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O Cristão diante do fenômeno da Corrupção

Written By Beraká - o blog da família on quarta-feira, 3 de abril de 2019 | 18:30






Isaias 33,15-16: “Aquele que anda corretamente e fala o que é reto, que recusa o lucro injusto, cuja mão não aceita suborno, que tapa os ouvidos para as tramas de assassinatos e fecha os olhos para não contemplar o mal, é esse o homem que habitará nas alturas; seu refúgio será a fortaleza das rochas; terá suprimento de pão, e água não lhe faltará"


"A obsessão transforma o sábio em tolo, e o suborno corrompe o coração" (Eclesiastes 7,7).



A corrupção, além de ser pecado contra Deus, prejudica drasticamente a economia de qualquer país, atrapalha as tomadas de decisões governamentais essenciais, e consequentemente, causa enormes problemas sociais. A corrupção desonra a Deus, pois é um comportamento totalmente egoísta e contraria o mandamento que Jesus nos deixou: "Ame o seu próximo como a si mesmo" (Mateus 22,39).




As Escrituras nos ensinam que Deus delega certa autoridade ao homem para governar (Tt 3,1; Prov 8,15). E em Romanos 13,1-4 declara:


“Toda alma esteja sujeita às autoridades superiores; porque não há autoridade que não venha de Deus; e as autoridades que há foram ordenadas por Deus. Por isso, quem resiste à autoridade resiste à ordenação de Deus; e os que resistem trarão sobre si mesmos a condenação. Porque os magistrados não são terror para as boas obras, mas para as más. Queres tu, pois, não temer a autoridade? Faze o bem e terás louvor dela. Porque ela é ministro de Deus para teu bem. Mas, se fizeres o mal, teme, pois não traz debalde a espada; porque é ministro de Deus e vingador para castigar o que faz o mal.”


Paulo nos oferece o fundamento sobre o qual podemos compreender adequadamente o sentido do poder na política, especialmente em relação à sua origem. Ele deixa evidente que, seja qual for o mecanismo social de escolha das autoridades terrenas, Deus é a fonte do poder de onde os governantes retiram a sua legitimidade para governar. Considerando o contexto em que a carta foi escrita, sob a égide do domínio romano, a declaração de Paulo possui um conteúdo subversivo. Paulo está enfrentando o poder imperial de sua época ao afirmar que a autoridade suprema não é o imperador, mas Deus. E quando a vontade do poder público e do povo entram em conflito com a vontade divina (conf. Ef 6,7), não há outra opção senão obedecer a Deus (conf. At 5,29). Desse modo, tão errado quanto adorar a César nos tempos de Jesus, é a lealdade absoluta ao estado nos dias atuais. Esse tipo de lealdade só devemos a Deus.

Compreendemos que a política possuí finalidade legítimas. Utilizada de forma correta, ela deve servir para aprovar leis justas, refrear o mal e praticar o bem, a fim de proporcionar aos cidadãos uma sociedade onde seja possível a convivência fraterna, haja liberdade, acesso à saúde, segurança e educação de qualidade, por exemplo. Apesar de possuir finalidades legítimas, a política infelizmente pode ser utilizada para fins ilícitos. Isso porque, nem todos aqueles que ocupam cargos públicos estão preocupados com a sociedade e o interesse coletivo, mas com interesses, de grupos financeiros e ideológicos. Muitos se valem do cargo para proveito próprio e aumento do patrimônio pessoal, bem como de perpetuação no poder, por meio do desvio de dinheiro dos cofres públicos e outros esquemas, falcatruas e “jeitinhos” para obtenção de vantagens desonestas, fazendo surgir então a corrupção.


No Brasil, afirma-se que a corrupção política está impregnada na cultura nacional, ante a normalidade com que usualmente o problema é encarado. Pesquisa realizada em 2016 apontou que sete em cada dez brasileiros afirmaram já ter cometido pelo menos uma atitude que pode ser considerada corrupção. Mas os entrevistados não se assumem: somente 3% deles, questionados se consideram corruptos, reconheceram que sim (MARETTI, E. - Corrupção no Brasil é cultural e está enraizada no cotidiano das pessoas. Disponível em Redebrasilatual – Fev 2016). A existência da corrupção comprova uma doutrina bíblica irrefutável:


“A depravação moral provocada pela Queda do homem no pecado, vem comprovar que o homem é totalmente incapaz de chegar-se a Deus mediante seus próprios méritos e esforços (pelagianismo), em virtude de sua morte espiritual e natureza pecaminosa; assim como é completamente incapaz de, por si só, dominar o pecado, o homem, caído, tem a propensão à corrupção.”


Enquanto o filósofo francês, do século XVIII, Jean-Jacques Rousseau, dizia que o homem nasce bom e a sociedade é que o corrompe, ideia esta que se encontra na base de muitas ideologias contemporâneas, se contrapõe a fé cristã, a qual  afirma que o homem já nasce corrompido, com a propensão para a corrupção nos planos moral, político, jurídico, econômico, religioso, científico, etc. Essa a razão pela qual a concepção judaico-cristã, ao compreender de maneira adequada a natureza humana, enfatiza que “a confiança nas capacidades humanas deve coexistir sempre com uma medida razoável de desconfiança e precaução em todos os domínios da vida” (conf. Jer 17,5). Enfim, nada justifica a corrupção, pois os fins não justificam os meios.


A corrupção acarreta graves consequências sociais, pois os recursos quando são desviados, se contribui para a desigualdade e aumento da miséria, reduz o crescimento econômico e prejudica, por consequência, a oferta dos serviços públicos básicos aos cidadãos, prejudicando os mais pobres, que muitas ideologias politicas dizem defende-los. De acordo com Provérbios 29,1-4:


“O povo se alegra com a administração sábia e justa, mas geme quando os impiedosos dominam. Igualmente, o governante justo administra corretamente a sua terra, mas o corrupto a destrói...”


A CESAR O QUE É DE CESAR, E A DEUS O QUE É DE DEUS – A LEGÍTIMA SEPARAÇÃO ENTRE IGREJA E ESTADO


O ponto de partida para a efetiva relevância cristã no campo da política tem início com o entendimento adequado da relação entre Estado e Igreja. Sem uma consistente interpretação bíblica acerca deste ponto, teremos dificuldades em dar bom testemunho no ambiente público. Os evangelhos narram um dos episódios em que os religiosos dos tempos de Jesus tentam, como de costume, colocá-lo em uma situação embaraçosa diante dos judeus e do Império Romano. Aproveitando a ocasião em que o Nazareno havia acabado de proferir um dos seus ensinamentos, os principais dos sacerdotes e os escribas enviam alguns de seus homens em meio ao povo, para que pudessem apanhá-lo em alguma palavra que o condenasse. Usando um discurso carregado de falsidade e perversidade eles indagam a Jesus: “Mestre, nós sabemos que falas e ensinas bem e retamente, e que não consideras a aparência da pessoa, mas ensinas com verdade o caminho de Deus. É-nos lícito dar tributo a César ou não?” (Lc 20,21-22). A pergunta põe Jesus em uma situação complicada e aparentemente sem saída: uma resposta afirmativa desagradaria aos judeus, que viviam sob o jugo romano; a negação, por outro lado, confrontaria o próprio Império Romano, o que poderia levá-lo a ser acusado de sedição. Jesus, porém, sabendo da astúcia de seus interlocutores, toma em suas mãos uma moeda romana da época e pergunta-lhes: “De quem é esta efígie e esta inscrição?”. Eles dizem: “De César”. Então, Jesus responde: “Daí a César o que é de César, e a Deus o que é de Deus” (Lc 20,24-25).Essa frase de Jesus tem ecoado desde então, servindo como uma passagem basilar na fundamentação da teologia política cristã, para regular o relacionamento entre a Igreja e Estado. Majoritariamente, o pensamento cristão histórico tem entendido que a afirmação de Jesus estabelece distinção entre o poder político e o poder religioso, separando as esferas do Estado e da igreja como entes autônomos e distintos.


Ainda que a interpretação mais dominante acerca das palavras de Jesus, indique que Ele estivesse instruindo seu público que a igreja e o governo têm jurisdição sobre diferentes esferas de autoridade, a própria pergunta de Cristo acerca da imagem na moeda contém implicações subjacentes que direcionam para a soberania divina.A outra pergunta implícita que deve ser respondida é: Quem tem em si a imagem de Deus? Se a moeda representa a autoridade de César, porque tem nela sua imagem, então, nós seremos humanos, estamos sob a autoridade de Deus, porque temos em nós a sua imagem. Assim, o governo e a Igreja, apesar de terem jurisdições distintas, partilham da obrigação comum de promover o bem-estar daquele que são feitos à imagem e semelhança de Deus.


Como o Cristão Deve Lidar com a Política e a Corrupção?


Não há nada de errado com a participação política dos cristãos, muito pelo contrário, o magistério da Igreja Católica pede neste campo em vários de seus documentos: “O PROTAGONISMO DOS LEIGOS”. Enquanto cidadãos, os verdadeiros Cristãos também, têm direitos e responsabilidades na cidade dos homens (conf. Santo Agostinho). O apóstolo Paulo valeu-se da cidadania romana para exercer seus direitos e garantias legais (At 16,37-39; 22,25-28; 25,10-12). Uma vez que os Cristão são portadores de cidadania política, nos é possível participar da escolha dos governantes, assim como contribuir com as discussões e o rumo político da nação. Assim, é de se rejeitar a perspectiva apolítica da comunidade cristã.Todavia, a participação da comunidade de cristã na arena política não deve se dar de qualquer maneira. Para ser considerado relevante, é necessário que o engajamento político do Cristão seja direcionado por uma postura socialmente adequada e teologicamente consistente. Caso contrário, a igreja local, corre o risco de escândalo dentre outros aspectos, e ser seduzida:



1)- Pelo desejo de poder e dominação política, com base em perspectivas ideológicas ateias, teocráticas, teonômicas, ditatoriais e dominadoras, pondo em risco o princípio democrático. “Entre vós, não deve ser assim...” (Mat.20,17-28).

2)- Pela ambição de benefícios próprios, ou aplicáveis somente aos círculos que lhe são simpáticos e favoráveis a sua causa ideológica, em detrimento do bem comum de todos. Mateus 5,44-46: “Eu, porém, vos digo: Amai os vossos inimigos e orai pelos que vos perseguem;para que vos torneis filhos do vosso Pai que está nos céus, pois que Ele faz raiar o seu sol sobre maus e bons e derrama chuva sobre justos e injustos.Porque se amardes os que vos amam, que recompensa tendes? Não fazem os publicanos igualmente assim?...”


3)-Pelas propostas, ofertas de partidos políticos e candidatos, aliando-se a determinadas ideologias que desfiguram o evangelho de Cristo.

4)- Pela ilusão de messianismo político, de modo a colocar todas as esperanças neste,naquele candidato, ou naquela ideologia.

5)- Pela equivocada visão espiritualista da disputa eleitoral, compreendendo o processo eleitoral eminentemente com uma batalha espiritual e o adversário como inimigo demoníaco, demonizando quem pensa diferente, mesmo que trabalhem pelo mesmo objetivo: O bem comum a todos.


Para o Cristão que resolve por um chamado de Deus trabalhar na obra de evangelização e resgate de almas na arena política, sem um modelo bíblico e magisterial adequado, conforme nos orienta a DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA, é ainda mais agravado ao se perceber o perigo que ele representa a sua própria salvação, reputação de seus familiares, bem como para sua paróquia, comunidade, movimento e igreja local, numa atuação de ativismo público e político, construído por si mesmo e usando o nome da Igreja, sem antes, passar por um processo de discernimento oracional, diálogo com suas autoridades religiosas e espirituais, bem como suas lideranças políticas, para o devido amadurecimento, antes da  disseminação de suas linhas de trabalho.


A Corrupção e o Sétimo Mandamento


Por contrariar o sétimo mandamento (Êx 20,15), a corrupção é severamente condenada aos olhos de Deus (conf. Lv 19,35-36). Ao longo da narrativa bíblica encontramos várias advertências contra diversos tipos de corrupção em vários âmbitos:

1)- No funcionalismo público - Luc 3,12-14: “E chegaram também uns publicanos, para serem batizados, e disseram-lhe: Mestre, que devemos fazer?E ele lhes disse: Não peçais mais do que o que vos está ordenado.E uns soldados o interrogaram também, dizendo: E nós que faremos? E ele lhes disse: A ninguém trateis mal nem defraudeis, e contentai-vos com o vosso soldo...”

2)- No Executivo - Provérbios 29,1-4: “O povo se alegra com a administração sábia e justa, mas geme quando os impiedosos dominam. Igualmente, o governante justo administra corretamente a sua terra, mas o corrupto a destrói...”


2)- No Judiciário: Dt 16,19-20: “Não pervertam a justiça nem mostrem parcialidade. Não aceitem suborno, pois o suborno cega até os sábios e prejudica a causa dos justos.Siga única e exclusivamente a justiça...”

- Isa 5,23: “Ai dos que por suborno absolvem o culpado,mas negam justiça ao inocente...”

- Sal 82,2: “Até quando vocês vão absolver os culpados e favorecer os ímpios?...”

- Lv 19,15: “Não farás injustiça no juízo...com justiça julgarás o teu próximo...”

3)- no Legislativo - Isa 10,1-2: “Ai dos que decretam leis injustas e dos escrivães que escrevem perversidade para prejudicar os pobres em juízo e para arrebatarem os direitos dos aflitos do meu povo, para despojarem as viúvas e para roubarem os órfãos...”


A fé verdadeira tem um sério compromisso com o combate à corrupção em todos os níveis. Aquele que teve um encontro com o Senhor e com sua misericórdia, é aconselhado a não roubar mais (Ef 4,28) e compungido a devolver o que defraudou (Luc 19,8). Não coaduna portanto, com a crença genuína, a prática de atos desonestos, fraudadores e corruptos, e nem mesmo o consentimento com aqueles que assim agem (Rom 1,32).


Se nova vida não combina com a vigarice, é inconcebível que a bênção de Deus esteja em negócios escusos e deletérios.

Os autênticos Cristãos devem, por isso, ter voz ativa no combate a todo tipo de corrupção, conduta desonesta e fraudulenta. Não podemos nos calar diante dos atos que dilapidam o patrimônio público e beneficiem aqueles que se enriquecem ou beneficiam alguma causa ideológica à custa alheia. O cristão não pode silenciar frente aos descalabros e resultados maléficos provocados pelos atos ilícitos de homens maldosos. Assim como no Antigo Testamento, a voz profética deve ser ouvida nas ruas da sociedade.


Em tempos de crise moral na política e na saciedade, a igreja  pela sua própria identidade em ser COLUNA E SUSTENTÁCULO DA VERDADE (I Tim 3,15), deve conscientizar, denunciar e mobilizar-se para propósitos cívicos legítimos e evangélicos, não ideológicos. O poder do Espírito Santo capacita o Cristão à participação política de forma justa, amorosa, e ao mesmo tempo corajosa, na vida pública, confrontando, quando for o caso, o próprio Estado.


Muitos brasileiros já se perguntaram: "Onde está Deus nessa situação? Quando é que Ele vai julgar os corruptos, já que a nossa justiça não faz nada?" Devemos saber que Deus vê todas as coisas e que Ele é completamente justo, ou seja, Ele promete bênçãos sem medidas àqueles que O obedecem, mas também julga com rigor todos que se recusam a andar conforme a Sua justiça e misericórdia. Como infelizmente, vemos somente corrupção e injustiça nos jornais, pensamos que o mal está no controle e que não vale mais a pena sermos honestos e tementes a Deus. Mas a Bíblia deixa claro que devemos continuar fazendo o que é certo, pois no tempo certo os ímpios colherão consequências terríveis:


"Não retribuam a ninguém mal por mal. Procurem fazer o que é correto aos olhos de todos. Façam todo o possível para viver em paz com todos. Amados, nunca procurem vingar-se, mas deixem com Deus a ira, pois está escrito: "Minha é a vingança; eu retribuirei", diz o Senhor. Pelo contrário: "Se o seu inimigo tiver fome, dê-lhe de comer; se tiver sede, dê-lhe de beber. Fazendo isso, você amontoará brasas vivas sobre a cabeça dele". Não se deixem vencer pelo mal, mas vençam o mal com o bem" (Romanos 12,17-21).



O que nós, como Cristãos, podemos fazer?


É comum nos sentirmos incapazes de fazer qualquer coisa diante de tanta sujeira e corrupção. Mas Deus através da sua palavra e do magistério da Igreja, nos exorta primeiramente (não exclusivamente) a rezar pelo nosso país, principalmente por aqueles que são nossos líderes. Deveríamos nestes tempos difíceis rezar todos os dias esta oração oficial e recomendada pela Igreja:


“Deus e Senhor nosso, protegei a vossa Igreja, dai-lhe santos pastores e dignos ministros. Derramai as Vossas bençãos sobre o Nosso santo Padre, o Papa, sobre o nosso (Arce)bispo, sobre o nosso pároco e sobre todo o clero; sobre o Chefe da Nação e do Estado para que governem com justiça.Dai ao povo brasileiro paz constante e prosperidade completa. Favorecei, com os efeitos contínuos de Vossa bondade, o Brasil, este (arce)bispado, a paróquia em que habitamos, a cada um de nós em particular e a todas as pessoas por quem devemos orar ou que se recomendaram às nossas orações. Tende misericórdia das almas dos fiéis que padecem no purgatório: dai-lhes, Senhor, o descanso e a luz eterna. Amém.”


Graças a Deus e dedicação de muitas famílias Cristãs, ainda existem homens e mulheres dedicados a fazerem o que é certo, mas infelizmente ficam impotentes por estarem rodeados de pessoas corruptas. Eles precisam de nossas orações e da sabedoria de Deus. A Bíblia nos manda orar "pelos reis e por todos os que exercem autoridade, para que tenhamos uma vida tranqüila e pacífica, com toda a piedade e dignidade" (1 Timóteo 2,2). Imagine só como seria o nosso Brasil se todos fizéssemos uma corrente de orações ininterruptas, ao invés de ficarmos só reclamando de nossas autoridades. Não estou dizendo que não temos motivos para reclamar, e não devamos fazer, mas quero dizer que a Bíblia que é a Palavra de Deus, e em momento algum ela diz que devemos amaldiçoar e desejar o mal a nossas autoridades legitimamente constituídas. Mas devemos sim, convocar todo o povo de Deus, independente de denominação religiosa, para fazermos um grande clamor a Deus e mudarmos este momento da história em que estamos vivendo. Porém, se continuarmos vivendo presos ao pecado, independentes de Deus, explorando a fé das pessoas, se corrompendo e se prostituindo com o "deus" da segurança, do ter, do poder, do prazer, fama, do egoísmo, da vaidade, da luxúria, etc, Deus não tem como nos abençoar, pois o Deus de nossos pais é fiel a suas promessas:

"Se o meu povo, que se chama pelo meu nome, se humilhar e orar, buscar a minha face e se afastar dos seus maus caminhos, dos céus o ouvirei, perdoarei o seu pecado e curarei a sua terra" (2 Crônicas 7,14).


Além disso, como Cristãos precisamos combater a corrupção através do nosso próprio exemplo. Ou você acha que somente quem ocupa altos cargos políticos podem se tornar corruptos? Podemos evitar muitos contratempos seguindo os ensinamentos das escrituras sagradas, que é um livro sábio e que nos torna sábios. A Palavra de Deus nos ensina muitas coisas, entre elas, nos ensina até normas de etiqueta social de como nos sentar à mesa (Lucas 14,7-11), como escolher nossos amigos (Provérbios 12,26;13,20; 17,17;18,4;27,6.17;22,24-25;I Cor 15,33; Eclo6,7.14.17).Quero citar alguns exemplos de corrupção presentes no nosso dia a dia, que muitas vezes nem percebemos, e que acabam nos anestesiando nas palavras do Papa Francisco:


- Recusar-se a dar Nota Fiscal para não pagar impostos. (E depois fica a reclamar dos serviços públicos...)

- Não declarar Imposto de Renda.

- Tentar subornar o guarda de trânsito para evitar multas.

- Falsificar carteirinha de estudante.

- Deliberadamente dar ou aceitar troco errado.

- Roubar assinatura de TV a cabo, ou compra e venda de produtos piratas.

- Furar fila e ocupar vagas de deficientes e idosos.

- No trabalho, bater ponto pelos colegas faltosos.

- Falsificar assinaturas.

- Mentir para receber benefícios sociais de forma fraudulenta.

- Fazer uso fraudentos (gatos) de serviços de água e luz.

- Tomar posse de objetos perdidos sem entregar nos pontos de achados e perdidos.

-Pedir emprestado objetos e dinheiro, não devolver, e nem ao menos dar satisfações a quem lhe emprestou:

Romanos 13,8: “A ninguém devais coisa alguma, a não ser o amor com que vos ameis uns aos outros...”

Provérbios 22:26-27: “Não aceite ser fiador de ninguém, porque, se você não puder pagar a dívida, levarão embora até a sua cama...

Eclesiástico 29,2-10: “Empresta a teu próximo quando ele precisa; por tua vez, restitui ao próximo no tempo devido. Cumpre tua palavra e trata lealmente com ele, e em qualquer oportunidade encontrarás o que te é necessário. Muitos consideram o empréstimo um achado e causam desgosto aos que os ajudaram. Enquanto não recebem, beijam as mãos do doador e amaciam a fala diante das riquezas alheias; na época do vencimento, pedirão tempo e proferirão palavras de enfado e de críticas e se queixarão do prazo. Mesmo se puderem pagar, ainda farão dificuldades; mal restituirão a metade do capital e o credor a compara a um achado. E se não puderem pagar, fica fraudado de seu próprio dinheiro e ainda ganha um inimigo de graça. Pagam-no com injúrias e maldições e, pelas honras e o benefício, lhe retribuem com a ofensa. Muitos deixam de emprestar, não por maldade mas porque receiam ser defraudados sem motivo.”


Se aceitarmos estes supostos pequenos atos de corrupção, estaremos concordando com as coisas erradas que vemos em nosso país. Sabemos que este mundo nunca será perfeito até a volta de Jesus, e enquanto o Senhor não vem nos buscar, mas Deus quer que como Cristãos, sejamos luz neste mundo em trevas, glorificando-O através de nossas vidas e atitudes.


CONCLUSÃO:



Devemos estar conscientes que a tão almejada “mudança,” e ou, “renovação” não deve vir apenas com a troca de pessoas em cargos políticos, mas deve ser embasada na mudança de valores, ou seja pela conversão, e não somente pela prática da justiça, pois se a paz é fruto da justiça, a justiça é fruto da conversão, e não de simples mudanças físicas de estruturas e ou, pessoas. A fidelidade aos autênticos valores que alguém carrega, é que determinam suas atitudes, seja na tomada de decisões políticas, seja na vida cotidiana. Sendo assim, é fundamental escolher candidatos com valores morais e éticos respaldados na verdade e justiça para haver, verdadeiramente, uma transformação política positiva no Brasil.Um cristão deve votar em outro candidato cristão para que seus valores morais sejam representados? Votar em candidatos cristãos fará com que a corrupção em nosso país diminua? Essas são perguntas recorrentes no meio cristão quando se trata de escolher candidatos para as eleições. Mas o que a palavra de Deus nos fala a esse respeito?A Bíblia possui muitos exemplos de como a corrupção é prejudicial a um povo ou nação, e nela existem conselhos valiosos a esse respeito. A ganância, que é uma forma de idolatria (Col 3,5), que produz corrupção. Com a corrupção vem a injustiça, que gera cada vez mais injustiças. O ponto central, porém, é a quem essas palavras se referem. Paulo escreveu-as para a igreja de Colosso no contexto da segunda dispersão do povo judeu. Aquele povo já havia assimilado várias culturas e tendências de outras religiões. Ganância e injustiça caracterizavam o povo judeu na igreja de Colosso naquele tempo. O povo deixou-se contaminar e passou a propagar tais atitudes.


O fato de ser cristão não exime e nem torna ninguém imune a corrupção. A palavra de Deus dá apenas o remédio, não a vacina. Este remédio está ao nosso alcance de todos os Cristãos. Ao toma-lo constantemente, ele vai nos dando a capacidade de ver, nos, arrepender dos pecados cometidos e tentar corrigir-se. É importante portanto, que o cristão, ao escolher um candidato, não o faça só por ser da mesma religião, ou mesmo partido ideológico, pois a duras penas temos aprendido que ateísmo, religião e partido politico não definem caráter. A palavra de Deus ensina como governar para que a nação seja próspera e justa. Contudo somente saberão esses princípios aqueles que deixam seu caráter ser moldado por Cristo e pelas Escrituras. Todos nós somos passíveis de erros, mas aquele que ouve e pratica os conselhos e ensinamentos contidos na Palavra de Deus tende a errar menos. Que este tempo de esperança seja de renovação para o Brasil. Se no pouco somos fieis, sobre o muito podemos ser colocados. Caso contrário, será apenas tolice escolher como candidato alguém que possui um belo discurso, mas suas atitudes não condizem com a verdade e a justiça da Palavra de Deus.Que Deus seja o árbitro de todas as nossas decisões, inclusive as escolhas políticas que faremos para mudar nossa nação.Diante desse contexto, o que pode fazer o justo? De que maneira o povo cristão pode contribuir com a dimensão política da nação e colaborar para a boa governança pública e o combate à corrupção? A fé cristã tem muito a fornecer ao processo político, pois das Escrituras podem ser extraídos princípios vitais para a vida pública.



BIBLIOGRAFIA:


-  GUERRA, JEAN BRÁS. Mundanismo hoje (Reflexões do Papa Francisco): Fortaleza-Ce. Ed. Shalom,2019.

- MACHADO, BECKWITH F. Política, fé e separação entre igreja e estado, 2013.

- BERGOGLIO, JORGE M. Corrupção e Pecado. Ed. Ave Maria.

- BONINO, M. Em busca de poder. Ebook Kindle. Rio de Janeiro: Editora Novos Diálogos, 2011.

- FERREIRA, F. Contra a idolatria do estado: o papel do cristão na política: São Paulo: Vida Nova.


Apostolado Berakash


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Neste Apostolado APOLOGÉTICO (de defesa da fé, conforme 1 Ped.3,15) promovemos a “EVANGELIZAÇÃO ANÔNIMA", pois neste serviço somos apenas o Jumentinho que leva Jesus e sua verdade aos Povos. Portanto toda honra e Glória é para Ele.Cristo disse-nos:Eu sou o caminho, a verdade e a vida e “ NINGUEM” vem ao Pai senão por mim" (João14, 6).Defendemos as verdade da fé contra os erros que, de fato, são sempre contra Deus.Cristo não tinha opiniões, tinha a verdade, a qual confiou a sua Igreja, ( Coluna e sustentáculo da verdade – Conf. I Tim 3,15) que deve zelar por ela até que Ele volte(1Tim 6,14).Deus é amor, e quem ama corrige, e a verdade é um exercício da caridade. Este Deus adocicado, meloso, ingênuo, e sentimentalóide, é invenção dos homens tementes da verdade, não é o Deus revelado por seu filho: Jesus Cristo.Por fim: “Não se opor ao erro é aprová-lo, não defender a verdade é nega-la” - ( Sto. Tomás de Aquino).Este apostolado tem interesse especial em Teologia, Política e Economia. A Economia e a Política são filhas da Filosofia que por sua vez é filha da Teologia que é a mãe de todas as ciências. “Não a nós, Senhor, não a nós, mas ao vosso nome dai glória...” (Salmo 115,1)

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