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Os 10 mandamentos são a "espinha dorsal das escrituras", tudo mais é releitura adaptativa para cada tempo!

Written By Beraká - o blog da família on quinta-feira, 2 de maio de 2019 | 20:01






Por *Francisco José Barros Araújo 




A Bíblia é “Alguém” dentro de um evento salvífico-libertador, por isso, ela é lida, interpretada, atualizada e celebrada ao mesmo tempo!










O centro da Sagrada Escritura é Cristo; por isso, tudo deve ser lido sob o olhar de Cristo e buscando n’Ele seu pleno cumprimento. Cristo é a chave interpretativa da Sagrada Escritura. Nunca achar que somos os primeiros que leram a Santa Escritura. Muitos, muitíssimos, através dos séculos, a leram, meditaram, viveram e a transmitiram. Os melhores intérpretes da Bíblia são os santos. 





A Escritura é o livro da comunidade eclesial. Nossa leitura, ainda que seja em solidão, jamais poderá ser solitária! 



Para lê-la com proveito, é preciso inserir-se na grande corrente eclesial que é conduzida e guiada pelo Espírito Santo, na marcha ascendente da revelação.Há no decálogo a base e a estrutura social e política do Estado. É inegável a sua contribuição na legislação de todos os povos da terra, daí a sua influência tanto no Estado como na Igreja.





Jesus disse que veio dar pleno cumprimento a lei e aos profetas (Mat. 5,17-20). 




O verbo grego para cumprir é “pleroo” e significa “cumprir, completar, encher”. Devemos recordar o sentido de torah, como instrução revelada no Sinai em seus aspectos teológico e ético do Decálogo. 





O Antigo Testamento contém a instrução e doutrina sobre Deus, o mundo e um plano imanente de libertação, mas sua revelação em relação a libertação salvífica é parcial e ainda não integral, pois faltava ainda a parte final da revelação feita por Jesus Cristo! 



Somente a partir da manifestação do Filho de Deus, Jesus o Cristo, é que se tornou explícito o que antes estava implícito, e assim o Senhor completou a plenitude da revelação (Hb 1,1-2).A provisão do Antigo Testamento sobre a obra redentora de Deus em Cristo é rica em detalhes. Os escritores do Novo Testamento reconhecem a presença de Cristo na história da redenção velho e neo-testamentária. 





O Espírito Santo conduziu a Revelação na vida do povo israelita de tal maneira que os apóstolos puderam observar cada pormenor na vida e no ministério terreno do Senhor Jesus Cristo. 



A centralidade cristológica está completamente embutida na lei e nos profetas. Todo o pensamento bíblico gira em torno de Jesus (Rm 1,2; 10,4). Todo o Antigo Testamento converge para o Senhor Jesus, e Ele mesmo reconhecia isso (Lc 24,44).O Senhor Jesus cumpriu o sistema cerimonial da lei na sua morte (Mat 27,50-51; Lc 24,46). As instituições de Israel com suas festas, os holocaustos e os diversos tipos de sacrifícios da lei de Moisés eram tipos e figuras que se cumpriram em Cristo (Heb 5,4-5; 1Cor 5,7). Assim, as cerimônias cessaram, mas o significado foi confirmado (Col 2,17).





A função civil da lei ainda hoje é válida e necessária para manter a ordem e o bem-estar da sociedade, o que leva São Paulo a concluir que a lei é boa (I Tim 1,8-9). É uma das funções da lei, restringir a arbitrariedade do agir humano em prejuízo ao próximo e à vida social, ameaçando-o com punição as faltas contra ela. É certo que essa função da lei não opera nenhuma mudança interior no coração humano, fazendo-o justo ou reto ao obedecê-la. A lei opera assim apenas como um freio, refreando "as mãos de uma ação extrema." Portanto, pela lei somente o homem não se torna submisso, mas é coagido pela força da lei a agir sem prejudicar aos demais. É exatamente isto que permite aos seres humanos uma convivência social. 






Vivemos em sociedade e sob o regime da lei para nos proteger uns dos outros das arbitrariedades, do império da lei do mais forte, e da barbárie!




Com o tempo, o homem pode aprender a viver com um relativo equilíbrio, por causa da lei que restringe o uso e abuso de nossa liberdade para o mal. O homem é capaz, por causa da lei de Deus, de copiá-la para o seu próprio bem e dos demais. É até mesmo capaz de criar leis que refletem princípios da justiça de Deus. 






Deduzimos também, que não se promulga lei para quem é justo, mas para transgressores e rebeldes, irreverentes pecadores dissolutos e empedernidos, impiedosos, parricidas, matricidas, homicidas, infanticidas, raptores de homens, mentirosos, e para tudo aquilo que se opõe à sã doutrina. Assim, a lei exerce o papel de coerção para esses transgressores, e evita que esse tipo de mal se alastre ainda mais amplamente no seio da sociedade humana. 



Essa ação inibidora da lei cumpre ainda um outro papel importante no caso dos remidos pelo sacrifício universal de Cristo, mais ainda não Crentes e regenerados em Cristo: Ela serve como um aio, um condutor a Cristo, como diz Paulo em Gálatas 3,24: "de maneira que a lei nos serviu de aio para nos conduzir a Cristo, a fim de que fôssemos justificados por fé." Dessa forma ela serviu à sociedade judia e serve também, à sociedade humana como um todo. Da mesma forma essa lei serve ao remido pelo sacrifício redentor de Cristo, mas ainda não regenerado. Ele, antes de tomar posse da sua salvação pelo anuncio e acolhimento do evangelho, é ajudado pela lei a não cometer atrocidades, não como uma garantia de que não fará algo terrível, mas como uma ajuda, pelo temor da punição.Se conclui com a própria experiência de vida, que a lei por si só, sem o auxílio da graça, não tem a capacidade de converter o homem à sua prática de forma voluntária (conf. Rom 7,7-21), provocando muitas vezes o efeito inverso, como se nos pedisse a “não pensar em uma maça”. 



Jesus cumpriu também, o sistema jurídico da lei. Com sua morte, Ele transferiu os privilégios de Israel para a Igreja (Êxo 10,6-7; 1Ped 2,9-10). Jesus disse às autoridades judaicas que “o Reino de Deus vos será tirado e será dado a um povo que realmente dê os seus frutos” (Mat 21,43). A Igreja agora se torna para todos os povos, coluna e sustentáculo da verdade (conf. 1Tm 3,15).




Os Dez Mandamentos são representados pelos dois grandes mandamentos: amar a Deus acima de todas as coisas e ao próximo como a nós mesmos! (Mac 12,28-33)




Na verdade, toda a lei e os profetas nisso se resumem (Mt 22,40). Trata-se de uma combinação de duas passagens da lei (Deut 6,4-5; Lev 19,18). São preceitos que foram atualizados na Nova Aliança e capacitados seu cumprimento pela graça, de modo que a Igreja segue a lei de Cristo, a lei do amor, e não o mero sistema mosaico da letra da lei que mata (II Cor3,6;Rom 6,14.13,9-10;Gal 5,18). O Senhor Jesus cumpriu todos esses mandamentos durante a sua vida terrena.





Talvez o discurso de Jesus sobre as bem-aventuranças tivesse deixado dúvidas sobre sua posição a respeito da lei e dos profetas...




Ele não era um subversivo; pois nasceu conforme a lei e viveu de acordo com ela (Lc 2,21-24; 4,15-16; Gal 4,4). Jesus falou de maneira clara, direta e cabal, que não veio revogar a lei e nem os profetas, mas veio para lhes dar pleno cumprimento (Mt 5,17). 






Havia chegado agora o momento de esclarecer seu pensamento sobre a lei.Jesus disse que “até que o céu e a terra passem, nem um jota ou um til se omitirá da lei sem que tudo seja cumprido” (Mat 5,18).Há muita discussão sobre esta questão. Uns acham que Jesus se referia ao jota e ao til; outros, aos preceitos cerimoniais. Havia longos debates entre os rabinos da época sobre os mandamentos mais leves e mais pesados. 



Eles consideravam mandamento leve não tomar a mãe com os filhotes num ninho (Dt 22,6). Parece existir, sim, na lei, mandamento de maior ou de menor significância (Mt 23,23). Porém, não é disso que Jesus está falando aqui, pois o enfoque é sobre o anular a autoridade da lei e ensinar que ela pode ser ignorada. O verbo grego é “lyo”, cuja ideia básica é “desatar, desamarrar, soltar”.







HOUVE TRANSGRESSÃO À LEI ANTES DO DECÁLOGO?







A Palavra de Deus define o pecado como “transgressão da lei” (1 João 3,4) ou “quebra da lei”. “Porque onde não há lei também não há transgressão” (Romanos 4,5). Isto é o que a Bíblia diz claramente. Então, a transgressão dos Dez Mandamentos é descrita como pecado antes do Monte Sinai? Sim, sem dúvida. Por exemplo, Gênesis 13,13 nos diz que “eram maus os varões de Sodoma e grandes pecadores contra o SENHOR”. E como o pecado é a violação da lei de Deus, portanto, o povo de Sodoma não poderia ter sido punido por ser mau e pecador se não existisse a lei para condenar o que estavam fazendo. 






Devemos concluir com isto, que Deus já tinha disponibilizado o conhecimento do que é pecaminoso. Aqui vemos alguns exemplos claros que corroboram com isto:





1)- Em Gênesis 20,3-9;39,7-9 descreve o adultério como “um grande pecado” e um “pecado contra Deus”. (O adultério é a transgressão do Sétimo Mandamento).





2)- Em Gênesis 3,6 .17, Deus castiga Adão e Eva por sua cobiça e roubo (Transgressão do Décimo e Oitavo Mandamentos). Aqui também,eles também O desonraram como seu pai, violando o Quinto Mandamento.



3)- Em Gênesis 4,9-12, Deus pune Caim por assassinato e mentira. (violações portanto, do Sexto e Nono Mandamentos).






ATENÇÃO! A lei é boa e necessária como já se afirmou anteriormente, mas ninguém é justificado pelos 613 preceitos da lei mosaica! 





A função deles não é salvar, mas nos conduzir a Cristo (Gal 3,11-24). A lei veio para revelar e condenar o pecado (Rm 3,20; 7,7). Deve o cristão anular a lei? A resposta paulina é: “De maneira nenhuma! Antes, estabelecemos a lei” (Rm 3,31). O que isso significa? Que a fé cristã não é antinomianista, do grego anti “contra”; nomos, “lei”. Isso diz respeito aos que erroneamente pregavam que a graça dispensa a obediência. O apóstolo refutou tal ideia a vida inteira (Gal 5,13).O termo “lei” na língua hebraica é torá, e esta palavra vem de um verbo que significa “instruir, ensinar”. Por essa razão, a palavra “lei”, às vezes, refere-se às Escrituras Sagradas (1Cor 14,21). Esse parece ser o sentido aqui, pois o apóstolo Paulo estava falando do Antigo Testamento (Rm 3,19). A frase “antes, estabelecemos a lei” (Rm 3,31b) não significa servidão ao sistema mosaico, mas que a fé confirma a lei, visto que o Evangelho justifica aqueles a quem a lei condena (Rm 8,4; 13,10).





Jesus portanto, não está desafiando os seus discípulos a seguirem os escrúpulos legalistas dos escribas e fariseus quando afirma: “se a vossa justiça não exceder a dos escribas e fariseus, de modo nenhum entrareis no Reino dos céus” (Mat 5,20). Antes, ensina que a vida no Espírito requer comunhão com Deus de maneira abundante e profunda, coisa que nenhum dos rabis contemporâneos de Cristo, atrelados à letra da lei, não haviam ainda experimentado (Rm 8,8-11).




Podemos teologizar, portanto, deduzindo que Jesus não revogou a lei, mas a cumpriu plenamente, e que não há discrepância entre Jesus e Moisés, e que a lei permanecerá até a consumação dos séculos, pois a fé cristã não é antinomianista e muitos preceitos do sistema mosaico reaparecem no Novo Testamento, mas agora amparados pela graça, pois fomos libertos da letra da lei (Rm 3,28; Gl 5,1).







OS 10 MANDAMENTOS DA LEI DE DEUS E O MAGISTÉRIO DA IGREJA:








Conhecer os mandamentos da Lei divina





§1778 A consciência moral é um julgamento da razão pelo qual a pessoa humana reconhece a qualidade moral de um ato concreto que vai planejar, que está a ponto de executar ou que já praticou. Em tudo o que diz e faz, o homem é obrigado a seguir fielmente o que sabe ser justo e correto. E pelo julgamento de sua consciência que o homem percebe e reconhece as prescrições da lei divina:A consciência é uma lei de nosso espírito que ultrapassa nosso espírito, nos faz imposições, significa responsabilidade e dever, temor e esperança... E a mensageira daquele que, no mundo da natureza bem como no mundo da graça, nos fala através de um véu, nos instrui e nos governa. A consciência é o primeiro de todos os vigários de Cristo



§1960 Os preceitos da lei natural não são percebidos por todos de maneira clara e imediata. Na atual situação, a graça e a revelação nos são necessárias, como pecadores que somos, para que as verdades religiosas e morais possam ser conhecidas "por todos e sem dificuldade, com firme certeza e sem mistura de erro". A lei natural propicia à lei revelada e à graça um fundamento preparado por Deus e em concordância com a obra do Espírito.





Consciência e mandamento





§1777 O juízo da consciência - Presente no coração da pessoa, a consciência moral lhe impõe, no momento oportuno, fazer o bem e evitar o mal. Julga, portanto, as escolhas concretas, aprovando as boas e denunciando as más. Atesta a autoridade da verdade referente ao Bem supremo, de quem a pessoa humana recebe a atração e acolhe os mandamentos. Quando escuta a consciência moral, o homem prudente pode ouvir a Deus, que fala.





Desobediência aos mandamentos e pecado





§397 O homem, tentado pelo Diabo, deixou morrer em seu coração a confiança em seu Criador e, abusando de sua liberdade, desobedeceu ao mandamento de Deus. Foi nisto que consistiu o primeiro pecado do homem. Todo pecado, daí em diante, ser uma desobediência a Deus e uma falta de confiança em sua bondade.





§1853 Pode-se distinguir os pecados segundo seu objeto, como em todo ato humano, ou segundo as virtudes a que se opõem, por excesso ou por defeito, ou segundo os mandamentos que eles contrariam. Pode-se também classificá-los conforme dizem respeito a Deus, ao próximo ou a si mesmo; pode-se dividi-los em pecados espirituais e carnais, ou ainda em pecados por pensamento, palavra, ação ou omissão. A raiz do pecado está no coração do homem, em sua livre vontade, segundo o ensinamento do Senhor: "Com efeito, é do coração que procedem más inclinações, assassínios, adultérios, prostituições, roubos, falsos testemunhos e difamações. São estas as coisas que tomam o homem impuro" (Mt 15,19-20). No coração reside também a caridade, princípio das obras boas e puras, que o pecado fere.



§1858 A matéria grave é precisada pelos Dez mandamentos, segundo a resposta de Jesus ao jovem rico: "Não mates, não come-tas adultério, não roubes, não levantes falso testemunho, não dó fraudes ninguém, honra teu pai e tua mãe" (Mc 10,19). A gravidade dos pecados é maior ou menor: um assassinato é mais grave que um roubo. A qualidade das pessoas lesadas é levada também em consideração. A Violência exercida contra os pais é em mais grave que contra um estranho.







Direito a ser instruído nos mandamentos divinos





§2037 A lei de Deus confiada à Igreja é ensinada aos fiéis como caminho de vida e verdade. Os fiéis têm, portanto, o direito de ser instruídos nos preceitos divinos salvíficos que purificam o juízo e, com a graça, curam a razão humana ferida. Têm o dever de observar as constituições e os decretos promulgados pela legitima autoridade da Igreja. Mesmo que sejam disciplinares, tais determinações exigem a docilidade na caridade.





Fins dos mandamentos da Lei







§578 Jesus, o Messias de Israel, portanto o maior no Reino dos Céus, tinha a obrigação de cumprir a Lei, executando-a em sua integridade até seus mínimos preceitos, segundo suas próprias palavras. Ele é o único que conseguiu cumpri-la com perfeição. Os judeus, conforme sua própria confissão, nunca conseguiram cumprir a Lei em sua integridade sem violar-lhe o mínimo preceito. Esta é a razão pela qual, em cada festa anual da Expiação, os filhos de Israel pedem a Deus perdão por suas transgressões da Lei. Com efeito, a Lei constitui um todo e, como recorda São Tiago, "aquele que guarda toda a Lei, mas desobedece a um só ponto, torna- se culpado da transgressão da Lei inteira" (Tg 2,10).





Lei evangélica e mandamento do amor





§1974 Os conselhos evangélicos manifestam a plenitude viva da caridade que jamais se mostra satisfeita, por não poder dar mais. Atestam seu dinamismo e solicitam nossa prontidão espiritual. A perfeição da Nova Lei consiste essencialmente preceitos do amor a Deus e ao próximo. Os conselhos indicam caminhos mais diretos, meios mais fáceis, e devem ser praticados conforme a vocação de cada um: Deus não quer que cada pessoa observe todos os conselhos mas apenas aqueles que são convenientes, conforme a diversidade das pessoas, dos tempos, das ocasiões e das forças, com o exige a caridade; pois ela, como a rainha de todas as virtudes, de todos os mandamentos, de todos os conselhos, em suma, de todas as leis e de todas as ações cristãs, a todos e todas dá seu grau, sua ordem, o tempo e o valor.





Magistério e sua autoridade com respeito aos mandamentos







§2036 A autoridade do magistério se estende também aos preceitos específicos da lei natural, porque sua observância, exigida pelo Criador, é necessária para a salvação. Recordando as prescrições da lei natural, o magistério da Igreja exerce parte essencial de sua função profética de anunciar aos homens o que os homens são de verdade e recordar-lhes o que devem ser diante de Deus.





Magistério eclesial e mandamento





§2033 O magistério dos pastores da Igreja em matéria moral se exerce ordinariamente na catequese e na pregação, com o auxílio das obras dos teólogos e dos autores espirituais. Assim se foi transmitindo, de geração em geração, sob a égide e a vigilância dos pastores, o "depósito" da moral cristã, composto de um conjunto característico de regras, mandamentos e virtudes que procedem da fé em Cristo e são vivificados pela caridade. Esta catequese tem tradicionalmente tomado por base, ao lado do "Credo" e do "Pai-nosso", o Decálogo, que enuncia os princípios da vida moral, válidos para todos os homens.





Revelação dos mandamentos do Decálogo





§2071 Embora acessíveis à razão, os preceitos do Decálogo foram revelados. Para chegar a um Conhecimento completo certo das exigências da lei natural, a humanidade pecadora tinha necessidade desta revelação: Uma explicação completa dos mandamentos do Decálogos, e tornou necessária no estado de pecado, por causa do obscurecimento da luz da razão e do desvio da vontade. Conhecemos os mandamentos de Deus pela Revelação divina que nos é proposta na Igreja e por meio da consciência moral.





Antiga Aliança e o Decálogo





§2057 O Decálogo deve ser entendido em primeiro lugar no contexto do êxodo, que é o grande acontecimento libertador de Deus no centro da Antiga Aliança. Formulados como mandamentos negativos (proibições), ou à maneira de mandamento positivos (como: "Honra teu pai e tua mãe"), as "dez palavras indicam as condições de uma vida liberta da escravidão do pecado. O Decálogo é um caminho de vida:Se amares teu Deus, se andares em seus caminhos, se observares seus mandamentos, suas leis e suas normas, viverás e te multiplicarás (Dt 30,16).Esta força libertadora do Decálogo aparece, por exemplo, no mandamento sobre o descanso do sábado, destinado igualmente aos estrangeiros e aos escravos:Lembrai-vos de que fostes escravos numa terra estrangeira. O Senhor vosso Deus vos fez sair de lá com mão forte e braço estendido (Dt 5,15).



§2060 O dom dos mandamentos e da Lei faz parte da Aliança selada por Deus com os seus. Segundo o livro do Êxodo, a revelação das "dez palavras" é dada entre a proposta da Aliança e sua conclusão, depois que o povo se comprometeu a "fazer" tudo o que o Senhor dissera e a "obedecer". O Decálogo sempre é transmitido depois de se lembrar a Aliança ("O Senhor nosso Deus concluiu conosco uma aliança no Horeb": Dt 5,2).



§2061 Os mandamentos recebem seu pleno significado no íntimo da Aliança. Segundo a Escritura, o agir moral do homem adquire todo o seu sentido na Aliança e por ela. A primeira das "dez palavras" lembra o amor primeiro de Deus por seu povo: Tendo o homem, por castigo do pecado, decaído do paraíso da liberdade para a escravidão deste mundo, as primeiras palavras do Decálogo, voz primeira dos divinos mandamentos, aludem à liberdade: "Eu sou o Senhor, teu Deus, que te fez sair da terra do Egito, da casa da escravidão" (Ex 20,2; Dt 5,6).



§2062 Os mandamentos propriamente ditos vêm em segundo lugar; exprimem as implicações da pertença a Deus, instituída pela Aliança. A existência moral é resposta à iniciativa amorosa do Senhor. E reconhecimento, homenagem a Deus e culto de ação de graças. É cooperação com o plano que Deus executa na história.



§2077 O dom do Decálogo é concedido no contexto da Aliança celebrada por Deus com seu povo. Os mandamentos de Deus recebem seu verdadeiro significado nessa Aliança e por meio dela.





Divisão e numeração dos mandamentos do Decálogo







§2066 A divisão e a numeração dos mandamentos têm variado no decorrer da história. O presente catecismo segue a divisão dos mandamentos estabelecida por Sto. Agostinho e que se tornou tradicional na Igreja católica. É também a das confissões luteranas. Os padres gregos fizeram uma divisão um tanto diferente, que se encontra nas Igrejas ortodoxas e nas comunidades reformadas.





Exigências e obrigações do Decálogo







§2054 Jesus, com efeito, retomou os Dez Mandamentos, mas manifestou a força do Espírito em ação na letra deles. Pregou a "justiça que supera a dos escribas e fariseus", como também a dos pagãos. Desenvolveu todas as exigências dos mandamentos. "Ouvistes que foi dito aos antigos: 'não matarás'... Eu, porém, vos digo: todo aquele que se encolerizar contra seu irmão terá de responder no tribunal" (Mt 5,21-22).



§2067 Os dez mandamentos enunciam as exigências do amor de Deus e do próximo. Os três primeiros se referem mais ao amor de Deus, e os outros sete ao amor do próximo. Como a caridade abrange dois preceitos com os quais o Senhor relaciona toda a Lei e os profetas (...) assim os próprios dez preceitos estão divididos em duas tábuas. Três foram escritos numa tábua e sete na outra.





§2072 Visto que exprimem os deveres fundamentais do homem para com Deus e para com o próximo, os dez mandamento revelam, em seu conteúdo primordial, obrigações graves. São essencialmente imutáveis, e sua obrigação vale sempre e em toda parte. Ninguém pode dispensar-se deles. Os dez mandamentos estão gravados por Deus no coração do ser humano.



§2073 A obediência aos mandamentos implica, ainda, obrigações cuja matéria é, em si mesma, leve. Assim, a injúria por palavra está proibida pelo quinto mandamento, mas só poderia ser falta grave em função das circunstancias ou da intenção daquele que a profere.





Sem mim, nada podeis fazer!





§2081 Os Dez Mandamentos enunciam, em seu conteúdo fundamental, obrigações graves. Todavia, a obediência a esses preceitos implica também obrigações cuja matéria é, em si mesma, leve.





A Felicidade, fim último dos mandamentos do Decálogo



§16 A terceira parte do Catecismo apresenta o fim último do homem, criado à imagem de Deus: a bem-aventurança e os caminhos para chegar a ela: mediante um agir reto e livre, com a ajuda da fé e da graça de Deus (Seção I), por meio de um agir que realiza o duplo mandamento da caridade, desdobrado nos dez Mandamentos de Deus (Seção II).





Finalidade dos mandamentos do Decálogo





§2063 A Aliança e o diálogo entre Deus e o homem são ainda confirmados pelo fato de que todas as obrigações são enuncia das na primeira pessoa ("Eu sou o Senhor...") e dirigidas a um outro sujeito ("tu...") Em todos os mandamentos de Deus, é um pronome pessoal singular que designa o destinatário. Deus dá a conhecer sua vontade a cada um em particular, ao mesmo tempo que o faz ao povo inteiro:O Senhor prescreveu o amor para com Deus e ensinou a justiça para com o próximo, a fim de que o homem não fosse nem injusto nem indigno de Deus. Assim, pelo Decálogo, Deus preparou o homem para se tornar seu amigo e ter um só coração com o próximo... Da mesma maneira, as palavras do Decálogo continuam válidas entre nós [cristãos]. Longe de serem abolidas elas cresceram e se desenvolveram pelo fato da vinda do Senhor na carne.





Importância do Decálogo





§2065 Desde Sto. Agostinho, os "dez mandamentos" têm um lugar preponderante na catequese dos futuros batizados e dos fiéis. No século XV, adotou-se o costume de exprimir os preceitos do Decálogo em fórmulas rimadas, fáceis de memorizar, e positivas, que ainda estão em uso hoje. Os catecismos da Igreja com freqüência têm exposto a moral cristã seguindo a ordem dos "dez mandamentos".












CONCLUSÃO:






Como vimos até aqui, a Bíblia mostra que os Dez Mandamentos não têm origem em Moisés ou em seu tempo. Nem estavam de alguma forma limitada apenas aos judeus. Eles estavam em vigor e eram conhecidos muito antes de Moisés ou de um povo conhecido como os Judeus existirem. Eles são a base das leis de Deus que nos mostram como amá-Lo (definido pelos primeiros quatro Mandamentos) e como amar nossos semelhantes (definido pelos últimos seis).É por isso que, depois de Jesus Cristo voltar para estabelecer o Seu Reino glorioso na terra, em Isaías 2,3 nos diz que “muitos povos e dirão: Vinde, subamos ao monte do SENHOR, à casa do Deus de Jacó, para que nos ensine o que concerne aos seus caminhos, e andemos nas suas veredas; porque de Sião sairá a lei , e de Jerusalém, a palavra do SENHOR”. Nesse tempo, toda a humanidade finalmente vai ser ensinada a viver de acordo com todas as leis e mandamentos de Deus:






Hebreus 8,10-12: “Esta é a aliança que farei com a casa de Israel, passados aqueles dias, garante o Senhor. Gravarei as minhas leis na sua mente e as escreverei em seu coração. Eu lhes serei Deus, e eles serão o meu povo, ninguém jamais precisará ensinar o seu próximo, nem o seu irmão, dizendo: ‘Conhece o Senhor’, porque todos me conhecerão, desde o menor deles até o maior. Pois Eu lhes perdoarei a malignidade e não me permitirei lembrar mais dos seus pecados...”



Maranatha ! Vem Sr Jesus !




*Francisco José Barros Araújo – Bacharel em Teologia pela Faculdade Católica do RN, conforme diploma Nº 31.636 do Processo Nº  003/17







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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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