Bolsonaro hoje no Brasil, muito mais que sua
pessoa, representa um IDEAL, e Ideias são a prova de balas, pode-se
matar o idealizador, mas jamais seu ideal! Tiradentes foi enforcado mas, seu
ideal de independência não. Já dizia Eduardo de Bono:
“Uma ideia quando surge, ela já não
pode ser despensada, (seria o mesmo que nos pedissem para não pensarmos numa
maçã!). A um "que de imortalidade" no verdadeiro e bom ideal...”
Não podemos deixar morrer a utopia, porque a utopia não é de esquerda
nem de direita, mas faz parte do universo humano. A direita não tem que ficar complexada pelo
facto de a esquerda se crer utópica, nem a esquerda tem que ficar complexada se
a direita também, quiser ser utópica. O Importante é que não deixemos
de perseguir a utopia na sociedade, na economia e na política, mas de forma
plural, porque só assim se foge ao populismo antissistema. A ausência de
pluralidade, não serve a democracia, não serve o Estado de direito, não serve a
Constituição e, sobretudo, não serve a humanidade que não é uniforme, mas
plural! Há realmente muito pouca gente interessada em
demonstrar as vantagens e, principalmente, o lado moral e ético do
capitalismo. Poucos se dão conta, por exemplo, de que, no livre
mercado, os indivíduos só são recompensados quando satisfazem as demandas dos
outros, ainda que isso seja feito exclusivamente visando aos próprios
interesses. Ao contrário de outros modelos, o capitalismo não pretende
extinguir aquele certo egoísmo dosado e sadio inerente à condição humana, mas
que nos obriga constantemente a pensar na satisfação do próximo, se quisermos
prosperar. Além disso, para obter sucesso em grande escala, você
tem de produzir algo que agrade e seja acessível a muitas pessoas, inclusive
aos mais pobres, e não apenas aos mais abastados. Sob todos os
aspectos o capitalismo é bem melhor moralmente e socialmente que o
socialismo. Deveríamos bater mais nessa tecla de que a superioridade
moral também é espantosa, e que um abismo intransponível separa um modelo
baseado em trocas voluntárias de outro voltado para a “igualdade” forçada, que
leva ao caos e à degradação de valores básicos da civilização. Quando você
abastece seu carro, ou quando o avião aterrissa, escutamos o piloto agradecendo
pela escolha da companhia aérea. Não por acaso, quando um cliente entra numa
loja, a primeira coisa que ouve do vendedor é: “Em que posso ajudá-lo?”. E a
última coisa que ambos dizem, depois de uma compra, é um duplo
“obrigado!”. Um sinal inequívoco de que aquela transação foi vantajosa
para ambos”, pois nesta relação é satisfeito o princípio: de cada um conforme a
sua capacidade, e para cada um conforme a sua necessidade”. O
capitalismo fortalece os laços de cooperação e cordialidade, enquanto o
socialismo leva ao cinismo, à inveja e ao uso da força para se obter o que se
demanda. É verdade que o capitalismo produz resultados materiais bem
superiores, mas esse não é “apenas” seu grande mérito: ele é também um sistema
bem melhor sob o ponto de vista moral. No capitalismo quem chega ao topo elas
estão mais ligadas ao mérito individual, enquanto na burocracia socialista elas
dependem de favores e coação. No socialismo, os que chegam ao topo são os
piores, os mais cínicos e mentirosos, os populistas, os bandidos, os
exploradores, os inescrupulosos.Vide no Brasil petista, ou na Venezuela de
Chávez e Maduro, ou em Cuba. E é isso que os liberais e conservadores de
direita precisam destacar com mais frequência.
O que me levou a estudar filosofia como
autodidata, foi a desigualdade, a pobreza e a miséria que se via por todo lado.
Queria
entender, ou descobrir, suas causas. Assim, dirigi-me à leitura dos clássicos
do pensamento político. Meu primeiro contato foi com os filósofos modernos. Li
Marx só depois de ter lido Locke e Rousseau. As respostas às minhas questões
começaram com a leitura de dois filósofos modernos. Especificamente, quando
tive a oportunidade de ler o (segundo) “Tratado sobre o Governo Civil”, de John
Locke, publicado em 1690, e quando li o “Discurso Sobre a Origem da
Desigualdade entre os Homens”, de Jean-Jacques Rousseau, de 1755.A
leitura de Locke me surpreendeu, pois sabia que era conhecido como o pai do
liberalismo, teoria que defende o capitalismo. Surpreenderam-me as condições
que, de início, estipula para a propriedade privada da terra: que esteja vazia,
que a tomada de posse seja resultado do próprio trabalho e, por último, que a
apropriação não ultrapasse o limite das necessidades de quem trabalha. O
que excede, diz Locke, é dos outros. Isso não me pareceu nada liberal, mas,
sim, muito mais próximo das pichações de esquerda que vira nos muros das
cidades do meu país: a terra para quem a trabalha. No entanto, no mesmo texto
Locke dirá mais adiante que a apropriação ilimitada pode ser feita de coisas
que não servem para satisfazer necessidades básicas, como os pedras e metais
preciosos. Suas ideias, aliadas às que Adam Smith propôs em sua “Riqueza das
Nações”, de 1776, estão no coração do que se denomina liberalismo clássico de
direita. Nele, o Estado deve deixar o mercado com o mínimo de regulamentação
possível para que a “mão invisível”, fundamentada no interesse das satisfação
individual e meritocrática, termine trabalhando pelo interesse coletivo como
consequência natural, e não algo imposto forçosamente. As
ideias utópicas e igualitárias, que muitos pensam que começaram com o
pensamento socialista, na realidade, apareceram bem antes mesmo do início do
período moderno (pois a “Utopia” de Tomás Moro foi publicada em 1516, ainda no
período renascentista, sem mencionar, claro, a “República” de Platão,
considerada a primeira grande obra utópica). Aqueles que, como eu, acreditávamos na inevitabilidade de um mundo mais justo,
mais igual, pensávamos que, efetivamente, havia uma diferença entre o
socialismo utópico e o científico (veja-se a obra de Engels, de 1880, com esse
título). Acreditávamos que o socialismo, como imaginado por Marx,
era possível. O socialismo real e a história recente provaram o
contrário! Curiosamente, ao ler as posições programáticas de Mitt
Romney, pré-candidato conservador à presidência dos Estados Unidos, vejo
que o sonho capitalista também está baseado numa convicção utópica:
na ideia de que, voltando a Smith, quanto menos intervenha o Estado no mercado,
mais riqueza e mais prosperidade haverá no mundo!
Entre estas duas utopias surge a questão:
“Com que é
preferível sonhar? com um mundo que promete riquezas ilimitadas de um planeta
de recursos limitados, ou com outro, em que a felicidade esteja no equilíbrio
de posses, de oportunidades e de respeito aos limites dos outros e do próprio
planeta?...”
Eis a questão! O mundo
capitalista inegavelmente passa por muitas transformações, e principalmente no
seu modo operacional. No princípio, realmente tínhamos um sistema que pouco se importava
com os danos causados nas relações sociais e ambientais. Esse modelo se
arrastou por muitos anos, com o pensamento predominante de obter simplesmente o
lucro acima de tudo, e a exploração extrema da natureza, devido ao fato de
acreditarem na capacidade infinita da natureza em prover insumos para sua
produção. Contudo, verificou-se que esse modelo era insustentável, tanto para as
relações sociais quanto ambientais, e a força da destruição causada por anos de
descaso a natureza se voltou contra o modelo. Ainda, concernente ao
pensamento do capitalismo clássico, temos o crescimento da violência e
criminalidade como conseqüência da falta de comprometimento do modelo com o ser
humano. As relações sociais trabalhista eram a mais degradante possível, não
concebendo dignidade ao trabalhador nem respeito pela sua condição humana,
porém isto está mudando e precisa sim melhorar mais ainda. O capitalismo
do século XIX era realmente uma coisa abominável, com um nível de exploração
inaceitável. As pessoas com espírito de solidariedade e com sentimento de
justiça se revoltaram contra aquilo. O Manifesto Comunista, de Marx, em 1848, e
o movimento que se seguiu tiveram um papel importante para mudar a sociedade. A
luta dos trabalhadores, o movimento sindical, a tomada de consciência dos
direitos, tudo isso fez melhorar a relação capital-trabalho dentro do próprio
capitalismo.O
que está errado é achar, como Marx diz, que quem produza riqueza é o
trabalhador e o capitalista só o explora. É bobagem. Sem a empresa, não existe
riqueza. Um depende do outro! O empresário é um intelectual que, em vez de
escrever poesias, monta empresas. É um criador, um indivíduo que faz coisas
novas. A visão de que só um lado produz riqueza e o outro só explora é radical,
sectária, primária. A partir dessa miopia, tudo o mais deu errado para o campo
socialista.
O fato é que o comunismo não foi
fundado nem por Marx, Engels, Jesus Cristo e nem por Ramsés II. Talvez
encontremos algum inventor genial na origem do arame para cortar manteiga e da
pólvora de canhão. Não encontramos nenhum na origem do comunismo, assim
como na origem do capitalismo. Os movimentos sociais não são questão de
invenção. Engels, e a seguir a ele Marx, juntaram-se a um movimento que já
estava bem consciente da sua própria existência. Nunca pretenderam ter
inventado a palavra ou a coisa. Sobre a sociedade comunista propriamente dita,
nem sequer escreveram muito. Ajudaram o movimento e a teoria comunista a
livrar-se das brumas da utopia para a praxis. Incitaram os proletários
a não fundarem o seu movimento sobre os planos deste ou daquele reformador,
sobre as revelações deste ou daquele iluminado. Os
verdadeiros revolucionários não idolatram as ideias de Marx e Engels, ou
de David Hume e Adam Smith, pois sabem que estas são fruto de uma
época determinada, a qual estão condicionadas, e que têm os seus limites. Fato é que não é necessário essa
dicotomia no capitalismo como existe no socialismo de mercado-solidariedade,
muito pelo contrário, ou seja, não é da benevolência, ou solidariedade do
açougueiro que a comida chega a minha mesa, mas da busca recíproca de
satisfações minha e dele, ou seja não precisamos da benevolência, ou
solidariedade de governos, ou empresários para ter minhas demandas atendidas,
mas do mercado competitivo, é assim que devem ser satisfeitas as nossas
necessidades e preferências numa economia livre. Em suma, o capitalismo é melhor ou
pelo menos m ais eficiente, E adaptável às realidades, pragmaticamente
falando, considerando o momento histórico em que vivemos. Por mais
conservador que possa parecer, essa é a verdade. As mentes mais românticas e
idealizadoras tendem a discordar, nada mais compreensível. Não precisamos e não
devemos nos submeter a tudo a que nos impõe, não precisamos aceitar tudo de
cabeça baixa, mas, por favor, sejamos mais racionais e críticos! É óbvio que um
governo central com seis burocratas, ou alguns intelectuais dirigindo um país
não vai ter a capacidade de ditar rumos a esses milhões de pessoas. Não tem
cabimento! No Bonde da História prevalece sempre a razão, e assim caminha a
humanidade, pois não acredito em cultura e nem em ideologia de escritório, ou
seja, naquelas criadas em uma sentada ou canetada por pseudo iluminados, mas
naquela testada na história da humanidade com tentativas de erros e acertos e
naturalmente prevalecida, pois este tal Comunismo dito científico, de
científico não tem absolutamente nada, pois tudo que é científico se
caracteriza pela repetibilidade em laboratório, coisa que nenhum laboratório
social Comunista mundo afora em suas tentativas de implantação o fez até agora,
pois tudo descambou em ditaduras sanguinárias e desumanas de esquerda.
CONCLUSÃO: O SONHO NÃO ACABOU! APENAS COMEÇOU!
Sabemos do momento dramático pelo
qual o Brasil atravessa e estamos cientes que o nome de Jair Bolsonaro
representa esperança de dias melhores para mais de duzentos milhões de
brasileiros! Políticos como Donald Trump e Jair Bolsonaro não são
idiotas, pelo contrário. Falam o que falam porque sabem que muita gente tem os
mesmos anseios de ter mais segurança e empregabilidade. Os dois são
chamados de populistas e irresponsáveis por políticos de esquerda que acreditam
na divindade do estado totalitário. Porém, é inegável que os ideais de Trump e Bolsonaro
ajudam a arejar o debate com novas propostas, cativando os mais jovens. A
esquerda no Brasil conseguirá se organizar e disputar um novo projeto de país?
Um que não tenha vergonha de reconhecer seus erros e atuar em campos que lhe
são espinhentos, como a violência urbana, e a liberdade de mercado, com menos
estado? Poderá construir uma nova narrativa que desperte o sonho e o
engajamento dos mais novos? Muitos desses jovens estão descontentes, mas não
sabem o que querem (sabem apenas o que não querem!).
Neste momento, por mais impactantes
que sejam a obviedade de seus discursos (tipo: “Ninguém vai para a cadeia
por ser um bom cidadão, e cumprir com seus deveres, P...!"). Boa parte dos nossos jovens ainda estão entusiasmados pelos resultados das manifestações de rua e com o poder
que acreditam ter nas mãos! Mas ao mesmo tempo com medo. Pode-se continuar dando às costas a
eles, chamando-os de fascistas, ou abrir o diálogo, muitas vezes difícil, mas
necessário. Há um déficit de democracia participativa que precisa ser
resolvido, não somente pelas Comunas, grupos organizados, ou por pseudo
iluminados.
(o sonho não acabou! Não adormeça esta linda Utopia)
Só votar e esperar quatro anos não
adianta mais para esse grupo, pois muitos jovens reivindicam participar mais
ativamente da política. Querem mais formas de interferir diretamente nos rumos
da ação política de sua cidade, estado ou país. Não da mesma forma que as
gerações de seus pais e avós, claro. Precisamos, urgentemente, ouvir os
mais novos e construir com eles um projeto para a sociedade em que vivemos.
Negar isso e buscar, novamente, saídas de cima para baixo, seja através da
esquerda democrática ou da direita liberal. Não admira que quem sugere
adotar as soluções de sempre são as mesmas pessoas que não entenderam o
significado das manifestações de rua de 2013, ou que nada aprenderam com elas.
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