(S. Luis G. de Montfort ) |
Você sabia que S.
Luis G. de Montfort foi ao seu tempo um excelente escultor? Pois fique sabendo
que a Paróquia de Séguinière, na França, possui uma imagem de sua autoria, de
grande qualidade artística.Foi no ano de 1713
que o então Vigário daquela paróquia precisando de um pregador, se lembrou de
um colega de seminário que muito o havia impressionado: o famoso “Montfort”!
“Que boa idéia pensou, para pregar as missões do próximo mês de maio!” E
encontrou o pregador. E tudo se passou tão bem que Montfort, no seu entusiasmo,
deixou para a paróquia, um presente excepcional: uma imagem de Nossa Senhora esculpida
por ele mesmo.Desde há 283 anos, a piedade popular a chama de “NOSSA SENHORA DA
PACIÊNCIA”... Isto, porque, muitos maridos que lá vão à peregrinação com a
família, retornam satisfeitos com a mudança operada (o que não impede às
esposas de pensarem o mesmo).Esta imagem se
encontra até hoje num antigo Oratório em que o Vigário e o Missionário
resolveram dedicar a Ela. Em 1715, o próprio Montfort inaugurou com pompa a
capela, compondo um célebre canto para a ocasião. Foi aí o local e o dia
escolhido pelos primeiros irmãos montfortinos para pronunciarem os primeiros
votos.Todo ano, no dia 8 de setembro celebra-se nesta Capela a festa de “Nossa
Senhora de TODA PACIÊNCIA”.Durante a Revolução
Francesa com seu cortejo de pilhagens e massacres, através de uma família
local, foram poupadas a Imagem e a Capela.
São Luís Maria de Montfort ensina como rezar a simplicidade do santo Rosário!
O SANTO ROSÁRIO, na
forma como é rezado presentemente, foi inspirado à Igreja, dado pela Santíssima
Virgem a São Domingos no ano 1214, para converter os albigenses e os pecadores,
conforme relato do Beato Alano de la Roche. São Domingos, inspirado pelo
Espírito Santo, instruído pela Santíssima Virgem e por sua própria experiência,
pregou o Rosário por todo o resto de sua vida.Desde o estabelecimento do
Rosário por São Domingos, até o ano 1460, quando o Beato Alano o restabeleceu
por ordem do Céu, ele foi chamado de "Saltério de Jesus e da Virgem",
porque contém 150 Ave-Marias — o mesmo número dos Salmos de Davi.
As orações vocais do Rosário
1. Credo, ou Símbolo
dos Apóstolos, é rezado na Cruz do Rosário. Contém ele um resumo das verdades
cristãs e é uma oração de grande mérito, porque a fé é o fundamento e o
princípio de todas as virtudes cristãs e de todas as orações que agradam a Deus.
“Creio
em Deus” contém os atos das três virtudes teologais, a fé, a esperança e a
caridade, e têm uma eficácia maravilhosa para santificar a alma e aterrorizar o
demônio.
2. O Pai Nosso, ou
Oração Dominical (Dominus, Senhor), tira sua primeira excelência de seu Autor,
Jesus Cristo, o próprio Rei dos Anjos e dos homens. “Era necessário, diz São
Cipriano, que Aquele que nos veio dar a vida da graça como Salvador, nos
ensinasse como Mestre a maneira de rezar”.O Pai-Nosso contém todos os deveres que nós
temos em relação a Deus; contém ademais os atos de todas as virtudes e os
pedidos para todas as nossas necessidades espirituais e corporais. É um resumo
do Evangelho, como diz Tertuliano. Ele ultrapassa, diz Tomás de Kempis, todos
os desejos dos Santos; compreendia todas as doces sentenças dos salmos e dos
cânticos; pede tudo o que nos é necessário; louva a Deus de modo excelente; e
eleva a alma da terra ao céu, unindo-a estreitamente a Deus.Devemos recitar a
Oração Dominial na certeza de que o Pai Eterno a atenderá, pois é a oração de
seu Filho, que Ele sempre atende. Santo Agostinho assegura que o Pai-Nosso bem
rezado apaga os pecados veniais. Dizendo: “Pai nosso, que estais no Céu”, formulamos
atos de fé, de adoração e de humildade. Desejando que seu Nome seja santificado
e glorificado, manifestamos zelo por sua glória.Pedindo-Lhe que venha a nós o seu
Reino, fazemos um ato de esperança. Desejando que sua vontade seja feita na
terra como no céu, fazemos um ato de perfeita obediência. Pedindo-Lhe o pão
nosso de cada dia, praticamos a pobreza de espírito e o desapego dos bens
terrenos. Pedindo que nos perdoe as nossas ofensas, realizamos um ato de
arrependimento; e perdoando aqueles que nos ofendem, exercitamos a misericórdia
na sua mais alta perfeição. Pedindo seu socorro para não cairmos em
tentação, fazemos atos de humildade, de prudência e de fortaleza. Esperando que
Ele nos livre do mal, praticamos a paciência.Enfim, pedindo todas
essas coisas, não somente para nós, mas também para o nosso próximo e para
todos os membros da Igreja, cumprimos o dever de verdadeiros filhos de Deus,
pois O imitamos na sua caridade, que abarca todos os homens, e cumprimos o
mandamento do amor ao próximo.
3) A Ave
Maria, também conhecida como “Saudação Angélica”, é tão sublime e elevada, que
o Beato Alano de la Roche julgou que nenhuma criatura pode compreendê-la e que
somente Jesus Cristo, nascido da Virgem Maria, pode explicá-la. Ela
tira principalmente sua excelência da Santíssima Virgem à qual foi dirigida; da
finalidade da Encarnação do Verbo para a qual foi trazida do céu; e do Arcanjo
São Gabriel, que a pronunciou pela primeira vez. A Saudação Angélica resume
toda a teologia cristã sobre Maria Santíssima (São João Paulo II salientou que
o centro da Ave-Maria, a palavra que faz a ligação primeira e a segunda parte
da oração, é o santo Nome de Jesus).A Santíssima Trindade
revelou a primeira parte da Ave Maria; Santa Isabel, iluminada pelo Espírito
Santo, acrescentou a segunda; e a Igreja, no I Concílio de Éfeso (ano 430), pôs
a conclusão, após ter definido que Nossa Senhora é verdadeiramente Mãe de Deus.
Esse Concílio ordenou que Ela fosse invocada com as seguintes palavras: “Santa
Maria, Mãe de Deus, rogai por nós, pecadores, agora e na hora de nossa morte”.
Deus Pai é glorificado quando honramos a mais perfeita de suas criaturas. Deus
Filho é glorificado porque louvamos sua puríssima Mãe. O Espírito Santo é
glorificado porque admiramos as graças com as quais Ele cumulou sua Esposa.Assim
como a Virgem, em seu belo cântico Magnificat, remeteu a Deus os louvores e as
bençãos que Lhe dirigiu Santa Isabel, assim também Ela remete prontamente a
Deus os elogios e as bençãos que Lhe damos pela Saudação Angélica. No momento
em que Santa Isabel ouviu a saudação que lhe deu a Mãe de Deus, ela foi
comulada pelo Espírito Santo, e a criança que levava no seio estremeceu de
alegria. Maria é a nossa Mãe e nossa amiga. Ela é a Imperatriz do universo, e
nos ama mais do que todas as mães e rainhas juntas amaram um homem mortal.
Pois, diz Santo Agostinho, a caridade da Virgem Maria excede todo o amor
natural de todos os homens e de todos os Anjos. Tenhamos sempre a Ave Maria no
coração e nos lábios para honrar a Santíssima Trindade, para honrar a Jesus
Cristo, nosso Salvador, e sua santa Mãe.
4) Ademais, no fim de
cada dezena acrescentemos: “Glória ao Pai, ao Filho e ao Espírito Santo. Assim
como era no princípio, agora e sempre, por todos os séculos dos séculos. Amém”.
A oração
mental (meditação) – os quinze Mistérios do Rosário:
Mistério
é uma coisa sagrada, difícil de compreender. As obras de Jesus Cristo são todas
sagradas e divinas, porque Ele é Deus e Homem ao mesmo tempo. As da Santíssima
Virgem são santíssimas, porque Ela é a mais perfeita de todas as puras
criaturas. Chamam-se mistérios as obras de Jesus Cristo e de sua santa Mãe,
porque são repletas de maravilhas, perfeições e instruções profundas e
sublimes, que o Espírito Santo revela aos humildes e às almas simples que Os
honram.São Domingos dividiu a vida de Jesus Cristo e da Santíssima Virgem em
quinze mistérios que nos representam suas virtudes e suas principais ações,
como quinze quadros, cujas cenas devem nos servir de regra e de exemplo para
conduzirmos nossa vida. Nossa Senhora ensinou a São Domingos esse excelente
método de oração e lhe ordenou que o pregasse, a fim de reacender a piedade dos
cristãos e de fazer reviver em seus corações o amor de Jesus Cristo.O Rosário
sem a meditação dos mistérios sagrados de nossa salvação não seria senão um
corpo sem alma, uma excelente matéria sem a forma que é a meditação. A primeira
parte do Rosário contém cinco mistérios, o primeiro dos quais é a anunciação do
Arcanjo São Gabriel à Santíssima Virgem; o segundo, a visitação da Virgem a
Santa Isabel; o terceiro, o nascimento de Jesus Cristo; o quarto, a
apresentação do Menino Jesus no Templo e a purificação da Virgem; o quinto, o
encontro de Jesus no Templo, entre os doutores. Chamam-se esses mistérios
gozosos por causa da alegria que deram a todo o universo.A segunda parte do
Rosário se compõe também de cinco mistérios, que se chamam dolorosos, porque
nos representam Jesus Cristo acabrunhado de tristeza, coberto de chagas,
sobrecarregado de opróbrios, de dores e de tormentos.O primeiro desses
mistérios é a oração de Jesus e sua agonia no Horto das Oliveiras; o segundo,
sua flagelação; o terceiro, sua coroação de espinhos; o quarto, o carregamento
da Cruz; e o quinto, sua crucifixão e morte sobre o Calvário.A terceira parte do
Rosário contém cinco outros mistérios, que se chamam gloriosos, porque neles
contemplamos a Jesus e Maria no triunfo e na glória. O primeiro é a
ressurreição de Jesus Cristo; o segundo, sua ascensão ao céu; o terceiro, a
descida do Espírito Santo sobre os apóstolos; o quarto, a assunção da gloriosa
Virgem; e o quinto, sua coroação. Essas são as quinze flores perfumadas do
Rosário místico, sobre as quais as almas piedosas pousam como sábias abelhas,
para colher o néctar admirável e dele compor o mel de uma sólida devoção.Nossa vida é uma guerra e uma tentação contínuas, na qual não temos que
combater inimigos de carne e de sangue, mas as próprias potências do inferno.
Armai-vos, pois, com a arma de Deus que é o santo Rosário. Esmagareis assim a
cabeça do demônio e permanecereis inabaláveis diante de todas as suas
tentações. Santo Agostinho assegura que não há exercício mais frutuoso e mais
útil para a salvação do que pensar frequentemente nos sofrimentos de Nosso
Senhor.Santo Alberto Magno,
mestre de Santo Tomás de Aquino, soube por revelação que a simples lembrança ou
meditação da paixão de Jesus Cristo é mais meritória ao cristão do que jejuar a
pão e água todas as sextas-feiras de um ano inteiro, ou recitar todos os dias
os cento e cinquenta Salmos.Ah! qual não será, em consequência, o mérito do
Rosário que rememora toda a vida e paixão de Nosso Senhor?
Não é o prolongamento
de uma oração que agrada a Deus e lhe conquista o coração, mas o seu fervor. Uma
só Ave-Maria bem rezada tem mais mérito do que cento e cinquenta mal rezadas.Em primeiro lugar, é
preciso que a pessoa que reza o Rosário esteja em estado de graça, ou pelo
menos na resolução de sair do seu pecado, porque a Teologia nos ensina que as boas
obras e as orações feitas em pecado mortal são obras mortas, que não agradam a
Deus nem podem merecer a vida eterna.Deus ouve antes à voz do coração que à da
boca. Rezar a Deus com distrações voluntárias seria uma grande falta de
respeito, que tornaria os nossos Rosários infrutíferos. Para isso, colocai-vos
na Presença de Deus, pensando que Ele e sua santa Mãe têm os olhos postos sobre
vós.Pensai que vosso Anjo da Guarda está à vossa direita, colhendo as
Ave-Marias que rezais, quando elas são bem rezadas, como se fossem rosas, para
com elas tecer uma coroa para Jesus e Maria; e que, pelo contrário, o demônio
está à vossa esquerda e ronda em torno de vós para devorar vossas Ave-Marias e
as anotar no seu livro da morte, se elas são rezadas sem atenção, devoção e
modéstia.Sobretudo, não
deixeis de fazer os oferecimentos das dezenas em honra dos mistérios, e de vos
representar na imaginação a Nosso Senhor e à sua Santíssima Mãe no mistério que
estais honrando.Se for preciso combater, durante o Rosário, contra as
distrações, combatei valentemente de armas na mão, ou seja, prosseguindo o
Rosário, ainda que sem nenhum gosto nem consolação sensível. É um combate
terrível, mas é salutar à alma fiel.“Quem é fiel nas pequenas coisas também o será nas grandes” (Lc 16,10) - Coragem pois, bom e
fiel servidor de Jesus Cristo e da Santíssima Virgem, que tomastes a resolução
de rezar o Rosário todos os dias! Que a multidão das moscas (chamo assim as
distrações que vos fazem guerra enquanto rezais) não vos faça deixar
covardemente a companhia de Jesus e de Maria, na qual estais quando dizeis
vosso Rosário. A partir daqui indicarei os meios para diminuir as distrações.Invocai inicialmente o Espírito Santo para bem rezar o vosso Rosário, e
colocai-vos em seguida um momento na presença de Deus.Antes de começar cada
dezena, parai um pouco para considerar o mistério que estais celebrando, e pedi
sempre, pela intercessão de María Santíssima, uma das virtudes que mais
ressaltam naquele mistério ou da qual tendes mais necessidade.Tende, pois,
sempre em vista, ao rezar o Rosário, alguma graça a pedir, alguma virtude a a
imitar ou algum pecado a evitar. É importante rezar o Rosário com atenção e
devoção. Deve-se rezar o Rosário com modéstia, tanto quanto possível de joelhos
e com as mãos postas, tendo o Rosário nas mãos.Pode-se rezá-lo na cama, se está doente; se em viagem, pode-se rezá-lo
caminhando. Pode-se até mesmo rezar o Rosário trabalhando, quando não se pode
deixar o trabalho por causa dos deveres profissionais; pois o trabalho manual
nem sempre é contrário à oração vocal. Se não tendes tempo para rezar o terço
do Rosário de uma só vez, rezai uma dezena aqui, uma dezena acolá, de tal forma
que, apesar das vossas ocupações e negócios, tenhais o Rosário inteiro rezado
antes de vos deitardes à noite.De todas as maneiras
de rezar o Rosario, a mais gloriosa a Deus, mais salutar á alma e mais terrível
ao demônio, é salmodiá-lo ou rezá-lo publicamente em dois coros. O Rosário cotidiano
tem tantos inimigos, que eu considero um dos mais assinalados favores de Deus a
graça de perseverar nele até à morte. Perseverai nele e terei a coroa admirável
que está preparada nos ceus para a vossa fidelidade: “Permanece fiel até à
morte e te darei a coroa” (AP 2,10).
Obs.: Os mistérios
luminosos (não outro terço), foram acrescentados ao Terço na Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, de São João Paulo II).
Fonte: MONTFORT, Luís
Maria Grignion de. A eficácia maravilhosa do Santo Rosário. São Paulo:
Artpress, 2000
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" Os mistérios luminosos foram acrescentados ao Terço (que a partir daí, na realidade, tornou-se um 'quarto', mas pelo costume e tradição continuou sendo chamado Terço) na Carta Apostólica Rosarium Virginis Mariae, de São João Paulo II)." Sem lógica. Um terço sempre será uma terça parte. O rosário sempre será três terços e nunca 04. De forma que quando se rezar o rosário nas quinta feira se deve começar como os mistérios luminosos e terminar com os gloriosos. Foram 05 mistérios que foram acrescentados e não mais um terço. Além disto os mistérios luminosos são de recitação facultativa.
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