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Portal do TSE tem mais de 300 institutos de pesquisas eleitorais cadastrados – Em qual deles Bolsonaro e sua equipe acreditam?

Written By Beraká - o blog da família on quinta-feira, 9 de junho de 2022 | 09:59

  


 

 

O TSE mantém uma página onde é possível consultar todos os institutos de pesquisas cadastrados e os resultados das pesquisas eleitorais registradas. Pesquisas de intenção de voto divulgadas nos últimos três meses mostram um avanço do presidente Jair Bolsonaro (PL) em intenções de voto e recuperação de popularidade, embora o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) continue temporariamente na liderança. Em média, o percentual dos que avaliam positivamente o governo Bolsonaro subiu de 30% para 35% nos primeiros meses deste ano. E nas pesquisas de intenção de voto, o presidente cresceu enquanto Lula se manteve estável. A discrepância entre o que mostram as pesquisas eleitorais e o resultado das urnas tem acontecido em eleições passadas e recentes, não só no Brasil como em outros países. Um caso que pode ilustrar tal afirmação foi a eleição presidencial norte-americana, quando venceu Donald Trump. Pelas pesquisas aparecia que Trump não conseguiria os delegados para sua indicação. Depois, que perderia por larga margem para Hillary Clinton. É próprio das campanhas políticas o vale-tudo dos golpes baixos. Entram também em cena o marketing, o Quarto Poder da mídia que inclui o Palanque Eletrônico da TV e, agora com a evolução da tecnologia, o Quinto Poder onde avulta o poderoso Palanque Digital das redes sociais, composto pelo Facebook, o WhatsApp, o Twitter, o Instagram e Youtube.  E, por que não, às vezes as pesquisas, que, com a indução de certeza transmitida através dos números, podem influenciar eleitores, distorcer a realidade, utilizar metodologia errada, propiciar interpretações muitas vezes estapafúrdias.Contudo, se os resultados forem outros, dirão os donos dos institutos que as pesquisas refletem a realidade do momento, apesar de as projeções que fazem para segundo turno darem a impressão de que são imutáveis. Todos os erros, então, se justificarão apesar das imensas diferenças quando as urnas forem abertas.De todo modo, é interessante conhecer o que disse James Gulbrandsen, gestor de investimentos da NCH Capital e que foi publicado na Folha de S. Paulo (22/09/2018 – A13). O gestor questiona a metodologia do Datafolha, e afirma “que as pesquisas eleitorais trazem um recorte tendencioso da população nordestina que ganha até dois salários mínimos, utilizam porcentagens menores que as reais de pessoas que se afirmam católicas ou evangélicas e trazem uma parcela maior de pessoas que se identificam com ideais de esquerda. Para Gulbrandsen, estes erros de amostragem tornam as pesquisas enviesadas, favorecendo outros candidatos...Diz também: Não quero ofender os estatísticos, mas seus resultados podem ser completamente irrelevantes (para os investimentos)”. Aponta ainda um viés político do Datafolha, da Folha e do UOL, empresas do Grupo Folha, que afirma terem inclinações esquerdistas”.




(recorte do portal do TSE)



Pesquisas eleitorais são confiáveis? Especialistas respondem

 

 

Por Vinicius Konchinski

 

 

Faltando pouco tempo para as eleições, pesquisas sobre intenções de voto começam a aparecer com cada vez mais frequência no noticiário. Vários institutos já realizam levantamentos públicos sobre em quem os brasileiros pretendem votar para presidente este ano. E os dados apresentados por eles podem divergir. Alguns critérios são elencados para maior credibilidade!

 

 

 

Transparência em 1º lugar

 



 


 



Uma pesquisa confiável é uma pesquisa transparente. Isso é o que dizem todos os pesquisadores e estudiosos ouvidos pelo UOL. Todo instituto que realiza pesquisas minimamente críveis precisa informar:

 

 

 

 

-Quantas pessoas ouviu em seu levantamento?

 

 

-Em que dias elas foram ouvidas?

 

 

-Como elas foram abordadas?

 

 

-Que perguntas foram feitas a elas?

 

 

-E principalmente: quem pagou pelo levantamento?

 

 


 

O TSE (Tribunal Superior Eleitoral), inclusive, exige que esses dados sejam registrados junto ao órgão pelos institutos de pesquisa que realizarem levantamentos sobre intenção de voto durante o ano eleitoral buscando garantir a qualidade das informações divulgadas. De acordo com o professor Oswaldo Amaral, diretor do Cesop (Centro de Estudos da Opinião Pública), da Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), quanto mais se sabe como a pesquisa foi realizada, mais é possível confiar nos seus resultados:"É possível divulgar além dos dados exigidos pelo TSE", complementou Aranha. "Quanto mais um instituto expõe sua metodologia, sua forma de trabalho, mais confiável ele é."

 

 

 

Amostra adequada

 

 

 

A metodologia da pesquisa, aliás, é outro aspecto que precisa ser considerado. O professor Glauco Peres da Silva, coordenador do Grupo de Estudos Eleitorais do Neci (Núcleo de Estudos Comparados e Internacionais) da USP (Universidade de São Paulo), lembra que existe uma ciência por trás das pesquisas de intenção de voto. Ela precisa ser respeitada:

 

 

1)-"É preciso ouvir, da forma mais aleatória possível, uma quantidade de pessoas que vão compor um perfil mais próximo da realidade do todo do eleitorado brasileiro", explicou Silva. "Só assim o resultado da pesquisa vai refletir o mais fielmente possível a opinião de todos."

 

 

 

2)-Tomar o cuidado para que nem só jovens ou só ricos, por exemplo, sejam ouvidos num levantamento é atentar-se para a construção de uma amostra adequada de entrevistados.

 

 

3)-Institutos de pesquisa precisam considerar dados oficiais do Censo e do próprio TSE para construir uma boa amostra —e informar como isso foi feito.

 

 

 

4)-Sem esse trabalho, é grande a chance de uma pesquisa ser feita de forma enviesada. Dessa forma, os resultados do levantamento seriam pouco confiáveis.

 

 

 

 

5)-Já o estatístico Neale Ahmed El-Dash, que estudou métodos de pesquisa durante seu doutorado na USP, afirmou que existem números mínimos para um levantamento eleitoral. Um levantamento feito com menos de mil entrevistas, segundo ele, é pouco crível!

 

 

 

Prós e contras

 

 

 

Construída uma amostra adequada, é hora de abordar os entrevistados. Cada instituto tem uma forma de fazer esse trabalho. Não existe, a princípio, uma forma certa ou errada de fazê-lo, mas as diferenças entre elas podem ter impactos nos resultados.No Brasil, a forma mais tradicional de realizar pesquisas é com entrevistas pessoais. Há institutos, como o Ipec, que vão até a casa do eleitor, e aqueles, como o Datafolha, que o abordam enquanto ele passa por um certo ponto da cidade. Em pesquisas eleitorais, geralmente os nomes dos candidatos são apresentados num disco de papel para que nenhum candidato apareça como primeira ou última opção de uma lista estabelecida.Há especialistas que consideram a abordagem presencial mais isenta. Há outros que veem limitações. "Há condomínios de alto padrão em que um pesquisador não entra, assim como há locais em que a insegurança impede o acesso", ressaltou El-Dash. Ele disse que, mais recentemente, no Brasil, institutos de pesquisas têm realizado levantamentos por telefone, como o PoderData. Isso elimina as dificuldades de acesso de pesquisadores, mas obriga que candidatos sejam apresentados em lista e faz com que eleitores sem telefone nunca sejam ouvidos no levantamento."Já as pesquisas por email ou via site só abordam quem acessa a internet", completou El-Dash. "A internet é a forma menos confiável de realizar levantamentos."

 

 

 

Reputação a zelar

 

 

 

O pesquisador e coordenador do Conselho de Opinião Pública da Abep (Associação Brasileira das Empresas de Pesquisas), João Francisco Meira, acrescentou também que institutos com anos de trabalho, em tese, podem ser considerados mais confiáveis: "Um instituto vive de sua reputação. Se uma empresa está há anos sendo contratada para realizar pesquisas eleitorais, é porque ela deve fazer um bom trabalho", disse Meira. "Claro que há novos institutos sérios, mas o histórico de pesquisas é um bom indicador."

 

 

 

 

Meira lembra que uma pesquisa nacional sobre intenção de votos para presidente chega a custar R$ 400 mil, pois envolve entrevistas com até 9.000 pessoas, em mais de 300 municípios.

 

 

 

Segundo ele, institutos de pesquisas que não realizam levantamentos confiáveis dificilmente conseguem vender um serviço tão caro a alguém."Instituto que realizam pesquisas divulgadas por emissoras de televisão e jornais, por exemplo, têm seus resultados expostos para checagem de qualquer um", acrescentou Amaral, do Cesop-Unicamp. "Têm resultados historicamente mais confiáveis."

 

 

 

Autorregulação

 


 

Meira, da Abep, disse que empresas que são filiadas à entidade estão sujeitas a auditorias da associação. Por isso, precisam realizar levantamentos com metodologias alinhadas às melhores práticas e, assim, teoricamente mais confiáveis. Ele, novamente, ressalta que há institutos confiáveis que, por diferentes razões, decidem não se vincular à Abep. Desta forma, não estar filiado à entidade não é um sinal automático de má qualidade de pesquisas ou de manipulação de dados.O próprio site da Abep (https://www.abep.org/) informa, no diretório de filiados, que empresas estão sujeitas à autorregulação do setor de pesquisas."Nos EUA, essa autorregulação funciona muito bem", complementou El-Dash. "Acho que esse tipo de controle pode funcionar no Brasil também."Os conselhos regional e federal de estatística também monitoram e fiscalizam as pesquisas eleitorais. O trabalho, contudo, não é simples e não consegue dar conta de todos os levantamentos sobre intenção de voto realizados no país, segundo Maurício Gama, presidente do Confe (Conselho Federal de Estatística)."Para ter certeza de que uma pesquisa foi realizada adequadamente, teríamos de acompanhar todas as entrevistas. São inúmeras pesquisas sendo realizadas em ano eleitoral. É um trabalho impossível de se realizar", admitiu Gama.

 

 

 

Comparar levantamentos ajuda!

 

 

 

 

El-Dash disse que uma boa forma de atestar a confiabilidade de resultados de pesquisas eleitorais é fazendo comparações. De acordo com ele, se cinco institutos mostram uma realidade semelhante e um sexto tem dados destoantes, é grande a chance de esse instituto ter cometido erros em sua pesquisa. Por isso, ele recomenda que os leitores sempre verifiquem mais de uma pesquisa para acompanharem a corrida eleitoral. E que desconfiem de resultados atípicos. "Se uma pesquisa mostra um candidato com 20% das intenções de voto e outra mostra esse candidato com 30%, é grande a chance de a realidade estar em 25%", explicou. "Quanto mais informação e pesquisas disponíveis, melhor", ratificou o Meira, da Abep. "O conjunto de dados traz informações mais confiáveis ao eleitor."

 

 

 

Pesquisa é cenário naquele momento!

 

 

 

Amaral, do Cesop-Unicamp, ainda destaca que pesquisa eleitoral é "não é ciência exata" nem serve para prever o futuro. O levantamento, na verdade, busca apresentar as intenções de votos num determinado período. Assim, não é porque um instituto informou em julho que um candidato tinha 15% das intenções de voto que, em outubro, na urna, ele deve ter os mesmos 15% de votos. De julho a outubro, muita coisa pode acontecer e influenciar a alterar a preferência do eleitorado. Silva, do Neci-USP, lembrou que os resultados de pesquisas por si só já influenciam a intenção de voto dos eleitores. "Há o voto útil", ressaltou. "Um eleitor pode mudar seu voto se uma pesquisa na véspera da eleição apontar que seu candidato não tem chance de ganhar, por exemplo." As manifestações de rua também influenciam muito os resultados!

 

 





Quais são os institutos de pesquisa em que Jair Bolsonaro confia?

 


Por Guilherme Amado

 

 

 

 

Jair Bolsonaro e seus ministros rechaçam publicamente as pesquisas eleitorais, mas nem todas. Os levantamentos que apresentam números favoráveis ao presidente são sempre citados como a evidência de que as coisas para o lado de Bolsonaro estão mudando e que a reação, rumo à vitória, já começou. Nos últimos meses, as pesquisas que indicam abismos de 20% a 26% entre Lula e Bolsonaro, no primeiro turno – como Datafolha, Ipec (antigo Ibope), Ideia Big Data, Quaest e Ipespe, por exemplo –, são sempre questionadas e consideradas falsas ou manipuladas.Já outras, que mostram Bolsonaro reagindo e com diferenças menores entre os dois primeiros colocados, como Paraná Pesquisas, PoderData e Futura/Modal, são sempre mencionadas e levadas mais a sério. Além, claro, da Brasmarket, que apresentou, no começo de dezembro, números completamente diferentes de todos os outros, com Bolsonaro com 34,8% e Lula com 19% num primeiro turno.

 

 

Por que as pesquisas eleitorais divergem tanto? Quem está certo? Entenda por que as pesquisas de diferentes institutos são tão diferentes?

 

 



POR DANIEL MARCELINO

 

É preciso separar o sinal do ruído!Existe uma coisa que você verá nestas eleições mais do que candidatos segurando bebês: muitas pesquisas eleitorais.O número de pesquisas eleitorais cresce ano após ano. E o interesse por elas também. O problema é que nem todas as pesquisas são iguais. Muitas vezes os números mudam de semana para semana apenas em pequenas quantidades, dentro da margem de erro. Mas outras vezes os resultados são muito diferentes, além da margem de erro calculada pelas empresas, geralmente um valor entre 2 e 3 pontos percentuais para mais ou para menos. Por que isso acontece? Essas diferenças são significativas? Como saber se as diferenças observadas são indicativos de uma mudança de trajetória ou apenas ruído?Mas se você quiser saber o que as pesquisas estão dizendo sobre os principais candidatos, a melhor coisa a fazer é olhar para uma linha de tendência, em vez de qualquer resultado individual de uma ou outra empresa.

 

 

Por que os resultados divergem?

 

 

 

Não existe uma única causa que possa explicar a enorme variação observada nos levantamentos de intenção de voto de diferentes empresas! Entretanto, estudos realizados desde os anos 1970 apontam para alguns suspeitos mais prováveis:

 

 

 

-Em primeiro lugar, é preciso considerar a margem de erro declarada. Ela captura a variação amostral, ou seja, o erro que ocorre porque as pesquisas eleitorais são baseadas em apenas um subconjunto do total de prováveis eleitores que participarão das eleições. Mesmo que essa amostra de respondentes seja selecionada aleatoriamente da população total, ainda assim ela não será uma representação perfeita da população de eleitores. É daí que vem a margem de erro, usualmente entre 2% e 3%.

 

 

 

-Em segundo, como você já deve saber, a margem de erro deixa de lado outras formas de erro que podem acometer uma pesquisa eleitoral. Por exemplo, o erro decorrente de cobertura deficiente da população-alvo: às vezes uma pesquisa pode não atingir pessoas de um determinado perfil demográfico, como residentes em bairros verticalizados.

 

 

 

-Outras vezes, o uso excessivo de fatores de ponderação para tratar justamente essas deficiências é que pode deslocar os números aferidos.

 

 

 

-Muito mais comuns, as divergências nos números de intenção de voto entre os institutos também tem a ver com as diferenças nos enunciados das questões realizadas e a ordem em que são apresentadas no questionário; a maneira como o entrevistador se apresenta e conduz a pesquisa e a duração das entrevistas para mencionar apenas alguns fatores.

 

 

 

-Para piorar, opiniões e preferências podem mudar em questão de dias ou semanas, dependendo da informação que o eleitor adquire, gerando diferenças entre pesquisas aplicadas em diferentes momentos até a data da eleição.

 

 

 

 

O curioso é que muitos destes erros potenciais estão relacionados à maneira como as sondagens são realizadas, incluindo o método de seleção dos respondentes e o modo como as entrevistas são realizadas: presencial, telefone ou internet. Se são conduzidas por um entrevistador ou auto administradas?

 

 

 

As diferenças são significativas? Todos esses erros de não amostragem aparecem de duas maneiras:

 

 

 

 

1)-Primeiro, as pesquisas eleitorais realizadas em um mesmo período variam entre si um pouco mais do que se esperaria das explicações clássicas existentes nos livros didáticos!

 

 

 

2)-Em segundo lugar, e mais importante, as pesquisas tendem a superestimar ou subestimar sistematicamente a quantidade real. Isso faz com que a média calculada a partir dessas pesquisas – mesmo quando muitas – seja “tendenciosa” a favor de um ou de outro candidato! - A teoria corrente sustenta que a média desses vários levantamentos deve estar perto da resposta verdadeira, e que essa diferença diminui para zero à medida que mais pesquisas são realizadas. Ao final, esse valor estaria bem próximo do resultado das urnas.

 

 

Quem tem mais credibilidade: “a massa das ruas ou uma pesquisa eleitoral” que ouve mil pessoas?

 


 


 


É fundamental um debate sobre a ‘ciência’ em levantamentos que pegam a opinião de alguns poucos eleitores em um país de 213 milhões de habitantes

 

 

 

Por Jorge Serrão

 

 

 

No Brasil, assistimos ao fenômeno, contraditório, de um presidente que demonstra e comprova popularidade em gigantescas manifestações de rua, porém tem seu governo criticado midiaticamente e com avaliações negativas (crescentes) nas “pesquisas” (ou enquetes). Tamanha contradição é o ponto intrigante que afeta previsões e prognósticos para a eleição de 2022.

 

 

 

Que fator valerá mais na hora da decisão final do eleitor?

 

 

 

A popularidade (aparentemente) positiva do candidato ou a avaliação (aparentemente) negativa do governo (nas “pisquiza”). Quem determina o que é verdadeiro ou falso nessa situação divergente? Eis o dilema fundamental para se acreditar (ou não) nas “pesquisas” ou enquetes. Em um ambiente político e institucional perigosamente instável e polarizado, “pesquisas” ou enquetes acerca da “avaliação presidencial” ou sobre “eleições 2022” precisam ser analisadas e encaradas com toda cautela. A divulgação dessas informações têm o efeito imediato de induzir comportamentos, manifestações e opções da opinião pública. Verdadeiras ou falsas, com critérios científicos (estatísticos) rigorosos ou não, geralmente ouvindo, pessoalmente, por telefone ou via internet, tais “levantamentos de dados”, quando veiculados midiaticamente, influenciam o eleitorado e geram polêmicas intermináveis. Quem é favorecido (pessoa ou instituição) aprova e replica a informação. Os contrariados reclamam, questionam, desqualificam e rejeitam os resultados. Nada de anormal. Alguns problemas fundamentais das enquetes (ops, pesquisas) de opinião: seu alto custo, quem financia a operação, com qual interesse político (tático ou estratégico) e se é racional e sensato confiar no, em geral, reduzido universo de pessoas ouvidas, em qual espaço e em quais circunstâncias conjunturais, sociais e culturais? Todos esses aspectos (sobretudo a pergunta objetiva: a quem interesse a divulgação dos dados, favoráveis ou desfavoráveis a alguém ou determinada instituição?) deveriam ser levados em consideração por quem vai analisar os resultados. O fato concreto e objetivo é que “pesquisas” (ou enquetes de intenção de voto ou de avaliação dos governantes e instituições públicas) têm a capacidade de influir na decisão pelo voto, e não apenas “medir” a tendência de vontade do eleitorado. Sobram polêmicas. A XP Política, braço do grande grupo de investimentos, divulgou uma “pesquisa”, feita em parceria com o Instituto Ipespe, que realizou 1.000 entrevistas, de abrangência nacional, de 11 a 14 de agosto, com margem de erro de 3,2 pontos percentuais. Outro ponto que torna polêmico o resultado da “pesquisa” XP/Ipespe, que ouviu mil pessoas em um país de 213 milhões de habitantes. A “pesquisa”, que ouviu apenas mil pessoas, é festejada pelos petistas e pelos inimigos de Bolsonaro. Evidentemente, desagrada e é desacreditada pelos bolsonaristas. A contradição a ser explicada é que Bolsonaro consegue dar demonstrações públicas de apoio popular. Ao contrário do “favorito nas pesquisas”, Luiz Inácio Lula da Silva — um político que tem colada em sua imagem a praga da corrupção nos governos petistas (aliás, muito bem avaliados em diversas “pesquisas”, ao contrário do governo Bolsonaro). Fatos objetivos: personagem que desmoralizou a honradez política, Lula é o candidato reabilitado pelo golpe que o Poder Supremo deu em três instâncias do Judiciário para lhe devolver direitos políticos, recolocando-o no “xadrez” (eleitoral). Lula também é, insistentemente, o candidato favorito em várias “pesquisas”. Curioso é que diversas enquetes, nas redes sociais, que não são encaradas com a mesma “credibilidade” dos levantamentos dos institutos tradicionais, apontam o contrário: Bolsonaro é quem venceria de goleada a reeleição. De novo, a pergunta básica: quem aponta a “verdade”? A massa nas ruas ou as pesquisas que ouvem de mil a duas mil pessoas?

 

 

 

FONTES DE CONSULTAS:

 

 

https://www.tse.jus.br/eleicoes/pesquisa-eleitorais/consulta-as-pesquisas-registradas

 

 

https://www.metropoles.com/colunas/guilherme-amado/quais-sao-os-institutos-de-pesquisa-em-que-jair-bolsonaro-confia

 

 

https://noticias.uol.com.br/politica/ultimas-noticias/2022/01/21/pesquisas-eleitorais-sao-confiaveis-especialistas-respondem.htm

 

 

https://pindograma.com.br/ranking.html

 

 

https://www.jota.info/opiniao-e-analise/colunas/coluna-daniel-marcelino/por-que-as-pesquisas-eleitorais-divergem-tanto-quem-esta-certo-quem-sabe-02052022

 

 

https://www.institutoliberal.org.br/blog/as-pesquisas-eleitorais-sao-infaliveis/

 

 

https://jovempan.com.br/opiniao-jovem-pan/comentaristas/jorge-serrao/quem-tem-mais-credibilidade-a-massa-das-ruas-ou-uma-pesquisa-que-ouve-mil-pessoas.html

 




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