GRIFO MEU( Autor do blog: Beraká): Respondendo a um repórter que insistentemente perguntava ao nosso
saudoso e Santo Papa João Paulo II sobre a diminuição de Católicos, ele
sabiamente respondeu: “ Meu filho, nada podemos fazer, pois é preciso que se
cumpram as escrituras, pois assim está escrito:Ainda que o número de filhos de
Israel fosse como a areia do mar, SÓ UM RESTO SERÁ SALVO” Romanos 9,27...Quem
nunca ouviu falar do “Jeitinho Brasileiro”acho que todos, as pessoas tem mania
de querer facilitar suas vidas, mas muitas das vezes querem fazer de maneira
errada, os jovens hoje querem se divertir a qualquer preço, afinal “eu mereço
ser feliz” esse é o discurso da maioria, que só querem comodidades e nada de
dificuldades, mas só prosperidade e PARE DE SOFRER... infelizmente estes não
conseguem ver que essa é a porta larga que conduz a perdição. Jesus disse em
Mateus 7.13-14: “Entrai pela porta
estreita, porque larga é a porta e espaçoso é o caminho que leva à perdição, e
muitos são os que entram por ele! Como é estreita a porta e apertado o caminho
que leva à vida! E são poucos os que o encontram” .Devemos entrar pelo
porta estreita, que apesar dela ser apertada e difícil de entrar ela nos
leva a Salvação,liberdade dos filhos de Deus, verdadeira felicidade e
verdadeira Paz.Fujamos da porta larga das comodidades que só quer as bênçãos
sem compromisso algum com o Deus da benção, por que essa porta larga é que conduz a perdição eterna.Ser Católico fiel e
praticante hoje, não coisa da maioria, mas de uma minoria...
A situação da Igreja: Uma ameaça ? ou, uma chance ? (I,II e
III):
Por: Dom Henrique Soares - Bispo
auxiliar da Arquidiocese de Aracajú-SE.
Caro Internauta, saiu o resultado do último censo no tocante à
religião no Brasil. Diminuiu o número de católicos, como já era de se esperar.
Por todos os lados aparecem análises desse resultado. Em maio de 2006 escrevi
sobre este tema. Não mudo uma vírgula do que escrevi naquela época. Cada vez
que sai uma nova pesquisa, republico o meu texto, porque é o que penso e me
apraz compartilhar com outros esta análise... Aqui vai ela mais uma vez, toda
inteira, tal como escrevi em maio de 2006, sem tirar nem pôr!
Recente
estudo, apresentado na PUC de São Paulo, dá conta que a cada ano, no Brasil, a
Igreja católica perde 1% de seus fiéis.
Há gente muitíssimo
preocupada com isso. É bom mesmo! Gostaria de partilhar com você, caro
Visitante, alguns pensamentos sobre esta realidade:
1)- É necessário, antes de
tudo, compreender que parte deste fenômeno é típico de nossa época e, neste sentido, não podemos fazer nada para detê-lo.
Pela
primeira vez na história humana a população mundial é preponderantemente
urbana, vivendo num intenso processo de
massificação, desenraizamento cultural e despersonalização e pressionada
por uma gama desumanizante de informação. Os meios de comunicação, com sua
incrível força de penetração, e o excesso de ideias em circulação desestabilizam os valores das pessoas e das
sociedades de modo nunca antes imaginado. Esse fenômeno faz com que se
perca o sentido e o valor da tradição.
Não
faz muito tempo, cada pessoa era situada em relação à sua família à sua
comunidade. O indivíduo sabia quem era, de onde vinha, quais seus valores, qual
seu universo existencial... Agora, isso acabou: cada um se sente só, numa
corrida louca para ser feliz a qualquer custo, iludido, pensando que os valores
dos antepassados e do seu grupo só são valores se interessarem a si próprio,
individualmente: é verdade o que é verdade para mim; é bom o que realiza meus
desejos e expectativas; cada um é a medida do bem e do mal.
É
triste, mas cada pessoa acha que tem o direito e o dever de começar do zero e
"redescobrir a roda", de fabricar sua receita de felicidade,
determinando de modo autônomo o que é certo e o que é errado, o que é bom e o
que não é. Isto é pura loucura, mas é assim!
E lá vamos nós, gritando: "Eu tenho o direito de ser feliz; a
vida é minha e faço como eu quero. Eu decido o que é certo e o que é
errado..."
2)-No tocante à religião, o homem da sociedade consumista e hedonista do
Ocidente não está à procura da verdade, mas sim do bem-estar.
A
sociedade ocidental já não crê que se possa atingir a Verdade e viver na
Verdade. Agora há somente a verdadezinha de cada um, feita sob medida: é
"verdade para mim" o que me faz sentir bem, o que resolve minhas
necessidades imediatas. Religião não é
mais questão de aderir à Verdade que dá sentido à existência, mas sim de entrar
num grupo que resolva meus problemas afetivos, emocionais, de saúde e até
materiais... Religião não é um
modo de servir a Deus e nele me encontrar, mas um modo de me servir de Deus
para resolver minhas coisas... Como diz o Edir Macedo, a Bíblia é uma
ferramenta para se conseguir aquilo que se quer! Vivam RR Soares, Edir Macedo e
companhia...
3)- A urbanização violenta
e massificante faz com que as pessoas
busquem refúgio em pequenos grupos que lhes proporcionem aconchego e
segurança.
Por
isso as seitas atraem tanto: elas criam um diferencial entre mim e o mundo cão;
dão-me a sensação de estar livre do monstro da desumanização, do anonimato, da
nadificação...
Veja
bem, meu Leitor, que contra esta realidade a Igreja não pode fazer muito. A multidão continuará presa das ideias
desvairadas dos meios de comunicação; a busca do bem-estar egoístico continuará
fazendo as pessoas buscarem a religião como um refúgio e um pronto socorro e,
finalmente, a busca de se sentir alguém, fará as pessoas procurarem pequenos
grupos nos quais se sintam acolhidas e valorizadas.
Mas, por que este fenômeno
atinge sobretudo os católicos?
Por vários motivos:
Por vários motivos:
a)
Somos a massa da população brasileira e não
temos como dar assistência pastoral personalizada a todos os fiéis. Isso
seria praticamente impossível, mesmo que tivéssemos o triplo do número de
padres e agentes de pastoral...
b)
Historicamente, nossa catequese deixou
muito a desejar e nas últimas décadas piorou muito: é uma catequese de
ideias vagas, mais ideológica que propositiva, ambígua, que não tem coragem de apresentar a fé com todas
as letras... Ao invés, apresenta a opinião desse ou daquele teólogo...
Assim, troca-se a clareza e simplicidade da fé católica (como o Catecismo a
apresenta) por complicadas e inseguras explicações, fazendo a fé parecer uma questão de opinião e não uma certeza que vem de
Deus; algo acessível a especialistas letrados e não aos simples mortais.
Céu, inferno, anjos, diabo, purgatório, valor da missa, doutrina moral – cada
padre diz uma coisa, cada um acha que pode construir sua verdade... Tudo tende
a ser relativizado... Uma religião assim não segura ninguém e não atrai
ninguém. Religião é lugar de
experimentar a certeza que vem de Deus, não as dúvidas e vacilações dos tateamentos
das opiniões humanas. É preciso que as opiniões cedam lugar à certeza da
fé da Igreja!
c)
No Brasil há, desde os anos setenta, uma verdadeira anarquia litúrgica, ferindo
de morte o núcleo da fé da Igreja. Bagunçou-se de tal modo a liturgia,
inventou-se tanta moda, fez-se tanta arbitrariedade, que as pessoas saem da
missa mais vazias que o que entraram. A
missa virou o show do padre ou o show "criativo e maravilhoso"
da comunidade. A missa tornou-se autocelebração... Mas, as pessoas não querem show, criatividade nem bom-mocismo: as pessoas
querem encontrar Deus nos ritos sagrados!
Hoje, infelizmente, celebra-se com mais respeito e seriedade um culto protestante ou um toque da umbanda que uma missa católica! No culto não se inventa, na umbanda não se inventa; na liturgia da Igreja do Brasil, o clero se sente no direito absurdo de inventar! Isso é um gravíssimo abuso e uma tirania sobre a fé do povo de Deus!
É muita invenção, é muita criatividade fajuta. Bastaria abrir o missal e celebrar com devoção e unção, cumprindo as normas litúrgicas...
Hoje, infelizmente, celebra-se com mais respeito e seriedade um culto protestante ou um toque da umbanda que uma missa católica! No culto não se inventa, na umbanda não se inventa; na liturgia da Igreja do Brasil, o clero se sente no direito absurdo de inventar! Isso é um gravíssimo abuso e uma tirania sobre a fé do povo de Deus!
É muita invenção, é muita criatividade fajuta. Bastaria abrir o missal e celebrar com devoção e unção, cumprindo as normas litúrgicas...
d)
A Igreja no Brasil, em nome de uma preocupação com o social (que em si é
necessária e legítima) descuidou-se dos
valores propriamente religiosos e muitas vezes fez pouco da religiosidade
popular (quantas vezes se negou uma bênção, uma oração de cura, a
administração de um sacramento, uma procissão com a presença do padre, o valor
de uma novena e de uma romaria...).
Ora, hoje o “mercado” de religião é diversificado: se o padre não sabe falar de Deus, o pastor sabe; se na homilia não se prega a palavra, mas se a instrumentaliza política e ideologicamente, o pastor prega a palavra; se o padre não dá uma bênção, o pastor dá... Infelizmente, às vezes, tem-se a impressão que a Igreja é uma grande ONG, preocupada com um monte de coisas e não muito atenta a pregar Jesus Cristo e a sua salvação...
Não se vê muito nossos padres e freiras apaixonados por Cristo e pelo Evangelho. Fala-se muito em valores do Reino, compromisso cristão, etc... Isso não encanta! Quem encanta, atrai, comove, converte e dá sentido a vida é uma Pessoa: Jesus Cristo!
Ora, hoje o “mercado” de religião é diversificado: se o padre não sabe falar de Deus, o pastor sabe; se na homilia não se prega a palavra, mas se a instrumentaliza política e ideologicamente, o pastor prega a palavra; se o padre não dá uma bênção, o pastor dá... Infelizmente, às vezes, tem-se a impressão que a Igreja é uma grande ONG, preocupada com um monte de coisas e não muito atenta a pregar Jesus Cristo e a sua salvação...
Não se vê muito nossos padres e freiras apaixonados por Cristo e pelo Evangelho. Fala-se muito em valores do Reino, compromisso cristão, etc... Isso não encanta! Quem encanta, atrai, comove, converte e dá sentido a vida é uma Pessoa: Jesus Cristo!
e)
Outra triste realidade é o processo de
dessacralização. Parece que o clero e os religiosos perderam o sentido
do sagrado. Adeus ao hábito religioso, adeus à batina, adeus ao clergyman,
adeus à oração fiel e obediente da Liturgia das Horas, adeus ao terço diário
("para que terço?"), adeus ao
ethos, isto é, àquele conjunto de realidades, de modo de ser e de viver
que fazia com que o povo reconhecesse o padre como padre, o religioso como
religioso, a freira como freira. Parece
que se faz questão de transgredir, de chocar, de desnortear a expectativa do
povo, de negar a identidade... Hoje tudo é ideologizado: a pobreza é
"espiritual" e não real, material, concreta; assim também a obediência,
a vida mística, a penitência e a mortificação e, muitas vezes, os votos e
compromissos... Tem-se, portanto, uma
religião cerebral e não encarnada na carne da vida, da existência
concreta material... E nada mais anticristão que um cristianismo cerebral...
f)
Nossas comunidades são meio frias;
nossos padres não têm muito tempo. Não temos leigos capacitados para uma pastoral da acolhida, que faça com que
nossas igrejas estejam abertas e tenham pessoas para ouvir, aconselhar,
consolar... Infelizmente, ainda que não queiramos, às vezes a Igreja parece uma
grande repartição pública e impessoal... A paróquia somente terá futuro como cadeia de comunidades vivas e
aconchegantes, nas quais se façam efetivamente a experiência da proximidade de
Deus e dos irmãos...
g)
As homilias em nossas missas são chatas
e moralizantes: só dizem que devemos ser bonzinhos, justos, honestos...
A homilia deveria ser anúncio alegre da Palavra que comunica Jesus e
sua salvação, tal como a Igreja sempre creu, celebrou e anunciou. A homilia deve ainda ser fruto de uma
experiência de Deus; somente assim reflete um testemunho e não um exercício de
propaganda. A fé que devemos
anunciar é a fé da Igreja, não nossas teorias e nossas idéias estapafúrdias...
Isso desnorteia e destrói a fé do povo de Deus. Por que alguém seria católico se nem os ministros da Igreja acreditam
realmente na sua doutrina e na sua moral? Os padres nisso têm uma imensa
responsabilidade e uma imensa parcela de culpa!
Sinceramente,
penso que o número de católicos
diminuirá mais e drasticamente. Mas, não devemos nos assustar. Veja,
caro Visitante, e pense:
1.
O cristianismo nunca deveria ser uma
religião de massa. A fé cristã deve nascer de um encontro pessoal e envolvente com Cristo Jesus. Somente aí é
que eu posso abraçar o ser cristão com todas as suas exigências de fé e de
moral. Nós estamos vendo o fim do cristianismo de massa, que começou com o
Edito de Milão, em 313, e com o batismo de Clóvis, rei dos francos, e de todo o
seu povo, em 496, na Alta Idade Média. No Brasil, esse cristianismo de massa
começou com a colonização e o sistema do padroado. Aí, ser brasileiro e ser
católico eram a mesma coisa. Ora, será que no cristianismo pode mesmo haver
conversão de massa?
3.
O fato de sermos minoria e mais coerentes com o Evangelho, nos fará diferentes do mundo e redescobriremos
a novidade e singularidade do ser
cristão. Isso nos fará atraentes
para aqueles que buscam com sinceridade a Luz e a Verdade. Por isso
mesmo, a Igreja não deve cair em falsas
soluções de um cristianismo frouxo e agradável ao mundo, de uma moral ao sabor
da moda, de um ecumenismo compreendido de modo torto e de um diálogo
inter-religioso que coloque Cristo no mesmo nível das outras tradições
religiosas. Ecumenismo e diálogo religioso sim, mas de acordo com a fé
católica! O remédio para a crise
atual e o único verdadeiro futuro da Igreja é a fidelidade total e radical a
Cristo, expressa na adesão total à fé católica.
4.
É imprescindível também melhorar e muito a formação dos nossos padres e religiosos. Como está, está ruim.
Precisamos de padres com modos de padres e religiosos com modos de religiosos;
precisamos de padres e religiosos bem formados humana, afetiva, teológica e
moralmente. O padre e o religioso são pessoas públicas e devem honrar a imagem
da Igreja e o nome de cristãos; devem saber portar-se ante o mundo, as
autoridades e a sociedade. Nisso tem havido grave deficiência no clero e nos
religiosos do Brasil...
É importante perceber que, apesar
de diminuir o número de católicos, nunca as comunidades católicas foram tão
vivas, nunca os leigos participaram tanto, nunca se sentiram tão Igreja, nunca
houve tantas vocações. Muitas vezes, os leigos são até mais fervorosos e
radicais (no bom sentido) que padres e religiosos.
A
Igreja está viva, a Igreja é jovem, a Igreja continua encantada por Cristo! O clero e os religiosos deveriam deixar de
lado as ideologias, as teorias pouco cristãs e nada católicas defendidas em
tantos cursos de teologia e livros muito doutos e pouco fiéis, e serem mais
atentos ao clamor do povo de Deus e aos sinais dos tempos – sinais de verdade,
que estão aí para quem quiser ver, e não os inventados por uma teologia
ideologizada de esquerda! Além disso, é necessário considerar que a Igreja não é nossa: é de Cristo.
Ele a está conduzindo, está purificando-a, está levando-a onde ele sabe ser o melhor para que seu testemunho seja mais límpido, coerente e puro. Nós temos os nossos caminhos, Deus tem os dele; temos os nossos planos e modos que, nem sempre, coincidem com os do Senhor. Pois bem, façamos a nossa parte. Deus fará o resto!
Ele a está conduzindo, está purificando-a, está levando-a onde ele sabe ser o melhor para que seu testemunho seja mais límpido, coerente e puro. Nós temos os nossos caminhos, Deus tem os dele; temos os nossos planos e modos que, nem sempre, coincidem com os do Senhor. Pois bem, façamos a nossa parte. Deus fará o resto!
Isso
é o que eu penso, sinceramente, e com todo o meu coração.
Escrito por Dom Henrique
Fonte - Blog de Dom Henrique
Soares: http://costa_hs.blog.uol.com.br/
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