"Sim, filho"
"Eu quero matá-lo"
No Brasil, o conjunto "Garotos Podres" (Les
bien auto nommés) berram na canção Anarquia:
"Um dia você vai descobrir
que todos te odeiam
e te querem morto,
pois você representa um perigo ao poder
Anarquia
Anarquia
Anarquia
Eles não querem que você
viva, destrua o sistema
antes que ele o destrua...
Portanto, a revolução
que o Rock desencadeia nas almas - como reconhecem os seus arautos - é que visa
destruir toda a autoridade na família, na escola, na sociedade. O Rock é por natureza, anárquico!
O ritmo e seus efeitos
A tudo isto
reponder-nos-ão alguns roqueiros, insistindo, que nada disto lhes interessa. O
que apreciam no Rock, o que querem ouvir - mesmo que as letras pregarem
submissão e obediência - é o ritmo. Só o ritmo lhes importa. E, segundo eles, o
ritmo não transmite idéias.Platão não concorda,
pois afirma que há ritmos moles e frouxos que devem ser banidos (Platão,
República III).Também o anarquista e roqueiro Jerry Rubin não aceita que
o ritmo não transmite idéias. Ele escreveu:Elvis [Presley] despertou nossos
corpos, mudando-os completamente. O Hard-Rock animal que guarda seu segredo no
"beat" enérgico (esta repetição de pulsações regulares combinadas com
ritmos sincopados é a base do Rock) penetrava ardorosamente no interior de
nosso corpo; o ritmo arrebatador fazia surgir todas as paixões que estavam
comprimidas (...) O Rock marcou o princípio da Revolução" (Apud Luc Adrian
- Hard Rock, la danza del diablo - Revista Jesus Cristus - No. 26 março/abril
1993 - pag. 8).E. R. Dodds, mostra
como o ritmo do tambor do culto de Baco tinha um efeito físico e psicológico
espantoso nas bacantes, que influenciadas pelo ritmo do tambor e pelo som da
flauta - pareciam loucas. "Uma tradição délfica recordada por Plutarco
sugere que o ritmo ,por vêzes, produz uma verdadeira perturbação de
personalidade (...) Em muitas sociedades, talvez em todas as sociedades, há
pessoas para as quais, como nota Mr. Aldous Heixley, "as danças rituais
permitem uma experiência religiosa que é mais satisfatória e convincente do que
qualquer outra... É com seus músculos que muitas pessoas obtém mais facilmente
o conhecimento do divino" (E. R. Dodds, The Greeks and the irrational,
Univ. of California Pres, Berkley and Los Angeles, 1963, pag. 232- 233).Segundo um sábio maometano: "aquele que conhece o poder da dança,
reside em Deus", mas o poder da dança é um poder perigoso. Como outras
formas de auto capitulação, é mais fácil começar do que acabar com ele. Na
extraordinária loucura de dançar que periodicamente invadiu a Europa do século
XIV ao século XVII, as pessoas dançavam até cair - como o dançarino no Bacchal
136 ou o dançarino no vaso (grego) de Berlim (No. 2471) e jazia inconsciente
pisoteado por seus amigos".(E.R. Dodds, op. cit., pag. 271 à 272)
-Frank Zapper, músico de Rock,
afirma: "Dei-me conta de que esta música se apodera dos jovens, porque o
seu forte bater corresponde aos grandes ritmos do corpo humano". (Mons. R.
Williamson, op. cit., pag. 27)
-Walter Matt escreve: "O martelamento da música Rock
visa intencionalmente excitar sexualmente os ouvintes, sobretudo os jovens
certamente. Disto pode-se dar uma breve explicação.
-A música Rock quase
não tem melodia, e o texto quase não tem senso - bom senso - (Hélas às vezes
tem sentido horrível e espantoso). Resta o elemento essencial: o ritmo, e nosso
corpo é sensível a ele. Aos membros da "American Psychiatric
Association", o Dr. Howard Hanson declarou:"Primeiramente,
ainda que considerando tudo o mais, quanto mais o movimento ultrapassa em
velocidade o ritmo do pulso e sobe além do ordinário, mais também se acresce a
tensão emotiva". (W. Matt, op. cit., pag. 5)
Ele cita ainda as
observações de Alice English Monsarrat, segundo a qual, com o ritmo do Rock
(...) pode-se produzir sobre não importa qual organismo humano uma
desintegração histérica, como se notaria numa pessoa que quisesse
precipitar-se, com raiva, em duas direções opostas, ao mesmo tempo (...).
Tem-se experiência disso em psiquiatria: é precisamente o conflito de emoções
criado pela ação de dois estimulantes com percussões divergentes que conduz a
nossa clínicas, em grande número, irrecuperáveis destroços de humanidade".
(W. Matt, op. cit., pag. 6).Monsenhor Richard
Williamson chega às mesmas conclusões, quando explica os efeitos do ritmo do
Rock:"Dirigindo com
cuidado a seqüência dos ritmos, diz John Phillips, do grupo "Mamas and
Papas", pode-se induzir a histeria no seio do auditório. Nós sabemos
fazê-lo. Qualquer um sabe fazê-lo. E para provar o que diziam, eles causaram um
motim num concerto em Phoenix, Arizona!"(Mons. R . Williamson - in Semper
no. 2 Revista da Fraternidade Sacerdotal S. Pio X, Portugal, pag. 28). Durante o I Congresso
Mundial sobre Pré-Natal, em Granada, foram apresentados estudos mostrando que a
música de Madona, por exemplo, favorece a ocorrência de aborto, motivo pela
qual a Cruz Vermelha aconselhou as mulheres grávidas que forem a concertos de
rock a ocupar as últimas fileiras. (O Estado de São Paulo, pág. 15, 18- III-93).São bem conhecidas as
ações a que se entregam os jovens uns contra os outros, e sem razão alguma, nas
danceterias. Hoje em dia são também conhecidos muitos grupos de Rock que
destroem totalmente a cara aparelhagem de som que usaram, no final de seus
"concertos". A prática do "mosh" - roqueiro que levado pela
euforia, já não se contém e se joga no ar, caindo sobre os outros - é outra
prova dessa falta de domínio que leva à violência e a atos incontroláveis.Em suma, os efeitos
fisiológicos e psicológicos do ritmo do Rock levam os jovens, como é de
conhecimento público, a atitudes imorais que os cantores de Rock preconizam
pelas letras de suas canções e pelos exemplos de suas vidas, tais como:
- Perversões sexuais
e pornografia
- Uso de droga
- Revolta contra toda
lei contra toda autoridade
- Violência
- Suicídio
- Crime e parricídio
Rock e Religião
Os adeptos do Rock consideram a canção "Stairway to Heaven",
do conjunto Led Zeppelein, como o hino do Rock.Curiosamente ela é
uma canção que principia muito lânguida, parecendo uma "complainte"
medieval, com sons de queixume, um tanto melancólica. À medida que vai
prosseguindo, ela vai tendo seu ritmo cada vez mais acentuado até atingir, no
final, o ritmo frenético típico das canções de Rock. Desse modo ela resume, em
sua execução, todo o caminho da história do Rock: do início sentimental até o
ritmo alucinante e frenético.Entretanto, não é só
por ser uma síntese dos ritmos do Rock que essa canção é importante. Ela tem,
de fato, um fascínio particular, que se diria mágico. Ela como que gruda na
memória de quem a ouve, com um poder estranho.Já as gravuras do
álbum de apresentação são curiosas:
Num quadro dependurado numa velha parede de
reboco deteriorado, aparece um velho curvado sob o peso de um grande feixe de
lenha amarrado às suas costas. Uma segunda gravura mostra uma aldeia ao longe e
uma montanha pela qual sobe, rastejando, um homem em direção ao pico, onde se
levanta uma figura fantasmagórica: uma espécie de monge de túnica e capuz,
tendo numa das mãos um bordão, e na outra uma lanterna onde, em lugar da chama,
brilha uma estrela hexagonal. Ele olha para baixo, em direção ao homem que sobe
a vertente pedregosa, fascinado pelo brilho da estrela.Ora, essa estrela
hexagonal é a estrela alquímica, o hexagrama cósmico, o selo de Salomão, a
estrela dos magos. Ela é formada por dois triângulos superpostos, indicando a
união do divino e do humano, o abismo superior e o abismo inferior. O triângulo
com vértice para baixo representa nos três ângulos os minerais, vegetais e
animais; o triângulo de vértice para o alto, em seus ângulos, simboliza o rocio
ou a chuva, o mar e a terra. Este hexagrama cósmico é cercado normalmente pelos
símbolos dos metais e planetas e pela serpente ourobouros que come a própria
cauda. Esse hexagrama cósmico aparece na Aurea Catena Homeri, famosa obra
alquímica. (Cfe. Ronald B Gray, Goethe, The Alchimimist - Cambridge
- University Press, Prancha I e Fulcanelli, Le Mystère des Cathédrales, Jean
Jaques Pauvert, Paris, 1964, pag. 66)A letra da canção vem
estampada em caracteres góticos, e uma pequena gravura mostra um homem lendo,
atento, um velho livro com fechos de metal. Conforme conta Luc Adrian no Artigo
Hard-Rock, La Danza del Diablo (Jesus Cristus No. 26 - março/abril 1993 - pag.
8) num estojo do disco Stairway to Heaven havia a seguinte frase:"Pela audição do disco, os jovens estão sob um encantamento, são dominados,
dirigidos por forças ocultas, demônios. Isto pode levar à possessão
demoníaca".
"Há uma Dama que tem certeza de que tudo
o que brilha é ouro!
E ela está comprando uma escada para o céu.
E quando ela chegar lá, ela sabe
que se as esferas (compartimentos) estiverem
fechadas,
Com uma palavra ela pode obter aquilo que veio
procurar.
Há um sinal na parede,
Mas ela quer estar certa,
porque, você sabe, muitas vezes as palavras têm
dois sentidos.
Numa árvore à beira do riacho há um pássaro
cantor que, por vezes, canta
Todos os nossos pensamentos estão enganados.
Há um sentimento que me domina quando eu
olho para o oeste,
E meu espírito está gritando para partir.
Em meus pensamentos eu tenho visto anéis de fumaça através das árvores.
E as vozes daqueles que estão de pé, olhando
E é sussurrado que logo, se todo nós
evocarmos a canção
então, o tocador de flauta nos conduzirá à razão
E um novo dia cairá para aqueles
que há tempos esperam
E as florestas ecoaram com risos
E isto me faz desejoso...
Se algo se mexer em seu canteiro
não se assuste
É apenas uma nascente límpida para a Rainha de Maio.
Sim, há dois caminhos que você pode seguir
mas na longa caminhada
há sempre tempo para deixar a estrada que você está percorrendo
Sua cabeça está zumbindo e o zumbido não quer passar - caso você não
saiba -
é o apelo do flautista que está chamando para ir juntar-se a ele.
Cara dama, pode você ouvir o vento soprar
e você sabe
que sua escada se apóia no murmurante vento
E como o vento ao longo da estrada,
Nossas sombras vão ficando menores
que nossa alma
Aí caminha a dama que todos conhecemos
que brilha com luz branca e quer mostrar
como todas as coisas ainda se transformam em ouro
E se você ouvir muito atentamente
o canto finalmente chegará até você
Quando todos são um e um é o tudo
para ser uma rocha e não rolar".
Estranha canção! Que
significa essa letra misteriosa?
É claro que poucos a
entendem. Aqui e ali um verso deixa entrever algo. Apenas o suficiente para
despertar curiosidade. Apenas o suficiente para perceber que nela há algo
oculto. Algo que imediatamente se esconde nas brumas mais espessas do verso
seguinte, ainda mais misterioso. Essa canção é como um véu que vela e revela.
Ela clama por ser decifrada. Evidentemente, os que percebem que nela há algo
misteriosamente oculto procurarão escalar sua montanha de mistério, onde no
alto, alguém, ainda mais misterioso, faz brilhar um lanterna na noite.
Quem é essa dama de que fala a canção?
Dela se diz que quer
comprar uma escada para o céu. Ela julga que tudo que reluz é ouro. Sua escada
se apoia no vento. Diz-se ainda que todos a conhecemos e que ela quer
demonstrar que é possível ainda mudar tudo em ouro.Ora, a pretensão de
transformar tudo em ouro é o sonho da Alquimia, ciência esotérica, fundada numa
concepção gnóstica do mundo. Para a alquimia, todas as coisas teriam como
substância fundamental e primeira o ouro. Por isso, tudo que existe tem um
certo brilho. Até o carvão pode se transformar em luz ou em diamante brilhante.
As matérias mais opacas podem, por atrito, começar a brilhar.Para a Alquimia,
contudo, o verdadeiro fruto da arte real não é a de transformar chumbo em ouro,
mas sim de transforma o alquimista em Deus. O ouro que se supunha existir, como
elemento fundamental de todas as coisas, era apenas símbolo do pneuma divino -
de centelha divina - que jazia aprisionado no âmago de todo o ser. Mais que
transformar tudo em ouro, seria preciso transformar tudo em Deus, libertando as
centelhas divinas do cárcere da matéria, da razão e da moral.Ora, a Alquimia era representada na Idade Média, por uma mulher
segurando uma escada de nove degraus, que repousava sobre o solo, e no alto se
apoiava em nada, isto é, atingia as nuvens tocadas pelo vento.Essa representação da
Alquimia pode ser vista esculpida no portal da catedral de Notre Dame, em
Paris. A mais importante obra alquímica de nosso tempo - Le Mystère des
Cathédrales -, de Fulcanelli, apresenta uma reprodução desse relevo.
(Fulcanelli, Le Mystère des Cathedrales, ed. J. P. Pouvert, Paris, 1964 pag. 32-33
Pranche II) Logo após a apresentação da dama alquímica, se diz que ela está
comprando uma escada para o céu, isto é, um meio para atingir a felicidade
absoluta. Ela a adquire com suas forças, e a escada é um meio natural para
alcançar a divindade. Está é a scala philosophorum, símbolo da paciência que
devem ter os alquimistas ao longo das operações do trabalho hermético (cfe.
Fulcanelli, op. cit., pag. 90). Explica-se a seguir que se os
"stores" - os compartimentos, as esferas celestes, os ayon na linguagem
gnóstica - estiverem fechados, ela, com uma palavra, poderia abri-los.Ora, segundo vários
mitos gnósticos, o deus criador - o deus do mal - teria prendido as partículas
divinas no universo material, que seria guardado por um arconte, ou espírito diabólico.
Quando o homem morre, seu espírito procura atravessar as esferas que circundam
a terra, mas só conseguirá passar por elas, se conhecer a palavra mágica que as
abre ou se souber usar o sinal que as marca. (Cfe. Hans Jonas, La Religion
Gnostique, Flammarion - Paris, pag 63-64)Entretanto, se o
espírito se equivocar na palavra de passe ou na fórmula a usar, ele recairá na
matéria, não atingindo o "céu", isto é, sua libertação e divinização,
ele se reencarnará.A canção alude, a
seguir, a um pássaro numa árvore, o qual, por vezes, canta. Ora, no mesmo livro
de Fulcanelli, se reproduz outro relevo dos portais de Notre Dame, de Paris, e
que representa o alquimista junto a seu "laboratório". Aí se vê o
alquimista sob a aparência de um velho apoiado num bordão, junto à caverna que
representa o laboratório alquímico. A seus pés jorra a fonte
"magnésia", de onde escorre o mercúrio necessário à obra alquímica. A
essa fonte límpida que corre para a Rainha de Maio, é que faz menção um dos
versos da canção. Numa árvore próxima, há um pássaro cantando, que, segundo
alguns, representa a ave fênix, símbolo do espírito divino existente no fundo
da alma humana.
Adverte ainda a canção que "todos os nossos pensamentos estão
equivocados"!
De fato, para a
gnose, a inteligência nos teria sido dada pelo deus do mal ao nos criar, para
nos enganar. O demiurgo mau teria construído um mundo inteligível e nos teria
feito inteligentes para que, compreendendo o mundo, o julgássemos bom, e já não
quiséssemos sair dele. Por isso a inteligência sempre nos levaria ao erro.
Depois, a canção afirma que, ao olhar para o oeste, isto é, para a direção em
que morre o sol, a pessoa que canta fica dominada por um sentimento e seu
espírito clama por deixar o corpo, isto é, para morrer. Porque, para a gnose e
para a Alquimia a morte seria o único meio de o homem se libertar de seu
corpo-cárcere.E é preciso não esquecer que Oriente é um dos nomes que a Escritura dá a
Cristo, e que, portanto, o Oeste é oposto a Cristo, isto é, o demônio e a morte.E tudo isto deixa o
cantor desejoso, maravilhado. Fugiria do escopo
deste trabalho fazer uma análise mais exaustiva dessa canção. Queremos apenas
mostrar que ela, veladamente, propõe uma visão gnóstica do mundo. Por isto ela
conclui dizendo que, ao final, nós todos seremos uma só coisa e que o
"um" é o tudo. Quando então nos tornarmos o Um - o tudo - isto é,
deus, então seremos "Rock" - fixos - e já não mais estaremos sujeitos
à evolução. "To Be a Rock and not to roll ..."O autor da letra da canção
"Stairway to Heaven", Robert Plant, declarou: "as palavras (da
canção) foram recebidas por mim instantaneamente, não mudei nenhuma. Estou
orgulhoso delas. Penso que alguém me soprou essas palavras". (Cfe. Luc
Adrian - art. cit. in Jesus Cristus No. 26 pag. 8) Há pois, no Rock and Roll,
uma religião oculta, a gnose, que no fundo adora Satã.Segundo alguns, essa
mesma canção tocada em sentido inverso, permitiria ouvir frases satânicas,
exatamente no trecho em que se diz que o espírito humano clama por partir,
quando olha para o oeste, símbolo da morte. Nesse ponto, se ouvem as seguintes
palavras: "I've got live for Satan". (Eu decidi viver para Satã). Isto coloca o
problema das mensagens subliminares ou secretas no Rock.
Mensagens Ocultas e Explícitas no Rock
Qualquer fã do Rock
conhece essa questão. Quase todos já fizeram a experiência de tocar um disco de
Rock ao contrário para ouvir possíveis mensagens ocultas.John Lenon contou que
costumava tocar discos em sentido inverso. "Yoko veio em casa durante a
noite e, como não sabíamos o que fazer, fomos ao estúdio e recomeçamos a ouvir
minhas fitas tocadas ao contrário". (John Lenon, Editora três, S. Paulo,
1989, em "A última entrevista de John Lenon", pag. 9).
Muitas outras canções teriam mensagens ocultas (só captadas pelo inconciente)!
Num disco do grupo
Iron Maiden, há uma pequena faixa com poucos sulcos gravados. Tocado em sentido
normal, ouvem-se sons sem sentido, como de algo que foi gravado ao contrário.
Invertendo-se o sentido do disco ouvem-se nitidamente palavras estranhas, numa
língua que desconhecemos.A imprensa tem publicado notícias
sobre essas gravações invertidas, suas mensagens satânicas ou corruptoras. Até
se noticiou que em um disco de uma apresentadora de programas infantis, Xuxa,
gravado em castelhano, no Chile, se ouviria dizer que "El diablo es
magnífico".E tal apresentadora
não contestou o fato, embora procurasse eximir-se de culpa. Alguns afirmam - um
pouco imaginativamente - que tais mensagens teriam um efeito subliminar, mesmo
quando se ouve o disco tocado em sentido normal, o que nos parece bem pouco
crível.De nossa parte cremos
que, se essas mensagens existem, - em alguns casos, elas parecem indiscutíveis
- elas têm o objetivo apenas de aguçar a curiosidade do ouvinte para a procura
de coisas ocultas. Seriam apenas um meio de iniciar uma "iniciação".
Essas mensagens teriam a função do "véu", nas doutrinas esotéricas.
Inicialmente, o Rock se apresentou como
militantemente ateu!
Os Beatles, por
exemplo, a princípio um grupo apresentado pela imprensa como simpaticamente
jovem e inocente, na verdade, difundia o ateísmo."Nós parecemos ser
anti-religiosos, provavelmente, porque nenhum de nós Beatles, crê em
Deus", declarou, certa vez, Paul Mc-Carthney.Derek Taylor, agente
publicitário dos Beatles na primeira excursão aos Estados Unidos, declarou:
"Incrível! É absolutamente incrível! Quatro rapazes de Liverpool, sem
cultura, ímpios, vulgares, conquistaram o mundo. É como se eles tivessem fundado
um outra religião. No fundo, Anti-Cristo. Eu quero dizer isto: eu mesmo sou um
anti-cristo, mas eles o são a ponto de me espantar, coisa que não é
fácil". (W. Matt, op. cit., pag. 8)É muito provável que
tais declarações tenham causado grande escândalo. Por isso, um dos componentes
do grupo Beatles, Ringo Star, declarou por sua vez:"Em todo caso, acrediteis
nisso ou não, não somos Anti-Cristo. Somos somente Anti-Papa e anti-cristãos.
(Walter Matt, op. cit., pag. 8). De fato, o que se
constatará no exame das letras das canções dos Rock é o ódio não contra a
religião, mas contra o cristianismo, e mais, precisamente, contra o
catolicismo.Todos os conceitos
teológicos expressos nas canções de Rock são exclusivamente uma negação da
teologia católica. Jamais nelas se atacam crenças de qualquer seita ou religião
que não o catolicismo. O que se louva nas canções de Rock é o que o catolicismo
condena. O que se condena é o que o catolicismo louva e adora. A música Rock é
anti-católica.
Na canção "Luxuria" do grupo francês Trust, se
diz:
"Teu Deus te havia tão
piedosamente edificado.
Porém, desde agora, tu estás, de
novo, condenado.
Tudo o fizeste para mim tu o
deves,
eu te ofereço o gozo aqui, em
baixo (...)
meu fanatismo e meu rigor fizeram
de ti um depravado
(...) E desejavas mulheres, e
para ti as cortejei
Depois, quiseste possuí-las
e teus fantasmas eu os realizei
Teu desejo de riqueza gerou em ti
uma série de orgias sem
preocuparte com o preço. Depois, obtiveste celebridade (...)
Fazendo de ti um perverso
desesperado
porém, dede agora, estás de novo
condenado" (Apud. Luc Adrian, art. cit. pag. 10) John Lenon
proclamou:
"Christianity will go
It will vanish shrink
I need n't argue about
that,
I'm right and will be
proved right
We're more popular than
Jesus Christ now
I don't know which will go
first
Rock'n Roll or Christianity".
("A cristandade vai acabar,
ela vai se esvaecer.
Eu não acho preciso discutir isto.
Eu estou certo e o futuro provará que estou certo.
Nós agora somos mais populares que Jesus Cristo.
Eu não sei que vai desaparecer antes,
O Rock'n Roll ou o Cristianismo".) E esse cantor comunista e
drogado fez jovens batizados cantarem seus verso ímpios:
"Deus é um conceito
pelo qual medimos
nossa dor
(...)
Não acredito em mágica
Não acredito em Y-Ching
Não acredito na Bíblia
Não acredito em Tarot
Não acredito em Hitler
Não acredito em Jesus
Não acredito em Kennedy
Não acredito em Buda
Não acredito em Mantra
Não acredito em Gide
Não acredito em Yoga
Não acredito em Reis
Não acredito em Elvis
Não acredito em Zimmermann
Não acredito nos Beatles
Eu só acredito em mim
Em Yoko e em mim.
Essa é a realidade.
O sonho acabou" (John Lenon, canção God)
O conjunto brasileiro
Titãs compôs a seguinte canção contra a qual jamais ouvimos em São Paulo, um
sacerdote protestar, contra a qual jamais a CNBB disse coisa nenhuma!
Igreja "Eu não gosto de padre
Eu não gosto de Madre
Eu não gosto de Frei
Eu não gosto de Bispo
Eu não gosto de Cristo
Eu não monto presépio
Eu não gosto do vigário
nem da missa da seis
Eu não gosto de terço
Eu não gosto do berço
de Jesus de Belém
Eu não gosto do Papa
Eu não creio na graça
Do milagre de Deus
Eu não gosto de igreja
eu não entro na igreja
Em outra canção intitulada "Fátima", de Flávio
Lemos e Renato Russo, se canta:
"Três crianças sem dinheiro e sem moral
Não ouviram a voz suave que era uma lágrima
E se esqueceram de avisar pra todo mundo
Ela talvez tivesse nome e era Fátima!
E de repente o vinho virou água
E a ferida não cicatrizou
E o limpo se sujou
E no terceiro dia ninguém ressuscitou"
É uma negação
explícita da ressurreição de Cristo e de seus milagres... mas é Rock. É o
"poder jovem" que canta... Nesse caso a CNBB também não teve o que
dizer. Quando foi que o vinho de boa doutrina virou a água suja da heresia?.As músicas de Rock,
que começaram suaves, falando em sonho, acabaram tratando apenas de temas de
pesadelo. Um exame mesmo superficial das letras de Rock impressiona pela enorme
frequência com que aparecem termos de conotação pessimista. Angústia, horror,
desespero, punição, morte, tortura, medo e terror, incompreensão e
irracionalidade, opressão e tirania, violência e assassinato. Esses são temas
comuns nas canções de Rock. São letras mostram o quanto "the dream is
over", como disse John Lenon.Os nomes dos grupos
evidenciam também a tendência para o horror: Sepultura, Ratos de Porão, Garotos
Podres, Três Ratos Cegos (nome do grupo de Rock de Bill Clinton quando era
jovem), Black Sabbath, Possessed, Venom, etc. É evidente que tais expressões
revelam uma enorme frustação com a vida e uma posição de incompreensão do
mundo. A cosmovisão refletida nas letras de Rock é pessimista e negativista. O
mundo seria mau em si mesmo e o seu Criador, por isso mesmo, seria mau. Fica
aberta assim a porta para a gnose e para o satanismo.Com efeito, a grande
pergunta que, mal respondida, leva à gnose é: "unde malum?". Não
compreendendo que o mal é apenas uma carência do bem e da ordem que deviam
existir, a mentalidade gnóstica tende a ver o mal como um ser, como uma
substância. Daí a admissão do dualismo: um deus mau seria responsável por tudo
que há de errado, de mau e de feio no mundo. Esse seria o Deus Criador,
apresentado como o Deus bom pela Bíblia. Seu inimigo, Satã, passaria a ser,
então, o deus bom.É claro que essa
mentalidade gnóstica não se apresenta em todos os autores de Rock
doutrinariamente elaborada. Em alguns é apenas uma tendência.
O pensamento gnóstico
mais elaborado para o nível Rock - nível brasileiro, entenda-se, - é
encontrado, por exemplo, na canção
"Guita", de Raul Seixas e Paulo Coelho - Nela se lê:
"Eu sou a luz que se apaga
Eu sou a beira do abismo
Eu sou o tudo e o nada
Eu sou os olhos do cego
e a cegueira da visão
O filho que ainda não veio
O início, o fim e o meio".
O próprio título da
canção alude ao Baghvad Gita, famoso livro esotérico indu. Paulo Coelho é
conhecido autor de livros esotéricos para semi-intelectuais e madames que não
têm o que fazer depois do almoço.A letra citada
apresenta um pensamento claramente dialético - que afirma a igualdade dos
contrários - e gnóstico. Nela se afirma que o homem e Deus se identificam, e
que os princípios de identidade e de contradição devem ser repudiados.Toda gnose,
repudiando o ser, tende logo explicitamente ao culto de Satã. O Rock não fugiu
dessa lei e os roqueiros não escondem suas tendências satanistas; antes, as
proclamam.
O famoso cantor que respondia pelo nome de
Alice Cooper (Vincent Fournier) declarou o que segue:
"Há alguns anos, eu fui a
uma sessão espírita na qual Norman Buckley suplicou que o espírito se fizesse
ouvir. O "espírito" finalmente se manifestou e me falou. Ele me
prometeu, para mim e para meu grupo musical, a glória, o domínio mundial da
música Rock e riqueza em abundância. A única coisa que ele me
pedia em troca era a de lhe entregar meu corpo para que este espírito tomasse
possessão de mim. Em troca da possessão de meu corpo, eu fiquei célebre no
mundo inteiro. Para fazer isso, eu tomei o nome pelo qual o
"espírito" se tinha identificado durante a sessão. Eu sou pois
conhecido mundialmente. Vocês desconfiam qual é esse nome? Alice Cooper".
O célebre líder dos Rolling Stones, Mick
Jagger, se consagrou a Satã na seita maçônica "Ordem da Golden Downe"
(a mesma que organizou o nazismo), que era, ela mesma, uma filial dos
Iluminados. É assim que Mick Jagger pessoalmente se considerou "a
encarnação de Lucífer".
Três de suas canções o afirmam explicitamente:
"Simpathy for the Devil" , "To their Satanic
Majesties" e "Invocations of my Demon Brother". (Pe. J. P.
Regimbal, op. cit., pag. 25). Jagger foi autor do termo "Invocation of my
Demon Brother" para "Lucifer rising". Richard Oldham, que
foi "manager" dos Rolling Stones afirmou: "Há mestres de Magia
Negra que nos julgam servos de Lúcifer (?) e inconscientemente. Outros creem
que nós mesmos somos Lúcifer". (Apud. R. Laban, op. cit., pag. 104).Ozzy Osbourn, que
liderou o grupo Black Sabbath, foi iniciado no satanismo no castelo do bruxo
Aleister Crowley. (cfe. Luc Adrian, art. cit.), confessa muito candidamente que
jamais compôs uma música sem estar em transe mediúnico:"Parece-me, (diz
ele) que sou um médium de uma potência extrínseca a mim mesmo. Eu espero que
não seja o poder daquele que eu temo: Satã.Há um poder
sobrenatural que me usa para escrever o Rock'n Roll. Espero que este poder não
seja o do diabo, Satã, mas..." (Pe. J. P. Regimbal, op. cit., pag. 26).
Osbourn afirma que "nosso auditório está sob a influência de um poder
infernal, é o que explica o nosso êxito. (Apud. Luc Adrian, art. cit.)Também Elton John
declarou que "jamais compôs ou cantou um única canção que não tenha sido
escrita em linguagem de feitiçaria. (Idem, pag.26). Steve Martin,
representante do grupo Slayer, confessou: "cada membro (do grupo Slayer)
estudou o satanismo tão a fundo, que ele representa, hoje, uma parte vital de
nossa sua existência"(Apud. Luc. Adrian, art. cit., pag. 10). Um crítico
de Rock, comentando a música do grupo Slayer e sua conduta disse: "Slayer
optou deliberadamente por textos satânicos (...)"(Apud. Luc Adrian, art.
cit.).Do próprio John Lenon
se diz que fez um pacto com o diabo para que suas músicas tivessem sucesso.
Segundo declarou Tomi Sheridan, cantor que os Beatles acompanhavam no início de
sua carreira, John Lenon lhe confessou: "Sei que os Beatles terão um êxito
como nehum outro grupo teve. Eu o sei exatamente porque, fará isso, vendi minha
alma ao diabo". (Apud. René Laban, Música Rock y Satanismo, Pop Magazine
No. 23, 1976, Ed. Arco Iris, México 1989, pag. 12). Ele mesmo disse em sua
"última entrevista": "não quero vender minha alma ao diabo, de
novo, para ter um disco de sucesso". (Jonh Lenon, Editora Três, São Paulo,
maio de 1989, pag. 8)E nessa mesma revista
se publica, à página 38, a seguinte canção de John Lenon (Scared - Apavorado):
"Estou apavorado, apavorado, apavorado
Estou apavorado, tão apavorado
Estou apavorado, apavorado, apavorado!
Enquanto os anos se vão
E o preço que paguei
se desmancha como palha
Você não tem que sofrer
É o que é
Nem o sino, nem o livro, nem a vela
podem tirar você disso, oh não.
Cada dia de minha vida
Não faço mais que sobreviver
Só quero continuar vivo.
Você não tem que se preocupar
Com o paraíso ou o inferno
Dance com a música apenas
Você faz isso tão bem, tão bem!
ódio e ciúmes vão ser a minha morte
Eu creio que sabia disso desde o começo..."
(John Lenon, canção Scared (Apavorado) - trad. de Editora Três, pag. 38,
o sublinhado é nosso).
Desses textos se
depreende claramente o que pode significar o assassiinato do ex-líder dos
Beatles por um de seus fãs, que mantém correspondências com o bruxo Charles
Manson, o assassino da atriz Sharon Tate num ritual satânico.ATENÇÃO! Na capa do disco "Reflection" - do grupo Black
Sabbath, se lê:"Você, pobre tolo, você que está segurando este disco em suas mãos,
saiba que com ele você vendeu sua alma, porque logo ela estará presa neste
ritmo infernal, pela força diabólica desta música. E esta mordida de tarândula
da música fará você dançar sem parar". É de espantar então
que se diga que um concerto de Rock pode ser comparado a um ritual? "Um
concerto de Rock, de fato, não é nada diferente de um ritual... No concerto Led
Zeppelin, o objetivo é obter energia para os músicos e para o público. Para
conseguir isso, precisamos captar fontes de forças mágicas, por mais perigoso
que isso seja". [Jimmy Page,
guitarrista líder do Led Zeppelin - Basílea Schlink, Rock Music - Woher, Wohin?
( Música
Rock de onde vem - aonde vai?) 1a. edição alemã 1989 - Curitiba 1990, pag. 15]
Vejamos, então, algumas canções que comprovam o satanismo da música Rock:
"Prince of
Darkness"
(canção de Alice Cooper)
"Um anjo caiu da
glória do céu em uma noite tempestuosa
Ele despreza a Terra para reinar no inferno
Ele teme a luz
Ele teme a verdade
Ele teme aquilo que vai ocorrer
Ele escarra na vida
Ele escarra em Deus
Ele escarra a morte para você e para mim
Príncipe das trevas
que examina o mundo com olhos famintos
Príncipe das trevas
Pronto para batizar você na mentira
Coração do mal, alma da escuridão
Príncipe das trevas.
Ele viu que o homem era apenas uma criança
com mentalidade infantil
Ele jurou danar a criação de Deus
Ele vive para o ódio
Ele vive para as lágrimas
Ele vive para exaltar seu nome
Ele conheceu a luz
Ele conheceu o Um
Que foi crucificado em dores
Príncipe das trevas
que examina o mundo com olhos famintos
Príncipe das trevas
Pronto para batizar você na mentira
Príncipe das trevas
Ele cheira a respiração
do doce humano
Príncipe das trevas."
Será preciso dizer
quem é esse Príncipe das trevas?...
A letra da canção "Holy Hell", do
grupo Possed, diz:
"Santo inferno, morte para nós
Satã cai, prazer infeliz
A água do diabo, começa a fluir
Nosso pacto está à mão
Devemos ir para a terra de Satanás
Roguemos pela morte, gritem pela vida
A morte sopra, soprará nossa vida
Ele nasceu filho de Satanás
e para a morte está votado
Dias de ódio e dias de sofrimento
termo sem fim do reino de Satanás
Sonhos sem fim, na noite
Sono eterno, eterno pavor
Cruzes profanadas, Oh! Missa Negra
o reino de Satanás para fim por fim."
A canção "Pacto" do grupo Trust faz
os jovens cantarem estas palavras infernais:
"Renuncia a teu Deus, à tua fé, a suas leis
Derrama teu sangue e assina em baixo
Eu te dou minha marca se tu assinares meu pacto
O sabbath para mim foi celebrado
em honra de meu pacto e do sangue derramado
Eu estarei protegido por dez anos
Serei rico, célebre e adulado"
(Apud. Luc Adrian, art. cit, pag. 10)
Canção: "Pacto de Sangue" (Grupo
Venom):
"Escuta meu chamado, eu te faço um sinal
Vem a mim , prostituta,
Põe tua confiança em Satanás
Cai de joelhos
Cavalga comigo as chamas
Os abismos eternais do inferno
Entrega-me teu corpo
Eu tomarei tua alma
Espírito atormentado ... Eternidade
Escravo de Satã ... Força do mal
Eu arrebato teu espírito ... Encadeado ...
Gosto de sangue ... Pacto de sangue ... Pacto de sangue
Renuncia por mim a toda religião
Oferece-me um sacrifício
Assina o pacto de sangue
cavalga a montaria de Satã
Satisfaz teu desejo
Despreza a cruz que eles carregam ...
Desce até o fundo do inferno
Sê meu escravo Dessacraliza tua alma virgem
eu te tomo sobre meu túmulo
Sente a concupiscência que faz voar
tua alma em estilhaços
Enquanto que eu te fecundo com minha sentença
Eu deixo a minha marca sobre a tua carne
e te chicoteio até o sangue
Sacrifica-me teu corpo e tua alma
Tu estás para sempre condenado ao inferno, para sempre.
É voz corrente que a
sigla denominativa do grupo Kiss significa: Knights in Satan Service -
Cavaleiros a serviço de Satã. Consta que a divisa desse grupo é: "Nosso
Deus é Lúcifer". Na canção "The God of Thunder" ( O deus do
Trovão) eles cantam:
"Fui educado por um demônio
preparado para reinar como "aquele que é" (...)
"Eu te ordeno para por-te
de joelhos diante do
deus do Trovão, o deus
do Rock'n Roll"
(Apud.
Luc Adrian, art. cit.)
Canção: "Demoníaca" (Grupo Kiss):
"Faz o que você quizer
esta é a lei sagrada
Igreja do inferno,
a morte é um reino
presta juramento : você deve matar Chama a força por meio de
encantamento de morte
A Virgem está sobre o altar
O sacerdote da morte empunha o cetro do destino
A criatura está possuida pelo mal
O anjo de morte é enviado para matar
O trabalho dos demônios começou
Entregai-vos, sem distinção de sexo, ao amor
Fazei o que quizerdes: é a nossa lei."
É curioso, nessas
canções , que nelas acha-se um concepção do inferno e do demônio inversa e
paralela à da Igreja Católica. Cultua-se o demônio atribuindo-lhe , em sentido
positivo, tudo o que a Igreja Católica dele diz em sentido negativo. Noutras
palavras, o Rock adora e exalta o que o Catolicismo abomina e condena, e condena
e abomina o que a Igreja exalta e adora. Por isso o Rock manifesta ódio
especial contra o Catolicismo. Aliás, a tristemente famosa Nina Hagen declarou
certa vez: "Os caminhos são infinitos. O único que não é válido é a
religão católica". (Apud. R. Laban, op. cit., pag.99)
Na música "The Cath"do grupo Merciful
fate se faz uma apostasia explícita do cristianismo:
"I deny Jesus Christ
the receiver
And i abjure the christian
Faith
Holding in contempt all of
it's works"
(Tradução:
"Eu renego Jesus Cristo, o sofredor e eu abjuro a fé cristã.
Mantendo em contestação todas as suas obras".)
Ou
ainda:
Canção: Rotting, do grupo Sarcófogo
"Your hope is vain
He will never come back
Jesus now burns in pain
Cause he found death
Jesus is tot linh
Jesus now died".
Tradução:
("Sua esperança é vã
Ele nunca vai voltar
Jesus agora arde em dores
Porque ele encontrou a morte
Jesus apodreceu
Jesus agora morreu")
Bem famosa é a canção " Simpathy for the
Devil" de Mick Jagger e Keith Richard, cuja letra diz:
"Permita-me apresentar-me,
sou um homem rico e de bom gosto
tenho estado por aí há muitos, muitos anos.
Tenho roubado a alma e a fé de muitos homens.
Estava por perto quando Jesus Cristo teve seu momento de dúvida e de fé.
Assegurei que Pilatos lavasse suas mãos e selasse Sua sorte.
Prazer em conhecê-lo,
Espero que voce advinhe meu nome.
O que o está intrigando é a natureza de meu jogo.
Eu estava em S. Petersburgo quando vi que era a hora de uma mudança.
Matei o czar e seus ministros
Enquanto Anastácia gritava em vão.
Dirigi um tanque
Tinha o cargo de general
Quando a blitzkrieg rugiu e os corpos apodreceram
Prazer em conhecê-lo
Espero que advinhe meu nome
Observei com prazer quando seus reis e rainhas caíram
Por causa dos deuses que fizeram
Gritei: "Quem matou os Kennedys?"
Prazer em conhecê-lo
Espero que advinhe meu nome
Como todo policial é um criminoso
e os pecadores, santos
Chame-me apenas Lúcifer
Porque preciso de algum freio
Então se me encontrar seja cortês
Seja simpático e de bom gosto
Use toda sua bem aprendida polidez
Ou então farei perder a sua alma"
Curioso, muito
curiosa letra. Na qual se atribui a Lúcifer a morte de Cristo, o assassinato
do Czar, as deposições dos reis e a defesa dos criminosos. Talvez alegando
direitos humanos!
CONCLUSÃO
"Os nazarenos não se
levantarão jamais..."Esse é o grito apóstata que o Rock in Rio faz jovens católicos
cantarem.É evidente que muitos
jovens , que apreciam o Rock, dirão que não aceitam esse Rock satânico, e nem o
que se chama de Rock pesado. Este argumento procede tanto quanto o do drogado
que afirma não aceitar cocaína, mas apenas drogas leves. Quem é viciado em
drogas leves é um toxicômano. Normalmente caminhará até o uso de drogas
pesadas. Ora, o vício em drogas leves também é vício, também é condenável. O
Rock satânico ou pesado explicitou, em termos claros, o que estava subjacente
no ritmo alucinante - e por isso irracional - e na magia do Rock, desde o seu
início. O repúdio da razão e a colocação da sensação como valor a ser buscado
por si mesmo significavam um repúdio da sabedoria que o homem alcança,
sobrenaturalmente com a graça, e naturalmente por meio de sua inteligência.O repúdio da razão propagado pelo liberalismo e pelo romantismo
significava uma recusa da verdade. E a verdade é Nosso Senhor Jesus Cristo.
"Ego sum Veritas, via et vitam" (Jo). É de estranhar que esse repúdio
de Verdade - Cristo - acabasse conduzindo ao Satanismo?O Rock nos parece
então um gênero musical intrinsicamente mau. Não é possível aceitá-lo. A Igreja
teve censuras graves contra outros ritmos modernos como valsa e o tango. Que
diria S. Pio X do Rock? E como consideraria ele os sacerdotes que querem
utilizar esse ritmo satânico até nas missas para atrair os jovens?O que atrai as almas é Cristo. "Quando eu for levantado atrairei
tudo a mim" disse ele (Jo 12,23).Para salvar a juventude
de nossos dias é preciso fazer com que ela ame a beleza verdadeira da boa
música, reflexo da beleza infinita de Deus. É preciso fazer a juventude amar o
heroísmo e o sacrifício - isto é a cruz de Cristo - e não entregá-la ao prazer.É preciso fazer com que ela ame a verdade, para que tenha sabedoria. Só
assim novos nazarenos se levantarão.Deus, que é capaz de
fazer das pedras filhos de Abraão, é também capaz , em sua onipotência
misericordiosa de transformar essas pobres almas dos jovens de hoje entregues a
Satanás, em novos nazarenos!
"Que a Maria Santíssima
A Virgem Rainha de toda formosura!
Realize muito em breve esse
milagre!
Santa mãe de Deus
Rogai por nós Junto a Jesus!
Para citar este texto: Fedeli, Orlando - "Rock:
revolução e satanismo" (MONTFORT Associação Cultural)
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