“Se os espírito dos povos indígenas não se submetem a Cristo, são
demônios (adversários)” – Dom Azcona
Estes
artigos pretendem dar um correto entendimento deste assunto à luz do magistério
da Igreja sobre a inculturação e o sincretismo religioso:
Papa Francisco: "diálogo entre religiões
diferentes é fonte de paz"
Cidade do Vaticano - O
Papa Francisco recebeu em audiência, neste sábado (23/06), na Sala dos Papas,
no Vaticano, vinte e dois membros da delegação “Emouna Fraternité Alumni”, que
fornece a líderes religiosos uma formação multidisciplinar sobre instituições,
responsabilidades e conhecimento de cada religião. A associação nasceu no
âmbito do programa “Emouna - L'Amphi des religions” (Emouna – O anfiteatro das
religiões), proposto e iniciado pelo Instituto de Estudos Políticos em Paris,
com a participação de grandes religiões presentes na França.
Reforçar os laços de fraternidade
“Essa associação pretende reforçar
os laços de fraternidade entre os membros de religiões diferentes, aprofundando
um trabalho de pesquisa. Na realidade,
durante o seu período de estudo, vocês demonstram a possibilidade de viver um
pluralismo saudável, que respeita as diferenças e os valores que cada um leva
consigo. Vocês testemunham também, num espírito de abertura, a capacidade das
religiões de participar do debate público numa sociedade secularizada. Além
disso, manifestam, através dos laços fraternos estabelecidos entre vocês, que o
diálogo entre os fiéis de várias religiões é uma condição necessária para a paz
no mundo.” O Papa os encorajou a
perseverar neste caminho, conjugando “três atitudes fundamentais para favorecer
o diálogo":
-O dever da identidade
-A coragem da alteridade
-E a sinceridade das
intenções
Abertura aos outros!
“A fraternidade verdadeira pode
ser vivida na atitude de abertura aos outros, que nunca procura um sincretismo conciliador, pelo contrário, busca se
enriquecer sinceramente com as diferenças, com a vontade de entendê-las a fim
de respeitá-las melhor, pois o bem de cada um se encontra no bem de todos.”
Francisco convidou os membros da associação a:
“Testemunhar com a qualidade de
suas relações que ‘a religião não é um
problema, mas parte da solução’. Ela nos recorda que é necessário voltar o
ânimo para o Alto a fim de aprender a construir uma cidade de seres humanos. Assim,
vocês se apoiarão reciprocamente para serem como árvores bem plantadas,
enraizadas no terreno da história e de suas respectivas tradições. Fazendo
isso, irão contribuir, com os homens e mulheres de boa vontade, em transformar
“todos os dias o ar poluído do ódio no oxigênio da fraternidade”.
Cultura do encontro e diálogo
“Encorajo-os a cultivar uma
cultura do encontro e diálogo, promover
a paz e defender, com doçura e respeito, a sacralidade da vida humana contra
todas as formas de violência física, social, educacional ou psicológica. Convidando-os
a rezar uns pelos outros, o Papa concluiu, pedindo a Deus o dom da paz a todos
os membros da associação e para que o
Senhor os ajude a caminhar “como irmãos na estrada do encontro, do diálogo e da
concórdia, no espírito de colaboração e amizade.”
Fonte: vaticannews.va
INCULTURAÇÃO NO CATECISMO DA IGREJA CATÓLICA:
Elementos culturais próprios de cada povo adaptados na
iniciação cristã:
§1232: O concílio Vaticano II restaurou, para a Igreja latina, "o
catecumenato dos adultos, distribuído em várias etapas". Encontram-se tais
ritos no Ordo initiationis christianae adultorum (Ritual da iniciação cristã
dos adultos). O Concílio por sua vez
permitiu que, "além dos elementos de iniciação fornecidos pela tradição
cristã", fossem admitidos "em terras de missão estes outros elementos
de iniciação cristã, cuja prática constatamos em cada povo, na medida em que
possam ser adaptados ao rito cristão".
Espiritualidades e testemunho de fé:
§2684: Na comunhão dos santos, desenvolveram-se, ao longo da história das
Igrejas, diversas espiritualidades. O carisma pessoal de uma testemunha do Amor
de Deus aos homens pôde ser transmitido, como "o espírito" de Elias a
Eliseu" e a João Batista, para que alguns discípulos tenham parte nesse
espirito. Há uma espiritualidade
igualmente na confluência de outras correntes, litúrgicas e teológicas,
atestando a inculturação da fé num meio humano e em sua história. As
espiritualidades cristãs participam da tradição viva da oração e são guias
indispensáveis para os fiéis, refletindo, em sua rica diversidade, a pura e
única Luz do Espírito Santo. O Espírito é de fato o lugar dos santos, e o
santo é para o Espírito um lugar próprio, pois se oferece para habitar com Deus
e é chamado seu templo.
Igreja e Inculturação:
§854 Por sua própria missão, "a Igreja caminha com a humanidade inteira.
Experimenta com o mundo a mesma sorte terrena; é como o fermento e a alma da
sociedade humana a ser renovada em Cristo e transformada na família de
Deus". O esforço missionário exige, pois, a paciência. Começa pelo anúncio do Evangelho aos povos
e aos grupos que ainda não crêem em Cristo; prossegue no estabelecimento de
comunidades cristãs que sejam "sinais da presença de Deus no mundo" e
na fundação de Igrejas locais; encaminha um processo de inculturação para
encarnar o Evangelho nas culturas dos povos; e não deixará de conhecer também
fracassos. "Quanto aos homens, sociedades e povos, apenas gradualmente
os atinge e penetra, e assim os assume na plenitude católica.".
Bento XVI
advertiu que aqueles que, em nome da inculturação, decaem no sincretismo
estão distantes da verdadeira liturgia cristã!
CIDADE DO VATICANO, quinta-feira, 15 de abril
de 2010 (ZENIT.org)...O Papa
falou a bispos do norte do Brasil (Estados do Pará e Amapá), recebidos em
audiência no contexto da visita ad Limina Apostolorum. Em seu discurso, Bento
XVI enfatizou sua preocupação:
“Por tudo o que possa ofuscar o
ponto mais original da fé católica: hoje Jesus Cristo continua vivo e realmente
presente na hóstia e no cálice consagrados”.O pontífice reconheceu que “uma menor atenção que por vezes é prestada
ao culto do Santíssimo Sacramento é indício e causa de escurecimento do sentido
cristão do mistério”.
Isso sucede quando:
“Na Santa Missa já não aparece como proeminente e operante
Jesus, mas uma comunidade atarefada com muitas coisas em vez de estar recolhida
e deixar-se atrair para o Único necessário: o seu Senhor. Ora, a atitude
primária e essencial do fiel cristão que participa na celebração litúrgica não
é fazer, mas escutar, abrir-se, receber… É óbvio que, neste caso, receber
não significa ficar passivo ou desinteressar-se do que lá acontece, mas
cooperar”, disse o Papa.
Bento XVI enfatizou que:
“se na liturgia não emergisse a figura de Cristo, que está
no seu princípio e está realmente presente para a tornar válida, já não
teríamos a liturgia cristã, toda dependente do Senhor e toda suspensa da
sua presença criadora”.
“Como estão distantes de tudo isto quantos, em nome da inculturação,
decaem no sincretismo introduzindo ritos tomados de outras religiões ou
particularismos culturais na celebração da Santa Missa”, disse.
O Papa assinalou, citando João Paulo II, que:
“O mistério eucarístico é um dom demasiado grande para suportar
ambiguidades e reduções, particularmente quando, despojado do seu valor
sacrificial, é vivido como se em nada ultrapassasse o sentido e o valor de
um encontro fraterno ao redor da mesa”.
Bento XVI considera que uma das razões dessa
descaracterização está:
“Numa mentalidade incapaz de
aceitar a possibilidade duma real intervenção divina neste mundo em socorro do
homem. A confissão duma intervenção redentora de Deus para mudar esta situação
de alienação e de pecado é vista por quantos partilham a visão deísta como
integralista, e o mesmo juízo é feito a propósito de um sinal sacramental que
torna presente o sacrifício redentor. Mais
aceitável, a seus olhos, seria a celebração de um sinal que corresponda a um
vago sentimento de comunidade.”
Mas, prossegue o Papa:
“O culto não pode nascer da nossa
fantasia; seria um grito na escuridão ou uma simples auto-afirmação. A verdadeira liturgia supõe que Deus
responda e nos mostre como podemos adorá-Lo. A Igreja pode celebrar e adorar o
mistério de Cristo presente na Eucaristia, precisamente porque o próprio Cristo
Se deu primeiro a ela no sacrifício da Cruz. A Igreja vive desta presença e tem
como razão de ser e existir ampliar esta presença ao mundo inteiro”,
afirmou o pontífice.O sincretismo religioso sempre foi um perigo
para a fé dos cristãos. Os Papas em muitos documentos alertaram sobre este
perigo:Por exemplo,
recordando o discurso que São João Paulo II fez aos membros de outras religiões
em Assis, o Papa Bento XVI afirmou, em
2006, que:“É importante não esquecer a
atenção que então foi dada para que o encontro inter-religioso de oração não se
prestasse a interpretações sincretistas, fundadas numa concepção relativista” - Em sua viagem ao Benim (África), em 2011, Bento XVI
explicou com clareza que:“O diálogo inter-religioso mal-entendido leva à confusão ou ao
sincretismo. Este não é o diálogo que se pretende”.Por outro lado, a
Declaração “Dominus Iesus” (n. 22), aprovada pelo Papa São João Paulo II,
explicou sobre a ilusão e o perigo da
mentalidade relativista que leva a pensar que “tanto vale uma religião como
outra”: “Com a vinda de Jesus Cristo
Salvador, Deus quis que a Igreja por Ele fundada fosse o instrumento de
salvação para toda a humanidade (cf. At 17,30-31). (Cf. LG, 17; Enc.
Redemptoris missio, n. 11). Esta verdade
de fé nada tira ao fato de a Igreja nutrir pelas religiões do mundo um sincero
respeito, mas, ao mesmo tempo, exclui de forma radical a mentalidade
indiferentista “imbuída de um relativismo religioso que leva a pensar que “tanto
vale uma religião como outra” (Redemptoris missio, n. 36). Se é verdade que
os adeptos das outras religiões podem receber a graça divina, também é verdade
que objetivamente se encontram numa situação gravemente deficitária, se
comparada com a daqueles que na Igreja têm a plenitude dos meios de salvação
(Pio XII, Carta Enc. Mystici corporis, Denz., n. 3821). Há que lembrar,
todavia, “a todos os filhos da Igreja que a grandeza da sua condição não é para
atribuir aos próprios méritos, mas a uma graça especial de Cristo; se não
corresponderem a essa graça, por pensamentos, palavras e obras, em vez de se
salvarem, incorrerão num juízo mais severo” (LG, 14). Compreende-se, portanto, que, em obediência ao mandato do Senhor (cf.
Mt 28,19-20) e como exigência do amor para com todos os homens, a Igreja
“anuncia e tem o dever de anunciar constantemente a Cristo, que é “o caminho, a
verdade e a vida” (Jo 14,6), no qual os homens encontram a plenitude da vida
religiosa e no qual Deus reconciliou todas as coisas consigo” (Nostra
aetate, n. 2)
O Catecismo a Igreja Católica é muito claro quando afirma
a necessidade da Igreja católica para a salvação:
“…toda salvação vem de
Cristo-Cabeça por meio da Igreja, que é seu Corpo: Apoiado na Sagrada Escritura e na Tradição, [o Concílio] ensina que
esta Igreja peregrina é necessária para a salvação. O único mediador e caminho
da salvação é Cristo, que se nos torna presente em seu Corpo, que é a Igreja.
Ele, porém, inculcando com palavras expressas a necessidade da fé e do batismo,
ao mesmo tempo confirmou a necessidade da Igreja, na qual os homens entram pelo
Batismo, como que por uma porta. Por isso não podem salvar-se aqueles que, sabendo que a
Igreja católica foi fundada por Deus por meio de Jesus Cristo como instituição
necessária, apesar disso não quiserem nela entrar ou nela perseverar.” (CIC n.846). Apesar dessas
palavras tão fortes da Igreja sobre a salvação, há, infelizmente em alguns
segmentos da Igreja a tendência perigosa de deixar que as pessoas se salvem
“dentro de suas próprias culturas e crenças”, fora da Igreja, voluntariamente. Sobre isso diz o Catecismo:“Cabe à Igreja o dever e também o direito sagrado de evangelizar todos
os homens” (n. 848).Pois a grande ordem de Jesus para a Igreja, em todos os
tempos foi esta:“Ide, pois, e ensinai a todas as
nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito Santo. Ensinai-as a
observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco todos os dias, até o
fim do mundo” (Mt 28,19-20)”.Foi por isso que
milhares de missionários, como São José de Anchieta, e tantos outros, deixaram
suas pátrias, para levar esta salvação aos índios.Portanto, deixar de levar a todos os homens, sejam civilizados ou não,
o único Evangelho da salvação e os sacramentos da Igreja católica, seria uma
enorme traição a Jesus Cristo.O Catecismo diz que quem não conheceu a Igreja, Cristo e o Evangelho,
sem culpa, pode se salvar se viver de acordo com os ditames da consciência (cf.
n. 847). Mas que fique bem claro este “sem culpa”.
De modo especial, o sincretismo religioso é
destruidor na celebração da Eucaristia!
O Papa Bento XVI, no
dia 15 de abril de 2000, falando aos bispos da região Norte do Brasil, criticou
o sincretismo religioso no Brasil e pediu que:“Os bispos brasileiros rejeitem “fantasias” na Eucaristia. Ele disse
que: “o culto não pode nascer de nossa fantasia”, já que “a verdadeira liturgia
pressupõe que Deus responda e nos mostre como podemos adorá-lo”.
A mensagem foi clara:
“A Igreja não aceita o
sincretismo, nem mesmo em regiões distantes e onde a cultura local seja
predominante. Bento XVI insistiu que
estava preocupado “por tudo o que possa ofuscar o ponto mais original da fé
católica” e advertiu para os riscos do sincretismo. A Igreja rejeita que sejam
introduzidos ritos tomados de outras religiões na celebração das missas.Bento
XVI disse aos bispos do Norte do Brasil que “os desvios poderiam estar sendo
motivados por uma mentalidade “incapaz de aceitar a possibilidade de uma
verdadeira intervenção divina”. Para
ele, a Eucaristia é um “dom demasiado grande para suportar ambiguidade e
reduções”. “Quando na Santa Missa não aparece a figura de Jesus como elemento
preeminente, mas uma comunidade atarefada em muitas coisas”, se produz um
“escurecimento do significado cristão do sacramento”. “Que ele (Jesus) seja
verdadeiramente o coração do Brasil, de onde venha a força para todos homens e
mulheres brasileiros se reconhecerem e ajudarem como irmãos”, completou.
O “Semanário Litúrgico-catequético” O DOMINGO 11-
3789 4000), de 13-06-2019, trouxe um artigo intitulado ECOLOGIA E MISSÃO, do
padre João Batista Libânio, sj, onde exagera no relativismo doutrinário e no
sincretismo religioso:
Entre outras afirmações “vagas” e numa crítica anacrônica
à evangelização da Igreja no Ocidente, diz que: “O conceito de vida ampliou-se.
Os grandes empreendedores do passado se ofenderiam se lhes disséssemos que
batalharam pela morte. “Não”, diriam. Levamos
a vida da fé católica, a vida da cultura ocidental, a vida da tecnologia
européia a regiões sem fé, sem cultura, sem tecnologia. Eles tinham, porém, uma
compreensão restrita da vida, fixada neles mesmos. Desconheciam que a vida
se expande de mil maneiras. Vida de Deus existe em todas as religiões. Cultura
se constrói em todos os povos. Fabricam-se até mesmo tecnologias na
simplicidade de humanos primitivos”. Ora, dizer que “Vida de Deus em plenitude, existe em todas as
religiões”, é lançar joio no trigo puro do Senhor; é um convite terrível para
que os católicos se liguem a outras religiões, já que em todas elas existe
“Vida de Deus”. No mínimo essa
afirmação dá à Redenção de Nosso Senhor Jesus Cristo um sentido relativo; algo
supérfluo e dispensável. Se todas as religiões são boas, se em todas elas está
a “Vida de Deus”, então, todos os deuses e supostos espíritos,
são verdadeiros e todos os credos dessas religiões são válidos e a morte de Cristo
foi em vão, o trabalho de evangelização da Igreja é inútil; os mártires
morreram e morrem hoje em vão.
Desta forma se nivela Jesus Cristo com Buda, Maomé, Massaharu Tanigushi,
Alan Kardec, etc.Se é assim, então, para que 2000 de lutas da Igreja contra as
heresias, os 21 Concílios ecumênicos para vencer o arianismo, o pelagianismo, o
nestorianismo,o macedonismo, o monofisismo, o monoteletismo, o iconoclasmo, o
jansenismo, o protestantismo e outras heresias?Será que tudo isso foi em vão?
Uma perda de tempo da Igreja e dos seus santos padres, santos e doutores? Definitivamente Não!
Ao aprovar o Catecismo em 1992, na “Constituição Fidei depósitum”
o Papa disse:
“Guardar o depósito da fé é a missão que o Senhor confiou à sua Igreja e
que ela cumpre em todos os tempos”. - A Igreja sabe que se o
sagrado “depósito” (1Tm 6,20) , a “sã doutrina” (1Tm 1, 10; Tt 2, 1), for corrompido,
tudo estará perdido. Para S. Paulo, a
salvação está na verdade e esta está na Igreja. “Deus quer que
todos se salvem e cheguem ao conhecimento da verdade!” (1Tm 2, 4); mas, “A
Igreja é a coluna e fundamento da verdade”
(1Tm 3,15). S. Paulo fala do perigo das “doutrinas estranhas” (1 Tm 1,3); dos “falsos
doutores” (1 Tm 4, 1-2).Sinceramente não podemos ficar calados diante de um absurdo tão grande, infelizmente
notado por poucos Católicos esclarecidos? Temos de protestar, pois, relativizar
a salvação que só Jesus tem para nos dar é trair Cristo e a Igreja.Evangelizar é levar o
Evangelho da salvação a todos os povos. A ordem do Senhor é esta: “Ide, pois, e
ensinai a todas as nações; batizai-as em nome do Pai, do Filho e do Espírito
Santo. Ensinai-as a observar tudo o que vos prescrevi. Eis que estou convosco
todos os dias, até o fim do mundo” (Mt 28,19-20). E sabemos que não há salvação
fora de Jesus Cristo e da Igreja Católica. São Pedro diz claro:
“Em nenhum outro há salvação, porque debaixo do céu nenhum outro nome
foi dado aos homens, pelo qual devamos ser salvos”. (At 4, 12). São Pedro
explica-nos que essa salvação eterna foi conquistada “não por
bens perecíveis, como a prata e o ouro… mas pelo precioso sangue de Cristo, o Cordeiro
imolado” ( I Pe 1,18).
“Carregou os nossos
pecados em Seu corpo sobre o madeiro, para que, mortos aos nossos pecados,
vivamos para a justiça. Por fim, por suas chagas fomos curados” (1 Pe 2,24).
Jesus não disse:Eu sou “um” caminho, como se
houvesse muitos, não. Ele disse: eu sou “o” Caminho, “a” Vida, “a” Verdade.Fora de Jesus Cristo
não há vida eterna!O nosso Catecismo diz no seu §846 que: “Fora da Igreja não há salvação”. “Como entender esta afirmação, com
freqüência repetida pelos Padres da Igreja? Formulada de maneira positiva, ela
significa que toda salvação vem de Cristo-Cabeça através da Igreja que é o seu
Corpo: Apoiado na Sagrada Escritura e na Tradição, [o Concílio] ensina que esta
Igreja peregrina é necessária para a salvação. O único mediador e caminho da
salvação é Cristo, que se nos torna presente no seu Corpo, que é a Igreja. Ele,
porém, inculcando com palavras expressas a necessidade da fé e do batismo, ao
mesmo tempo confirmou a necessidade da Igreja, na qual os homens entram pelo
batismo, como que por uma porta. Por isso não podem salvar-se aqueles que,
sabendo que a Igreja católica foi fundada por Deus através de Jesus Cristo como
instituição necessária, apesar disso não quiserem nela entrar, ou então
perseverar (LG 14)”. Fora da Igreja
Católica, há sementes de verdade e de bem, que devem ser reconhecidas, como
disse o Concílio Vaticano II, mas não a verdade plena, e nem a “plenitude
dos meios da salvação”, que só existe na Igreja católica (Unitatis Redintegratio,
3). No Consistório dos Cardeais, em Roma, de 4 a 6
de abril de 1991, o Cardeal Josef Tomko, Prefeito da Congregação para a Evangelização
dos Povos, fez um alerta importante: Apresentou uma “nova
teoria nascida em alguns ambientes teológicos que distingue entre o Cristo
cósmico Logos e Jesus Cristo histórico.” O Cristo Logos cósmico
“estaria presente em todas as religiões do mundo”, não só no Cristianismo, ao
passo que o Cristo histórico só no Cristianismo. Isto leva à conclusão de que não se deveria fazer um esforço
missionário de evangelização e catequese dos povos não católicos, mas apenas
cuidar da promoção temporal e econômica de todos os povos.
A tese é muito perigosa, pois anula o conceito de verdade e relativiza
todas as mensagens religiosas, colocando no mesmo plano o
politeísmo, o panteísmo e o monoteísmo, como se
todas as religiões fossem boas e igualmente verdadeiras.Eis um resumo das colocações do Cardeal sobre este novo perigo
teológico:
“As conseqüências
sobre a missão são simplesmente devastadoras. A finalidade da evangelização é
desviada e reduzida, a necessidade da fé em Jesus Cristo, do batismo e da
Igreja, é posta em dúvida.
“Neste contexto do pluralismo religioso, exclama um teólogo indiano, ainda
tem sentido proclamar Cristo como o único Nome em que todos os homens encontram
a salvação a chamar a fazerem-se discípulos mediante o batismo e a entrar na
Igreja”?
A evangelização no
sentido global, em que o “novo ponto focal” é a construção do Reino, ou seja,
da nova humanidade, consistiria só no diálogo, na enculturação e na libertação.
Estranha mas significativamente, é omitido o anúncio ou proclamação; antes, ela
é classificada como propaganda ou proselitismo.
A evangelização é reduzida ao diálogo de tipo social ou à promoção econômico-social
e à “libertação” das raças com todos os meios, incluída a violência.
Sobre a conversão, um teólogo indiano escreve:
“A conversão religiosa é o resultado do jacobinismo ocidental e da sua
intolerância… A conversão nasce do sentido de superioridade de uma religião a
respeito de outra, enquanto nenhuma religião tem o monopólio da verdade”.
O abandono das
estações missionárias, das pregações do Evangelho e da catequese, por parte dos
missionários, do clero, das religiosas, e a fuga para obras sociais, como também
o contínuo falar em sentido redutivo dos “valores do Reino” (justiça, paz) é um
fenômeno difundido na Ásia e propagandeado por alguns centros missionários,
também noutros continentes.” Note que este Jesus
histórico teria outras manifestações paralelas e equivalentes. Assim, o objetivo do catolicismo não seria reunir
todos os povos na Igreja fundada por Jesus Cristo, e entregue a Pedro e seus
sucessores (cf. Lumen Gentium nº 14; Decreto Ad. Gentes nº 7), mas apenas
reunir todos os homens, de qualquer religião, no Reino de Deus. Mas este Reino
não seria caracterizado por uma única crença religiosa, um Credo católico, mas,
por amor, justiça, paz, bem estar da humanidade, ecologia, libertação dos homens;
logo,
o zelo missionário seria condenável como proselitismo e intolerância, e a evangelização
se reduziria à promoção econômico-social e à libertação das raças. Penso que um
Semanário “litúrgico-catequético” não é o lugar para se fazer catequese ecológica,
social e sincretista, mas de anunciar o “Kerigma”, o grito, de que Jesus Cristo,
e
só Ele, é o salvador e redentor do
homem.
Prof. Felipe Aquino - Cleofas
“A inculturação exige a purificação das
culturas”
A afirmação é do Cardeal presidente do Pontifício Conselho para
a Promoção da Unidade dos Cristãos, Cardeal Kurt Koch, o qual explicou que, quando se
fala em inculturação na Amazônia, é importante lembrar a necessidade de
purificar os elementos que não são bons nas culturas.Em entrevista
concedida a Matthew Bunson, da EWTN News, o Cardeal disse que, durante o Sínodo
da Amazônia do qual participa, houve muita conversa sobre a inculturação do
Evangelho, mas não sobre a purificação.“Tenho a impressão de que durante este Sínodo os bispos falaram
principalmente sobre inculturação e não muito sobre purificação. Eu perguntei
sobre isso também no meu grupo (círculo menor), quais são os elementos que
precisamos purificar, e não recebi uma resposta clara”, disse o Purpurado em 23
de outubro.O Cardeal Koch também
explicou que “a evangelização sempre precisa de inculturação, porque o
Evangelho deve ser entendido em diferentes culturas. Neste sentido, enfatizou, temos que considerar duas coisas:“Primeiro de tudo a inculturação e, por outro lado, a purificação da
cultura, porque nem todas as coisas em outras culturas são boas.Temos
diferentes desafios e distintos problemas, e estes precisam passar por um claro
discernimento de espírito sobre o que podemos aceitar e receber destas culturas
para uma melhor compreensão do Evangelho”, destacou.
A Comissão Teológica
Internacional publicou há alguns anos um texto intitulado “Fé e inculturação”,
no qual se pode encontrar uma definição desse termo que é muito atual:“O processo de inculturação pode ser definido como o esforço da Igreja
para fazer penetrar da mensagem de Cristo um determinado meio sociocultural,
convidando-o a crescer segundo os seus próprios valores, desde que estes sejam
conciliáveis com o Evangelho”, indica.O termo inculturação inclui a ideia de
crescimento e de enriquecimento mútuo das pessoas e dos grupos, pelo fato do
encontro do Evangelho com um meio social”, continua o texto.
O documento também afirma que:
“É necessário desenvolver uma capacidade de analisar as
culturas e de lhes captar as incidências morais e espirituais. Impõe-se uma
mobilização de toda a Igreja para que a tarefa extremamente complexa da
inculturação do Evangelho no mundo moderno seja empreendida com sucesso”.
Este esforço vai requerer dos responsáveis pela
evangelização:
1) Uma atitude de
acolhimento e de discernimento crítico.
2) A capacidade de
captar os anseios espirituais e as aspirações humanas das novas culturas.
3) A aptidão para a
análise cultural em vista de um encontro efetivo com o mundo moderno.
Fonte: ACI digital
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