O
mais paradoxal de tudo isso é que os praticantes e defensores deste tipo de
pseudo medicina, em grande maioria, são aqueles(as) que durante a pandemia da
Covid 19 diziam para acreditarmos somente na Ciência.
Medicina Holística, a Antimedicina
*(POR PROF. FELIPE
AQUINO)
Diferentemente da
Medicina Ortodoxa ou Clássica, a qual se baseia em
Ciência autêntica e é nela fundamentada, a Medicina Holística não possui a
Ciência como seu alicerce. O pressuposto essencial e fundamento
da Medicina Holística é o que chamam de “equilíbrio energético”.
Porém
nunca jamais tive notícia de qualquer terapeuta holístico que pudesse definir
nem o que seria este “equilíbrio” e muito menos o que seria essa tal “energia”.
E, lamentavelmente, a esmagadora maioria desses tais terapeutas não sabe, de
fato, com o que estão lidando.
Fazem cursos que lhes
informam apenas a metodologia das terapias alternativas e apenas um mínimo de
conhecimento sobre suas origens e reais significados lhes é fornecido.
Mas, aqui, iremos a fundo neste assunto.
A “Energia” da Medicina Holística
O falso pressuposto a
que se apegam os instrutores da medicina holística e suas práticas é o de que
existe uma energia cósmica e vital que flui pelos corpos dos homens mantendo-os
em harmonia com o universo. Esta suposição não possui absolutamente nada de
científico, mas sim de ocultismo. A tal energia cósmica a
que se referem também fluiria, segundo eles, pelos corpos dos animais, dos
insetos, das plantas e até das pedras. E no caso dos
terapeutas holísticos, estes teriam recebido o preparo para lidar com essa
energia através de dezenas de métodos que utilizam. E eis aqui uma lista de
alguns deles:
-ACUPUNTURA,
-FITOTERAPIA CHINESA,
-QUIROPRÁTICA,
-FLORAIS DE BACH,
-GEMOTERAPIA,
-AROMATERAPIA,
-TAI CHI,
-MEDICINA AYURVÉDICA,
-REFLEXOLOGIA,
-YOGA,
-OSTEOPATIA, dentre
outras.
E como a tal energia é
considerada vital pelos terapeutas holísticos, o
restabelecimento de seu “equilíbrio” abrangeria os três aspectos exdistenciais
do ser humano: O Espiritual, o Mental e o Físico. Daí chamar-se de Holística (de holos = todo). Buscam,
em última análise, uma “harmonia energética” (e logo veremos o que significa
essa tal energia). Antes, porém, verifiquemos alguns textos esclarecedores
escritos por terapeutas holísticos (retirados do gigantesco penduricalho de sites
esotéricos, holísticos e ocultistas que se multiplicam pela Internet. No final
deste estudo apresentaremos alguns deles).
Trechos de Sites Holísticos:
“Um
dos objetivos mais importantes da medicina holística, que
não recorre às drogas, é superar bloqueios energéticos súbitos ou crônicos e
restaurar o fluxo normal da energia interna em direção à parte afetada
ou ao corpo em sua totalidade.”
“A
Saúde Holística é quando vemos o ser como um todo. O
espírito imortal precisa de um veículo para manifestar-se: o corpo. O
perispírito, a mente, o espírito formam o conjunto de fatores que permite a
expressão do pensamento do ser, do indivíduo e do espírito. Ou seja, a
saúde holística é visão global do ser como um todo (corpo, perispírito e
espírito).
“Sendo
Holismo o todo e estando o médium intermediando o plano
espiritual e o plano carnal, existe uma estreita relação entre mediunidade e
Holismo. O médium pode influir na saúde holística através do seu magnetismo,
usando pensamento, sentimento e vontade e também através de sua
faculdade mediúnica (mediunidade de cura)”
“A
Terapia Energética Holística Reconhece no ser humano, de forma inédita, 8
(oito) corpos, “um-dentro-do-outro”! Assim, a natureza
“já” clonou, em níveis superiores de energias, “Plantas Arquetípicas” capazes
de refazerem quaisquer órgãos do homem e da mulher, de forma natural.”
“Os
desequilíbrios na saúde, as crises em geral (econômicas, ocupacionais, etc.) ligam-se às “energias negativas”, que, sendo “reequilibradas”
restabelecem a harmonia pessoal e geral! E isto até mesmo nos casos
considerados sem solução ou sem diagnóstico, pelos meios tradicionais”
“Lembre-se,
a pessoa mais importante neste mundo em primeiro lugar
é você mesmo, pois para estar bem no seu trabalho, na faculdade, no
relacionamento é preciso que em primeiro lugar se esteja bem consigo mesmo,
isto é , estar em equilíbrio físico, energético e mental”
Agora, uma pergunta que não quer calar:
-De
fato, do que foi lido nesses trechos acima, algo soa como científico?
A mim, e a muitos
outros colegas médicos e da área das ciências exatas, nos parece que não.
O Segredo Oculto da
Medicina Holística e o que é a tal Energia a que se referem. Para que se possa
compreender o real sustentáculo das teorias e doutrinas holísticas é
indispensável que falemos sobre duas terapias holísticas que são o elo entre a
Medicina Holística e suas origens ocultistas: O Reiki e a Yoga. Os
trechos abaixo foram reproduzidos de um site Holístico e sumarizam, em síntese
suficientemente esclarecedora, a essência fundamental da Medicina Holística.
Essas
definições nada científicas nos servirão de introdução para o grande elo da
Medicina Holística com sua real origem: O Ocultismo e o Espiritismo Hinduístas,
cuja epítome de expressão atuante é a Yoga Hindu, a mãe da Medicina Holística,
sendo ambas filhas do Hinduísmo.
REIKI
“Energia
Cósmica Universal de cura (técnica milenar de cura e auto cura com as mãos),
age direta e harmoniosamente nos centros vitais do corpo, influenciando o poder
de cura do próprio organismo em todos os níveis (físico, mental, emocional e
etérico).”
“REIKI
é uma energia equilibradora e harmonizadora de origem
na Inteligência Cósmica e, como tal, atua de forma inteligente, direcionando-se
aos locais de maior carência, preenchendo “faltas” e dispersando “excessos”,
conforme a necessidade.”
“O REIKI Aproxima você do seu Eu
Interno. Proporciona
equilíbrio energético. Revitaliza o corpo físico e o energético.
Amplia a consciência. Acelera a auto cura.
“Combate a causa de doenças no campo energético. Atua em
animais, plantas e minerais. Aumenta a criatividade. Libera emoções bloqueadas.
Atua em toda a faixa vibratória: física, mental e espiritual.
Restabelece a harmonia e o bem estar. Revitaliza o corpo físico e o energético.
Amplia a consciência.”
IOGA
A ioga está baseada em
uma filosofia e em uma visão que não são compatíveis com a fé cristã. As
seguintes chaves resumem as publicações dos especialistas Joel S. Peters e Pe.
James Manjackal a respeito do tema:
1. A ioga é uma disciplina espiritual hindu e não só posturas ou
exercícios físicos.A
palavra ioga deriva da raiz sânscrita “yuj” que significa “união”. O objetivo
da ioga é unir o eu transitório (temporal), ou “jiva”, com o (eu eterno)
infinito, ou “Brahman”, o conceito hindu de Deus. Este deus não é um deus pessoal, mas uma substância impessoal
espiritual que é “um só com a natureza e o cosmos”. Brahman é uma substância
impessoal e divina que “impregna, envolve e subjaz em tudo”.A ioga não é apenas um conjunto de posturas
e exercícios físicos, mas uma disciplina espiritual que busca levar a alma ao
“samadhi”, ou seja, aquele estado no qual o natural e o divino se transformam
em um, o homem e Deus chegam a ser um sem nenhuma diferença.
2. É panteísta e, portanto, incompatível com o cristianismo. O panteísmo é aquela visão na qual
deus e o mundo são um só. No hinduísmo
existe uma realidade única e todo o resto é uma ilusão (ou Maya), ou seja, o
universo é entendido como uma energia eterna, divina e espiritual, onde todos
os indivíduos que existem – inclusive os humanos – são suas extensões. A ioga é o caminho que conduz o praticante
(varão=yogi, mulher=yogini) com esta energia cósmica. Por outro lado, no cristianismo,
através da revelação contida na Tradição e nas Sagradas Escrituras, conhecemos
a verdadeira natureza do homem como criação única de Deus, criado a sua
imagem e semelhança; onde nem o homem nem o universo criado são divinos.No hinduísmo, o bem e o mal são ilusórios
(Maya) e, portanto, inexistentes; enquanto no cristianismo, o pecado é uma
transgressão da lei de Deus e o rechaço de nosso verdadeiro bem. Além
disso, é inseparável para nossa fé porque é a razão pela qual necessitamos um
Salvador. A Encarnação, a Vida, a Paixão, a Morte e a Ressurreição de Jesus são
meios de salvação para os cristãos, ou seja, para nos libertar do pecado e de
suas consequências.
3. Não é possível separar a espiritualidade hindu da prática da
ioga. É um erro acreditar que praticando
ioga só conseguirão benefícios corporais sem ser afetado pelo seu fundamento
espiritual. Isto acontece porque a ioga não trata essencialmente do relaxamento ou
da flexibilidade, mas de utilizar os meios físicos para um fim espiritual. Como
explica o apologista Michael Gleghorn, há especialistas em ioga, como Georg
Feuerstein e Jeanine Miller, que ao falar sobre as posturas desta prática
(asana) e dos exercícios de respiração (pranayama) assinalam-nas como algo mais
que simplesmente outra forma de exercício: são “exercícios psicossomáticos”,
isto é, que o processo de origem psíquica também influencia no corpo. O
reconhecido investigador sobre ioga, Dave Fetcho, também assinala que a
filosofia oriental é interdependente com a prática da ioga:“A ioga física, segundo sua definição clássica, é intrínseca e
funcionalmente incapaz de ser separada da metafísica das religiões orientais. O
praticante ocidental que tentar fazer isto está fazendo com ignorância e em
perigo, tanto do ponto de vista do iogue como do ponto de vista cristão. (Ioga;
725:2)
4. Sim, a Igreja Católica se pronunciou sobre o tema. Na “Carta aos bispos da igreja
católica acerca de alguns aspectos da meditação cristã” de 1989, a Congregação
para a Doutrina da Fé, embora não condene expressamente a ioga, assinala no
numeral 12 que é necessário ser prudente com a prática de “métodos orientais”,
inspirados no hinduísmo e no budismo:
“Estas
propostas ou outras análogas de harmonização entre a meditação cristã e as
técnicas orientais, deverão ser continuamente
examinadas mediante um cuidadoso discernimento de conteúdos e de método,
para evitar a queda num pernicioso sincretismo”.
O numeral 14 explica que a noção de
que os seres humanos se unam “com uma consciência cósmica divina” contradiz os
ensinos da Igreja:
“Para
aproximar-se daquele mistério da união com Deus, que os Padres gregos chamavam
divinização do homem, e para compreender com precisão as modalidades segundo as
quais ela se realiza, é necessário ter presente, em
primeiro lugar, que o homem é essencialmente criatura e tal permanece para
sempre, de modo que jamais será possível uma absorção do eu humano pelo Eu
divino, nem sequer nos mais elevados graus de graça”.
Em 2003, o Conselho Pontifício da
Igreja Católica para o Diálogo Inter-religioso publicou um documento intitulado
“Jesus Cristo portador da Água da Vida”, no qual descreve a ioga como uma das
muitas práticas da New Age (Nova Era) e que é “difícil de reconciliar com a
doutrina e a espiritualidade cristã”. No numeral 3 explica por que o da ioga
não ajuda na meditação e na oração cristã:
“Para
os cristãos, a vida espiritual consiste em uma relação com Deus que vai se
tornando cada vez mais profunda com a ajuda da graça, em um processo que
ilumina também a relação com nossos irmãos. A
espiritualidade, para a New Age, significa experimentar estados de consciência
dominados por um sentido de harmonia e fusão com o Todo. Assim, ‘mística’ não
se refere a um encontro com o Deus transcendente na plenitude do amor, a
não ser à experiência provocada por um voltar-se sobre si mesmo, um sentimento
exultante de estar em comunhão com o universo, de deixar que a própria
individualidade entre no grande oceano do Ser”.
5. A origem da ioga remonta aos “vedas” e existe mais de um tipo. Embora suas origens remontam há 5
mil anos e durante muito tempo seus princípios foram transmitidos oralmente, a
ioga foi colocada por escrito e apareceu publicamente nos 4 antigos textos
hindus conhecidos como os Vedas (depois nos Upanishads). Alguns anos depois, o pensador
hindu Patañjali compilou e codificou todo o conhecimento da ioga no Ioga Sutra,
o texto de mais autoridade sobre este tema, reconhecido por todas suas escolas.Patañjali
explicou em seus escritos as 8 vias que guiam as práticas da ioga, da
ignorância à “iluminação” ou união com Brahman. São estas: o autocontrole
(yama), a prática religiosa (niyama), posturas (asana), exercícios de
respiração (pranayama), controle dos sentidos (pratyahara), concentração ou
controle mental (dharana), contemplação profunda (dhyana), iluminação
(samadhi). É
interessante observar que as posturas e os exercícios de respiração que
normalmente são considerados no Ocidente como toda a Ioga, são os passos 3 e 4 que procuram a união com o
chamado Brahman.
Para bons
entendedores...
*Prof. Felipe Aquino é doutor em Engenharia
Mecânica pela UNESP e mestre na mesma área pela UNIFEI. Foi diretor geral da
FAENQUIL (atual EEL-USP) durante 20 anos e atualmente é Professor de História
da Igreja do “Instituto de Teologia Bento XVI” da Diocese de Lorena e da Canção
Nova. Cavaleiro da Ordem de São Gregório Magno, título concedido pelo Papa
Bento XVI, em 06/02/2012. Foi casado durante 40 anos e é pai de cinco
filhos. Na TV Canção Nova, apresenta o programa “Escola da Fé” e “Pergunte e
Responderemos”, na Rádio apresenta o programa “No Coração da Igreja”. Nos finais
de semana prega encontros de aprofundamento em todo o Brasil e no exterior. Escreveu 73 livros de formação católica
pelas editoras Cléofas, Loyola e Canção Nova.
O homem que derrubou as terapias alternativas com
a ciência
(Javier Salas)
O investigador das
pseudociências Edzar Ernst passou duas décadas estudando pseudomedicinas, como
a homeopatia, até que o príncipe Charles o afastou de seu cargo:
“Nunca
pensei que fazer perguntas básicas e necessárias como
cientista poderia provocar polêmicas tão ferozes e que minhas
investigações me envolveriam em disputas ideológicas e intrigas políticas no
mais alto escalão”.
Quem afirma isso é
Edzard Ernst, certamente o cientista mais
odiado pelos defensores da pseudomedicina no mundo inteiro. A razão é simples: o resultado do seu
trabalho os deixa sem argumentos. Ernst (Wiesbaden, Alemanha, 1948) foi
o primeiro a submeter as terapias alternativas ao rigor da ciência de forma
sistemática e chegou a uma conclusão: remédios como homeopatia não são mais que
placebos e quem os receita viola a ética médica.
Na sua viagem
científica contra a pseudociência, Ernst teve que
enfrentar a memória de sua mãe e o Príncipe de Gales, dois fervorosos
homeopatas. O investigador alemão
dedicou 20 anos a um estudo crítico dessas terapias — “duas décadas de
conflitos intermináveis” —, desde a acupuntura até a imposição de mãos, e sua
equipe publicou mais de 350 trabalhos sobre o assunto. Suas memórias, A
scientist in Wonderland (Imprint Academic), Um cientísta no País das
Maravilhas, em tradução livre, oferece o melhor relato sobre as dificuldades
que enfrenta aquele que pretende desvendar de maneira crítica as terapias
alternativas: ameaças, falta de apoio institucional, pressões desde as altas
esferas de poder, solidão... e inumeráveis dificuldades científicas.
Os
terapeutas alternativos e seus partidários parecem um pouco crianças brincando
de médicos e pacientes”, diz Ernst
Os testes que são realizados
diariamente em todos os hospitais do mundo passam por um protocolo muito claro
para provar se o medicamento funciona ou não:
Dão
o remédio para um grupo e um placebo para o outro. Mas
como estudar se a imposição de mãos realmente funciona para curar ou aliviar o
sofrimento de um doente? Essa foi a primeira pergunta que Ernst se fez
ao aterrissar, em 1993, na cadeira de Medicina Complementar da Universidade de
Exeter, a primeira do seu tipo.
Naquela época, conta,
havia tantos curandeiros (por volta de 14.000) no Reino Unido quanto médicos. O
placebo concebido pelos próprios curandeiros seria uma atuação em que fingem
estar impondo suas mãos. À medida que os curandeiros perceberam que
seriam desmascarados, começaram as brigas, as críticas e o rechaço aos métodos:
no fim, acabou que os atores também tinham capacidades curandeiras, e por
isso, o seu placebo funcionava melhor que o dos profissionais.
Ernst começou a se
interessar pelo estudo crítico das terapias alternativas depois de trabalhar em
um hospital homeopático em Munique, em seu país natal, onde essa pseudoterapia
tem raízes profundas e é praticada por médicos importantes. A partir da sua
experiência ali, traça em suas memórias um relato devastador dos doutores que
receitam esses remédios falsos que nunca demostraram sua utilidade médica:
“Fazem
isso porque “não podem lidar com as demandas às vezes muito altas da medicina
convencional. É quase compreensível que, se um médico
tem problemas para compreender as causas multifatoriais e os mecanismos de uma
doença, ou não domina o complexo processo de chegar a um diagnóstico e buscar
um tratamento eficaz, ele tentará empregar no lugar disso conceitos como a
homeopatia e a acupuntura, cujas bases teóricas são muito mais fáceis de
serem entendidas”, escreve o cientista, que continua muito combativo em seu
blog.
Graças ao seu espírito
crítico, a cadeira de Exeter tornou-se a vanguarda da investigação séria sobre
a chamada medicina complementar, e dela saíram alguns dos estudos que demonstraram a sua ineficácia e também seus perigos, como
os osteopatas e quiropráticos que manipulam a coluna vertebral provocando
sérios problemas aos seus pacientes. Para
não falar no risco mais simples e perigoso de todos: abandonar os tratamentos
duros, mas eficientes, como a quimioterapia, por terapias supostamente inócuas,
mas que deixarão o paciente morrer.
Esse cargo havia sido
criado para continuar fazendo a ciência acrítica que os defensores das terapias
alternativas queriam, como o príncipe Charles, em que simplesmente se
perguntava ao paciente se ele estava se sentindo melhor ou pior do que antes de
tal tratamento. Sobre eles, escreve que parecem ter “pouca ou
nenhuma compreensão do papel da ciência em tudo isso. Os terapeutas alternativos
e seus partidários parecem um pouco como crianças brincando com médicos e
pacientes”. Quando os seus
resultados começaram a desqualificar esses remédios, os partidários da medicina
complementar começaram a atacá-lo em todos os âmbitos, do pessoal ao público.
O pesquisador considera
que alguns dos médicos que receitam homeopatia o fazem porque não
conseguem chegar a diagnósticos sérios usando as ferramentas da medicina. Surgiu
disso o principal obstáculo da sua carreira e que teve notável repercussão no
Reino Unido: seu conflito com o príncipe Charles, que
durante anos pressionou os ministros para incluir a homeopatia no sistema de
saúde britânico. No fim, depois
que Ernst o acusou publicamente de não ser nada mais que um vendedor de
produtos para crescer o cabelo, o herdeiro do trono conseguiu retirá-lo do
cargo em Exeter, depois de um doloroso processo na Universidade, do qual saiu
absolvido, apesar das pressões.No fim, depois de muitas brigas, vitórias e
dissabores, Ernst concluiu que seu trabalho serviu para demonstrar a ineficácia
das terapias, mas não para convencer seus defensores:
“De
maneira lenta, mas com segurança, resignei-me ao fato de que, para alguns fanáticos da medicina alternativa, nenhuma
explicação será suficiente. Para eles, a medicina alternativa parece ter se
transformado em uma religião, uma seita cuja crença central deve ser
defendida a todo custo contra os infiéis”.
A experiência serviu
para reconhecer e desarmar todas as armadilhas dialéticas usadas por essas
pessoas, evisceradas nas suas memórias. Falácias como que a medicina convencional
mata mais, que a ciência não é capaz de compreender esses remédios, ou que eles
são bons por serem naturais e milenares foram convenientemente descontruídas. Finalmente,
Ernst, que anteriormente estudava o terrível passado da ciência nazista na
Universidade de Viena, estabelece um paralelo entre os dois fenômenos:
“Quando
se abusa da ciência, sequestrada ou distorcida para servir a um sistema de
crenças políticas ou ideológicas, as normas éticas patinam. A pseudociência é
uma trapaça perpetrada contra os fracos e os vulneráveis. Devemos a nós mesmos
e aos que virão depois permanecer na luta pela verdade, independentemente da
quantidade de problemas que isso possa nos causar”.
Fonte:https://brasil.elpais.com/brasil/2015/12/26/ciencia/1451149669_854409.html
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