“Somos
chamados a viver de misericórdia, porque, primeiro, foi usada misericórdia para
conosco” (Papa Francisco)
Durante a celebração das Primeiras Vésperas do
Domingo da Misericórdia, no último sábado (11), o Papa Francisco convocou
oficialmente o Jubileu extraordinário da Misericórdia, a iniciar-se no próximo
dia 8 de dezembro, festa da Imaculada Conceição. Na bula Misericordiae
Vultus ("O rosto da misericórdia"), o Santo Padre explica por que
decidiu proclamar este Ano Santo e indica os passos para vivê-lo com fruto.
A data escolhida por Francisco
para iniciar o Jubileu é significativa:
Em primeiro lugar, aponta para a experiência de
misericórdia vivida por Maria Santíssima.
"Depois do pecado de Adão e Eva, Deus
não quis deixar a humanidade sozinha e à mercê do mal. Por isso, pensou e quis
Maria santa e imaculada no amor, para que Se tornasse a Mãe do Redentor do
homem", disse o Papa.
"Perante a gravidade do pecado, Deus
responde com a plenitude do perdão. A
misericórdia será sempre maior do que qualquer pecado, e ninguém pode
colocar um limite ao amor de Deus que perdoa."
O dia 8 de dezembro de 2015 também marca os 50 anos
de encerramento do Concílio Vaticano II. O Papa Francisco assinalou este evento
como "uma nova etapa na evangelização de sempre" e, citando São João
XXIII e o Beato Paulo VI, ressaltou o primado da misericórdia na vida da
Igreja. Francisco também citou a doutrina perene de Santo
Tomás de Aquino, para quem "é próprio de Deus usar de misericórdia e,
nisto, se manifesta de modo especial a sua onipotência" [1].
Em seguida, expôs o significado
de seu lema episcopal:
Miserando
atque eligendo. De autoria de São Beda, o Venerável [2], a
frase faz referência à vocação do apóstolo São Mateus. "Ao passar diante
do posto de cobrança dos impostos, os olhos de Jesus fixaram-se nos de
Mateus". Ao mesmo tempo em que penetrou o coração do discípulo com aquele
"olhar cheio de misericórdia" (miserando),
o Senhor "escolheu-o (eligendo),
a ele pecador e publicano, para se tornar um dos Doze".
O Santo Padre estabeleceu como
lema do Ano Santo a exortação de Jesus:
"Sede misericordiosos, como o vosso Pai
é misericordioso" (Lc 6,
36), assinalando a virtude da misericórdia como um "critério para
individuar quem são os seus verdadeiros filhos". "Somos chamados a viver de misericórdia,
porque, primeiro, foi usada misericórdia para conosco", ensinou.
Ao indicar o caminho para
praticar essa virtude, o Papa pediu aos fiéis que ficassem atentos à voz de
Deus:
"O
imperativo de Jesus é dirigido a quantos ouvem a sua voz. Portanto, para ser
capazes de misericórdia, devemos primeiro pôr-nos à escuta da Palavra de Deus. Isso
significa recuperar o valor do silêncio, para meditar a Palavra que nos é
dirigida".
Sua Santidade também pediu que se
redescubram as obras de misericórdia:
"É meu vivo desejo que o povo cristão
reflita, durante o Jubileu, sobre as obras
de misericórdia corporal e espiritual".
Comuns na catequese tradicional
da Igreja, as obras de misericórdia corporal são:
-Dar de comer aos famintos,
-Dar de beber aos
sedentos,
-Vestir os nus,
-Acolher os peregrinos,
-Dar assistência aos enfermos,
-Visitar os presos
-Enterrar os mortos.
As de misericórdia espiritual,
por sua vez, são:
-Aconselhar os indecisos,
-Ensinar os ignorantes,
-Admoestar os pecadores,
-Consolar os aflitos,
-Perdoar as ofensas,
-Suportar com
paciência as pessoas molestas
-Rezar a Deus pelos vivos e defuntos.
O Papa Francisco também pediu
que, no Ano Santo, se dê atenção especial ao sacramento da Confissão:
"Ponhamos
novamente no centro o sacramento da Reconciliação, porque permite tocar
sensivelmente a grandeza da misericórdia". Ele destacou a experiência
daqueles que se aproximam do Sacramento da Penitência e "reencontram o
caminho para voltar ao Senhor, viver um momento de intensa oração e redescobrir
o sentido da sua vida".
Ao fim de sua carta apostólica, o
Papa Francisco chamou à conversão todos os que se encontram afastados da Igreja:
"O
meu convite à conversão dirige-se, com insistência ainda maior, àquelas pessoas
que estão longe da graça de Deus pela sua conduta de vida", disse. "A
todos, crentes e afastados, possa chegar o bálsamo da misericórdia como sinal
do Reino de Deus já presente no meio de nós".
Por Equipe Christo Nihil Praeponere
Referências:
1. Suma Teológica, II-II, q. 30, a. 4
2. Cf. Homilia 21: CCL 122,
149-151
Fonte:https://padrepauloricardo.org/blog/papa-francisco-convoca-ano-santo-da-misericordia
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