Nestes novos tempos em que cada um tem a sua verdade, onde os seminários ensinam de tudo, menos a verdade que realmente liberta, se tornou muito comum ouvirmos dos adeptos de certas linhas progressistas (tais como o biblista italiano Alberto Maggi, frade da Ordem dos Servos de Maria e seus adeptos), de que Jesus morreu porque confrontou o Templo, um sistema de dominação e exploração dos pobres. Diante deste cabedal já não mais Teológico, mas achológico, onde cada um se julga o dono exclusivo da verdade, somos obrigados a ver argumentações completamente "nonsense" que além de negarem os motivos proféticos da morte de Jesus por motivação religiosa, vão além com a seguinte argumentação imanente e reducionista (os grifos e destaques são nossos porém, as baboseiras achológicas estão no link logo após as afirmações espúrias abaixo):
“...Sendo assim, é inevitável que olhando para o crucifixo, com aquele corpo que foi torturado, ferido, riscado de correntes e coágulos de sangue expostos, aqueles pregos que perfuram a carne, aqueles espinhos presos na cabeça de Jesus, qualquer um se sinta culpado; o Filho de Deus acabou no patíbulo pelos nossos pecados! Corre-se o risco de sentimentos de culpa infiltrarem-se como um tóxico...” (Sacramento da confissão serve para que mesmo?).
“.... A morte de Jesus não se deve apenas a um problema teológico, mas econômico...” (nossa, quanto vale mesmo o sacrifício de Jesus?...Quem dá mais?).
“...Jesus não morreu pelos nossos pecados, e muito menos por ser essa a vontade de Deus...” (esta sem sombra de dúvidas, merece ir para os anais oconcur da achologia).
“...O verdadeiro inimigo de Deus não é o pecado...mas o interesse, a conveniência e a cobiça, que tornam os homens completamente refratários à ação divina...” (ué, e isto não são pecados? e as consequências dele? trocaram seis por meia dúzia para dizer que é diferente?).
(https://www.brasildefato.com.br/2018/03/31/artigo-or-jesus-nao-morreu-pelos-nossos-pecados-e-sim-por-enfrentar-o-sistema/)
ENTENDENDO AS "CAUSAS SEGUNDAS" EM TOMÁS DE AQUINO
João 11,47-53: “Então, os chefes dos sacerdotes e os fariseus convocaram uma reunião
do Sinédrio. E disseram: O que poderemos fazer? Pois esse homem realiza muitos
sinais. Se o deixarmos seguir livre, todos acreditarão nele, e então virão os
romanos e tomarão tanto o nosso lugar, como a nossa nação. Entretanto, um dentre eles, chamado Caifás, que naquele ano era o sumo
sacerdote, disse a eles: Vós falais do que não compreendeis. Nem considerais
que é do vosso interesse que morra um só homem pelo povo, e não pereça toda a
nação. Por outro lado, ele não revelou isso de si mesmo, mas sendo o sumo
sacerdote naquele ano, profetizou que Jesus morreria
pela nação judaica. E não somente por aquela nação, mas também para congregar
em um só povo os filhos de Deus que andam espalhados pelo mundo. Assim,
daquele dia em diante, pactuaram em tirar a vida de Jesus...”
No rol dos acontecimentos antes e durante a vida, paixão e morte de Jesus não podemos deixar de lado aquilo que São Tomás de Aquino explicitou sobre as causas segundas no plano de Deus para se chegar a causa primeira:
A Providência
designa a ação no mundo de uma vontade externa (não humana, transcendente),
levando os eventos a um fim. Referida como providência divina é um termo
teológico que se refere a um poder supremo regendo o mundo. Deus, por sua
providência, governa e rege tudo o que recai sob algum movimento para um fim,
movimento corporal ou movimento espiritual, afirma São Tomás de Aquino (Tomás de Aquino. Suma contra os
Gentios, Livro III, Capítulo LXIV). Ele define o papel da providência como
fornecer a cada criatura o que ela precisa para atingir seu fim e remover
obstáculos que possam impedi-la de lá chegar. (Tomás
de Aquino. Livro das Sentenças, Livro IV, Distinção XI, questão I, artigo 3
solução).
A Providência abraça um duplo objeto, primeiro a ordem das coisas no pensamento
divino e, em seguida, a realização dessa ordem por meios garantidos. É por
providência que está prevista a conexão das coisas relativamente ao seu fim e
que a execução desta ordem não é entravada, o que constitui o governo.(Thomas d'Aquin, Somme Théologique,
Première Partie, Question XXII, article 3, réponse).
Para Boécio, uma das
perguntas mais importantes para nós é a da Providência, tema amplamente
abordado em seu A Consolação da Filosofia e contrastado com a Fortuna (Boécio - A Consolação da Filosofia,
lib. IV, pros. VI, Opp.). Em Boécio, a providência, assimilável ao
governo divino do mundo, é, portanto, a razão divina que ordena todas as
coisas, enquanto o destino é a mesma ordem que regula em detalhes o desenrolar
do plano divino no tempo:
“Esse encadeamento de coisas e
eventos, considerado em sua fonte divina, é o que chamamos de Providência; mas
se o considerarmos em seu objeto, isto é, nas coisas criadas, que recebem forma
e movimento da Providência, é o que os antigos chamavam de Destino. À primeira
vista, Providência e Destino parecem ser a mesma coisa, mas em lhes
aprofundando, percebemos a diferença; pois
a Providência é a própria inteligência soberana, que regula e dirige tudo; e
Destino é o arranjo diferente das coisas criadas, pelo qual ela as põe em seu
lugar. A Providência de fato abrange todas as coisas deste mundo ao mesmo
tempo, por mais diferentes, por mais numerosas que sejam, e o destino está
ligado a cada coisa em particular, e diversificado, por assim dizer, tanto
quanto as coisas são. pelas diferentes combinações de movimento, modificações,
tempos e lugares; de sorte que essa ordem de coisas e tempos reunidas nas
ideias de Deus é o que deve ser chamado de Providência; e quando a consideramos
dividida e distribuída sucessivamente às criaturas, é isso que tem sido chamado
de destino. Essas duas coisas são, portanto, diferentes: uma, no entanto,
depende da outra; pois a ordem dos destinos é apenas o efeito da Providência.” (A Consolação da Filosofia, IV, 6):
Ao contrário da
oposição clássica entre providência e destino, os dois podem ser combinados:
Tomás de Aquino assim retoma Boécio.(
Suma Teológica, Livro I, qu.116: Do destino).A Providência e o
Destino seriam então dois lados do mesmo fenômeno, em particular apelando à
distinção estoica entre causas perfeitas e principais e causas secundárias.Em
relação à implementação do plano divino, Tomás de Aquino segue, com o
conhecimento do século XIII, raciocínio semelhante ao de Boécio (qu. 116):
A ordenança dos efeitos pode ser visualizada de duas maneiras. Primeiro, como é no próprio Deus, e neste caso a ordem dos efeitos é chamada Providência. Segundo, conforme a mesma ordenança é considerada nas causas intermediárias ordenadas por Deus para produzir certos efeitos, ela assume a racionalidade do Destino.A Providência não é exercida da mesma maneira em seres racionais e animais, de acordo com Tomás. No primeiro caso, combina as questões da graça e do livre arbítrio. É nesse sentido que o catecismo da Igreja Católica Romana dá a seguinte definição:
"A Divina Providência, estas
são as disposições pelas quais Deus conduz com sabedoria e ama todas as
criaturas até o seu fim último".(Catecismo
da Igreja Católica, §321)
CONCLUSÃO:
Pouco antes de morrer, encarcerado em Roma o Apóstolo São Paulo escreveu
sua última carta, a sua segunda a Timóteo. Nela ele recorda que é anunciador da
mensagem salvadora:
“Cristo Jesus
destruiu a morte, fez brilhar a vida e a imortalidade” (2, 10).
Por causa deste ministério ele sofreu muito como mostra em 2Cor
11, 23-29. Para seguir o Cristo, Paulo deixou todos os seus títulos de genuíno
fariseu (Fl 3, 4-11) e enfrentou os desafios da pregação do Evangelho “loucura
e escândalo” (1Cor 1, 23). Foi, por isto, acusado de subversivo (cf. At 17, 7),
nocivo à indústria dos ourives (cf. At 19, 23-40), prejudicial ao comércio dos
adivinhos (cf. At 16, 16-19), traidor da Lei de Moisés (cf. At 18, 12-17).
Suportou tudo por a amor a Jesus. Nunca se arrependeu de ter confiado no
Cristo. Com alegria escreveu:
“Eis
por que sofro estas coisas. Todavia… sei
em quem pus a minha confiança, e estou certo de que Ele é capaz de guardar
o meu depósito até aquele Dia” (2Tm 1, 12).
“Sei em quem acreditei (pepísteuka)”. Este
verbo em grego indica algo de estável e imutável. Ele sabia que se entregou a
sua vida não a um mero homem, nem a uma facção poderosa, mas a Jesus Cristo,
Filho de Deus. Sabia que não seria decepcionado, mas, ao contrário, o seu
depósito lhe seria guardado e entregue naquele Dia, no Dia do Juízo Final.
Depósito, parathéke em grego, era um valor entregue aos cuidados de uma pessoa
de confiança, e que deveria ser devolvido ao depositante, por um contrato
baseado na lei romana. Paulo termina a sua vida dizendo:
“Combati o bom
combate, terminei a minha carreira, guardei a fé. Desde já me está reservada a
coroa da justiça, que me dará o Senhor, justo Juiz, naquele Dia” (2Tm 4, 7s).
Essas palavras do Apóstolo e a sua atitude, devem ser modelo de
vida para nós cristãos. Quem abraça o Evangelho, deposita nas mãos de Jesus
Cristo toda a sua vida; não pertence mais a si, mas é selado como propriedade
dele (cf. 2Cor 1, 22; Ef 1, 13s). Esta decisão pode parecer arriscada, mas é
sumamente sábia. O cristão pode e deve dizer:
“Sei em quem pus a
minha confiança…!”
Pus a minha confiança
salvadora e plenamente libertadora em Nosso Senhor Jesus Cristo e sua Igreja,
que é coluna e sustentáculo da verdade (I Tim 3,15), e não em biblistas ou
teólogos de novidades. Reze agora com o nosso credo milenar e imutável.
Profissão de fé – Credo Niceno – Constantinopolitano
Creio em um só Deus, Pai Todo-Poderoso, criador do céu e da terra, de todas as coisas visíveis e invisíveis. Creio em um só Senhor, Jesus Cristo, Filho Unigênito de Deus, nascido do Pai antes de todos os séculos. Deus de Deus, luz da luz, Deus verdadeiro de Deus verdadeiro, gerado, não criado, consubstancial ao Pai. Por ele todas as coisas foram feitas. E por nós, homens, e para nossa salvação, desceu dos céus, e se encarnou pelo Espírito Santo, no seio da Virgem Maria, e se fez homem. Também por nós foi crucificado sob Pôncio Pilatos, padeceu e foi sepultado. Ressuscitou ao terceiro dia, conforme as escrituras, e subiu aos céus, onde está sentado à direita do Pai. E de novo há de vir, em sua glória, para julgar os vivos e os mortos; e o seu reino não terá fim. Creio no Espírito Santo, Senhor que dá a vida, e procede do Pai e do Filho; e com o Pai e o Filho é adorado e glorificado; Ele que falou pelos profetas. Creio na Igreja, una, santa, católica e apostólica. Professo um só batismo para a remissão dos pecados, e espero a ressurreição dos mortos e a vida do mundo que há de vir. Amém!
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