COMENTÁRIOS DO BLOG BERAKASH: "Ao falarmos em termos de pobreza principalmente em países subdesenvolvidos, costumamos atrelar a pobreza à urgência no atendimento às necessidades básicas de sobrevivência, ou seja a pobreza social, ou material, fruto do egoísmo e da má distribuição de bens, renda e oportunidades de crescimento. Mas existem outras pobrezas tão graves quanto à pobreza social, que são as pobrezas de ordem moral e existencial, que também causam muitos males a quem sofre pessoalmente deste mal, bem como toda sociedade,pois tratar uma delas apenas, sem levar em consideração as demais, é ilusória a solução.As causas são várias, tentaremos sem grandes pretensões fazer a abordagem do tema neste espaço esperando outras contribuições a quem interessar-se, pois não temos a pretensão nem capacidade para encerrar aqui a amplitude deste tema."
“Tem rico que é tão pobre, que a única coisa que tem é dinheiro”(D.Helder Cãmara).
1)- A POBREZA SOCIAL
Um dos problemas que mais deixam o homem perturbado é a pobreza. Nada mais desesperador do que não ter o que comer, do que não ter água para beber. Atualmente milhões de pessoas, em muitas partes do mundo, passam fome, vivem o desespero da falta de condições básica de existência. Esses milhões de serem humanos vivem em algum tipo de periferia, seja a periferia urbana ou rural. Bem ou mal, a periferia física sempre aparece na mídia, nas políticas do Estado, nos discursos políticos e em outras manifestações da sociedade. No pobre não há só morte, carência, encontramos humanidade, pelo facto de ser pobre. A história de Jesus é a de um judeu marginal, para quem o pobre é representante da pessoa autêntica: homem/mulher novo/as com os que quer descobrir o Reino.A pobreza, abrangendo quatro mil milhões de humanos, deve ser eliminada, enquanto causa de destruição de pessoas. No entanto, ela imprime um modo de ser humano.
Com a publicação da obra “Não interessa a cor do gato desde
que ele cace o rato” – A peugada neoliberal desde os anos 80 – O português Alcídio Torres
acaba de publicar o seu 10º livro.A obra aprofunda as causas e as consequências
da crise de confiança nos partidos, nos governantes, nos sindicatos, e nas
instituições da sociedade civil.Para o autor, o aprofundamento das desigualdades
de rendimento e riqueza está associado a uma correlação de forças desfavorável
ao trabalho, principalmente desde o final da década de 70. Por isso, defende que o combate contra as desigualdades
sociais e pela distribuição equitativa da riqueza deve estar no centro das
preocupações da cidadania.A um pragmatismo sem princípios, onde os fins
justificam os meios, o autor contrapõe um outro caminho, com a política a
comandar a economia e a finança ao serviço dos interesses da maioria da
população.O divórcio entre a política e a ética, assim como o discurso
hegemónico da corrupção no sector público em Portugal e na Europa, são
analisados por Alcídio Torres. É um livro muito interessante e de grandes
surpresas.
Alcídio Torres critica aqueles que
“concentram muitas vezes o seu discurso no ataque á corrupção do estado social,
que na pratica não passa de 5%” se comparada com outras práticas criminosas,
como a fraude fiscal, que são responsáveis por 95% da fuga de impostos para os
paraísos fiscais..
Por exemplo, a economia paralela ou não registada com
origem na fraude fiscal corresponde a 27% do PIB português, ou seja 50 mil
milhões de euros. Por este valor não arrecadado não se pode responsabilizar o déficit
apenas a corrupção , mas a fraude fiscal é uma permissão do Estado tanto para o setor privado como para os poderosos dirigentes Comunistas.
Existem dois conceitos vulgarizados de pobre:
1º)-O europeu,
tradicional, clássico.
2º)- O recente,
latino-americano.
Para a Teoria
Clássica o conceito de pobre tem uma conotação moral, pois identifica pobreza e
mal: é mau ser pobre. Neste sentido, as causas da pobreza podem ser de quatro
ordens:
1. O destino. Assim sendo, ser pobre identifica-se com
algo mau. Por isso tem que se acabar com esse estado. Para tal, nascem todas as
actividades de solidariedade assistencialista: A beneficência.
2. A má vontade dos ricos. Se a causa da
pobreza se coloca nos ricos, será essencial tratar de os converter: Se apenas
aproximadadmente 400 pessoas são detentoras de todos os bens do mundo...Daqui
surge a Doutrina Social da Igreja e os Programas para o Desenvolvimento da ONU.
3. A causa está nos pobres que são preguiçosos e
parasitas.(Marx
dizia que toda sociedade tem que carregar seus párias).Se esta é a causa,
então, importa EDUCAR, promover,motivar, de modo que os pobres saiam da
pobreza.
4. A causa é estrutural, e cultural:isto é, se o sistema
social gera os empobrecidos, importa capacitar os pobres para substituírem as
estruturas: acabar com a pobreza, nem que seja à força das armas, como
sustentam algumas ideologias.
Quais as consequências deste modo de ver a pobreza?
Não se valoriza a
condição de pobre. Ora, há que separar e dignificar os conceitos de pessoa e
pobre. Surgem, assim as quatro vertentes de valorização:
1)- VALORIZAÇÃO
HUMANISTA: afirma a existência da pessoa com a característica de ser pobre. O
ser pessoa é a marca fundamental: -"pobre, mas honrado!" Neste caso
não é reconhecida a dignidade, de si inquestionável, quando a pessoa é rica.
2)- VALORIZAÇÃO
RELIGIOSA: aconselha reconhecer a Deus na pessoa do pobre. O mesmo é dizer que,
enquanto pobre se carece de valor. Visto que Deus se fez pobre, há que
reconhecer e amar os pobres por amor a Deus, não por amor aos pobres.
3)- VALORIZAÇÃO
TEOLÓGICA: foi a tentativa de Puebla, já que Jesus se fez pobre... Porém, neste
caso, também a questão antropológica fica oculta.
4)- VALORIZAÇÃO
POLÍTICA: originou movimentos sociais, que se colocaram ao lado dos pobres, na
medida em que os pobres engrossavam e davam força à política e não porque os
pobres valem por si mesmos.
Para a concepção
latino-americana, ser pobre é um dado existencial, aceitando-se a carência como
modo peculiar de olhar a vida. À partida, nem é bom nem mau ser pobre. Emerge
um conceito novo, que produz uma cosmovisão específica:
“Por que é que Deus
escolheu os pobres? Porque se fez pobre? A proclamação de Jesus "felizes
os pobres" é convite a fazer-nos pobres e a ter um novo olhar que não desclassifica,
mas contribui para que o pobre seja sujeito do próprio destino, mantendo a
identidade de pobre. Esta a reflexão dos bispos americanos com o grito de opção
pelos pobres, como modo de viver o cristianismo encarnado, assim como numa
família que se opta preferencialmente (Não exclusivamente) pelo doente, ou mais
frágil.
É certo que a
consciência das carências poderá conduzir à destruição, isto é, à realização de
atos que destroem a dignidade da pessoa, mas a pobreza não se identifica com
essa deterioração. Este sentido de pobre não se identifica com as carências,
nem com a destruição, pois é de tipo existencial e cultural. Mais: atualmente,
o conceito de pobre tem em conta a vivência dessas carências, pois elas
determinam uma cosmovisão específica, inseparável dessas carências: aí o seu
valor e possibilidade.
A pobreza como efeito das carências, é, pois, uma
condição existencial. Mas, o que significam no pobre essas carências?
A mudança de
perspectiva tem consequências: antropologicamente, a imagem do pobre torna-se
positiva. Como aproximar-se do pobre, identificando a cosmovisão que o
caracteriza?Assumir essa atitude acarreta uma tarefa: comprometer-se em
libertar o pobre daquilo que o pode destruir, devido às carências.
Ninguém pode libertar o pobre - Só ele a si mesmo!
Porque a pobreza
deve-se aos efeitos da carência. Estamos perante uma imagem positiva de pobre,
que se torna tarefa de libertar-se da degradação física e existencial.Ser pobre
torna-se missão: assumir os seus valores e lutar contra a própria destruição. A
globalização ameaça esta cosmovisão. Só quando o pobre acredita no seu próprio
potencial, opta pelo outro pobre. Trabalhar com os pobres tem de tender a que
eles vivam os valores da sua classe, lutando contra a própria destruição. E
isto faz-se em comunidade: ECONOMIA SOLIDÁRIA é grupo que partilha.
As ajudas materiais assistencialistas geralmente os aprisionam
mais ainda:
Criam-se, então novas atitudes no trabalho com o pobre:
1)-Dar prioridade à
relação interpessoal, baseada no profundo respeito quase venerável.
2)- Primeiro atender
às necessidades básicas: a vida em primeiro lugar (Quais os sacramentos da vida
da vida para o pobre? E não aquilo que quero impor a eles ?Como relacionar-nos
com eles?).
3)- Distinguir entre
dar e partilhar, assistir e ajudar.
Enquanto no
capitalismo, o pobre tem que ter para valer, no caso atual, porque vale por que
tem e pelo que e pelo que produz, tem que
ter o necessário, bem como produzir o mínimo necessário.Este conceito de pobre
dá-nos a chave de entendimento do rico e integra todas as formas de pobreza. É
valorizado como pessoa pobre (não porque pessoa).Existem milhões de excluídos.
Incorporar os pobres nas nossas categorias do pensamento. É torná-los OUTROS
que nos interpelam.Antes da Revolução
Francesa em 1789, a pobreza era assunto da Igreja e não do Estado. Havia uma
valoração inversa da que se tem hoje. A pobreza era cultuada e a riqueza
demonizada. Em que pese a demonização da riqueza, era tarefa da Igreja e
cristãos ricos dar assistência social aos pobres. A situação era tratada no
campo da caridade, da esmola. Os pobres, contudo, não tinham imunidade
tributária, ou seja, também pagavam impostos.
Se observarmos nossa Constituição de 1988, logo no início, no art. 3º,
III, existe uma determinação de que constitui objetivo fundamental da República
Federativa do Brasil “erradicar a pobreza e a marginalização e reduzir as
desigualdades sociais e regionais”. Tudo que é possível de ser feito, portanto,
que vise diretamente atingir esse desiderato é legitimado pela nossa
Constituição. Nossa Constituição, pois, não quer a existência de pessoas vivendo
sem o mínimo existencial, ou seja, em estado de extrema pobreza.
O MÍNIMO EXISTENCIAL:
O art. 7º, IV, que
trata da proteção aos trabalhadores, nos dá uma indicação do que a Constituição
considera como mínimo existencial. Ali se diz que o salário mínimo deve atender
as necessidades vitais básicas “com moradia, alimentação, educação, saúde,
lazer, vestuário, higiene, transporte e previdência social”. Esse catálogo de
necessidades vitais básica já estava praticamente elencado na Declaração
Universal dos Direitos do Homem (1948).
Na Constituição de 1946, art. 15 § 1º, já havia previsão de não
incidência do imposto de consumo sobre os bens que a lei considerasse como o
mínimo indispensável à habitação, vestuário, alimentação e tratamento médico
das pessoas de restrita capacidade econômica. Não se tratava de um “favor
legal”. Era uma determinação constitucional. Era um pacto social.
O mínimo existencial
não tem a ver somente com uma determinada expressão monetária fixada em lei.
Mas se relaciona, também, com a própria existência e desenvolvimento do ser
humano. Não é o caso de se considerar os miseráveis apenas como um repositório
de benefícios sociais. Devemos, pois,
considerar o pobre como “agentes ativos de mudança” social. A pobreza deve ser
vista como um fator de limitação da capacidade do indivíduo e não somente como
uma questão de se ter baixo nível de renda.Combater a pobreza é permitir que o
cidadão pobre usufrua de sua liberdade.
2)- A POBREZA EXISTENCIAL (Falta do logos):
(Pessoas sofrem não só da pobreza social, mas existencial) |
No entanto, há um tipo de periferia que quase não aparece, que tem profunda dificuldade de se mostrar e, muitas vezes, não quer aparecer. Trata-se de um tipo de periferia muito específica que o Papa Francisco vê como uma das origens, na sociedade contemporânea, da pobreza material. Trata-se da periferia existencial.
A periferia
existencial não é um bairro, uma rua, uma cidade ou outro tipo de espaço na
cidade ou no campo. A periferia existencial é o vazio da vida, é a falta de
sonho, de utopias, de esperança. Lamentavelmente o mundo está cheio de
periferias existenciais. A sociedade está cheia de periferias existenciais. A
sociedade está cheia de pessoas que tem casas confortáveis, cheias de móveis,
com geladeiras cheias de comida, com dinheiro no banco, com carro e coisas
semelhantes. No entanto, essas mesmas pessoas não são felizes, vivem uma vida
vazia, sem sonhos, sem projetos que possam dar um sentido maior a vida. Muitas
vezes, essas mesmas pessoas, para poderem suportar o vazio da vida e do
cotidiano, precisam recorrer a algum tipo de vício ou de experiência
traumática, como, por exemplo, o uso de drogas, o excesso de bebidas
alcoólicas, o excesso de remédios antidepressivos e coisas semelhantes.
O Papa Francisco
convoca os homens e mulheres de boa fé a irem combater a pobreza material,
dentro das periferias materiais. No entanto, ele adverte que se as
periferias existenciais não forem alcançadas, se a pobreza existencial, a falta
de sonho e de esperança, não for combatida, muito provavelmente a pobreza
material irá crescer e se multiplicar.
O atual Papa, o
Francisco, com suas homilias e pregações, tem ajudado a fundamentar o
neoexistencialismo. O neoexistencialismo é uma corrente filosófica que procura
analisar e refletir sobre os dramas, traumas e conflitos da existência humana
na sociedade contemporânea. E um dos dilemas que o neoexistencialismo afirma e
que mais perturba o homem contemporâneo é justamente o que o Papa Francisco
chama de periferias existências, ou seja, o homem vazio, sem sonho, sem
esperança. Para melhorar o mundo, para combater a pobreza material e outras
formas de opressão, como bem chama a atenção o próprio Papa Francisco, é
preciso reencantar o homem, o homem precisa voltar a sonhar, a confiar em Deus
e a ter fé. Não basta ter casa e dinheiro, é preciso ter fé em Deus e amor ao
próximo.
3)- A POBREZA MORAL
A NATUREZA DA DOUTRINA SOCIAL DA IGREJA
DSI Nº 72: A doutrina social da Igreja não foi pensada
desde o princípio como um sistema orgânico; mas foi se formando pouco a pouco,
com progressivos pronunciamentos do Magistério sobre os temas sociais. Tal
gênese torna compreensível o fato que tenham podido intervir algumas oscilações
acerca da natureza, do método e da estrutura epistemológica da doutrina social
da Igreja. Precedido por um significativo aceno na «Laborem exercens»[100], um
esclarecimento decisivo nesse sentido está contido na Encíclica «Sollicitudo
rei socialis»: a doutrina social da Igreja pertence, não ao campo da ideologia, mas ao
«da teologia e precisamente da teologia moral»[101]. Ela não é definível
segundo parâmetros sócio-econômicos. Não é um sistema ideológico ou pragmático,
que visa definir e compor as relações econômicas, políticas e sociais, mas uma
categoria a se. É «a formulação acurada dos resultados de uma reflexão atenta
sobre as complexas realidades da existência do homem, na sociedade e no
contexto internacional, à luz da fé e da tradição eclesial. A sua finalidade
principal é interpretar estas realidades, examinando a sua conformidade ou
desconformidade com as linhas do ensinamento do Evangelho sobre o homem e sobre
a sua vocação terrena e ao mesmo tempo transcendente; visa, pois, orientar o
comportamento cristão»[102].
DSI Nº 73: A doutrina social, portanto, é de natureza teológica e especificamente teológico-moral,«tratando-se de uma doutrina destinada a orientar o comportamento das pessoas»[103]: «Ela situa-se no cruzamento da vida e da consciência cristã com as situações do mundo e exprime-se nos esforços que indivíduos, famílias, agentes culturais e sociais, políticos e homens de Estado realizam para lhe dar forma e aplicação na história»[104]. Efetivamente, a doutrina social reflete os três níveis do ensinamento teológico-moral: o nível fundante das motivações; o diretivo das normas do viver social; o deliberativo das consciências, chamadas a mediar as normas objetivas e gerais nas situações sociais concretas e particulares. Estes três níveis definem implicitamente também o método próprio e a específica estrutura epistemológica da doutrina social da Igreja.
Por que muitas nações são pobres, miseráveis, atrasadas,
enterradas em crime e fome?
As causas são geográficas?
Culturais? Religiosas? Étnicas?. Não.A diferença está num modo de organização
política e social específico que cria condições para as pessoas buscarem livremente
seus interesses. Democracia liberal, igualdade perante a lei e
garantias de que as pessoas podem agir livremente no mercado de trabalho e de
produtos. Numa palavra, sociedade de mercado. Foi isso que causou a derrota do
comunismo, mas muitos já esqueceram.
Infelizmente entre nós, ainda se pensa que o Capitalismo seja simplesmente um modo cruel de viver, negador da “solidariedade” e defensor da “ganância”. Muito pelo contrário: é só a riqueza que torna a solidariedade possível, não há solidariedade na pobreza, isso é mito.Apesar de as indicações históricas serem evidentes, ainda insistimos em não entender que a sociedade de mercado (longe de ser perfeita) dá ao ser humano a liberdade necessária para cuidar da sua vida e se tornar adulto.
Só dessa forma as
pessoas entendem uma coisa óbvia que o economista Friedrich Hayek pensava.
Quando perguntarem a você o que é a economia, a resposta certa é: a economia
somos nós!
O Capitalismo não algo planejado por “cabeções” teóricos que controlam a vida dos outros, como pensava John Maynard Keynes.Os políticos adoram Keynes porque sua teoria os faz parecer responsáveis pela riqueza, quando na realidade quem produz riqueza somos nós em nosso cotidiano, quando nos deixam claro em paz. Para estes Keynes é a servidão, Hayek, a liberdade. Por ocasião da Quaresma, tempo de preparação para a Páscoa, o Papa Francisco recomenda aos cristãos católicos e a todos os homens de boa vontade a unirem-se no combate a três grandes formas de miséria que assolam a humanidade:
1ª)- A miséria
material que atinge todos aqueles que vivem numa condição que fere a dignidade
humana; privados dos direitos fundamentais e bens de primeira necessidade.
2ª)-A miséria moral
que torna o humano escravo dos vícios, das drogas lícitas, ilícitas e submisso
ao pecado.
3ª)-A miséria
espiritual que distancia o ser humano de Deus, raiz primeira de sua existência.
QUAL O MAIOR DESAFIO DA IGREJA HOJE ?
QUAL O MAIOR DESAFIO DA IGREJA HOJE ?
“Certamente, a Igreja já fez, está fazendo muito no
campo social, e precisará fazer mais ainda. Mas, é preciso que fique claro: não
é essa a missão originária, "própria” da Igreja, como repete expressamente
o Vaticano II (cf. GS 42,2; e ainda 40,2-3 e 45,1). A missão social
é, antes, uma missão segunda, embora derivada, necessariamente, da primeira,
que é de natureza "religiosa”. Essa lição nunca foi bem compreendida pelo
pensamento laico. Foram os Iluministas que queriam reduzir a missão da Igreja à
mera função social. Daí terem cometido o crime, inclusive cultural, de
destruírem celebres mosteiros e proibido a existência de ordens religiosas, por
acharem tudo isso coisa completamente inútil, mentalidade essa ainda forte na
sociedade e até mesmo dentro da Igreja. Agora, se perguntamos:
Qual é o maior desafio da Igreja?, Devemos responder: É o maior
desafio do homem: o sentido de sua vida. Essa é uma questão que transcende
tanto as sociedades como os tempos. É uma questão eterna, que, porém, hoje, nos
pós-moderno, tornou-se, particularmente angustiante e generalizada. É, em
primeiríssimo lugar, a essa questão, profundamente existencial e hoje
caracterizadamente cultural, que a Igreja precisa responder, como, aliás, todas
as religiões, pois são elas, a partir de sua essência, as "especialistas
do sentido”. Quem não viu a gravidade desse desafio, ao mesmo
tempo existencial e histórico, e insiste em ver na questão social "a
grande questão”, está "desantenado” não só da teologia, mas também da
história.”(Frei Clodovis M. Boff).
E eu acrescentaria para encerrar apenas este parágrafo:
“Só há ato moral quando somos livres para escolher, ou seja:Solidariedade
compulsória, sob a mira de uma arma estatal, não é solidariedade, nem aqui e nem
na China...”
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Capitalismo como sinônimo de riqueza e Socialismo como sinônimo de pobreza.....
Você está redondamente equivocado.
Leia "A história da riqueza do Homem".
Capitalismo é a exploração.
Socialismo é a divisão.
Alguns dos países mais bem sucedidos da Europa têm tendência socialista.
Escute o papa Francisco um pouco mais.
Prezada Socialista Isabela,
É inegável que nem os mais empedernidos marxistas neguem que o advento do capitalismo possibilitou uma prosperidade material constante e crescente, tirando da miséria milhões de pessoas nos quatro cantos da Terra, muitos ainda continuam desconfiados do sistema e prontos a culpá-lo pela maioria dos problemas sociais, reféns que são de clichês como “um outro mundo é possível” ou “de cada um conforme a sua capacidade, para cada um conforme a sua necessidade”.
Do outro lado, há muito pouca gente interessada em demonstrar as vantagens e, principalmente, o lado moral e ético do verdadeiro capitalismo humanista!
Poucos se dão conta, por exemplo, de que, no livre mercado, os indivíduos só são recompensados quando satisfazem as demandas dos outros, ainda que isso seja feito exclusivamente visando aos próprios interesses. Ao contrário de outros modelos, o capitalismo não pretende extinguir o egoísmo inerente à condição humana, porém nos obriga constantemente a pensar na satisfação do próximo, se quisermos prosperar. Além disso, para obter sucesso em grande escala, você tem de produzir algo que agrade e seja acessível a muitas pessoas, inclusive aos mais pobres, e não apenas aos mais abastados.
E as desigualdades?
Bem, elas estão presentes em todos os sistemas econômicos até hoje testados, inclusive no Comunismo, pois uma coisa é o proletariado, outra é classe dos poderosos dirigentes.
As pessoas com as melhores ideias, as mentes mais criativas e mais energia para o trabalho tenderão a alcançar o topo, tanto no capitalismo como numa burocracia socialista, ou seja, no Comunismo o sonho do proletário no regime Comunista é chegar a ser dirigente e gozar também, de todos os benefícios desta “classe”, que ele como simples proletário não goza.
Continua...
A diferença Isabela é que, no sistema capitalista, as ditas elites têm menos poder e influência do que as elites políticas num sistema predominantemente estatal. Mesmo numa democracia, só as autoridades eleitas têm, por exemplo, o poder de retirar, através de pesadas taxações, porções cada vez maiores de nossa renda, ainda que contra a nossa vontade, algo impensável até mesmo aos maiores empresários. Já no capitalismo, as transações são sempre voluntárias. Vale dizer, dentro da lei, a única forma de eu conseguir colocar a mão no seu dinheiro é oferecendo-lhe algo que você valorize mais do que esse dinheiro. Não por acaso, quando um cliente entra numa loja, a primeira coisa que ouve do vendedor é: “Em que posso ajudá-lo?”. E a última coisa que ambos dizem, depois de uma compra, é um duplo “obrigado!”. Um sinal inequívoco de que aquela transação foi vantajosa para ambos. Isso vale para qualquer negócio ou contrato, desde a compra de um picolé à aquisição de uma grande indústria.Nesta relação é satisfeito concretamente o princípio: de cada um conforme a sua capacidade, e para cada um conforme a sua necessidade”.
Sob todos os aspectos o capitalismo é bem melhor do que o socialismo. Deveríamos bater mais nessa tecla de que a superioridade moral também é espantosa, e que um abismo intransponível separa um modelo baseado em trocas voluntárias de outro voltado para a “igualdade” forçada, que leva ao caos e à degradação de valores básicos da civilização. O capitalismo fortalece os laços de cooperação e cordialidade, enquanto o socialismo leva ao cinismo, à inveja e ao uso da força para se obter o que se demanda. É verdade que o capitalismo produz resultados materiais bem superiores, mas esse não é “apenas” seu grande mérito: ele é também um sistema bem melhor sob o ponto de vista moral.
No capitalismo quem chega ao topo elas estão mais ligadas ao mérito individual, enquanto na burocracia socialista elas dependem de favores e coação. No socialismo, os que chegam ao topo são os piores, os mais cínicos e mentirosos, os populistas, os bandidos, os exploradores, os inescrupulosos. Vide no Brasil petista, ou na Venezuela de Chávez e Maduro, ou em Cuba.E é isso que os liberais precisam destacar com mais frequência.
O empreendedorismo que é incentivado em qualquer pais capitalista, no Brasil é uma prática quase proibitiva, pois abrir uma empresa no Brasil é algo extremamente difícil, com uma burocracia e carga tributária pesadíssima, fechar esta mesma empresa então, é quase impossível.
Não é necessário essa dicotomia no capitalismo como existe no socialismo de mercado-solidariedade, muito pelo contrário, ou seja, não é da benevolência, ou solidariedade do açougueiro que a comida chega a minha mesa, mas da busca recíproca de satisfações minha e dele, ou seja não precisamos da benevolência, ou solidariedade de governos, ou empresários para ter minhas demandas atendidas, mas do mercado competitivo, é assim que devem ser satisfeitas as nossas necessidades e preferências numa economia livre.
“A economia Capitalista não é ideologia, é ciência prática e Cartesiana. Se você tem três pessoas chegando a conclusões diferentes sobre o mesmo assunto como no Socialismo, então já não é mais ciência, mas sim ideologia...” (Roberto Campos).
Shalom !!!
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